Sasuke voltou para a reunião disposto a ir embora. De repente sentiu medo do que podia vir a sentir por aquela mulher tão peculiar. Ele não estava preparado para ceder a aquele sentimento que não nutria desde o colégio, com sua primeira namorada. 

Era a primeira vez que não sentia o desejo falar mais alto na sua mente.

E tudo isso o assustava. 

Saiu sem falar com Naruto, fingindo não o ver, e cuidou para ficar de fora da visão de Sakura. 

Era melhor assim. Além do mais, a rosada era irmã de Sasori, então seria impossível se aproximar. 

O Uchiha foi para casa. Precisava por a cabeça em ordem. 

[...]

Sakura procurou pelo Uchiha por um tempo, mas depois se deu conta de que ele havia ido embora. Questionando o amigo loiro, ela descobriu que ele e seu irmão tinham uma antiga rixa da faculdade, e que nenhum dos dois haviam superado. 

Naruto também a apresentou para sua namorada, Hinata Hyuuga, de quem Sakura gostou muito. Inclusive tirou uma foto com os dois, visando anotar quem ela era, assim como seu nome. 

Sua noite havia sido muito agradável, mas foi só quando todos foram embora, que Sasori puxou uma última pessoa para se sentar com eles no balcão. Seu nome era Deidara, o melhor amigo do seu irmão. 

— Você se lembra de mim, não é? — perguntou o loiro. 

— Sim, Deida-kun — ela riu. — Por quê? 

— Você tinha me perguntado se eu havia arranjado alguém... 

Sakura deu gritinhos, pulando de empolgação, o interrompendo:

— Vocês dois...? — ela riu. 

Os dois sorriram constrangidos, mas uniram as mãos, confirmando o que ela pensava. 

— Ai meu Kami! — Sakura os abraçou. — Estou tão feliz por vocês! 

— Você não acha, sei lá, estranho? — Sasori indagou, cauteloso. 

— Claro que não, nii-san — ela sorriu com doçura. — Quero que fique feliz, seja como for que escolha sua felicidade. 

Os três acabaram por arrumar eles mesmos o apartamento enorme, então Sakura descobriu que Deidara iria morar com eles por um tempo, e isso podia ajudar ela a manter sua rotina e agenda em dia. 

[...]

Ela mal podia esperar para começar a trabalhar de novo com a câmera. Não pelo dinheiro, mas pelas fotografias. Sasori e Deidara a haviam ajudado a transformar o quartinho de serviço no seu estúdio, já que o irmão não o usava pra nada. 

E em duas semanas tirando fotos por Tóquio, ela não se encontrou com Sasuke, até porque a rosada não se lembraria do rosto dele. Mas ouvia diariamente a voz dele no gravador da caneta, então, quando acabou empurrando um homem sem querer na fila de uma cafeteria, ela reconheceu. 

— Sakura? — seus olhos negros a fitavam, surpresos. 

— Hum, Sasuke..., certo? — ela sorriu, fechando um dos olhos. Ele sorriu de volta, confirmando. — Que coincidência te encontrar por aqui. 

— Eu estou trabalhando na construção no fim no quarteirão — contou o moreno. — E você? O quê faz por aqui? 

— Fotografando — mostrou a câmera. — O lago semi-congelado está simplesmente belíssimo. Me rendeu cliques incríveis. 

Sasuke sorriu mais ao observar a expressão sonhadora que ela adotou ao falar da beleza do inverno. Como conseguiu se manter afastado daquele brilho que só ela possuía? 

Mal percebeu quando a convidou para jantar...