Aquarela escrita por Ariane Munhoz


Capítulo 1
Em você, vi cores


Notas iniciais do capítulo

Comecei a rever FMA Brotherhood que nunca terminei, apenas o clássico, e aí me veio a inspiração pra essa pequena ficlet do ship hetero mais lindo do mundo dos animes. É mais uma reflexão do que fic de ship em si, mas gostei do resultado. Boa leitura!



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A brisa morna do alvorecer a atingiu da janela onde o observava. Soube que ele era arco-íris muito antes de perceber que o amava. A matiz de cores que o alcançava era uma obra de arte que deveria ser pincelada e guardada em um quadro pintado a óleo para a posteridade e por toda a eternidade.

Não sabia exatamente quando passou a se sentir assim, só que aquele sentimento fraterno passou a importar um pouco mais do que um simples amor de irmãos. Talvez tenha sido no momento em que Alphonse lhe disse que se casaria com ela porque havia ganhado de Edward em uma aposta tola, Winry não tinha certeza.

Só o que sabia era que seu coração apertava e ficava do tamanho de uma ervilha sempre que os via partir. Mas quando Ed ia embora, uma parte de si ia com ele—e não eram apenas as peças de automail que havia construído. Era o coração que batia em seu peito, a alma que vibrava sempre que estavam juntos.

Taquicardia também podia ser ocasionada pela raiva que aquele nanico lhe fazia passar, mas Winry tinha certeza de que era outra coisa. Os cabelos dele voavam ao sabor do vento, os olhos fechados enquanto, deitado na grama, apreciava aquele fim de tarde ao lado do irmão.

Tão jovens e já haviam passado pelo inferno mais vezes do que poderiam contar. E tudo o que Winry podia fazer era estar ali por eles sempre que precisassem.

Observou o momento em que Edward sentou-se e a luz incidiu sobre o dourado de seus olhos, tornando-se ouro líquido. Se pudesse eternizá-lo em uma moldura seria no momento em que virou-se em sua direção e sorriu, despreocupado com a vida e com todas as questões que sempre lhe tiravam o sono e traziam pesadelos dos quais acordava gritando.

− O que está olhando? – questionou, pronto para provocá-la com alguma gracinha enquanto se colocava de pé, até ficar diante dela. Pensou em dizer algo agradável, como elogiar seus olhos ou a cor de sua pele. Até mesmo sua maturidade e a forma como não havia quebrado apesar de tudo pelo que já havia passado.

− Que você continua um tampinha apesar de todos esses anos. – provocou com um sorriso matreiro.

− QUEM VOCÊ ESTÁ CHAMANDO DE TAMBORETE?! EU NÃO SOU TAMPINHA COISA NENHUMA! – bravejou enquanto Alphonse dava risinhos, com tapinhas amigáveis em suas costas.

− Venham jantar, seus barulhentos! – Pinako gritou do interior da pequena casa onde residiam.

− Ed? – Winry o chamou quando o alquimista passou por si. Ele virou-se em sua direção, o olhar de dúvida defensiva pairando no ar, esperando pelo momento de outra ofensa que viria da mecânica.

− Hm?

Encararam-se por um breve momento, o azul de seus olhos encontrando as areias douradas do olhar de Ed como uma aquarela de duas cores. Foi como se o tempo parasse e até mesmo a brisa se suspendesse apenas para que pudessem vivenciar aquilo.

− Nada.

Algumas coisas são compreendidas sem precisar dizer.


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Notas finais do capítulo

Essa frase do final que também é a sinopse foi dita pelo Hughes para Winry quando ela vai pra cidade Central arrumar o automail do Ed. Achei que valia uma reflexão sobre ela que me rendeu essa ficletzinha do casal. Espero que gostem! Nos vemos nos comentários!



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