Monarquia Serpente - Bughead escrita por Fortunato


Capítulo 22
Capítulo 22




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Jughead Jones

A penumbra da noite não impedia que eu apreciasse seu rosto doce e angelical, afinal eu já havia decorado todos os seus detalhes. O frio avassalador da floresta também não impedia que meu corpo se aquecesse próximo ao seu. Ela sorriu quando entrelaçou seus dedos aos meus se recostando no tronco de uma das árvores.

— A minha maior dúvida é sobre como você consegue manter sua temperatura sempre tão alta. – ela ergueu nossas mãos unidas até encostar as costas da minha mão sob sua bochecha – Sabe? As vezes parece que você é seu próprio Sol.

Suspirei fundo enquanto ela aquecia o rosto.

— Não sei. – sorri sem graça – Só acontece quando estou com você.

Ela assentiu analisando meu rosto.

— Faz sentido Jug... – fechou os olhos por um momento e depois abaixou nossas mãos - Eu não quero ir embora. – lamentou.

— Embora? Não tem porque ir embora. – garanti – Eu tô bem aqui, nada vai acontecer.

Seus olhos se fecharam e ela uniu nossos lábios com um beijo profundo e intenso. A puxei para mais perto com um aperto firme. Tinha medo de que aquilo acabasse. A brisa gelada colidia contra as minhas costas, mas eu sentia meu coração quente o suficiente para protege-la de qualquer coisa que nos separasse.

Separei nossos rostos preocupado e segurei seu queixo ainda próximo de mim.

— Por que isso soou como uma despedida?

Seus ombros penderam e ela fitou o chão com uma expressão triste. De repente uma iluminação preencheu a escuridão da floresta e uma voz grave chamou pelo meu nome por entre as árvores. Ela se sobressaltou e me puxou para o lado oposto com todas as forças.

— Jughead! – a olhei desesperado, nossas mãos ainda estavam entrelaçadas e eu a segurava com força – Nós precisamos ir!

A voz grave me gritou mais uma vez e agora parecia mais perto, olhei para a direção do som tentando entender de quem se tratava. Com certeza era familiar. Elizabeth me deu mais um puxão para o lado oposto e eu a encarei assustado.

— Jughead, nós temos que ir! – agora seu rosto parecia mais apavorado do que nunca. Seus olhos brilhavam e uma lágrima desceu pela bochecha gotejando no chão.

Eu não me mexia. A dúvida sobre a voz que chamava por mim, me paralisava. Eu ainda segurava sua mão com força, mas ela já havia se soltado da minha. Sua expressão era de dor, como se lamentasse o que viria a seguir.

Sem tempo para pensar ou questionar, a voz chamou mais uma vez. Agora perto e clara o suficiente para definir que era meu pai quem procurava por mim.

— Pai! – chamei de volta.

A imagem do seu chapéu e estrela de Xerife se iluminaram, mas a lanterna que ele carregava em uma das mãos cegava seu rosto. Eu tinha certeza que era ele. No mesmo instante Elizabeth se soltou de mim correndo floresta a dentro. Instintivamente eu corri atrás dela e a escuridão preencheu todos os lugares. Eu apenas corria, as cegas, até chegar a ela ou lugar nenhum. Passos me seguiam descoordenados e meu coração palpitava forte, sem ar, com medo e desesperado para encontrá-la de novo.

Agora a brisa era ventania, que assoviava alto. Longe dela eu sentia frio. Continuei correndo às cegas até que cheguei ao campo, no mesmo lugar que a encontrara correndo de alguém. Seu corpo pequeno estirava-se no chão e eu me joguei sob ele gritando pelo seu nome.

Mas ela não respondeu. Continuou pálida em um sonho sem fim enquanto eu a trazia para meu colo buscando o calor que a ventania insistia em nos tomar. Meu corpo não se aqueceu e muito menos o dela que congelava. Eu precisava de ajuda e passos agora mais calmos se aproximavam.

— Pai! Preciso de ajuda! – gritei.

Uma risada histérica ecoou pelo campo. Eu busquei perplexo pelo seu dono. A figura atrás de mim tirou o chapéu deixando cachos castanho caírem no rosto onde um sorriso atravessou seu maxilar de ponta a ponta. Seus olhos se arregalaram de forma doente.

— Quer ajuda com o quê? O funeral? – ele riu histericamente mais uma vez.

Sua risada ecoou estridentemente me fazendo fechar os olhos com força conseguindo finalmente despertar.

E essa foi a segunda vez que sonhei com Elizabeth Cooper.


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