Quem somos nós? Nós somos super-heróis! escrita por Doutor


Capítulo 7
Memórias passadas - parte final




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Seis dias antes...

Jason recebeu a visita de Joanne bem cedo. A garota trouxe café e alguns bolinhos e biscoitos. O jantar que tiveram no dia anterior fora realmente bom, mas Jason sabia que não poderia aprofundar seu relacionamento com a garota, afinal, estava ali com um objetivo.

Os dois começaram a tomar café e Jason percebeu que aqueles biscoitos caseiros eram realmente deliciosos. Joanne era uma ótima cozinheira e, no meio do café, ele disse isso. 

—Sério?  Obrigada. Pode vir jantar no meu apartamento essa noite.- disse a mulher, sorridente. Mas Jason sabia que não podia. Ele e Miriany haviam marcado outro encontro com Cornellio e ele sabia que iriam demorar. O encontro que tivera na noite passada com o mafioso foi produtivo, pois Miriany sabia como lidar com esse tipo de criminoso. Iriam encontrá-lo essa noite para negociações.

—Não posso. - disse. -Coisas do trabalho, sabe?

—Ah é? E você trabalha com o que? - perguntou a moça.

—Sou segurança particular.

—Ah! Está explicando a arma que você tem.

—Arma? - Jason ficou perplexo. Ela havia visto o revólver do homem. 

—Sim. Você tinha uma arma na cintura sob a camisa no dia que conhecemos. Eu sou... bastante observadora. - ela deu uma risada.

—Ótima visão. - ele sorriu.

—Bom, já que você não pode jantar,  que tal um almoço? 

Aquela proposta fez o homem pensar. Jason era bem cauteloso.  Tão cauteloso que se focava inteiramente em seus trabalhos. Mas fazia tempo que não falava com algum amigo ou saia com alguém. O último contato que tivera com um humano foi antes de sua assistente, Águia branca, morrer.

Mesmo sabendo que não deveria se aproximar da mulher, ele aceitou. Joanne ficou feliz e saiu do apartamento animada, enquanto Jason ficou pensativo. 

As horas passaram rápido e o almoço que tivera com sua amiga fora ótimo.  Joanne era tão talentosa na cozinha que Jason brincou sugerindo que ela abrisse um restaurante. Quando entrou nesse assunto,  a mulher disse que esse era o desejo dela,  mas as coisas estavam difíceis. Jason fingiu concordar enquanto pensava que ele tinha condições financeiras muito boas. Surgiu a idéia de ajudar a mulher após a missão,  mas logo se dissipou. Não poderia perder o foco.

Após o almoço,  o homem ficou a tarde inteira pensando e se preparando. Quando encontrou Miriany no local marcado,  os dois foram na moto da mulher até a mansão de Cornellio. 

Cornellio era um homem galanteador, com um sotaque italiano fraco, cabelos grisalhos e realmente belo. Tinha quase a mesma altura que Jason, que era bastante alto.

Para as pessoas comuns,  Cornellio era um simples dono de uma empresa de ternos famosa e elegante. Mas era esse o jeito que ele encontrara para lavar o dinheiro sujo que ganhava com venda de drogas, assassinatos, tráfico de órgãos, etc. 

Os dois foram recebidos pelo mafioso e logo foram para o escritório. Cornellio e Miriany começaram a discutir preços enquanto Jason ficava calado sob a sua máscara. 

—Encontramos o Vulcano! - quando Cornellio disse isso, Jason não pode deixar de ficar surpreso. -Três dos meus melhores homens irão ao esconderijo dele. E vocês liderarão essa equipe. 

Miriany olhou para Jason e os dois logo perceberam que teriam que improvisar quando chegassem no esconderijo de Vulcano.

Encontraram os três homens de quem Cornellio falara em um helicóptero.

—Há necessidade de um helicóptero? O quão longe nosso algo está?

—Escondido em uma região desértica no estado de Nevada. - disse um dos homens. 

O helicóptero levantou vôo e, durante a viagem, Miriany olhava frequentemente para Jason e ele podia ver a tensão de sua companheira. 

Chegaram em um local aonde havia uma antiga base militar abandonada em ruínas. Aparentemente houvera uma batalha ali e, pelas marcas de explosões, tanques amassados, armas inutilizadas e outros detalhes, Jason pôde perceber que, quando Destruidor veio para Terra, ele aparentemente havia visitado aquele lugar.

Entraram dentro uma base central e viram um elevador quebrado que levava para o subterrâneo. Os cinco seguraram nas cordas do elevador e desceram.

O local subterrâneo também estava tão destruído e inabitada quanto a base na superfície. Um corredor feito de ferro se estendia logo a frente. Amassados, marcas de tiro e de explosões enfeitavam as paredes e deixavam o ambiente mais tenebroso.

 Seguiram em frente até chegarem em uma entrada aonde levava para um grande salão. 

Diferente dos outros lugares, a iluminação no salão ainda funcionava, revelando um grande local aonde, aparentemente, haviam testes de armas novas. Jason não se focou no local, pois fora o primeiro a notar um jovem que estava distante. Esse jovem olhava para ele intensamente. Era John, seu filho!

***

Atualmente...

No dia seguinte, Jason acordou cedo e foi para a cozinha tomar seu café. Como havia ordenado, James entregou o café de Joanne na cama da mulher e cuidou dela e seus ferimentos. 

Jason foi para o salão de treinamentos e começou a aperfeiçoar suas habilidades com facas de lançar.

Suas memórias não paravam de ir para o passado.

***

Quatro dias antes...

 

 

 

Jason levantou de sua cama. Sua consciência estava pesada com o encontro que tivera com seu filho dois dias atrás. 

John o atacou, assim como atacou Miriany e os outros três. Mas no final, o homem não teve coragem de atacar seu próprio filho e matou dois dos três homens de Cornellio. O último fugiu.

Miriany foi embora, dizendo que não havia mais o que fazer ali e que o resto era com Jason. 

Ele já havia arrumado as suas malas e voltaria para a sua casa naquele dia. Joanne havia ficado triste com a notícia, mas se conformou. Jason fazia o almoço, pois ela o visitaria para comer em sua casa.

A campainha do apartamento tocou e ele deixou o frango no forno. Jason caminhou até a porta do apartamento, pegou a chave e começou a destrancar.

—Achei que você viria mais tarde. A comida ainda não está pro...-  o homem abriu a porta e foi interrompido por um soco na cara. Dois homens de Cornellio haviam vindo para pegar o homem.

Jason logo se levantou do chão e o maior dos dois começou a dar socos seguidos enquanto o homem esquivava de todos e procurava uma brecha. Enquanto isso, o segundo, de cabelos loiros e menor, veio por trás e segurou o homem enquanto seu parceiro investia socos fortes em sua barriga.

Jason deu um chute frontal no homem que socava a sua barriga e se jogou de costas contra a parede,  atordoado o homem que o segurava por trás. 

—Como souberam de mim? - perguntou Jason.

—Pegamos a sua amiguinha. Aquela putinha mentirosa. - disse o maior, correndo na direção de Jason para dar um soco. Ele esquivou e agora estava de frente para os dois e de costas para a saída. 

—Jason, o que está acontecendo? - soou a voz de Joanne atrás do homem. Ela trazia um champanhe nas mãos e estava mais arrumada que o normal para aquele almoço. 

—Joanne, sai d...- o loiro deu um soco no homem e o derrubou por chão.  Ficando por cima de Jason, ele começou acorrumadaquele investir vários socos enquanto Jason defendia seu rosto com os braços.  Joanne gritou e saiu correndo, mas o outro não demorou muito para pegá-la e traze-la de volta para o apartamento. 

A mulher se contorcia e tentava se soltar enquanto Jason ainda recebia os socos.

Vendo um momento de brecha do seu inimigo, Jason  investiu um soco no nariz do homem, que deu um grito de dor. Ele se levantou e correu até o homem que segurava Joanne, dando um soco em suas costelas.

O homem soltou a Joanne e Jason a empurrou para dentro da cozinha e fechou a porta.

O loiro, que agora estava com o nariz quebrado, tirou uma canivete.

—Está cercado. - disse, pois um estava em sua frente enquanto o loiro estava atrás. O maior correu para segurar Jason pelo pescoço enquanto o mesmo se agachada e dava um soco na barriga do homem.

Olhando para trás após esse golpe, ele viu o loiro levantando o canivete e investindo uma perfurada. Jason defendeu com o antebraço e a lâmina entrou dentro do músculo. A dor foi agonizante,  mas ele não tinha tempo para dar atenção para ela.

O loiro, que ainda segurava o cabo do canivete,  ia puxar a arma de volta, mas Jason deu outro soco no nariz do homem e tirou ele mesmo o canivete de seu braço. 

O grandão deu um mata leão pelas costas de Jason e o mesmo começou a dar golpeá com o canivete no homem que o enforcava com uma chave. O grandão resistiu, mas após o décimo furo que recebeu entre as costelas, ele cedeu e caiu no chão. 

O loiro olhou para Jason e para saída. Quando se virou para correr, Jason jogou o canivete, que acertou diretamente em sua nuca. Ele olhou para os dois corpos no caídos no chão do apartamento. Ofegante,  ele caminhou até a porta e a fechou, para evitar vizinhos curiosos. Foi até a cozinha e abriu a porta.

Joanne estava la; assustada e com lágrimas nos olhos. Ela olhou para Jason, que estava todo ensanguentado.

—Que... Quem eram? - perguntou a mulher,  tremendo de medo. Jason,  que estava com o rosto ensanguentado, o braço muito ferido e dores nas costelas, não respondeu. Joanne notou os ferimentos e logo ajudou o homem a ir até o quarto, deitou-o e... Jason desmaiou.

Acordou duas horas depois. Não havia curativos em seus braços e Joanne não estava lá. Ele foi até o banheiro, cuidou da ferida no braço, se limpou do sangue e foi até a cozinha. O cheiro de frango queimado tomara o local e ele logo desligou o forno.

—Joanne? - disse, procurando em volta. Voltou para a sala e viu que os corpos caídos não estavam mais lá,  enquanto a porta estava aberta.

—Joanne? - gritou mais alto quando viu o canivete fincado na porta, segurando um cartão da empresa de ternos de Cornellio. 

***

Atualmente...

Jason não havia encontrado Miriany, apenas Joanne. Ainda iria atrás de sua conhecida e se descobrisse que ela contou sua identidade secreta por causa de dinheiro, ele a mataria.

—Não... Cornellio deve estar com ela. - pensou alto. Ainda machucado da última noite e com a ferida de lâmina que recebera há quatro dias atrás,  ele vestiu sua roupa de justiceiro, deu uma ordem para James cuidar de Joanne, e foi atrás de Miriany.


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Notas finais do capítulo

Qualquer erro de português, me avisem. Corretor do celular é uma merda



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