The Curse escrita por Fantasminha98


Capítulo 14
West Wing




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— Não entendo, por que estão sendo tão gentis comigo? - Perguntou Hermione. - Claramente vocês estão aqui tão presos como eu. Nenhum de vocês pensou em fugir?

 

— Draco é, antes de tudo, nosso amigo mesmo que trabalhemos para ele. - Falou Theodore.

 

— E ele não é tão terrível quanto aparenta. - Continuou Pansy. - Em algum lugar la no fundo está a alma de um jovem bruxo sonhador esperando para ser libertado!

 

— Bruxo… Todos vocês são mágicos?

 

— Sim, querida. Você é uma bruxa como nós. É por isso que você consegue nos ouvir apesar da maldição que nos transformou em coisas.

 

Hermione não gostava desse assunto, não quando a magia dizia respeito a ela e não aos outros, assim, rapidamente tentou mudar de assunto.

 

— Blaise mencionou alguma coisa sobre a ala oeste. - Comentou olhando na direção das escadas que levavam àquela ala.

 

— Não se preocupe com isso. - Desdenhou a bule de chá. – Além do mais, já está tarde e você precisa voltar para o seu quarto. - Completou sobriamente, não para ameaçar a garota, mas porque detestava a escolha do amigo de trancá-la ali contra a vontade, não seria assim que ele ganharia a afeição da jovem.

 

— Boa noite. - Despediu-se.

 

— Boa noite. - Responderam os outros dois.

 

Hermione apenas esperou o carrinho ir embora com Theodore e Pansy para desviar seu caminho e ir diretamente para a ala oeste! Seria impossível dormir depois daquele show magnífico e animado. E além disso era a primeira vez da jovem em um castelo encantado, queria descobrir quais eram os segredos de seu dono e dos moradores que ali foram amaldiçoados.

 

A ala Oeste era realmente mais assustadora que a leste, era empoeirada e destruída. Espelhos estavam quebrados por toda parte, cortinas rasgadas grandes pedaços do piso e paredes colapsados. Passou por diversos quartos vazios antes de chegar a duas portas duplas que lhe chamaram atenção. Abriu–as e se viu num amplo espaço, um quarto digno de príncipes e reis, entretanto estava em sua maioria destruído.

 

No quarto, à direita havia uma lareira acesa, uma cama intocada e mais um grande espelho completamente partido, cujos cacos brilhavam no chão. Já à esquerda, havia uma bela pintura com três figuras: um casal com uma criança; o homem loiro tinha um olhar esnobe e cruel, já a criança ao seu lado inocentes, ambos estavam furiosamente aranhados por garras; a única figura intocada era a moça de sorriso doce e cabelos claros. Foram os olhos do rapazinho que chamaram atenção, Hermione já tinha visto aqueles olhos cinzas e soube imediatamente de quem era aquele quarto. Ela devia partir, ouvir os alertas em sua mente e ir, mas a curiosidade a venceu, ela queria entender quem era aquela fera, quem era Draco e porquê seus amigos o defendiam quando ele era claramente um monstro frio e sem coração.

 

Continuou a desvendar o espaço, passando por mesas de estudos cheias de livros e frascos coloridos, logo mais a frente viu uma ninho formado de travesseiros destroçados, palha seca e cobertas rasgadas, era imundo e degradante um enorme contraste com a cama intocada no lado oposto, cujas cobertas verde-esmeralda acumulavam poeira.

 

Cruzando o espaço, a jovem viu uma grande sacada, aberta para a neve que caia preguiçosa, no meio dela, sobre um pedestal de pedra esculpida, uma estranha redoma descansava. Novamente aquilo que corria sob as veias de Hermione se agitou, e sem poder se conter se viu compelida a se aproximar da redoma. Estava frio, frio demais e o ar que saia de seu nariz se condessava, a redoma transparente brilhava sutilmente e la dentro uma rosa robusta flutuava magicamente. A garota não se conteve e tocou delicadamente o vidro que vibrou quase imperceptivelmente, soltando a respiração, a qual nem se lembrava de prender, a morena piscou confusa enquanto seu sangue corria rápido em reconhecimento a algo que ela própria não entendia.

 

Mas tudo se quebrou quando escuridão explodiu a sua volta e um rosnado gutural lhe ensurdeceu os ouvidos. A fera tinha pousado violentamente, mostrando suas garras e presas enquanto gritava com a garota.

 

— O que você fez aqui!? O que você fez com ela!?

 

— Nada. – Respondeu assustada.

 

Draco, se aproximou feroz, um predador pronto para atacar. Cruel e sem alma, uma fera, um monstro e nada de minimamente humano brilhava em seus olhos mortais.

 

— Você tem noção do que poderia ter feito1? Você poderia ter condenado a todos!? - Gritou, fazendo a jovem recuar vários passos. E rapidamente, quando viu a pequena faca de prata nas mão da garota, agarrou–a e a jogou quicando pelo quarto. - Aquilo não ajudaria em nada. - Disse, agora com a voz baixa e fria paralisando a garota de medo. - Se fosse esperta sairia correndo desse lugar! Não é mais minha prisioneira! Vá embora, saia daqui!– Mas Hermione não se mexeu, suas pernas não respondiam. - Vá!!! - Gritou novamente, feroz e bestial, fazendo a garota correr.

 

Hermione correu, correu como nunca tinha corrido na vida, as lágrimas quentes e amarguradas cortavam seu rosto com o vento frio do inverno enquanto cavalgava a toda velocidade pelo jardim congelado. O castelo tinha sido um borrão de luzes, ninguém a impediu quando passou em disparada, pois haviam ouvido a ordem de seu senhor, ela não era mais prisioneira daquele lugar. A garota também não hesitou quando ouviu Blaise e Theodore, que jogavam xadrez, a chamarem, não para prendê-la mais, para protegê-la de perigo cruzar a floresta congelada.

 

— Detenham-na! É perigoso! - Gritou o relógio.

 

— Não a deixe sair! - Gritou Blaise, mas as portas obedecendo a magia do senhor daquele castelo abriram-se e Hermione saiu por elas sem hesitar

 

— Não, não, não! - Pansy estava desesperada sabia dos feitiços de proteção que estavam na floresta, ela tinha sido a responsável pela maioria dele.

 

Ela cavalgava sem verdadeiramente ver para onde ia, confiava em Philipe, ele havia escapado de lá uma vez e a trouxera de volta para resgatar o pai. Foi pouco depois que cruzaram os portões congelados que os lobos uivaram famintos. Eles tinham uma nova presa e a caçada não tardou a começar. Hermione, desesperada, viu–se cercada pelas 9criaturas, quando Philipe empinou assustado, ela não conseguiu se segurar na sela e caiu no chão, a terra congelada aranhou suas palmas das mãos e o rosto. Com esforço conseguiu se levar e montou, por pouco não foi mordida na perna. Seu cavalo encontrou um caminho alternativo, mas quando notaram estavam no meio de um lago congelado, cujo gelo começava a rachar e se partir com o peso.

 

Philipe, parou escorregando, seus olhos estavam arregalados de medo da água se partir, mas foi a mordia cruel de um dos lobos que o fez relinchar de dor. Hermione não teve tempo de sequer entender o que acontecia quando outro lobo salto em suas costas, derrubando–a no chão do rio congelado, as garras rasgaram sua capa, mas felizmente não a feriram. Rapidamente, ela pegou uma raiz grossa e seca usando como bastão para acertar o focinho do lobo que a atacara. Ela girava enquanto desferia golpes contra os animais que tentavam abocanhar suas pernas ou pular em suas costas. Philipe estava pior, mesmo dando coices nas feras, seus saltos faziam o rio rachar cada vez mais. Logo um lobo conseguiu abocanhar a arma da garota, tirando–a de suas mãos, depois de jogar longe rosnou para cruel, os caninos a mostra prometiam morte, quando a jovem recuou e a criatura saltou para dar o bote uma sombra negra de asas e garás surgiu e arremessou o animal longe.

 

Os outros lobos pararam de atacar o cavalo quando identificaram o novo oponente. Draco, a fera, usava suas garras negras para estripar e cortar pele e pelos, mas isso não impedia os lobos de saltarem em sua assas, arranhando–o. Ele rugia em desafio mostrando suas presas e de suas mãos fogo incandescente explodia queimando e ferindo as criaturas. Toda a matilha estava em cima dele e mesmo tendo a vantagem da força os lobos tinham a vantagem numérica e uma formação ordenada. Hermione, que tinha recuperado seu bastão atacava as criaturas tentando proteger Philipe cujas patas sangravam com os cortes e mordidas que levara.

 

Os lobos derrubaram Draco no chão; após ele ter matado dois, um com seu fogo e outro com suas garras; os três tentava atacar sua garganta cortando seu peito, ele conseguiu arremessar outros dois contra as árvores os atordoando e o último, o alfa, ele arrancou de suas costas e rugiu o intimidando. O lobo fugiu com os que restaram de sua matilha e o Bruxo se voltou para a garota, para ter certeza que estava segura. Algo em seus instintos primitivos o levaram a agir para protegê-la, assim que a sentiu em perigo, quando constatou que a mesma não corria risco, mesmo com os pequenos arranhões nos braços e no rosto ele tombou. Estava muito ferido e cansado, voara até lá o mais rápido que suas fortes asas permitiam e tinha perdido uma quantidade considerável de sangue na luta.

 

Hermione rapidamente se preparou para montar na sela e partir. Mesmo depois de ver o caminho que a tiraria daquele inferno, não poderia abandonar aquele que a protegera, ela não era assim, não era egoísta e nunca poderia abandonar alguém que precisasse de sua ajuda. Assim ela suspirou resignada e tirou sua capa que, mesmo rasgada, ajudaria o bruxo a se aquecer.

 

— Você precisa me ajudar. - Sussurrou quando viu os olhos cinzas entreabertos. - Não consigo carregá-lo. Você precisa me ajudar! - Falou firme tentando manter o outro acordado, mas Draco estava tão cansado. - Você precisa se levantar! - Ordenou, ajudando-o a se colocar em pé e montar.

 

O caminho de volta foi lento e congelante, a fera mal se mantinha sobre a sela e Philipe também estava bastante ferido. Hermione tinha que segurar as pontas, séria e quase irada ela cruzou a floresta e a neve como se as desafiasse a fazê-la desistir, ela já tinha perdido muito e não seria uma floresta congelada que a derrotaria.

 

 

 


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