Marinette estava completamente desgastada, machucada, cansada. Sentia que só tinha forças para empurrar o pé de Eiji o suficiente para que não esmagasse o seu corpo – o tanto que lutou hoje não era nada comparado aos dois cenários que enfrentou em Paris.

A situação estava caótica, guerra fora do palácio e dentro uma luta quase perdida.

Eiji empurrou mais o seu pé e ela sabia que não aguentaria por muito tempo. Graças ao Miraculous ainda estava resistindo, mas sem ele talvez já não tivesse mais condições de lutar – embora soubesse que era uma heroína com ou sem a joia, não podia deixar de reconhecer a resistência dada pela mágica do Miraculous.

A azulada pensou em Ladybug, nela como Ladybug. Sempre tinha um plano, sempre sabia o que fazer, sempre criava uma solução. Então precisava agir rápido para sair dali antes que Eiji conseguisse o que tanto queria, caso contrário, de nada adiantaria os esforços de todos fora do palácio.

— Você... Venceu. Nos deixe... Ir. – disse com dificuldade – Pegue o... Pegue o meu Miraculous. – o vilão sorriu e tirou o pé de cima dela, que relaxou no chão. Entretanto, quando se abaixou para pegar o broche, a azulada usou toda a força que ainda restava para bater com seu leque na cabeça dele.

O inimigo cambaleou para o lado e soltou Fu, que caiu no chão com dificuldade de respirar. Então Marinette se arrastou e pegou o escudo de Tortue, jogando em Eiji. Em seguida pegou a faca que antes Adrien tinha derrubado e se levantou.

— Você... – o vilão não terminou a frase e avançou na direção dela. Marinette usou toda a força que ainda restava para conseguir impedi-lo.

Enquanto lutavam, Adrien mordeu o lábio inferior com força e retirou a faca da sua perna se segurando para não gritar de dor. De soslaio encarou Fu, que assentiu.

— Marinette! – o guardião chamou a atenção dos dois guerreiros. Quando a azulada percebeu o plano, voltou para a luta mais rápido do que Eiji e cravou a faça no braço dele.

— AH! – gritou, embora planejasse continuar lutando, uma facada não iria impedi-lo. Porém Marinette chutou a perna dele para baixo, segurou o pescoço dele com seus braços e o virou de frente para o Agreste ajoelhado no chão, que rapidamente mirou e atirou a faca, acertando no peito dele.

Eiji grunhiu e deslizou até cair de joelhos no chão. Como Marinette sabia que o foco dele era assustador e certamente o homem poderia levantar mesmo assim, o golpeou com um forte chute. Então o vilão caiu desmaiado no chão, enquanto a garota deixou seu corpo cair tomado pelo cansaço e dor.

— Acabou... Pra você.

***

— Daremos início a mais uma reunião pós batalha. – disse Haylin – Felizmente não houveram baixas de Qiji e eu sinto que devo desculpas à sua equipe, mas principalmente a você Marinette. – a mais nova arregalou os olhos, mas permaneceu atenta – Não devia ter subestimado sua equipe. Vocês foram grandes responsáveis pela nossa vitória e por me salvar, então obrigada. – os sete apenas assentiram como um agradecimento silencioso.

— Como agradecimento... – Mestre Fu ficou de pé – O Conselho decidiu que você estão mais do que aptos para portarem seus Miraculous, portanto, aqui estão eles. – fez o sinal e Quon colocou as caixas com as joias em frente a cada um.

— Mestre... Isso é incrível! – Marinette comemorou – Muito obrigada.

— Vocês merecem. – sorriu.

Mais coisas foram discutidas na reunião e ao fim dela, a equipe dos sete amigos ficou dentro da sala para ter sua própria reunião.

— Eu decidi que vou ficar. – Chloé anunciou e todos encararam ela.

— Ficar aonde?

— Aqui no vilarejo. Somos parte do Conselho e eles vão precisar de ajuda pra ajeitar tudo depois da guerra.

— Isso é ótimo, mas você tem certeza? – Marinette questionou colocando a mão sobre o ombro da amiga.

— Tenho sim. Refleti muito sobre e este é o único rumo que eu vejo e quero seguir na minha vida. Além do mais, não é como se fosse a última vez que vocês vão me ver, eu ainda vou incomodar muito. – disse com os olhos marejados, assim como Marinette. As duas assentiram e se abraçaram, logo a equipe se juntou para um abraço coletivo.

— Bom, eu decidi que vou voltar para o meu país mesmo. No entanto, vou enviar alguns recursos para Qiji sempre que precisarem. – Ali falou.

— Já que está todo mundo contando seus planos, meus pais vão voltar para a Itália e eu meio que vou junto. Sempre que precisarem, é só me chamar. – balançou o telefone, fazendo eles rirem.

— E eu e Nino vamos dar um tempo no lance de super-heróis. Tipo umas férias. Mas a gente vai estar sempre por perto. – a morena disse, abraçando o namorado.

— E vocês? Lua-de-mel agora? – Nino questionou e Marinette e Adrien se entreolharam.

— Nah! – ela balançou a mão – Paris ainda precisa da Ladybug e do Chat Noir, então nós meio que vamos continuar as atividades.

— Só que em dupla, como nos velhos tempos. – o loiro sorriu, entrelaçou sua mão na da esposa e piscou para ela.

Naquele dia a equipe de super-heróis foi para caminhos diferentes, embora continuassem sendo grandes amigos. Na verdade, o time tinha se tornado uma família e como toda a família, brigavam, faziam as pazes e acima de tudo amavam e apoiavam uns aos outros.

Eventualmente lutariam lado a lado novamente. Mas naquele momento, Marinette e Adrien seguiram pelo grande caminho de mãos dadas, sabendo que continuariam sua jornada tanto como casal, quanto como heróis.

Ladybug e Chat Noir tinham consciência de que seu trabalho ainda não estava concluído, no entanto, era gratificante saber que graças aos dois, bem lá como começo, a era dos heróis foi iniciada. E se dependesse da dupla, ela não acabaria tão cedo.