Emília Bulstrode tinha se conformado com sua existência medíocre. Ela sempre foi desnecessária; A filha que ninguém queria ter, a colega de casa que ninguém lembrava, a bruxa que ninguém se importava.

Emília Bulstrode tinha se conformado com a falta de voz. Ela sempre foi pouco ouvida, um fantasma perdido na terra dos vivos, uma sombra de um mero alguém. Banida para as sombras das pessoas, sobrevivendo nos cantos, sem fé e nem rumo.

Emília Bulstrode tinha se conformado com seu destino trágico; Talvez morresse quando a guerra estourasse, ou até mesmo antes, ou com um pouco de sorte passaria o resto da vida em Azkaban. Para quem cresceu cercada de sangue e dor, a marca negra em seu braço não era nada.

Até ele aparecer.

Ele era tão simples; Não usava roupas caras, nem elegantes, era um mestiço e não tinha mais do que alguns trocados em seu bolso. Seu sobrenome não era famoso, seus pais tinham trabalhos simples e ele pertencia à casa dourada e vermelha. O que, em nome de Merlin, Emilia viu nele?

Ele também era simples em suas características; Não era tão bonito quanto Draco Malfoy, não era tão famoso quanto Harry Potter e não era a estrela de sua casa como Cedrico Diggory. Ele era.. um simples garoto. Um garoto de sorriso morno, olhos gentis e um pouco –adoravelmente —desajeitado. Por que, em nome de Morgana, Emilia se sentiu tão atraída por ele?

Ele vivia de modo simples; Nada de feitos grandiosos, nada de uma mente surpreendentemente brilhante, nada de ambições majestosas. Ele tinha um olhar tão.. simples sobre a vida. Como, em nome de Salazar, ela acabou apaixonada por ele?

Ela sabia a resposta: Ele, de todos no mundo, foi o primeiro a lhe enxergar. Ele viu nela, quando nem mesmo ela via, uma bruxa fantástica, com uma mente brilhante e uma voz digna de ser ouvida. Ele encontrou nela, escondido em sua armadura, alguém.

E graças a ele, Emilia entendeu que ela não estava fadada ao fracasso –não ainda, pelo menos.

Emília Bulstrode viu amor na simplicidade de Simas Finnigan.