Romance Proibido escrita por Juliana Lorena


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente. Nesse capítulo vamos conhecer um pouquinho mais da Mel que vai ser muito importante na história. Foto da Mel no link no início do capítulo. Boa leitura.



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POV. MEL

Não fazia nem um dia que Ally havia ido morar com sua nova família e eu já estava me sentindo muito sozinha. Ela é minha única amiga e a gente fazia praticamente tudo juntas. Ela é minha irmã de coração e eu estava imensamente feliz por ela ter realizado seu sonho de ter uma família novamente, tudo que eu queria era a felicidade de minha irmã, mas ficar longe dela era extremamente difícil. Agora eu só teria a companhia dos livros, eu era totalmente diferente de Ally, ela se dava bem com todos, era muito sociável e extrovertida. Eu sou bastante tímida e não consigo me socializar muito, então sem Ally, eu ficava bem isolada e retraída. Eu amava estudar e ler livros de romance e esses eram meus companheiros agora. Vim parar no HHCH logo após fazer 10 anos, cheguei alguns meses antes da Ally. Antes dela chegar, eu não tinha ninguém com quem conversar e havia acabado de perder minha melhor amiga para a leucemia. Meu pai morreu antes de eu nascer, eu não sei muita coisa sobre ele, minha mãe não gostava de tocar no assunto. A única coisa que sei é que a família de meu pai não aceitava a relação dele com minha mãe por ela ser pobre e cortou relações com ele, então eu nunca soube quem são meus familiares por parte de pai. Provavelmente, eles nem sabem da minha existência. Quando minha mãe ficou grávida, meu pai já estava doente e morreu algum tempo antes de eu vir ao mundo. A minha vida toda fomos só eu e minha mãe, ela cuidava de mim com tanto amor e dedicação. Ela era a pessoa que eu mais amava no mundo, só tínhamos uma a outra. Quando mamãe descobriu que estava com leucemia, ficamos arrasadas e a doença foi a consumindo. As sessões de quimioterapia acabavam com ela, até que ela não respondeu mais ao tratamento e faleceu. Meu mundo desmoronou, fiquei totalmente sem chão. Eu não tinha mais ninguém, o que iria fazer? Teria que ir para um orfanato, para um lugar desconhecido, esperar que pessoas desconhecidas quisessem me adotar. Isso era um pesadelo. Talvez você se pergunte: E a família da sua mãe? Minha mãe era filha única e já tinha perdido os pais. Eu realmente estava sozinha no mundo. Quando Ally chegou no orfanato, ela estava com o coração quebrado assim como eu e encontramos uma na outra um pouco de consolo. Ajudamos uma a outra a colar os caquinhos de nossos corações, tão feridos por terem perdido as pessoas mais importantes de nossa vida. Acredito que a situação de Ally era ainda pior que a minha, ela havia perdido os pais em um acidente, tão repentinamente e pior ainda, havia presenciado tudo. Eu já sabia que podia perder minha mãe a qualquer momento para o câncer, mas nós nunca estamos preparados para perder alguém. Nunca estamos preparados para dizer adeus. Ouço batidas na porta, me levanto da cama e vou ver quem é. Era a senhora Mary.

—Melissa, querida, me acompanhe até minha sala, por favor. – diz com um sorriso. Fico sem entender, mas faço o que ela pede. Senhora Mary não costuma me chamar na sala dela, a não ser para ser apresentada a algum casal para adoção. Chegando à sala de senhora Mary, vejo uma mulher ruiva e de aparência bem jovem sentada.
— Bom, senhorita Marina, aqui está a Melissa, vou deixar vocês duas conversarem, com licença.- diz senhora Mary saindo e me deixando sozinha com a estranha. Ela era muito bonita e muito jovem. Tinha cabelos longos e ruivos, olhos verdes e tinha uma estatura média.

— Oi, Melissa.- disse me analisando. – Você deve estar se perguntando quem sou eu, não está? Venha e se sente, eu vou explicar tudo. – fiz o que ela pediu e fiquei esperando. Eu estava muito curiosa. – Bom, sei que vai parecer estranho o que eu vou te dizer, mas a verdade é que eu sou sua tia.- Quase engasguei com a minha própria saliva. Minha tia ? Como assim?
— O-o quê?- pergunto gaguejando.
— Sim, eu sou sua tia. Marcos, seu pai, era meu irmão. Eu sou a irmã caçula dele.- diz sorrindo gentilmente.
— E como você me achou? Por que só agora? A família do meu pai nem sabia da minha existência, nem aceitaram a minha mãe. Como você me descobriu? – pergunto tudo de uma vez, eu costumava falar muito quando estava nervosa. E nesse momento, eu estava bem mais do que nervosa. Estava surtando.
— Sim, a minha família nem sabia da sua existência até alguns dias atrás, mas a minha mãe contratou um detetive para investigar a vida da sua mãe e ele descobriu que ela havia morrido há muito tempo e que a filha dela estava nesse orfanato, eu logo liguei os pontos e minha mãe também, sabíamos que você só poderia ser filha de Marcos ,mas ela disse que não aceitaria uma filha dele com a Diana, minha mãe nunca aceitou o relacionamento de meu irmão com a sua mãe por causa da condição financeira dela, eu era muito jovem na época e não entendia as coisas, não sabia o que tinha acontecido com Diana depois da morte de Marcos, mas agora quando eu soube que meu amado irmão havia me deixado uma sobrinha e que ela estava em um orfanato, eu quis logo vir atrás de você. Eu quero que você venha morar comigo, Melissa. Quero te tirar daqui. Se eu soubesse antes que tinha uma sobrinha, você nunca teria vindo para cá. Minha mãe é muito arrogante e queria que Marcos se casasse com alguém do nível social dele, mas ele se apaixonou perdidamente por sua mãe e nada do que minha mãe fez foi capaz de separar os dois. Às vezes eu não acredito que ela é minha mãe, como ela é capaz de renegar a própria neta? Mas eu quero cuidar de você. Quero que viva comigo. – disse ela emocionada com lágrima nos olhos. Eu estava totalmente sem palavras, era muita coisa para digerir, muita coisa para pensar. Eu tinha uma tia e ela queria que eu vivesse com ela. Essa era minha chance de sair daqui , de ter uma vida lá fora novamente e eu não podia desperdiçar. Ela me olhava com expectativa ainda chorando, ela havia sido sincera, ela não sabia sobre mim e quando soube logo veio me procurar.
— E então, você vem morar comigo em Nova York? – perguntou ansiosa.
— Em Nova York? – perguntei sem acreditar. Eu nunca havia ido a Nova York e agora moraria lá?
— Sim. Eu sou estilista lá, tenho meu ateliê, você vai adorar a cidade. Nova York é incrível. – disse sorrindo.
— Tenho certeza que vou adorar. – digo sorrindo e ela sorri também abertamente. Quando uma chance dessas bate na sua porta, você não pode recusar. Eu tenho uma tia que parece ser muito legal, sairia desse orfanato finalmente e ainda moraria em Nova York, como recusar?
— Então vá arrumar suas coisas, eu já acertei tudo com a senhora Mary, só precisava saber se você aceitaria. Vamos embora hoje mesmo.- diz ela batendo palminhas como uma criança. Ela realmente estava feliz por ter me encontrado e eu também estava. Eu tinha muitas perguntas, é claro, mas isso poderia esperar. Nunca estive tão feliz nos últimos 7 anos como estou agora. Arrumei minhas coisas que era poucas e fui novamente para a sala de senhora Mary, me despedi dela e fui com minha tia para o aeroporto. Ela estava eufórica. Ela era realmente muito jovem, tinha apenas 25 anos, tinha um namorado chamado Mark e morava em um apartamento em frente ao Central park. Que sonho! Sempre quis conhecer o Central park e agora moraria em frente a ele. Ally ama o Central park, é o lugar favorito dela. Adeus, HHCH. Olá, Nova York.

POV. AUSTIN

Pregar uma peça a marrenta foi tão divertido, contei a Dez e Trish o que eu havia feito e novamente ela disse que eu sou um verdadeiro babaca e que ainda vou acabar me dando mal. Que nada! A esquentadinha me ameaçou, é claro, dizendo que vai se vingar, mas eu duvido muito. Estava conversando com o Dez e Trish quando a Brooke me aparece parecendo um vulcão entrando em erupção. Ela estava irada.
— Oi, amor. – diz me dando um selinho. – Você acredita que os nerds não estão mais me respeitando? – disse como se isso fosse a maior catástrofe do mundo.
— Como assim? – eu disse confuso.
— Aquela aluna nova, eu percebi na aula de matemática que ela é a maior nerd e fui pedir que ela fizesse a minha lição e a das minhas amigas, mas ela jogou os nossos cadernos no chão e pisou em cima. – disse se fazendo de vítima. Dez e Trish começaram a gargalhar e eu me segurei muito para não fazer o mesmo. A cena deve ter sido hilária.
— Vocês estão rindo de quê? Isso não é engraçado. Quem aquela garota pensa que é?- Trish já ia levantar e falar umas boas pra ela, mas eu fiz com que ela se sentasse novamente.
— Brooke, ela não tem obrigação nenhuma de fazer a sua lição. Você achou mesmo que ela ia aceitar você querer fazer ela de escrava?- Brooke me olhou indignada.
— De que lado você está? – perguntou com raiva.
—Do lado da justiça, você acha que pode mandar em todo mundo aqui, mas não é assim. Você não é melhor do que ninguém e ninguém é obrigado a fazer o que você quer. Você não é a princesa que acha ser nesse colégio. Eu apoio a Allycia. – O que eu estava fazendo? Defendendo a marrentinha? A verdade é que eu estava cansado de Brooke se achar o centro do universo. E se era a marrenta que iria mostrar pra ela que o mundo não gira ao seu redor, eu estava do lado dela nisso. Isso não significa que eu goste da marrentinha. Brooke bateu o pé no chão, bufou e foi embora.
— Você defendendo a Ally? Essa é nova. – disse Trish.
— Brooke tem que aprender que ela não é a princesa do mundo.
— Brooke tem que se mancar, que menina insuportável. E Ally é demais, ela é a única que não teve medo de encarar a cobra além de mim. – diz ela sorrindo. Admito que a marrentinha é corajosa. Ninguém nunca encarou Brooke além de Trish. Isso me faz ter um pouco de medo do que ela pode fazer comigo pela minha brincadeira de hoje. É melhor eu ficar de olhos abertos com ela. Pelo visto ela não tem medo de nada e disse que pegaria pesado comigo, mas o que ela poderia fazer? Saio de meus pensamentos quando Elliot aparece.
— Pronto para amanhã, Austin? – diz ele sorrindo irônico. Eu já disse como o odeio? Se não, estou dizendo agora. Se sim, gostaria de reforçar.
— Estou pronto sim, só espero que o capitão não ferre com o time. – digo devolvendo o sorriso.
— Achei que você fosse um perdedor melhor, Austin.- disse zombeteiro. Deus me ajude a não quebrar essa cara cínica, porque vontade não falta.
— Pelo menos eu não preciso subornar ninguém pra ganhar nada. Eu tenho talento, Elliot, não que você saiba o que é isso.- Seu sorriso cínico morreu. Ponto pra mim.
— Nos vemos amanhã, Mônica.- disse ele enfatizando meu nome do meio. Ele sabia que eu odiava meu nome do meio e usava sempre que não tinha argumentos, mas queria sair por cima. Idiota! Ele e seu bando idiota vão embora. Amanhã seria um jogo muito importante. Jogaríamos contra outra escola de Miami e se ganhássemos iríamos disputar as estaduais. Ou seja, tudo tinha que dar certo. Eu daria o meu melhor para ganhar e quem sabe um dia chegar ao Mundial, onde jogaríamos contra escolas de outros lugares do mundo. Eu amo jogar futebol e se não fosse pela trapaça do Elliot, eu seria o capitão do time. Depois da música, jogar futebol é o que eu mais gosto de fazer e amanhã a gente vai ganhar. Nada pode me distrair.


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Notas finais do capítulo

Me digam o que acharam. Até o próximo ❤️



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