Ainda sou uma garota escrita por Mel
Notas iniciais do capítulo
Boa leitura!
Os olhos da garota brilhavam ao ver a farta mesa da sala de jantar, diversos tipos peixe e frutos do mar, carnes variadas e saladas coloridas, jarras de suco e água. Haruhi olhou ao redor reparando na decoração, as janelas de vidro escondidas pelas longas cortinas de cor salmão claro, a direita uma porta que dava acesso a cozinha da casa, e a esquerda a que haviam passado depois de desceram das escadas, em um canto duas empregadas uniformizadas, no centro a rica mesa de oito lugares com cadeiras bem estofadas na cor marrom escuro. Os irmãos ofereceram a mão para Haruhi e a levaram para a ponta da mesa, enquanto um puxou a cadeira o outro tratou de guiá-la até o acento como bons Host’s que eram, sentaram-se cada um de um lado da mesa e a encararam.
—Não fique com vergonha…
—Sinta-se em casa. -Hikaru completou a frase do irmão.
Ela assentiu ainda um pouco atordoada e começou a comer com sua calma característica de sempre, os gêmeos apenas observaram, já haviam jantado antes dos acontecimentos e não viam necessidade de fazer a refeição novamente, cada um perdido em seus próprios pensamentos que não notaram o tempo passar.
—Hikaru, Kaoru. -A garota os chamou. -Estão em que mundo.
—Perdão, já terminou?
—Sim. -Respondeu sorrindo.
—Mostraremos onde ira dormir essa noite. -Kaoru levantou-se e ajudou ela.
—Ou prefere dormir com a gente? -Os Hitachiin sorriram.
—Nem pensar.
—Estamos brincando, venha, o quarto fica ao lado do nosso.
Subiram as escadas em silêncio, os rapazes pararam em frente a porta ao lado do quarto que estavam mais cedo.
—Fique a vontade, se precisar nos chame.
—Ta bom.
Haruhi se despediu com um aceno e os viu entrar no próprio quarto. Ponderou em tentar dormir também, mas sentiu a cabeça cheia, entrou no quarto oferecido e agradeceu por haver uma sacada ali, andou até a beira e teve o vislumbre do jardim, sem lugar para poder sentar, decidiu se acomodar no chão.
Os primeiros pensamentos da noite vieram quando sentiu a brisa da noite bater em seu rosto, enfrentará tudo com indiferença como se o assaltante não a atingisse, temia deixar a máscara cair e não saber lidar com os olhares dos anfitriões, sabia que Tamaki a encheria se a visse chorar, e Honey e Mori tentariam protegê-la, Kyouya continuaria com seu caderno em mãos as sempre de olho, e os gêmeos, tinha receio de suas ações sempre exageradas como as de Tamaki.
Olhou o céu estrelado e sorriu lembrando-se da manha. Passou a mão no rosto e as sentiu molhadas, havia segurado o choro por muito tempo e agora o colocaria para fora, sozinha como sempre, os soluços saiam altos sem aviso prévio, tentou os abafar quando a sacada ao lado foi aberta. Encolheu torcendo para não ser escutada assim que Hikaru se debruçou sobre a proteção de ferro observando o jardim, Haruhi sentiu o coração se apertar ao lembrar que haviam brigado na escola e soluçou alto vendo o rosto do ruivo virar em sua direção.
—Quem esta ai? -Perguntou alto, ela nada disse e o viu se aproximar, entre as sacadas a distância seria de quase um metro e meio. -Haruhi é você?
A lua iluminou a escuridão quando as nuvens se dissiparam, com a pouca luz o rapaz consegui vê-la sentada. Rapidamente a garota se levantou e não olhou para trás quando escutou seu nome, trancou as portas de vidro e passou a cortina, andou em direção a cama e sentou recostando-se na cabeceira da cama.
Hikaru voltou para o próprio quarto se perguntando se não era uma alucinação o que tinha presenciado, Kaoru o olhou intrigado por um momento vendo a confusão estampada no rosto do irmão.
—Hikaru…
—Haruhi estava na varanda, parecia chorar. -Comentou.
—Não duvido, Haruhi não é impulsiva como você, ela prefere lidar com tudo sozinha. Lembra de quanto fomos a praia e ela lidou com aqueles caras e acabou no mar.
—Como esquecer? Agiu sem pensar e não achou que nos preocupávamos. -Respondeu frustrado.
—Hikaru. -Chamou suavemente. -Vá dar uma olhada nela.
—Mas Kaoru…
—Haruhi precisa de você, não se preocupe comigo. -Levantou para abraçar o irmão. -Não force seus sentimentos a ela, deixe fluir.
—Obrigado Kaoru.
O ruivo saiu em passos largos do quarto enquanto era observado por Kaoru que voltou para a cama, sabendo que a amiga e o próprio irmão estariam em boas mãos.
Secou as mãos suadas na calça do pijama e respirou fundo batendo três vezes consecutivas contra a madeira, sem resposta, repetiu o ato e nada. Relutante tocou a maçaneta e notou que a porta estava destrancada, abriu uma fresta deparando-se com o quarto escuro, ligou o interruptor ao lado da porta e encontrou a garota sentada na cama de olhos fechados e face avermelhada, aproximou cauteloso quando a viu abrir os olhos e o encarar.
—O que faz aqui? -A voz fina saiu em um tom frio.
—Vim ver como estava.
—Estou bem, pode me dar licença? Estou um pouco cansada. -Explicou estreitando os olhos em direção ao Hitachiin.
—Imagino depois dessa noite agitada.
—Estou inteira e já passou.
Respondeu simplesmente como se não ouve-se acontecido nada o que o irritou, deixando para la a tentativa de abordá-la sutilmente, fechou a porta do quarto e andou pisando forte em direção a cama, Haruhi olhava para outro lugar sem ser ele e se assustou quando sentiu o aperto nos ombros e a voz exaltada do companheiro.
—Como se matem calma? Achei que iria vê-la morrer. Mas até na hora daquele assalto sua expressão facial não era nada, por quê Haruhi, ainda por cima reagiu sendo perigoso!
—É normal uma pessoa reagir. -Defendeu-se.
—És uma garota ainda, por quê não pensa como uma e vive se metendo em encrencas, aja como uma garota que realmente quer e pare de dar uma de valente! -Gritou por fim totalmente sem folego.
—Me criei cuidando de mim, não pense que não estou feliz que foram ao meu resgate mas aprenda: Deve permanecer forte, mesmo que o seu mundo esteja desmoronando em torno de você.
—Iria morrer!
—Por mais forte que estava a parecer, acha mesmo que não estava com medo todo aquele tempo? Não sabe o alívio que senti quando vocês entraram na minha casa aquele momento, com frases toscas mas dispostos a me ajudar. Não sei o que passou pela minha cabeça ligar para você e Kaoru, se soubesse que levaria sermão a essa hora, não teria os chamados.
—Não fale isso. -Hikaru segurou os cotovelos da garota apoiando o próprio peso enquanto abaixava a cabeça. -É única para todos do Host, Haruhi, se alguém a machucar o procuraríamos em todos os cantos. Se um dia correr perigo, seja como hoje, ou um simples trovão como a última vez em que saímos de férias, ligue. Ligue para mim. -Levantou a cabeça e fitou os olhos castanhos que brilhavam em lágrimas.
—Hikaru. -Sua voz saiu em um sussurro. -Obrigada por ir.
—Claro que iria. Não vou deixar nada te machucar. Sempre foi eu e Kaoru, agora você invadiu nosso mundo e ocupou um lugar em nossos corações. No meu coração.
—Hikaru…
—Talvez não tenha notado como todos do clube se preocupam, Kyouya-senpai com aquele jeito de senhor das trevas se importa e nutre sentimentos por você, Tamaki-senpai também ele só é idiota por não perceber ainda. Haruhi, no começo te considerei um brinquedo para passar o tédio e logo a descartaria, mas nas férias em que saímos juntos pude perceber que não era nada disso. Você é desligada e muitas vezes não age como uma garota, parece ser mesmo um anfitrião, mas nada disso impede que eu a veja como uma mulher.
—Não sei onde quer chegar com isso Hikaru.
—Como disse antes, você é lenta demais. Haruhi eu gosto de você. Não como um brinquedo ou um amigo, eu realmente sinto algo. Eu te amo Haruhi.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Desculpem qualquer coisa.
Espero que tenham gostado.
Até a próxima!
BEIJOS
—Mel