Haruhi acordou relaxada, primeiramente estranhando o quarto onde estava, logo as lembranças voltaram a sua cabeça fazendo-a suspirar. Jogou os pés para fora da cama entrando em contato direto com o piso frio. Sentia-se sonolenta, havia conversado com Hikaru até altas horas e dormido no meio da conversa. Supos que ele havia ido para o próprio depois que adormecera.

Vestiu o uniforme escolar no banheiro do quarto e lavou o rosto conferindo os ferimentos não tão ruins. Arrumou os cabelos curtos como sempre e decidiu sair do quarto, seu estômago roncava. Viu-se perdida em frente a porta do quarto, não sabia por onde ir para chegar a cozinha. Pronta para virar a esquerda no corredor escutou a porta do quarto dos gêmeos ser aberta. Kaoru sai completamente, vestido e com a pasta da escola em mãos.

—Bom dia, Kaoru.

—Haruhi, bom dia. Como passou a noite? -Perguntou em seu típico humor.

—Ótima, obrigada.

—Venha, vamos tomar café, Hikaru está lá em baixo devorando alguma coisa.

Enlaçou o pescoço da menor com o braço direito e saiu a “arrastando” por toda luxuosa mansão. Naturalmente o acompanhou em silêncio, achando tudo cansativo. Ao chegarem no cômodo, ela percebeu ser o da noite anterior onde jantará. A mesa abarrotada de sucos e diversos pães e bolos variados. Na ponta da mesa, Hikaru devorava um bolinho que parecia ser de chocolate, ele a olhou por instantes e direcionou a atenção para o irmão que ainda se mantinha abraçado a ela. Kaoru compreendendo a situação puxou-a para sentar-se ao seu lado.

—Como o que quiser, se nada lhe agradar pode pedir ao nosso chefe. -Kaoru retrucou encarando o gêmeo.

—Ricos malditos. -Murmurou sua típica frase e poise a comer.

Entretida com a própria comida, não reparou a troca de olhares ferozes entre os irmãos Hitachiin. Kaoru estava disposto a testar a paciência do irmão, queria saber seus limites.

—Ha-ru-hi -Soletrou- Tem uma sujeirinha aqui, deixe-me limpar.

Kaoru se aproximou devagar enquanto ela o olhava confusa. Com a ponta dos dedos segurou seu queixo o inclinando para o lado, e com a ponta da língua lambeu o resto de glacê próximo ao canto dos lábios.

—Apenas me diga onde estiver sujo. -Retrucou normalmente.

—Não resisti. -Respondeu levantando as mãos.

Os dois se encararam por segundos quando Haruhi sentiu sua mão ser agarrada com Hikaru, ele a puxou da cadeira afastando do ruivo.

—O que acabou de acontecer aqui?! -Perguntou indignado.

—Apenas uma conversa no café da manha Hikaru.

—Hikaru o que está fazendo? -Perguntou ela inocente.

—Arggg! Venha comigo Haruhi.

O ruivo pegou a pasta de ambos e saiu em direção a garagem deixando Kaoru só, o rapaz olhou por onde o casal saiu e sorriu melancólico. Afinal quando dois irmãos se apaixonam pela mesma garota um deve ceder para ver o outro feliz. E Kaoru era o que cedeu.

—Que expressão calma é essa?

O ruivo a soltou longe o bastante dos funcionários na mansão.

—O que quer dizer?

—Kaoru quase te beijou agora mesmo. -Reclamou.

—Ele não faria isso. -Rebateu ela.

—Pare de agir assim, achei que estávamos juntos. -Falou mexendo nos cabelos.

Ela ponderou por um momento, pensando nas palavras certas, sabia do compromisso que havia assumido mas não estava disposta a mudar.

—Não fale como se não me importasse, Kaoru é seu irmão e se não percebeu ele estava o testando, com suas típicas provocações.

—Mesmo assim, o que acontecer se fizeram algo desse tipo novamente, vive cercada por homens. -Falou tentando manter a calma.

—Se não lembra, no momento sou um garoto em uma escola para ricos, um Host pagando uma divida por m vaso, claro que vou viver cercada por eles, até ontem você também era um deles. -Declarou lembrando do real motivo de estar no clube.

—Posso pagar sua dívida. -Sugeriu sem pensar.

—Não.

—Como assim não? -Afinal ela não queria se livrar do “ricos malditos”

—Me acostumei ao clube, e quero pagar minha dívida com meus esforços, depois de todo esse tempo comecei aos considerar meus amigos. Não diga uma coisa dessas novamente.

Respondeu por mim entrando no carro onde o motorista abria a porta, logo em seguida Kaoru apareceu percebendo o clima tenso, teria que conversar com o irmão mais tarde. E por fim Hikaru que não se atrevia a levantar os olhos e encará-la.