Não aguento mais ficar nesse quarto, já faz uns dias que acordei e que Thiago não me deixa sair, juro que se eu descobrir que ele apenas me quer aqui para ficar grudado na Lorena, eu mato eles. Me levanto da cama e vou para a sacada, mas assim que minha pele exposta toca a luz solar eu me queimo. 

—Ai.

Olho para a luz e depois para meu braço confusa. Meu braço está vermelho mas logo some pela minha regeneração avançada, saio de perto da sacada e volto para a cama, pego meu celular e mando uma mensagem para a Jhenny. 

Eu: Temos um problema.

Não demorou ppara ela visualizar minha mensagem e responder. 

Jenny: Que problema? Você está bem, Juh?

Eu: Mais ou menos. Você poderia vir aqui com o Thiago?
 É algo importante que não sei como explicar.

Jenny: Claro, daqui a pouco estamos ai. 

Eu: Obrigada.

Um tempo depois ouço  baterem na porta, vou correndo até ela e a abro revelando minha prima e meu noivo com uma feição de preocupados. Os puxo para dentro e fecho a porta a chave, não quero e não posso ser perturbada agora.
Eles ficam me olhando enquanto ando pelo quarto evitando os raio de sol, até que Thiago quebra o silêncio.

—O que está havendo, Juh? E por que está fugindo da luz solar?
—Bem... É exatamente por isso que os chamei aqui...
—Como assim - Jenny me pergunta confusa -, Mary? 

Respiro fundo e vou para perto da sacada, ficando do lado do raio solar sem o tocar, na sombra. Olho para eles e depois para minha mão.

—Observem e não surtem, por favor.

Eles confirmam apreensivos e eu segurando a respiração levo minha mão tremendo até a luz solar, assim que é exposta a carne começa a queimar. A tiro do sol a balançando e respirando fundo para não chorar por causa da dor que vai passando de pouco em pouco, viro meu olhar para eles que me olham assustados e Jenny diz com a voz tremula.

—Como isso é possível? Você... eu... nossa família... não podemos os machucar com o sol... Somos originais... não tem como!!

Começo a entrar em panico por causa do panico dela, o que me faz voltar a andar pelo quarto. 

Meu Deus o que devo fazer? O que está acontecendo comigo? 

Sou pega em um abraço forte e tranquilizador, devolvo o abraço e respiro fundo me recompondo. Sinto alguém nos abraçar também mas não tenho coragem e nem forças para ver quem é. Lágrimas descem pelo meu rosto, molhando o uniforme dele.

—Shhh, calma. Respira Juh. Vamos encontrar algo para te ajudar, calma... 
—Promete?
—Prometo.

Ele me leva até a cama e se senta comigo em seu colo, me mantendo longe do sol e Jenny vem e se senta do outro lado e fica fazendo carinho no meu cabelo. Acabo adormecendo sendo mimada pelos dois e nem ouso pensar no que a July e meus tios vão pensar e falar quando descobrirem o que houve comigo.