Sansa não poderia deixar de se sentir nervosa ao ver a quantidade de homens acompanhava Jon através dos portões, ele estava a frente montado em um cavalo castanho enquanto aquela que ela pressupôs ser Daenerys cavalgava ao seu lado em um cavalo tão prata quanto os próprios cabelos da rainha dragão. As provisões de Winterfell sofreram gravemente com a guerra e um exército para alimentar não era exatamente o que precisavam.

Ela estava com saudade do irmão, porém nada comparado ao nível de ansiedade da Arya, ela podia sentir a energia emanando dela, Sansa colocou uma mão em seu ombro para confortá-la ao menos um pouco até Jon se aproximar o suficiente, dó depois ela teve oportunidade de comprimentar o irmão, porem Jon cortou para apresentar a rainha Daenerys.

“Winterfell é sua, sua graça” Sansa sentiu um gosto ruim na boca, “entregar “ winterfell assim, depois de tanto trabalho e luta para tomar dos Bolton, ela não podia esperar para ouvir o plano de Jon, ou suas desculpas.

Então ela viu, um homem se destacando entre aqueles que acompanhavam o grupo, afinal era pelo menos uma cabeça mais alto que qualquer soldado do exército de Daenerys. Não podia ser, ele certamente estava morto, metade dos sete reinos queria sua cabeça, mas quando seus olhos se encontraram teve certeza, seu cão de caça estava vivo.

# # #

         O banquete de recepção da rainha dragão foi o mais modesto que Sansa ousou, graças aos deuses ninguém pareceu notar. Jon fez a gentileza de manter a rainha entretida todo o tempo, ela fez uma nota mental para lhe perguntar o que em sete infernos ele está fazendo com a rainha, ela sentava ao seu lado direito e Jon estava o tempo todo trocando sussurros e risinhos com a mulher, esse jogo era perigoso quis avisá-lo. Estava hiperconsciente de uma presença durante boa parte do jantar, não precisava procurar, sabia a quem pertencia, ele estava bebendo menos ela percebeu aliviada, ainda podia sentir o cheiro de vinho e sangue do dia da batalha da água negra, percebeu também que ele conversava calmamente com Davos e Gendry, não se lembrava de ver ele conversando calmamente com ninguém, ele até parecia estar provocando Gendry por algo, deuses ele até sorriu, sem escárnio, sem malícia, sem ironias, sem máscaras, apenas um sorriso entre seus companheiros. De repente ele parece sentir ela encarando e seus olhos se encontram novamente, Sansa pode sentir seu rosto ficando quente, teve certeza que estava tão vermelha quanto seus cabelos, pega no flagra.

             Depois de um tempo ele se retira da mesa, e Sansa que estava apenas esperando o momento certo o segue para o lado de fora do salão.

“Não achei que te veria de novo passarinho”

“Eu também não, e é senhora de Winterfell agora” Sandor exala uma risada.

“Então agora é loba? Depois de te ver encarar a garota Targaryen, eu não duvido”

Se passaram alguns momentos em que nenhum dos dois sabia o que dizer, então ambos apenas olhavam a neve caindo no pátio.

“Me arrependo de não ter ido com você aquela noite” Ela o pegou de surpresa com a afirmação.

“Eu não, eu não era a melhor das companhias naquele maldito dia” Sansa rui levemente.

“É, talvez não, mas ainda assim duvido que seria pior do que aconteceu” Não fazia sentido esconder o que ela sofreu nas mãos do bastardo, mas ainda era difícil tocar no assunto.

“Sinto muito pelo que aconteceu” Ela não respondeu, não sabia o que dizer, e estranhamente estava com vergonha.

“O seu irmão que matou o Bolton?” ele pergunta depois de um tempo, ela sorri abertamente dessa vez.

“Eu o dei para alimentar os cães.”

# # #

Sansa sabia que ele precisava disso, era quase como um rito de passagem para que Sandor pudesse seguir para a próxima fase de sua vida. Sandor Clegane tinha que matar seu irmão.

Ele ia partir de Winterfell, na primeira luz do dia, não havia avisado ninguém a não ser ela, que então foi a única a ir se despedir.

Ela amarra uma fita azul que estava em seu cabelo no cabo da espada bastarda se nome que ele carrega.

“O que diabos está fazendo passarinho?”

“Lhe dando o meu favor” Responde com um sorriso.

“Eu não sou a merda de um cavaleiro”

“E eu não sou nenhuma donzela” Com isso ela deposita um beijo na lateral cicatrizada de sua testa.