Riddare Drakar escrita por BellatrixOrion, HeielBlueSky


Capítulo 14
Capítulo 13 - ... Orochimaru?


Notas iniciais do capítulo

Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça, é Riddare Drakar, que vem e que passa!
AS BONITAS TÂO CUMPRINDO O PRAZO! ( Bellatrix cala boca que se não vai dar ruim)
Enfim, galera! Estamos aqui com mais um capítulo maravilhoso para vocês.
Um adendo, OBRIGADA Dino por mais uma vez nos presentear com essa capa dignissima ♥ Você é de mais!!
E, alguns avisos para vocês:
1 - Segue algumas palavras novas que surgiram no capítulo.
Delling - Deus do Alvorecer
Jörð - Deusa da Terra – Mãe de Thor, com Odin
Ran - Deusa que governa o mar - É a esposa de Aegir
Aegir - Deus dos mares e oceanos
Njörd - Deus Vanir dos mares, dos ventos e das águas
2 - FIZEMOS UM MAPA PARA A ILHA ONDE ESTÁ KONOHA
Pois é galera, estava com um pouco de dificuldade para descrever melhor onde fica cada lugar da ilha, por isso pensei ; Hummmmm por que não fazer um mapa?
Pois é, eu fiz, e DEU MUITO TRABALHO, mas eu to apaixonada, por isso deixaremos o link nas notas finais para quem se interessar e quiser entender mais como estamos imaginando tudo!
3 - Curiosidades sobre o mapa:
—Ele foi baseado na Nova Zelândia!
— As proporções continentais são as mesmas do estado de Tocantins
— O Ninho parece super perto, mas foi o jeito para tudo caber na mesma imagem, por isso o imaginem um tanto mais distante.

Por Hora, acredito que é só isso!
Aproveitem a leitura e não deixem de comentar! Vocês são incriveis!

Beijinhos
~Bellatrix ♥



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Capítulo 13 - ... Orochimaru?

Sasuke

E lá estava eu, mais uma vez, caminhando sozinho no meio daquela gigantesca floresta.

Os sons dos meus passos eram abafados pela vegetação, sendo percebidos somente quando acabava pisando em algum galho escondido.

Talvez, até já tenha se tornado repetitivo e cansativo sempre usar o mesmo caminho, porém era o único que eu sabia, mas não o único que gostaria de conhecer.

A Floresta Arborial é muito vasta, há trilhas ao norte que só tenho ciência por causa dos mapas continentais que estudei enquanto matava o tempo que me sobrava entre a ferraria e voltar para casa. Porém, mesmo que nosso lar pareça uma ilha de proporções vastas, ela não é tão grande quanto aparenta, mas mesmo assim ainda há lugares inexplorados pelo nosso próprio povo, como as Terras de Sempre Inverno ao norte, muito além da grande muralha de montanhas, ou as ruinas que estão apodrecendo no extremo leste da ilha.

São lugares perigosos, é verdade. Nunca um guerreiro ou explorador foi capaz de atravessar as montanhas ou voltar das ruínas destruídas, ambos são pontos que atraem dragões, e o motivo é por estarem muito próximo do Mar de Njörd. Ele é um mar revolto e traiçoeiro, suas águas são negras, o sal arde os olhos e o vento glacial o torna um ponto perfeito para atrair as feras aladas. Porém, durante o inverno, ele se torna ainda mais mortal. É por isso que a maioria das expedições ao ninho são feitas durante o verão, afinal, esse é o mesmo mar que banha a ilha dos dragões.

Enfim, além destes, ainda há coisas mais belas e interessantes para se apreciar em nosso território: as Kilddenes, por exemplo, com suas águas quentes, a própria clareira onde Aoda fica, as pequenas vilas de Jörð, o Templo dos Deuses no pé da barreira de montanhas, toda a beleza das praias e paisagens rusticas que nos cercam, há encanto onde quer que nossos olhos possam alcançar, e isso é incrível.

Mas... Eu só queria ter a chance de conhecer mais.

Vejam, eu nunca fui muito longe da cidade de Konoha. O próprio esconderijo do Aoda foi um achado valiosíssimo para mim, as Kilddenes também, mas ainda não me é suficiente.

Eu quero conhecer mais.

As outras pequenas cidades que nos cercam, por exemplo.

Os Vilarejos de Jörð são povoados de clãs menores que dedicam sua vida para a agricultura e criação de animais, o nome foi dado em homenagem a grande deusa da terra Jörð que é sua principal protetora, eles geralmente se concentram mais ao leste da ilha, onde o clima era melhor e o solo bom para o plantio, mas também existem outros mais ao norte que cuidam especificamente de rebanhos de ovelhas e animas de grande porte. Izumi vinha de um desses povoados inclusive, sua família apenas se mudou para Konoha por terem sido escolhidos como representantes e receptores das mercadorias que chegavam aqui e precisavam ser distribuídas nos mercados e feiras. Normalmente era seu pai que cuidava disso enquanto ela e sua mãe se dedicavam ao artesanato, uma paixão em comum entre elas e também em algumas das famílias dessas pequenas cidades.

Soube que a sua barraca no festival se saiu muito bem e elas agora estavam pensando seriamente em investir nisso como uma outra fonte de renda. Passei em sua casa antes de vir para cá e ela me contou um pouco sobre os planos para o futuro, a mulher parecia verdadeiramente animada com a ideia e, pelo que entendi, sua mãe também estava. Izumi falava com tanto entusiasmo e rapidez que admito não ter entendido tudo, mas achei graça do seu jeito espalhafatoso. O que divergia muito da maneira contida e calma que Itachi sempre escolhia para agir. Penso que talvez tenha sido isso que os atraiu um ao outro. Suas divergências os completavam.

E isso era realmente muito bonito.

Enfim, assim que me despedi dela vim para cá, e comecei a devanear sobre o nosso vasto, e pequeno, território. Caminhava com tranquilidade pelas árvores sem me incomodar desta vez com o cheiro dos peixes nas minhas costas, preferi não importunar Anko com isso hoje porque queria praticar um pouco as minhas habilidades de pesca, ou pelo menos era essa a desculpa que eu dava a mim mesmo para a minha falta de vontade de ficar cheirando peixe de novo.

De qualquer forma, logo já estava cara a cara como o desfiladeiro da clareira, e Aoda me esperava ansiosamente lá embaixo. Nosso encontro se sucedeu como na maioria das vezes, ele pulou em mim, me derrubou, encheu-me de lambidas para só então dar-se por satisfeito.

Depois, ainda passei um tempo considerável tentando pegar os peixes no lago, com ele ansioso em meu encalço é claro, mas momentaneamente arrependi-me de não ter passado na cozinha central. Tentei pescar usando um longo pedaço de madeira pontuda, mas minha falta de jeito me ocasionou vários escorregões, resultando em um Sasuke molhado da cabeça aos pés novamente.

Que Naruto não me encontre de novo na volta para a cidade, tsc.

Perdemos um bom tempo ali, resumindo, porém, consegui pegar alguns peixes para saciar a fome monstruosa do Fúria da Noite e deixa-lo minimamente satisfeito.

Ele comeu, mas não parava de me encarar com a cara de alguém totalmente irritado pela demora. Anotei mentalmente para deixar a minha frescura de lado na próxima e evitar mais trabalho desnecessário.

Finalmente alimentado, ele logo se preparou, e eu rapidamente peguei a montaria, que deixei seguramente guardada entre algumas pedras, e a coloquei sobre seu dorso, subindo logo em seguida. Ela era feita de um coro resistente, mas que eu mesmo preferia não deixar atada o tempo todo no dragão, deveria ser desconfortável pois todas as vezes que terminávamos o voo Aoda fazia a cara da mais completa felicidade quando, enfim, se via livre da montaria.

Ele é um animal como os outros, no fim das contas.

Nenhum animal gosta de se sentir preso.

Eles nasceram para serem livres.

Enfim, sem mais delongas, zarpamos rumo ao céu. Estranhamente, havia mais nuvens do que o de costume, em partes seria bom, pois poderíamos ir mais alto sem nos preocuparmos de sermos vistos por alguém, por outro lado, eu acabaria tendo um pouco de dificuldade para enxergar para onde deveríamos ir.

Mas seja o que os deuses quiserem.

Será um novo desafio para nós dois.

O direcionei para o oeste até alcançarmos os penhascos de Delling. Eles ficam bem próximo da nossa encosta e tem esse nome por causa de Delling, o deus do Entardecer. Quando o sol poente passa por entre as frestas das grandes montanhas de rochas e se reflete sobre as águas do mar, transforma a paisagem numa pintura viva e inspiradora. Ou ao menos é isso que diz nos livros antigos sobre a ilha.

Nunca tive a oportunidade de ir, como já disse antes, mas com as nuvens para nos dar cobertura, não quis perder essa preciosa ocasião. Era a minha chance de conhecer um pouco mais desse lugar que eu chamava de lar e ir além do que meus limites “reais” me permitiam.

E quando chegamos, devo dizer que perdi o ar diante daquele lugar deslumbrante.

Claro, não tinha como ter um pôr-do-sol já que estamos quase no meio do verão e não vejo o céu noturno a algum tempo, mas não era necessário.

Aquele lugar irradiava algo surpreendente, além de qualquer compreensão.

“Seria talvez um lugar de descanso para os deuses?” – divaguei – “Ou foi apenas um presente muito generoso deles para nós de Midgard?”

Não sei, e talvez nunca encontre a resposta, mas posso dizer com certeza que aquela era uma das visões mais lindas que eu já tive na minha vida.

O espetáculo de cores e luzes unificado com a beleza perigosa dos penhascos era apaixonante. Como eu gostaria de gravar essa imagem para vê-la sempre que desejasse.

Inclusive, estava tão distraído contemplando o encanto daqueles amontoados de rochas pontudas que quase fiz Aoda bater em um deles, acho que ele deve pensar que tirei o dia para irrita-lo. E, nem um pouco satisfeito com minhas desculpas repetitivas, usou uma de suas orelhas para atingir o meu rosto num ato claro de vingança.

Podem dizer que estou começando a ficar louco, mas tenho certeza que ele riu da própria atitude.

— Ei! Eu já pedi desculpas!

O Dragão apenas bufou e me ignorou deliberadamente, mas continuamos, indo cada vez mais alto.

A sensação era maravilhosa, a paisagem só ficava cada vez mais bonita e o meu peito se enchia com um sentimento de liberdade que eu nunca antes pude experimentar, claro, não que as outras vezes em que voei com Aoda não fizeram-me sentir livre também, mas agora era diferente. Era mais intenso e satisfatório. Não sei se a paisagem ajudava a causar esse efeito, ou o fato de eu e ele estarmos mais sincronizados tinha alguma relação com isso também, mas era incrível de qualquer forma.

Parando para pensar, nem a tristeza pelos recentes acontecimentos parecia me incomodar ali, Sakura, o Treinamento Hunter, meu pai... Era como se tudo apenas desaparecesse e eu pudesse contemplar em absoluta paz.

Essa paz...

— LIVRE! – Gritei em plenos pulmões, eloquente – TOTALMENTE LIVRE!

Era extasiante.

Aoda pareceu corresponder a minha animação, intensificando o bater das suas asas e sobrepondo os penhascos, alcançando acima das nuvens.

O ar me faltou novamente.

Mas dessa vez não foi por um motivo bom.

Estávamos muito alto, o ar ficava cada vez mais rarefeito e meus sentidos pareciam esvair junto com minha consciência. Minhas mãos afrouxaram das rédeas, mas Aoda não parecia perceber que eu não estava me sentindo bem. Logo a vertigem veio. Depois... Bem, não sei dizer o que aconteceu depois, só sei que minha mente escureceu e eu apaguei.

Mas, quando enfim voltei, percebi que estava em queda livre com Aoda tentando me alcançar.

As nuvens tinham ficado para trás e, olhando para baixo, já conseguia ver as pontas dos penhascos se aproximando.

O Fúria da Noite me olhava em desespero, talvez se culpando por ter me deixado cair, mas eu não sentia nada. A paz continuava a passar por cada membro do meu corpo. Meu coração estava calmo, e não havia qualquer ansiedade pela morte eminente.

Fechei os olhos.

Mas quando os abri, senti como se uma rajada de eletricidade me dominasse.

A adrenalina veio com tudo.

E o que estava acontecendo tão lenta e calmamente, se tornou rápido e assustador.

Comecei a me mover sem realmente pensar, eu apenas fazia, sem qualquer controle sobre o meu próprio corpo. Aoda enfim tinha me alcançado e então agarrei-me com velocidade na montaria mais uma vez para assumir o controle, porém já estávamos muito próximos dos pilares, só teria um jeito de evitar o pior no espaço de segundos que me restava.

Eu precisaria passar por eles.

E ai a sensação veio novamente, mas a calmaria misturava-se a adrenalina e as pontas dos meus dedos formigavam de um jeito muito estranho. A eletricidade também voltou, formigando todo o resto do meu corpo no processo, pensei que talvez fosse a meu corpo sentindo o perigo eminente e preparando-se para entrar em colapso.

Obvio que estava apavorado, mas a sensação de que eu poderia fazer qualquer coisa também inundava meus membros.

E foi isso que eu fiz.

— É agora, Aoda! – Gritei.

Virei o Dragão, numa manobra horizontal, traspassando as fissuras dos penhascos, uma após a outra, movimentando com tanta destreza que quase sentia como se eu e o dragão fossemos um só.

Fizemos isso seguidas vezes até passarmos pela ultima fenda, e sair do meio das montanhas num voo tranquilo.

Mas, em contra partida, meu coração batia a mil, sem acreditar no que acabamos de fazer.

— Não acredito que ainda estou vivo – Disse a mim mesmo.

Mas, o que eu realmente não conseguia acreditar era em como eu fiz tudo isso.

O dragão, por outro lado, nem parecia abalado, num tipo de comemoração própria, ele soltou uma bola de fogo azul e passou no meio dela, meu cabelo ficou todo para cima e minha cara cheia de fuligem preta na mesma hora, mas ri.

Divertindo-me mais com essa experiência de quase morte do que qualquer dia já tenha me divertido na vida.

Talvez os deuses não me detestem tanto assim.

}|*|{

Passamos mais um tempo voando, conhecendo mais dos penhascos e as coisas ao redor, o mar de Ran ficava mais revolto quanto mais voávamos e observávamos suas mudanças, as águas batiam com tanta força contra os paredões de pedra que dava a impressão que elas poderiam quebra-los ao meio se desejassem. Queria continuar ali observando todas essas mudanças e movimentos, mas tanto eu quanto Aoda já estávamos cansados depois de tantas emoções, e o dragão já parecia bem desconfortável depois de ficar tanto tempo usando a montaria, por isso voltamos para a clareira. Eu ainda estava todo sujo, claro, e precisei me lavar no riacho assim que pousamos e tirei o assento de couro das costas do animal.

Ele rolou na grama e se esticou como um gato satisfeito.
Dava risada sozinho ainda me lavando, mas quando a oportunidade surgiu, eu não perdi a chance de jogar água no meu amigo réptil, ele claramente revidou irritado, vindo até mim e usando a cauda para me molhar ainda mais e me ajudar com a limpeza da fuligem.

Ficamos nessa pequena disputa por algum tempo até termos nossas atenções alteradas e um barulho estranho nos fazer direcionar nossos olhos para o outro lado do riacho.

O dragão se colocou a minha frente, como se quisesse me proteger, e depois rugiu em afronta para tentar despistar seja lá o que se escondia entre as vegetações, mas o homem que surgiu do outro lado não aparentava estar nem um pouco abalado com a visão de Aoda, pelo contrário, satisfação era a palavra certa para o que ele parecia sentir.

Eu, em contrapartida, percebi um medo singular se alastrar por minhas veias e arrepiar minha pele, o estranho intruso contornava o lago a passos lentos e contidos, sua expressão corporal me passa a ideia de tranquilidade, mas a aparência revirava minhas entranhas com o estranhamento.

Sua pele era cadávericamente pálida, seus olhos verdes afiavam-se como os de uma serpente e o cabelo longo e negro caia suavemente sobre as costas não tão largas. Logo já deduzi que ele não era um guerreiro, mas tampouco estava despreparado, trajava uma couraça reforçada no peitoral e, a medida que se aproximava, podia ver que ela era totalmente revestida com escamas de dragão. Eram tão verdes quanto seus próprios olhos, mas eu não fazia ideia a qual raça poderia pertencer e isso só me deixava ainda mais desconfortável.

Toda essa aura misteriosa e sombria que o cercava não podia ser só coisa da minha cabeça. E, como se fosse para confirmar minhas suspeitas, assim que ele chegou perto o suficiente vi o sorriso presunçoso desenhado em seus lábios... Ele, definitivamente, não podia ser algo bom.

— Ora, vejam o que temos aqui! Uma rara e belíssima espécie de Fúria da Noite! – Suas palavras eram irônicas, mas havia algo como uma contemplação misturada a elas, o que só me deixava ainda mais confuso e desconfortável – Devo admitir que não esperava estar vivo para ver um dia essa fera ser domada, ainda mais por uma criança Uchiha.

— Quem é você? – Indaguei.

— Engraçado... Desde que abandonei esse lugar medíocre, vocês passaram a me temer e a ensinar suas crianças a fazerem o mesmo... Mas como elas poderão se proteger se a caso sabem minha aparência? Tsc tsc, quanta incompetência.

— Não pode ser... – O encarei incrédulo com, enfim, a constatação que agora era óbvia – Orochimaru?

O homem passou a língua em seus lábios como um claro sinal de animação ao ouvir-me proferir seu nome com tamanho desgosto.

— Pequenino Uchiha, vejo que é muito sagaz para a sua idade, mas obviamente isso não deveria ser surpresa para ninguém, já que estamos falando da verdadeira cabeça pensante da família imperial, não é mesmo?

— Não sei o que quer dizer, mas saiba que vir aqui foi um erro! Posso te levar amordaçado até Konoha e te fazer pagar por todos os seus crimes!

— Não sabe? – Ele apenas optou ignorar todo o resto que eu disse – Fugaku e Itachi são guerreiros, nasceram para a guerra, mas você puxou totalmente sua mãe com essa mente brilhante! Sei que ela estaria orgulhosa se pudesse te ver agora, domando um Dragão... Mas duvido que saiba como ir até ela... Aquela mulher soube como escapar facilmente por entre meus dedos...

— Pare de dizer besteiras! – Exaltei-me, o simples fato dele querer brincar com algo tão sério fez um ódio desconhecido crescer dentro de mim

— ELA ESTÁ MORTA! MORTA! – Enfatizei.

— Será?

Aquilo me serviu como um baque, um soco bem dado no meio do meu estômago. Calei-me e, sem perceber, levei a mão esquerda na direção da testa, tocando de leve a cicatriz que tinha como a minha última lembrança daquele dia.

Não ... Não podia ser possível.

— Você está mentindo... Tem que estar... Ela, ela... – Aoda logo notou meu estado desestabilizado. Ele dividia-se em tentar me consolar ou continuar na posição de ataque para me defender caso fosse necessário.

— Não ganharia nada remexendo na morte de sua mãe apenas para te fazer sofrer, criança – Ele cruzou os braços, ostentando uma pose tediosa - Não pense que sou tão sádico quanto as histórias dizem.

— Mas, se isso é verdade... Então por quê?

— Há muito que você ainda não sabe, Sasuke. Coisas que essa ilha nos limita, nos restringe. Mas, longe daqui, podemos descobrir muito mais e saber o que desejarmos.

— Fala do seu mensageiro infiltrado entre nós? – O interrompi.

— Até isso você já sabe...- O homem serpente sorriu estranho outra vez, fazendo um novo calafrio traspassar meu corpo – Fico feliz por ter acertado a seu respeito, teremos muito o que conversar... Mas devo dizer que estou ansiosíssimo para que nosso próximo encontro aconteça logo!

— Não, não e não! Não pense que vou te deixar ir embora antes de me dizer o que sabe sobre a minha mãe! - Afastei-me de Aoda e me aproximei corajosamente daquele homem perigoso, ele definitivamente não podia jogar uma explosão como essa sobre a minha cabeça e apenas sair sem mais nem menos – Onde ela está?!

— Paciência é uma virtude... Sem ela não terá nada, meu querido Uchiha. Nada sobre sua mãe. Nada sobre seu destino.

— Não me diga o que fazer, desgraçado! Você vai falar AGORA!

Orochimaru arregalou os olhos surpreso, encarando-me de volta com outra de suas expressões enigmáticas, observou-me por um longo segundo silencioso, mas o sorrisinho estava lá, e aquilo só fazia meu sangue ferver ainda mais.

— Obrigada por me surpreender mais uma vez, Sasuke. Vou embora muito satisfeito – Fez uma reverência exagerada, provavelmente tentando me provocar uma última vez - Entretanto, se eu fosse você, voltaria o quanto antes para Konoha... Digamos que uma agitação acabou de chegar... Mas me pergunto se você conseguirá lidar com ela ou será destruído no processo... kuhuhu

— O que você fez? – Empalideci, já pensando no pior.

— Eu? Ainda nada. Mas, a questão é: O que você vai fazer?

Não consegui decifrar o que ele quis dizer, e tampouco impedi-lo de ir embora tão calmante quanto quando chegou.

— Até a próxima! – Ele me cumprimentou de costas, nem ao menos se dando o luxo de olhar e me encarar uma última vez – Criança dos olhos escarlates.

Novamente a confusão me cercou, mas como num estalo, corri até o lago para encarar meu próprio reflexo.

Nada mais deveria me surpreender naquele dia depois de tudo o que aconteceu.

Entretanto, eu já deveria estar cansado de saber que sempre há algo que pode me surpreender.

E foi exatamente isso que aconteceu quando encontrei nas águas cristalinas minha imagem perfeitamente refletida, nela olhos vermelhos e reluzentes me encaravam de volta. Por um momento pensei que a imagem do Dragão estava se misturando a minha.

Mas... Eu sabia.

Aqueles não podiam ser olhos de Aoda.

Pois eram os meus.

}|*|{

Senti minhas pernas falharem pelo menos umas duas, ou talvez três, vezes no caminho de volta para Konoha.

Estava tão atordoado com tudo o que estava acontecendo, a experiência de quase morte, Orochimaru, meus olhos ficando vermelhos, que acabei despedindo-me tão rápido de Aoda que mal tive tempo de tranquiliza-lo depois que o homem cobra se foi. Aquele maldito desgraçou minha cabeça, suas palavras continuavam a bater contra as paredes da minha mente, irritando-me e intrigando-me quanto mais eu me aproximava da cidade.

Afinal, o que ele veio fazer aqui? Aparecer assim, tão descaradamente e sem nenhuma proteção, era parte do seu plano? E ainda mais, logo no território inimigo?

Isso me faz cogitar se não tinha homens escondidos nos observando para garantir sua segurança caso eu tentasse qualquer coisa.

Mas, ainda sim... Porquê tudo isso só para me dizer que minha mãe pode estar viva...?

Mikoto...

Viva...?

Parecia tão irreal... Não devia me deixar levar pela língua afiada daquela serpente, eu sei, mas... Se for verdade...

Não pude concluir meus pensamentos, infelizmente, guardei-os cuidadosamente para revisita-los mais tarde com mais tempo e calma, pois minha preocupação agora deveria ser outra.

Bastou que eu passasse pelos grandes portões para perceber a movimentação atípica da cidade. As pessoas andavam apressadas pelas ruas, conversando e animando-se com cada nova informação, pelos rostos felizes, deduzi que não se tratava de um ataque ou algo mais grave, para meu alívio.

Mas, mesmo assim, não conseguia descobrir o que raios estava acontecendo.

Por fim, preferi seguir o fluxo até encontrar a causa de tamanha comoção.

E não demorou muito até que meus pés me levassem até o porto da cidade, onde uma grande multidão se reunia.

Meus olhos ainda incomodavam, essa, ao menos, era a única prova que eu tinha de que a imagem que vi no lago não foi um fruto da minha fértil imaginação. Claro, o momento não durou muito tempo, em questão de segundos vi eles escurecerem novamente pelo reflexo das águas. Mas, a verdadeira questão era: como poderia ser possível?

Aqueles eram os tão famosos olhos Uchiha?

Era tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo que eu sentia que meu cérebro poderia explodir a qualquer momento.

E foi ai que, o que poderia ser a gota d’água, veio.

Olhando um pouco acima do amontoado de cabeças, vislumbrei o topo da nossa frota de barcos ancorada no cais. Em resposta, meu coração bateu tão forte que achei que estava prestes a sair pela boca. Não era difícil deduzir, afinal, o que estava acontecendo e qual era a “agitação “ que Orochimaru tentou me alertar.

Embrenhei-me na multidão, empurrando e sendo empurrado por diversas vezes, até sair de frente ao cais.

O primeiro que pude ver foi Itachi, ele estava nitidamente machucado, faixas enrolavam seu dorso despido enquanto ele era apoiado por homens de seu batalhão. Não pensei duas vezes antes desvencilhar-me do amontoado de gente e correr até ele.

Porém, um dorso muito maior se interpôs no caminho.

Alguém que eu realmente não queria ter que encontrar tão cedo.

— Sasuke... Espero que o tempo que ficamos fora tenha sido produtivo.
Ergui os olhos apenas para encontrar Fugaku me encarando com sua carranca amargurada de sempre. Sua voz logo fez meus pelos arrepiarem, e um desconforto acumular-se no meio da garganta.

Não posso dizer que estou infeliz, afinal meu irmão estava de volta e, principalmente, vivo. Mas encarar Fugaku de frente novamente não estava como prioridade nos meus desejos, devo confessar.

Momentaneamente ouvi a voz de Orochimaru repetir para mim o que havia me dito no nosso encontro de mais cedo.

“ Me pergunto se você conseguirá lidar com ela ou será destruído no processo “.

Isso, provavelmente, só o tempo dirá.

Mas, o agora, é bem claro.

Eles voltaram.

}|*|{


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Notas finais do capítulo

Oiii meus vikings do meu coração

Vamos para minha avaliação do cap:
Temos nosso lindo Sasuke nos contando mais sobre o continente de onde Konoha fica. Para quem quiser saber como é vou deixar o link no final das notas.

Logo após isso temos Sasuke e Aoda, voando por novos horizontes e uma vista top, apesar de que quase deu ruim.

O Sasuke mais confiante me faz tão feliz, ele mostrando as habilidades dele ahhhh Mas, pera, o que será que é isso?

Mano e o que foi esse Orochimaru aparecendo no cap, ele gostou do nosso menino de olhos escarlates heim .... hehehe

Porém será que alguma coisa que ele disse é real? Ou será que ele só ta manipulando?

Fiquem ligados nos próximos capítulos

Enfim sem mais delongas, aqui o mapa: https://i.pinimg.com/originals/d6/7f/a4/d67fa4108b3682c4e2dafcf01af03765.jpg

Bom até próximo final de semana
E não se esqueçam que o Corona Vírus ta ai, então não saiam de casa!
Hoje vcs tem a desculpa de ler RD kkkkk

Enfim vamos ficar todos juntos para ganhar desse vírus e voltarmos a ter nossa liberdade!!!

Dito isso
Byeee
~Heiel ✩



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