Monocromático escrita por Agome chan


Capítulo 1
Monólogo


Notas iniciais do capítulo

Saiba que essa fanfic assim como: "Belo Adormecido", "O gosto pelo proibido" e "O que tem de bom no amor?" faz parte da saga semideuses, onde tem os personagens de Amor Doce no universo do Percy Jackson (só que sem os personagens de Percy, só os de AD mesmo). É uma saga do meu canal.

E essa oneshot está bastante relacionada ao poema em "O que tem de bom no amor?"
O link desse poema e da playlist da saga está nas notas finais

Novamente repetindo o que tinha na sinopse:

??” Lysandre é filho de Afrodite
??” Tsuki é filha de Hades. Ela e Lysandre namoravam



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Cores. O que são as cores das flores dos campos, vivas, como os outros seres, em relação às mortas em um boque? O que são as cores de um buquê em relação as flores falsas de plástico, não feitas e nem abençoadas por Deméter, mas pelos simples homens?

Flores vivas no outono irão se deitar e as do buquê precisam ir logo ao vaso, senão... e suas cores… caso o pior ocorra irão escurecer ao se “apagar”.

E as de plástico ficaram eternas. Numa eterna mentira.

Então foi isso, Lysandre?

Foi isso o que tivemos?

Era isso que meu pai viu ao encontrar Perséfone? Viu um ponto de luz em meio ao seu mundo de escuridão? Um ponto de cores fluidas, quentes, em meio a frieza e o cinza que lhe acompanha?

O meu mundo não era um todo cinza quando te conheci.

Tinha o calor das cores que minha mãe trazia em seus vestidos, em suas pinturas de caveira mexicana. Vibrante. Minha mãe sempre foi vibrante. Por isso Hades se apaixonou?

Pela a humana mexicana abençoada por Afrodite. Um anjo que caiu do céu. Literalmente caiu do céu, expulsa por Zeus e acolhida pelo meu pai.

Meus vestidos cheios de babados, meus chapéus, as sombrinhas, cores neutras ou não, eu tinha.

E minha irmã vibrante como minha mãe.

Eu não tinha tantas cores, puxei muito de meu pai, apesar de meus olhos... meus olhos, assim como os seus, são vividos. Vibrantes. Traços da família de minha mãe.

O rosado dela e o âmbar ancestral.

Heterocromia ampliada com o sangue semideus.

Não era toda num cinza. Tinha minhas cores faltas e as verdadeiras... mas não me era o suficiente. Eu precisava de mais. Você não precisava?

Por isso não se apaixonou pela Rosayla?

Me desculpe, não é algo que se diga.

— Não, não é.

Então me diga.

Meus olhos no momento em que encontraram o seu, eu senti e sabia que seria minha alegria, ou minha queda.

— Eu só queria ser tua alegria.

E não sentiu o mesmo?

— Eu senti, eu sabia. Mas tinha medo...

Do que?

— De te amar demais. Demais, demais, ao ponto de não me reconhecer, ao ponto de querer estar tanto com você, de querer ser parte de você, de ficar cego como... minha mãe ficou.

E não foi o que ocorreu?

— NÃO. Entenda... eu nunca amei alguém assim, nunca vou amar e não quero amar mais ninguém além de ti. Não preciso. Só preciso...

De mim?

— Mas não vou força-la a nada, longe de mim. O destino nos separou, mas se a momentos em que posso fechar os olhos e me conectar a ti em pensamentos para matar a saudade… que assim seja… que assim seja até se cansar de mim e finalmente seguir com sua vida.

QUE VIDA?

Que vida tenho se os deuses me tiraram tudo que amava?! Não tenho nada.

Não tenho vida, não tenho amor, não tenho nada.

Não sinto nada.

Eu tinha cores e você trouxe no meu mundo mais cores, cores que não conhecia. Agora ganharam um novo significado porque você me cativou.

Vejo o verde das gramas na primavera e lembro do verde de teu olhar, vejo o brilho do sol, o brilho do ouro e me lembro do teu olhar. O branco das nuvens como teus cabelos, do teu sorriso.

E agora vejo isso tudo e não me trás aquela alegria, me trás a angústia que não fui capaz de proteger você e estar ao teu lado.

— Foi minha escolha. Eu escolhi você acima de tudo. Me desculpe pelo sofrimento que minha escolha causou, me desculpe se meu corpo não aguentou as consequências e escolheu descansa para sempre. Mas não me arrependo. Só me desculpe se me conhecer te trouxe tanto sofrimento.

Me trouxe alegria. Me fez mais feliz do que nunca fui.

Eu te amo.

E tive medo de amar como meu pai amou sua esposa. Amor sufocante, dilacerador, que sequestra, leva contra vontade. Por isso que quando pensei que não me queria, fui embora. Se soubesse...

— Mas sabe que te amo agora. É o que importa. Que te amo loucamente. Que te amo de uma forma que dói e que me alegra. Que te amo e ponto.

Jamais faria o que meu pai fez com a Perséfone com você. Não é meu objeto, é meu amor e sou devota a esse amor, jamais machucaria você. Sofreria em silêncio sem você.

— Eu também, Tsuki. Você é muito mais amável que teu pai.

Tua mãe, Afrodite, abençoou a minha, talvez seja isso.

— Pode ser, mas minha mãe só vê amor, não vê caráter, nem o sofrimento nos olhos. É um amor egoísta o dela. Não o seu.

Mas eu sinto muito. Não sei se sou tão boa.

Não sou tão boa.

No final do dia eu sou filha de Hades.

No final do dia os deuses me tiraram você.

E então como a flores do campo as cores se perderam, porque eram as mais bonitas de todas, não era uma mentira, uma eterna mentira, como o Olímpico é. Como a imortalidade dos deuses é. Uma mentira perante as armas do submundo.

— Meu amor, o que está falando? O que você…?

Eu não irei seguir em frente.

Eu vou colorir o mundo que eles deixaram monocromático de rubro divino.

Amém.


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Notas finais do capítulo

Poemas | O que tem de bom no amor? : https://fanfiction.com.br/historia/757435/O_que_tem_de_bom_no_amor/
Playlist da saga semideuses: https://www.youtube.com/playlist?list=PL684qCFoMJVLGB8-0M6P9m2ji5NE8ad-6



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