—Mestre! Mestre! - Ladybug e Chat Noir entraram em sua sala cheios de energia e pressa

Mestre Fu geralmente sabia quando seus escolhidos vinham até ele, sentia como se fosse um dom. Porém, daquela vez, não fazia ideia de que orientação buscavam seus espíritos inquietos.

—Nós descobrimos quem é o Hawkmoth. - Chat Noir falou primeiro, jogando fora todo o seu desespero ao descobrir que seu pai era o vilão que aterrorizava Paris com seus akumas

—É Gabriel Agreste – Ladybug completou

Se para ela, que não era nada de Gabriel além de uma mera fã, já era dolorido, imagina para seu filho. Ladybug não queria obrigar seu parceiro a pronunciar a frase que ele passou a abominar.

O próximo passo era capturar ele para devolver seu miraculous ao Guardião. Hawkmoth estava com dois miraculous, o da borboleta e o do pavão e usava-os para tentar pegar os de Ladybug e Chat Noir, cuja missão era recuperar ambos os miraculous para voltarem para a segurança da caixa dos miraculous.

Agora que sabiam a identidade do vilão, não precisariam esperar que ele atacasse com seus akumatizados. O poder do miraculous da borboleta era dar poder para alguém e torná-lo seu seguidor devoto. Poderiam pegar o miraculous dele de outros modos, por isso prezavam tanto para o segredo de suas identidades. Hawkmoth podia usá-las contra eles, como usariam a dele agora.

Logo quando se revelaram um para o outro como Marinette e Adrien, acharam que acabariam com problemas de segurança por isso. Todavia, só eles sabiam e acabou que resolveu mais problemas do que criou. Agora que as máscaras haviam caído, puderam finalmente revelar seu amor um para o outro e terem seu tão sonhado romance.

—Imagino que precisem saber como proceder agora, lhes parece idiota sentar e esperar um akumatizado? - perguntou o Mestre e ambos assentiram

—Nós - Marinette fez uma pausa –Adrien, sugeriu que nos infiltrássemos na casa de Gabriel e pegar os broches quando ele não estivesse olhando. Ele... - ela parou meio preocupada – se ofereceu para fazer isso. Afinal, por ser seu filho já estaria lá mesmo e não teria suspeitas. Por favor, convença-o de que não vá! - pediu desesperada

—Marinette, escolhi Adrien para portar o miraculous da destruição por ter visto seu bom coração e sua coragem. Ele vai saber se defender de Hawkmoth, não se preocupe que essa missão não fará nada com seu namorado. – ela corou e Mestre Fu continuou, agora direcionando para Adrien -Não acho que essa seja uma missão para Adrien. Assim que chegar em casa, se transforme. Precisará de seu poder para enfrentar Hawkmoth.

—Mas e se ele for pego? - perguntou Marinette horrorizando a possibilidade

—Eu sou gatástico, My Lady. Não tem como ser pego. – disse confiante

—Darei um jeito de entrar em contato com ele e proteger o anel. Aliás, Adrien estará focado nessa missão. Não poderá ajudar você com os akumatizados.

Tal afirmação só deixava Marinette ainda mais aflita com toda a situação com que Mestre Fu concordou que Adrien se envolvesse.

—Devo escolher uma ajudante para caso um akumatizado apareça nesse meio tempo? - Marinette adivinhou

—Exatamente. - Mestre Fu pegou a caixa dos miraculous -Escolha um aliado em quem confie.

Marinette pegou o miraculous da serpente já imaginando para quem poderia dar se precisasse, mas prometeu para si mesma que esperaria pelo seu gatinho. Ela não trocaria ele por ninguém e esperaria o tempo que fosse para ele terminar a missão e finalmente todos os miraculous estarem seguros na caixa, inclusive o deles.

Depois que Marinette saiu para ir atrás de seu aliado, Mestre Fu chamou Adrien em um canto.

—Eu sei que disse deveria ir de Chat Noir para ter seus poderes a mão caso precisasse, mas se for pego não use seu cataclismo. - Adrien estranhou, porque o cataclismo seria muito útil em uma fuga.

—Deve guardar sua transformação. O mais importante é que ele não saiba quem você é, se usar o cataclismo, pode não conseguir sair antes que a transformação acabe. Se o disfarce cair, terá que fugir de sua família e não acho que seja isso que queira. Sem falar que sua fama como modelo o atrapalharia. - ele pegou um frasco com líquido roxo –Se for pego, beba isso. Fará você esquecer de Ladybug e então não poderá revelar nada nem sob a pior tortura de Hawkmoth. Só precisa escolher um ativador, para que volte a lembrar-se quando tudo estiver bem.

—Ele é meu pai, ele não me torturaria... - com um misto de decepção e desespero

—Não há nada que fique entre a humanidade e a sede de poder, meu jovem. Além disso, ele não sabe que seu filho é o Chat Noir.

Adrien não queria esquecer todo o amor que sentia por sua Lady, porém jurou que se sacrificaria sempre por ela. Considerando que a segurança de sua Lady estava em risco, era um preço baixo a se pagar.
...

Vitória estava muito atrasada. Ela se arrumou depressa, entrou no carro correndo e acelerou ao máximo. Era uma entrevista de emprego importante, não poderia perder. Não pôde usar sua melhor roupa ou se arrumar melhor por causa do tempo corrido, mas esperava acertar no mínimo na pontualidade.

Já dizia um velho sábio chamado Murphy: “Se alguma coisa pode dar errado, dará. E mais, dará errado da pior maneira, no pior momento e de modo que cause o maior dano possível.” Seu carro deu defeito no meio do caminho, ela tentou mexer no motor, torcendo para não ser nada, porém só serviu para que se sujasse toda.

Chegou no local atrasada e suja, disseram que já era tarde e era melhor ela voltar para onde veio. Mesmo assim, Vitória entrou e pediu para falar com seu possível patrão:

—Por que deixaram alguém tão imundo entrar aqui?! - disse com raiva -Você parece um rato de esgoto!

—É que eu...

—Fora daqui!

Vitória saiu chorando pela miséria que a aguardava depois daquela falha em pegar o emprego.

—Ratazana, eu sou Hawkmoth. Ele te chamou de rato de esgoto e não te contratou, eu te dou o poder de tornar ele o rato e o empregado. Mas eu quero algo em troca...

—Sim, Hawkmoth...
...

Ladybug não queria chamar ninguém para substituir seu parceiro, afinal ela sabia que ele seria bem-sucedido em sua missão. No final, ela nem teria que se dar o trabalho de purificar o akuma. O miraculous de Hawkmoth estaria em segurança antes mesmo de se transformar, ela confiava em Chat Noir.

Mesmo assim, ele não foi tão rápido e Ladybug teve que se transformar novamente para ir atrás de um akumatizado. Mesmo assim, não queria dar um miraculous a outro. Ficava com a sensação de traição, sentia que seu escolhido substituiria Adrien para sempre.

Ela percebeu que havia uma quantidade de ratos enorme pela cidade, o que a fez lembrar de quando enfrentou o Sr. Pombo, um akumatizado que controlava os pombos. Ela lembrou o quando Chat Noir foi importante naquele dia, ele os salvara de serem cocozados. Ela engoliu em seco com sua falta.

Tentou se lembrar de Sr. Pombo e como chegaram até o akumatizado. Eles seguiram os pombos. Então foi o que ela fez para chegar até Ratazana. Lembrou-se também que vários pombos começaram a voar para cima deles e eles ficaram impotentes para impedir a jaula em que foram presos. Dessa vez teria que estar atenta, a boa notícia era que ratos não voavam.

Mesmo não voando, eles estavam em número suficiente para que atrapalhassem sua locomoção. Ladybug teve que usar seu ioiô para se deslocar na maior parte do tempo. Até que ficou cara a cara com a akumatizada.

—Está sozinha, Ladybug? - falou provocativa

—Posso estar sem companhia no momento, mas ainda sou numerosa o suficiente para derrotar você!

Ladybug reparou que ela estava com uma flauta na mão, talvez tocasse ela para conseguir a obediência dos ratos. Deduziu que era lá que o akuma estava. Rapidamente, ela prendeu a mão da akumatizada e tentou puxar a flauta da mão dela. Porém, ela estava perto o suficiente para emitir algum som com seu sopro, ou talvez ela só precisasse soprar na primeira vez. O fato é que os ratos começaram a subir em Ladybug, lhe dando uma agonia tamanha que não segurou o instinto de sair correndo.

—Talismã! - ela evocou seu poder

Era um chaveiro com uma guitarra. É, talvez ela precisasse de ajuda.

—Luka Couffaine, este é o miraculous da serpente que concede o poder da hipnose. Eu preciso de sua ajuda para esta missão e ao seu fim você me devolverá o miraculous.

Luka não fazia ideia de porquê Ladybug havia escolhido justo ele para portar o miraculous da serpente, não importava quantas vezes Ladybug explicasse que foi ideia do talismã. Ele poderia acreditar nessa versão facilmente se não fosse ele ter escutado ela murmurar algo sobre substituir o Chat Noir.

Ladybug sentia que estava traindo seu gatinho dando um miraculous para Luka, porém a akumatizada, que além de controlar os ratos podia transformar as pessoas em ratos, daria trabalho e ela sabia que precisava de ajuda. Só queria poder ter a ajuda de seu amado parceiro. Não se sentiria bem fazendo zerou com outro.

—O plano é o seguinte, preciso que você distraia a akumatizada para que eu possa pegar a flauta dela. Para isso, toque sua harpa. Use seu poder, você deve conseguir roubar o controle dos ratos dela. Ela tentará recuperar e então eu pego a flauta. Vá na frente, para que ela não me veja.

Assim foi feito. Viperion tocou sua harpa e roubou o controle dos ratos de Ratazana bem na frente dela, para que ela soubesse quem que havia feito. Enquanto ela se ocupava de pegar o controle dos ratos novamente, Ladybug chegou por trás. Agora, não havia mais ratos que lhe dessem repugnância e ela pôde pegar a flauta e quebrá-la.

—Hora de aniquilar a maldade! Te peguei! Tchau, tchau, borboletinha! Miraculous Ladybug! - e jogou o chaveiro de guitarra para cima
...

Assim que chegou no quarto, Adrien ligou o celular e pôs uma música tocando, como já fez outras vezes para pensarem que tocava piano, e saiu como Chat Noir para o ataque.

Ele sabia exatamente por onde começar. Afinal, já sabia há algum tempo que pai tinha um cofre atrás do quadro de sua mãe. Se lá tinha o livro dos miraculous, o que mais poderia ter? Na verdade, Plagg, o kwami de Adrien, pensava que o próprio miraculous do pavão poderia estar lá. Porém, esse não era o ponto de agora.

Plagg poderia descobrir como ele abriria a passagem para o covil de Hawkmoth, no entanto não poderia se destransformar na frente das câmeras de segurança da mansão Agreste. Ele teria que descobrir a senha sozinho. Ele tentou cada ideia maluca e impensável que lhe vinha à cabeça, mas nada abria uma passagem para Hawkmoth. Ele tinha pressa. Tinha visto que outro akuma estava à solta.

Sua pressa não serviu de muito, ou talvez a pressa de seu pai fosse maior. Talvez até, Adrien não estivesse se esforçando demais para que pudesse manter viva a esperança de foi tudo um engano e outra pessoa era o Hawkmoth. O fato é que antes que Chat Noir pudesse entrar no covil de Hawkmoth, seu pai saiu dele.

Adrien teria ficado feliz em outros tempos, afinal nunca podia vê-lo e por isso, sua companhia era uma das que ele mais valorizava. O problema era que, naquele momento, não era Gabriel ali, era Hawkmoth. E ele não era Adrien, ele era Chat Noir.

Ele repassou mentalmente as indicações de Mestre Fu sobre se manter transformado e do que fazer se fosse capturado. Então apontou seu bastão para Hawkmoth e começou a lutar. Hawkmoth se defendia com sua bengala e para a surpresa de Chat Noir, ele era tão bom quanto ele.

Dessa vez, foi Chat Noir que sentiu na pele o que desvantagem numérica significava. Ele sempre estava junto de Ladybug quando encaravam um akumatizado. Agora, ele era um e Hawkmoth era dois. Nathalie, secretária de Gabriel, se uniu a seu pai na luta contra ele. Enquanto tinha que prestar atenção para não ser atingido pela bengala de Hawkmoth, tinha que cuidar para não ser dominado por Nathalie. No que falhou em algum momento.

Logo estava preso, e não em uma cela comum. Eram várias grades, uma dentro da outra. Assim, teria que usar o cataclismo várias e várias vezes. Adrien até achava que poderia sair dali, pois tinha camembert o suficiente para Plagg recarregar as suas forças. Mesmo assim, foi fiel ao guardião e permaneceu sem usar seus poderes para que pudesse ser Chat Noir para sempre.

Usou seu bastão para ligar para Ladybug, engolindo em seco pela notícia que teria que dar:

—My Lady, sinto muito.

—Eu não acredito! – ela estava num misto de triste e raivosa -Sabia que não deveria ter ido!

—O Mestre me ofereceu a solução para eu não abrir a boca quando as torturas viessem. – disse Chat Noir hesitante -Mas o preço é muito alto, My Lady. Eu não quero pagar! – ele estava triste

—É para a nossa segurança, gatinho. Se vai fazer você ficar bem, aceite! Não me importa o que é, sua segurança não tem preço. – disse carinhosamente -Tudo vai ficar bem. Somos uma dupla, não somos?

—Imbatível – ele respondeu lembrando de quando Chloé foi akumatizada

Sabia que logo Hawkmoth voltaria para o interrogatório e sabia que era hora de esquecer sua Lady. Era o preço amargo de sua segurança. Não poderia revelar nada sobre ela a Hawkmoth, isso era de suma importância. Ele não sabia o quão longe ia o esquecimento, só fechou os olhos bebeu e disse por uma última vez Marinette, enquanto sentia o significado desse nome se esvaia de suas lembranças.