Uma canção de Josep Puigdemont escrita por Braunjakga


Capítulo 8
A rasteira




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/776417/chapter/8

VIII



No final, Carles voltou para a praia da barceloneta.

Encontrou Maria sentada, Meritxell dormindo ao lado dela.

         Na feira, Carles sentiu que estava sendo seguido por alguém. Saiu pela lateral de uma das barracas e deu de cara com a praia de La Barceloneta novamente, tentando se reencontrar com Josep.

Quando Josep se aproximou de Carles o bastante para reconhecê-lo, gritou, correndo:

— Volta aqui Carles!

— Josep, você tá aí, é? Eu tava te procurando… Pra que tá correndo?

— Volta aqui, Carles, seu filho de uma rapariga!

Carles parou há cerca de uns dez metros antes de chegar no banco onde estava Meritxell.

— Qual foi, Josep?

— Qual foi o que, cara!

Carles viu que alguma coisa de errada havia acontecido com Josep.

O ferreiro estava com o punho direito no ar e corria direto para ele, querendo acertá-lo.

O malandro sabia que levar um soco da mão volumosa e calejada de Josep não seria nada bom.

Esfregou as palmas das mãos.

Uma espécie de círculo luminoso verde apareceu na palma das duas mãos.

Uma rajada de ar se formou nas mãos dele e ele arremessou com tudo contra os pés de Josep.

Ele tropeçou e bateu a boca no chão.

Levantou-se com a boca sangrando e os dentes trincando de raiva.

Preocupada, Maria correu até eles e Carles foi tentar levantar o amigo, mas Josep ergueu-se sozinho, levantou as mãos contra ele e empurrou-o contra Maria.

         Os dois trombaram e caíram um em cima do outro no chão.

        – Hey, cara, que negócio é esse?

        – Vocês são tudo um bando de filhos da rapariga!

        – Qual foi cara?

        Josep se aproximou de Carles, chutou-o com vontade e agarrou-o pelo colarinho:

        – Vamos voltar pra Girona e se preparar pra ir pra Gibraltar! Vamos voltar pra Girona e se preparar pra ir pra Gibraltar ou eu quebro essa sua cara aqui, cara! Você pode ser malandro, mas eu sou mais forte que você! Vamos embora daqui!

Josep jogou Carles contra Maria novamente e ficou olhando os dois até dar as costas.

Até mesmo passou pelo banco onde estava Meritxell e esqueceu da menina.

O sol da tarde já estava se pondo tornando o céu azul em laranja e a brisa marinha começava a ficar mais e mais fria.

O povo na feira estava diminuindo e algumas barracas eram desmontadas e postas na carroça.

Maria olhava os dois assustada.

— O que aconteceu com vocês dois!

— Cala a boca, Maria!

Carles pegou Meritxell no colo e andou alguns metros na areia atrás de Josep.

— Você vai pra Gibraltar, não vai?

— Mandei você calar a boca, Maria!

O grito de Carles fez Meritxell despertar chorando novamente, depois de tanto trabalho que deu para fazer ela dormir:

— Cadê o papai?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Uma canção de Josep Puigdemont" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.