WSU’s One Shots: Neves escrita por Gabriel Souza, WSU


Capítulo 1
Perseguida e resgatada


Notas iniciais do capítulo

Recomendo a leitura de “ Aracnídeo” antes de dar início à esta one shot.



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O cinza do asfalto já havia enjoado. Após 500 quilômetros e pouco mais de oito horas na estrada, Andressa já buscava parar para descansar na próxima cidade, no caso, a capital cearense, Fortaleza. A perseguição de John Soares era incessante, ele e seus homens a perseguiam à 3 semanas sem descanso, tudo o que ela podia fazer era lutar, fugir e tentar sobreviver e torcer para ver mais um dia amanhecer.

Ela odiava aquela maldita rotina.

— Tem certeza de que quer ir para uma capital? — Bernardo havia questionado da última vez que se falaram. — É mais fácil te acharem num local com tanta gente.

— Também é mais fácil pra se camuflar. — afirmou antes de desligar.

Àquela altura, ela já conseguia ver os prédios de uma das maiores, senão a maior, cidade nordestina. Cidade onde viviam os maiores cantores de forró da região, Andressa sorriu, aquele não era seu gênero musical favorito. Ligou o som do carro, esperava que seu antigo dono tivesse algum cd de Rock, infelizmente, só havia MPB, colocou Tribalistas e seguiu seu caminho.

 

 

 

***

 

A pousada em que se hospedara não era cara, ela não podia pagar por luxo, muito menos chamar atenção. A recepcionista era uma senhora de cabelos grisalhos, sua voz falha mostrava que trabalhava por necessidade, ela não tinha condições de continuar ali por muito tempo.

Após acertar tudo e ter seu quarto garantido ela agradeceu e foi para o cômodo, tomou um banho e se deitou na cama exausta. Mais um dia cansativo, além da viagem longa ela ainda se recuperava da última batalha contra os homens de Soares, eles estavam cada vez mais insistentes. Fechou os olhos aguardando o sono fazer seu trabalho.

 

 

 

***

 

Como toda corrompida, seus sonhos eram mais realistas do que o natural para humanos comuns, naquela noite, ela se viu transportada para quando era apenas uma criança. Deveria ter uns 8 anos, estava naquela sua casa velha de beira de estrada, as paredes roxas de seu quarto ainda estavam lá, os brinquedos sobre a estante se encontravam exatamente da forma e do jeito que ela deixara antes de ser obrigada a deixar seu lar para sempre.

A porta foi subitamente fechada, o ambiente mudou de coloração, o sol que entrava pela janela deixou de existir; o ambiente se escureceu e assumiu um tom avermelhado, sombras passaram a rodeá-la fazendo-a recuar. Vozes ecoavam pelas paredes, ela não conseguia distinguir todas, mas pôde perceber que algumas a xingavam, xingamentos como aberração, bastarda e sangue ruim. Tentou gritar de volta mas a sua voz não saiu. Logo após ouviu um grito, era sua mãe no andar debaixo, logo uma imagem veio à sua mente, sua mãe sendo esfaqueada, seu pai trancando-a no quarto e voltando para a sala de onde nunca mais sairia, pelo menos não com vida.

 

 

 

***

 

Acordou suando, reviver momentos como aquele ainda à afetavam. Tomou outro banho foi se arrumar, já com sua mochila nas costas. Trancou o quarto e foi direto para a recepção onde um jovem substituía a senhora da noite anterior.

Mostrou um sorriso para ela que foi retribuído.

— Tudo pronto é... Vanessa.

Andressa seguia a regra de nunca usar nomes falsos com a mesma Inicial que seu nome verdadeiro. Porém, tinha que admitir que havia semelhanças entre seu nome real e o fictício que utilizava naquele momento.

— Obrigada. — falou ao pagar em espécie.

— Já vai embora da cidade? — O rapaz perguntou interessado.

— Na verdade, não sei ainda.

Ele apontou para a mochila nas costas da jovem:

— Mochileira?

Ela deu um sorriso.

— Tão óbvio assim?

O rapaz esticou a mão em sua direção.

— Nem tanto. — brincou. — Sou o Mateus. Prazer em te conhecer — Fitou-a nos olhos, ela sabia que estava sendo flertada. — Gostaria de tomar um café hoje após o meu expediente?

Ela ponderou. Não gostava de criar ligações, porém achava que não faria mal um rápido encontro com aquele cara, ele era bonito e direto, fazia o seu estilo.

— Claro. Que horas?

 

 

 

***

 

O local que Mateus escolhera era bem reservado, um barzinho quase vazio, distante da cidade, um local tranquilo para se relaxar e passar a noite em paz. Para Andressa, aquilo era uma novidade, sua vida sempre foi correr e correr, desde cedo descobrira seus poderes e as consequências deles, por conta disso, sentia-se de forma esquisita ao estar ali, sentada naquela mesa, com um estranho ouvindo um show de acústico de Engenheiros do Havaí que tocava de fundo. Para ser sincera, ela nunca experimentara em toda sua vida algo tão normal para a vida de uma jovem adulta.

— Nervosa? — O rapaz de cabelos escuros questionou com um sorriso encantador no rosto. Andressa sentia-se estranha, não estava apaixonada, mas queria aproveitar aquele momento para relaxar.

Ao mesmo tempo em que sentia-se tranquila por estar vivenciando uma experiência normal, também sentia-se culpada por estar usando aquele rapaz. Ele não era nada, senão uma válvula de escape de sua rotina cansativa.

Abriu um sorriso falso.

— Na verdade, estava pensando, qual a probabilidade de eu sair para jantar com um cara que conheci à poucas horas.

Mateus deu um sorriso de canto de boca antes de tocar a mão da garota corrompida.

— Pois é. E então, quem é você, Vanessa?

Um flash passou pela cabeça da jovem. Seu nome era Andressa Neves, um corrompida que passara a vida lutando e fugindo de pessoas que odiavam indivíduos como ela. Essa forma de viver, não era o que ela desejaria para ninguém, apesar de concordar que a moldara, todas as suas experiências levaram-na a ser mais esperta e maliciosa do que a maioria, sabia usar seu charme para conseguir o que queria, tinha facilidade em se camuflar e infelizmente, não confiava em muitas pessoas.

— Sou estudante de psicologia, ou era… — mentiu — Mas sempre quis conhecer todas as capitais do país sabe? Tranquei a faculdade neste último semestre e comecei a viajar, mais três capitais e concluo a minha aventura.

Mateus alisou sua mão, ela estranhou, não gostava daquele tipo de contato tão cedo, porém manteve sua mão imóvel, queria ver até onde aquele rapaz iria chegar.

— Ah é? De onde você veio agora? E pra onde vai?

— Recife, vim direto de Pernambuco, já conhecia Natal e só passei uma noite rápida lá, na verdade. — Ela não estava mentindo, aquele realmente fora seu trajeto. Só omitira que fugiu da capital pernambucana. — Pra onde vou agora… ou São Luís ou Teresina, depois Manaus, com toda certeza. Gosto de viajar, acho que reparou.

Mexeu em seu cabelo com um sinal de flerte.

— Então não tem nada a ver com perseguições?

Um baque atingiu Andressa, como assim perseguições, o que aquele cara sabia?

— Como assim? — questionou atenta.

Naquele momento ela já observava o ambiente mais atentamente, haviam poucas pessoas no local, era um lugar calmo até demais. As pessoas não gritavam, não riam, nem se vestiam como deveriam para um local como aquele, muitos estavam com roupas realmente impróprias para aquele lugar, não havia nenhuma aglomeração de mais de três pessoas em um único lugar e todos pareciam ter conversas superficiais ou simplesmente fitavam-na de canto de olho.

— Ora, você sabe Andressa — reforçou este último nome. — Você é uma fugitiva da corp…

Antes que o rapaz à sua frente pudesse concluir, Andressa disparou uma descarga elétrica através de sua mão eletrocutando-o até perder a consciência. Levantou-se de sobressalto e se preparou para o que iria vir, mais uma batalha e mais uma fuga.

— Droga, vocês não desistem? — resmungou chateada, não faziam nem 36 horas desde a última vez que teve que lutar.

A resposta veio com todos apontando suas armas em sua direção, infelizmente ela não tinha super velocidade ou reflexos aprimorados para se esquivar daqueles projéteis quando foram disparados, então se viu forçada a gastar uma enorme quantidade de energia para acelerar as moléculas que circundavam seu corpo até criar uma barreira de combustão ao seu redor que derreteu todas as balas antes que a atingissem.

Um filete de suor deslizou por sua testa, aquilo realmente foi algo dispendioso para ela. Ergueu a mão esquerda e se concentrou para fazer o processo inverso do que havia feito, desacelerou todos os átomos entre sua palma e seus alvos, criando rajadas de gelo que derrubaram pelo menos quatro deles.

— Droga, eu odeio vocês. — reclamou já fugindo do local em direção à estrada.

Em meio a correria pôde ouvir eles gritando entre si, disparos eram efetuados em sua direção mas nenhum a acertava, seguiu caminho entrando num beco na esperança de despistá-los porém se viu encurralada logo em seguida, o local era apertado e não tinha saída.

— Desista Andressa, você sabe que não tem como sair daqui sem passar por nós. — Um homem alto e loiro falou, Andressa focou-se nele e disparou uma rajada elétrica em seu peito, fazendo-o despencar sem vida no chão.

— Tem uma saída, só não é a que eu busc…

Um disparo pegou-a de surpresa, ela conseguiu desacelerar o projétil, mas não o suficiente para não atingi-la em sua perna. Perdeu o equilíbrio e caiu com um joelho no chão, em sua canela, uma agulha estava fincada, haviam injetado algo nela.

— Mas que… — Antes que pudesse concluir percebeu do que se tratava. Era um rumor que ela não dava muito crédito, a Phoenix Labs e os laboratórios Gênesis haviam desenvolvido em parceria uma espécie de soro que tirava temporariamente as habilidades especiais de corrompidos, ela sentia aquilo naquele exato momento, sentia suas forças sendo sugadas.

— Não, não pode ser. — Negava-se a crer naquilo, era impossível, o sangue corrompido não era uma doença para ser curada, nada daquele tipo poderia existir.

Tentou concentrar-se para criar uma espécie de estalactite, porém não obteve resultado. Havia perdido seus poderes, pelo menos temporariamente. Respirou fundo, não podia se desesperar, ainda tinha que escapar dali e poderia se recuperar mais tarde.

— Vocês só complicaram um pouco as coisas, não quer dizer que me pegaram. — forçou um sorriso. Tentava ganhar tempo para observar o ambiente e suas chances.

O beco devia ter dois metros de largura, não haviam janelas nem escadas para ela usar como rota de fuga, o único caminho era a entrada que agora estava ocupada por uns quinze caras armados e treinados. Ela era boa em combate, mas contra todos eles… afastou o pensamento negativo da cabeça, precisava de foco, ia conseguir, sempre conseguia. Ela ia sair dali, seguir seu caminho e finalmente se encontrar com Bernardo, ele estava mobilizando corrompidos, algo bom estava se iniciando, ela sabia disso, tinha que estar viva para ver isso.

— Vai lá Andressa, você consegue. — murmurrou pra si antes de ir pra cima de quinze caras tão bem treinados quanto ela.

 

 

 

***

 

Seu corpo inteiro doía, porém sua cabeça era onde sentia mais incômodo, tinha levado uma coronhada, pelo menos essa era sua teoria, não lembrava-se completamente da luta, só sabia que não durou muito, mas que teve o prazer de derrubar pelo menos cinco daqueles filhos da puta.

Seu corpo balançava, provavelmente estava em algum veículo em movimento, talvez uma mala espaçosa, seus braços estavam amarrados com algo metálico, ela conseguia ouvir o som das correntes balançando. Mantinha seus olhos fechados pois uma parte de si queria muito dormir, seu corpo estava esgotado, aquela droga de soro sugara todo o restante de suas forças.

— Você está bem moça? — ouviu uma voz infantil, forçou-se a abrir os olhos, só então percebeu onde estava.

Era uma espécie de van, mulheres e crianças estavam amarrados, presos, naquele local escuro e úmido, o motorista devia estar com pressa pois o veículo balançava incessantemente. As pessoas com ela estavam todas surradas, cortes e arranhões eram visíveis, alguns tinham seus olhos e bocas vendados, outras dormiam como ela à poucos instantes.

— A quanto tempo eu…? — questionou ao conseguir sentar-se.

Uma mulher de cabelos pretos cacheados tomou a frente pra falar, era a que aparentava estar menos assustada, apesar de ser uma das mais feridas.

— Pouco mais de um dia.

Andressa se assustou, mais de um dia? Aonde ela poderia estar naquele momento? Bernardo nunca desistiria de procurá-la, entretanto, até lá, ela poderia já estar morta. Ela não veria a ascensão dos corrompidos, o fim daquelas perseguições desgraçadas, ela provavelmente seria mais uma dentre milhares de mortos neste período de caça às bruxas.

A van parou e os homens lá fora conversavam, Andressa pôde ouvir algumas pequenas coisas, juntando às peças ela chegou à conclusão de que elas estavam sendo vendidas, provavelmente para a Phoenix ou a Gênesis. Ela queria fazer algo, mas seus poderes ainda não haviam sido restaurados e mesmo que ela os tivesse, não tinha energia para usá-los sem provavelmente sacrificar sua vida em troca. Ela precisava bolar algum plano para sair dali sem poderes.

A porta se abriu e todas foram puxadas para fora, Andressa pôde perceber o lugar em que estava, o Porto de Suape, ela conhecia o local, tinha um casa naquela cidade, ela estava em Recife. Eles à haviam deslocado quase 800 quilômetros de onde estava, entretanto, havia chegado onde desejava, porém não da forma esperada.

Um cara vestido num uniforme que Andressa achou cômico surgiu de repente, ele mantinha um olhar fixo nos homens que as cercavam.

É um idiota. Pensou. Um cara só não conseguiria lidar com tanta gente, nem ela conseguira, imagina um maluco fantasiado.

— Eu já disse o quanto eu odeio pessoas como vocês? —Todos apontaram suas armas para o garoto, mais uma vez Andressa o xingou mentalmente, mas também sentiu gratidão, mesmo que não fosse admitir. — Não? Pois é, eu odeio.

Um tiroteio teve início e Andressa achou a brecha perfeita para tentar se livrar e livrar todas as mulheres e crianças que estavam acorrentadas como ela. Olhou em volta em busca de algo para se soltar, ficando livre poderia ajudar os outros.

— Ei! — Um cara gritou, ele percebeu sua movimentação. — O que está fazendo?

Aproximava-se dela com uma arma na mão até o ponto de ficar com os pés sobre a corrente que prendia a jovem corrompida.

Andressa tentou pensar em uma desculpa, mas antes que conseguisse, o homem efetuou um disparo que atingiu sua barriga, para sua sorte aquilo não era letal, apenas um tranquilizante. Arrancou-o antes que todo o medicamento adentrasse sua corrente sanguínea, concentrou-se e conseguiu emitir uma carga elétrica que transpassou por toda a corrente que a prendia, atingindo e nocauteando.

— Isso… vamos… — sentiu seu corpo pesar caindo de joelhos no chão, a visão estava turva e ela sabia o motivo, o sonífero, não teria o mesmo efeito de que teria se tivesse sido injetado por completo, mas ainda teria algum. — Vamos Andressa, aguenta, não dor…

Perdeu suas forças, ficou imóvel no chão, num estado entre o sono e o consciente, ouviu disparos, gritos, sons de lutas corpo a corpo e até sons estranhos sincronizados em diferentes localidades. Tudo se encerrou com um tiro, pouco depois alguém à levantou e apoiou sua cabeça em seu ombro.

— Quem são vocês? — É o que consegue perguntar.

O homem alto à coloca junto às outras pessoas, tinha um olhar distante, era um homem visivelmente cheio de conflitos internos.

— Se for para agradecer à alguém, agradeça ao garoto. — apontou com a cabeça para um jovem à alguns metros de distância, ele estava machucado e sem máscara, seu rosto era bonito, apesar dos machucados.

Andressa o fitou, o sangue que escorria em seu corpo era verde, como o dela, era como ela. Diferente daquele homem que a apoiava, ele era outra coisa.

— Obrigada.

— De nada. — voltou-se para outra garota que estava em prantos.

Andressa se levantou, recuperava os sentidos. Resolver observar o seu redor, por incrível que parecesse, aquele garoto e aquele cara misterioso haviam acabado com dezenas de homens que trabalhavam para o… JOHN SOARES, ele estava morto, seu corpo estava esticado a poucos metros, com um buraco de bala em sua cabeça .

Andressa comemorou silenciosamente, estava livre daquele canalha lhe perseguindo, claro que o preconceito não acabara, mas o desgraçado que transformava sua vida em um inferno estava morto.

Ela percebeu que alguém à fitava, era o garoto fantasiado. Mostrou um sorriso para ele e resolveu se sentar numa bancada próxima de onde observou ambos conversarem, ela pôde perceber dali que o garoto era um novato, estava fragilizado emocionalmente, pelo seu olhar para o corpo de John. Andressa pôde perceber que ele estava aliviado, porém ainda guardava alguma espécie de medo. Ela reprovou ao mesmo tempo que compreendeu aquele sentimento, ela crescerá lutando, mas sempre conhecia pessoas como ele, as coisas quase nunca acabavam bem, talvez ele fosse diferente. Tinha sobrevivido à uma grande batalha e saíra com vida de um encontro cara a cara com John Soares.

 

 

 

***

 

Após os dois salvadores do dia levarem todas os reféns para locais seguros, o garoto que se apresentou como Aracnídeo a levou para sua moradia na cidade, por coincidência ou não, Recife era seu destino final, e ela chegara lá com a ajuda de seus perseguidores.

— Está tudo bem? — O garoto lhe perguntou com um sorriso no rosto ao chegarem em frente à casa de Andressa, por um segundo ela pensou que estava sendo cantada por ele.

Mexeu em seu cabelo e o observou, por alguma razão sentia que devia confiar nele, mas buscava coisas que fizessem ele se tornar suspeito.

— Tá. — Respondeu friamente virando-se para casa, porém foi interrompida pelo jovem herói que queria saber mais sobre ela. Ele insistia em saber mais, mesmo com ela tentando focar no assunto nele ou apenas ignorá-lo.

— Quem é você afinal? Por que eles fariam algo contra você e aquelas pessoas?

Andressa suspirou. É, aquele cara não ia sair tão fácil e ela sentia que ele era confiável, mesmo que  lutasse contra essa sensação.

— Meu nome é Andressa. Andressa Neves.


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