Sasuke nem se lembrava mais da última vez que passara uma noite tão agradável com alguém. A Haruno não era apenas uma bela mulher... Ela era culta, inteligente, e sabia conduzir uma conversa agradável, mesmo que procurasse não se aprofundar em assuntos recentes. 

— Eu vou voltar para minha cidade natal no fim de semana — contou ela, depois de terminar um copo de suco. — Paris foi minha casa por muito tempo, mas eu já não me encaixo mais aqui. 

— Por quê? 

— Quem sabe um dia eu não te conte? — Sakura sorriu, se levantado. — Foi um prazer, Sr. Uchiha. Espero vê-lo em outras oportunidades. 

Então Sasuke a viu sair do restaurante, desaparecendo completamente do seu campo de vista. Sentiu algo dentro de si dizer que aquilo era errado. Ele não devia deixar ela ir. Nunca havia se sentido tão bem com uma presença feminina que não fosse sua mãe, Mikoto Uchiha. 

Mas era tarde. Como poderia encontrar aquela mulher novamente? 

— Tudo bem, Sasuke? — Obito perguntou, quando foi ver se ele estava sendo bem servido. 

— Sim, claro — Sasuke mentiu. — O quê está achando da inauguração? 

— Estaria mais feliz se Itachi pudesse ter vindo. 

— É, ele deu a maior força pro projeto — concordou ele. — A propósito, a safra deste vinho está maravilhosa.

— Escolhi pessoalmente pra você. Conheço seus gostos exigentes — Obito riu. 

[...] 

Sasuke mal via o momento de chegar na mansão da família, e conhecer o seu sobrinho que havia nascido naquela semana. Esse era o motivo do seu irmão não ter ido à Paris, na inauguração do restaurante. Ele mandara algumas fotos pelo aplicativo de mensagens, mas não era a mesma coisa. 

Recostado na poltrona do avião, o Uchiha se lembrou dos olhos verdes da fotógrafa, e do sorriso fácil. Como era possível que não conseguisse tirar aquela mulher da cabeça? Haviam apenas conversado por um tempo, e nada mais. 

Jamais havia se sentido assim. Nem as mulheres com as quais costumava passar uma ou duas noites, tinham ficado presas na sua mente daquela maneira. 

Tentou pensar em outra coisa, e, surpreendentemente, dormiu por boa parte do vôo de volta à Tóquio. 

Seu irmão o esperava no aeroporto para levá-lo pra casa.