Protocolo - Bebê Aranha escrita por Pixel


Capítulo 3
Preocupações de um Pai


Notas iniciais do capítulo

~~Boa Leitura ♥



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 Tony tinha alguns problemas para lidar com toda essa estranha e ao mesmo tempo agradável mudança em sua vida.

 Agora que Peter estava diariamente ao seu redor ele estava extremamente consciente da enorme responsabilidade que era cuidar de outro ser humano, e talvez ele estivesse levando isso mais a sério do que o esperado. As brincadeiras de Rhodey apenas deixavam isso mais claro, mas não é como se Tony se importasse.

 Ele não se importava de ficar conhecido como “Pai Coruja”.

 Deixar Peter na escola parecia algo simples, afinal era algo que os adolescentes faziam todos os dias — apesar de Tony não ter passado por essa experiência em especifico —, mas acabou se revelando um trabalho bem mais difícil do que ele imaginava.

 Eram apenas oito horas. Oito horas em que Tony poderia se distrair no laboratório, ler alguns livros ou até mesmo treinar com os demais — isso era pouco provável, mas ainda estava na lista —, mas mesmo assim ele não conseguiu fazer nada, porque sua mente estava em outro lugar.

 Ele não conseguiu se concentrar no trabalho, nem no treino e muito menos nos livros que estava lendo — os quais, em sua maioria, falavam sobre como criar ou lidar com um adolescente, Tony imaginou que toda e qualquer informação fosse útil porque ele era realmente inexperiente com isso.

 Sua mente continuava voltando para Peter. Somente Peter.

 Será que o garoto estava bem? Será que ele estava se enturmando? Será que seus colegas o tinham recebido de braços abertos? Ele estava conseguindo acompanhar as aulas?

 Essas eram os tipos de perguntas que assombraram Tony pelas próximas horas, rondando sua mente em loop infinito; querendo ou não, o distraindo de qualquer outra atividade.

 Era fácil fechar os olhos e lembrar, com extrema clareza, o sentimento de saber que seu filho estava desaparecido; o desespero e a angustia avassaladora. Isso ainda assombrava as memórias de Tony, e agora, depois de anos, as coisas finalmente pareciam estar em ordem.

 Mas isso não apaga a dor, o medo e angustia que ele sentiu. Não apaga as noites que ele passou em claro enquanto bebia todo o tipo de bebida alcoólica que tinha em casa até desmaiar de exaustão; não apaga a aflição do rosto de Rhodey, nem as horas gastas com policiais e detetives.

 Era por isso que ele estava com medo — preocupado — porque havia uma chance do seu filho não sair daquele elevador, falando sem parar sobre qualquer coisa que ele achasse interessante. E isso era mais do que aterrorizantes, por mais que Tony quisesse negar.

 Foi apenas depois da oitava caneca de café que ele notou a pequena dor de cabeça que estava começando a se formar, mas ainda era capaz de ignora-la. Tony abaixou o livro, logo depois de perceber que estava lendo o mesmo parágrafo pela quinta vez. Ele se reclinou na poltrona com um suspiro pesado e poupou um rápido olhar para o relógio na parede. Eram apenas uma e trinta da tarde, ele ainda tinha duas horas e meia para poder em fim ir buscar Peter.

 Era pouco, considerando o tempo que Tony estava acostumado a passar no laboratório antes de ser puxado para fora por algum dos seus colegas ou até mesmo Pepper, mas agora realmente parecia ser muito. Ele soltou um suspiro cansado, se sentindo estressado com tanta preocupação que estava caindo sobre seus ombros.

 E o pior de tudo era que ele nem ao menos sabia como lidar com isso.

 A única coisa que poderia acalma-lo era ver Peter.

 Peter. Um garoto tão doce e calmo que não fazia jus ao seu passado e as coisas que ele precisou enfrentar com apenas 14 anos. E olha que Tony não sabia nem da metade dessas coisas, já que o garoto evita esse assunto a todo custo.

 Ele encarou o teto, tentando buscar uma forma de acalmar o seu pobre coração aflito. Tony imaginou centenas e centenas de coisas que poderia fazer com Peter; assistir um filme, concentrar um carro antigo, passar horas intermináveis no laboratório apenas conversando. Ainda assim algo lhe dizia que o garoto merecia algo mais.

 Talvez um pouco de diversão fora da Torre.

 O pensamento era agradável — muito agradável —, mas também bem refutável, já que as probabilidades de Tony pisar fora da Torre com um adolescente ao reboque pode ser mal visto pelos paparazzi de plantão. Ele, particularmente, não se importa muito com isso, mas Pepper, Peter e a assistente social sim.

 Então temos um claro problema aqui.

 Como sair na rua, sendo Tony Stark e com um adolescente logo ao seu lado?

 Tony realmente queria que Peter tivesse uma vida normal, longe de toda essa fama que muitas vezes chega a ser sufocante, mas era quase impossível considerando toda a situação. Tony cresceu na frente das câmeras, e isso certamente não é algo que ele deseja para o seu filho. Ainda assim ele pode fazer o possível para deixar Peter confortável.

 O garoto sem dúvidas não iria ficar confortável em um desses restaurante chique que Tony e Pepper estavam mais acostumados a ir — céus! Ele certamente iria preferir uma lanchonete qualquer, onde um sanduíche custa 5 dólares —, e não é como se Tony tivesse muitas outras opções. Além do mais, ele não faz a mínima ideia do que adolescentes normais gostam de fazer.

 Quando Tony tinha 14 anos, ele já estava arrumando as malas para ir para o IMT, nem um pouco empolgado por ser a única “criança” numa faculdade. Com sorte, Peter ainda vai ficar por perto por muito, muito tempo.

 Então... o que Tony pode fazer para manter um adolescente entretido. Claro, que não envolva drogas, álcool ou sexo? Essa parece ser realmente uma pergunta difícil.

 Tony considerou suas opções, que eram ridiculamente poucas.

 Ele realmente queria pegar Peter e apresentar o mundo ao garoto, uma viagem com apenas eles e, com sorte, Pepper, mas essa ideia era desprezável porque as aulas do garoto começaram hoje. Talvez, no final do ano, ele possa levar o garoto para uma pequena cabana no interior — a qual estava praticamente abandonada há anos.

 Tony estava se sentindo frustrado, sem ter muito o que fazer. Ele não queria que Peter se entediasse, que passasse a encarar a sua nova vida na Torre como uma espécie de prisão de alta classe, porque por mais que ele queira negar, era exatamente para esse caminho que eles estavam indo.

 Em algum momento, Tony deixou que sua mente começasse a vagar, indo de um lado para o outro. Ele se lembrou de todas as conversas que teve com Peter até hoje, em como seu filho era simplesmente genial em todos os sentidos da palavra.

 Peter aprendia surpreendentemente rápido. Logo, logo o garoto poderia mergulhar de cabeça em seus próprios projetos e sem dúvidas dar um jeito de ainda deixar Tony impressionado, porque essa é a única coisa que ele tem feito desde que chegou na Torre.

 Impressionando Tony.

 O bilionário não pode conter o pequeno sorriso que dominou suas feições quando ele começou a pensar nas idéias de Peter, na modéstia que o garoto exibia quando se aventurava em falar abertamente sobre seus próprios projetos, como se estivesse andando sobre ovos e a qualquer momento Tony fosse julga-lo de alguma forma. Havia sempre uma pausa em sua fala, sempre com um jeito tímido e desengonçado.

 Peter era precioso demais, essa era a única palavra que Tony conseguiu encaixar para descreve-lo. Precioso.

 Ele se deu bem todos na Torre. Clint, Scott, Natasha, Steve... céus! Até mesmo Barnes gostava dele — e olha que Barnes não gostava de ninguém.

 Tony suspeitava que Peter tinha isso dentro dele, a habilidade de cativar as pessoas logo no primeiro segundo em que eles conversavam. Se essa era uma qualidade Stark ou não Tony realmente não se importava, ele estava apenas se sentindo infantilmente feliz com tudo isso.

 Seu sorriso murchou de repente quando um pensamento veio até ele. Aquele papo de que Peter trabalha para um vigilante.

 De repente, Tony encontrou algo pra fazer.

 — Sexta-Feira... — Ele se ajeitou na sua poltrona, buscando pelo seu celular que estava descansando na mesa de centro.

 Ele odiava a forma como a sala de estar estava silenciosa sem Peter por perto, mas optou por ignorar isso por agora. Havia uma espécie de ansiedade misturado com medo e angustia que se instalou no seu interior no momento em que mil pensamentos vieram à tona.

 Ele tinha passado muito tempo pesando, e isso não era bom.

 Tony jamais iria admitir, mas ele estava com medo desse novo vigilante. Um cara tão insignificante que nem mesmo a mídia estava falando abertamente ainda — ou simplesmente não tinha notado. Mas algo lhe dizia, no fundo da sua mente, que logo ele estaria estampado por todos os lugares, justamente porque Peter tinha um dedo envolvido.

 Porque sim, o garoto podia fazer as coisas funcionarem.

 — Sim, chefe? — Tony detesta admitir, mas a voz de Sexta-Feira foi um pouco calmante.

 — Veja se você encontra algumas informações sobre um “Homem-Aranha” — Ele enfatizou o nome, com uma careta se instalando logo em seguida.

 Novos vigilantes nunca trazem coisas boas. Quer dizer, se eles não tiverem alguém por trás, podem fazer algo realmente irresponsável. É quase uma regra. Errar antes de acertar.

 O pior de tudo é que pessoas podem se machucar no meio do caminho.

 Talvez seja por isso que ele estava mais preocupado do que o normal.

 Tony encarou a tela do celular, esperando que a pesquisa de Sexta-Feira estivesse pronta e ele finalmente pudesse ver algo sobre esse vigilante que supostamente é um amigo achegado do seu filho. Pensar nisso lhe deu um arrepio.

 Ele estava se sentindo levemente possesivo quando os resultados apareceram em seu Starkphone.

 — Não consegui achar muitas coisas Chefe. Aparentemente, o Homem-Aranha pode ser um vigilante, mas as suas atividades são mais registradas no Queens do que em outros bairros de Nova York.  A maioria das informações vem de vídeos do Youtube ou pequenas imagens e postagens no Twitter

 Tony se permitiu vagar um pouco sobre os twitters, que em sua maioria eram de agradecimento ou puro boatos que circulavam a plataforma, nada de muita repercussão. Algo do tipo: “Gente... alguém sabe quem é esse cara da máscara vermelha? ”, “eu acho que o Queens tem seu próprio herói agora”, “esse aranha tem um péssimo estilo de moda, alguém precisa dar umas dicas pra ele” e por ai vai.

 A maioria fez Tony levantar uma sobrancelha, cético.

 — Ele não parece se envolver com grandes crimes e seus alvos não tem nenhuma ligação aparente. — Sexta-Feira continuou a falar, mas Tony só estava ouvindo, sem realmente guardar alguma informação. — A maioria dos casos é denunciado por uma testemunha, e, quando os policias chegam, sempre encontram a cena repleta de uma mistura branca.

 — Ele não é considerado uma ameaça pelo departamento de polícia de Nova York — Sexta-Feira completou, ficando então em silêncio.

 Demorou um pouco para algo realmente útil aparecer, e quando apareceu era nada mais do que uma foto de péssima qualidade. Somente uma sombra preta em cima de um prédio qualquer; não ajudava o fato de que a foto foi tirada de noite, e a luz da lua não fazia nada para ajudar.

 Tony não conseguiu distinguir absolutamente nada na foto, só a máscara vermelha com olhos estranhos —aquilo era um par de óculos de mergulho?

 O Youtube se demonstrou mais útil, já que lá haviam vídeos de verdade e um pouco mais nítidos, mas que não ultrapassam das 5 mil visualizações.

 Tony deu play no primeiro que apareceu, não se sentindo muito esperançoso porque o vídeo tinha apenas 10 segundos de duração — muito pouco para que ele pudesse tirar algum proveito. Mas ele realmente não estava preparado para o que veio depois.

 Era um ônibus — não dava para ver na imagem ao certo qual, mas parecia ser de um colégio já que a pintura amarela não fazia muita coisa para omitir as informações — e um carro. Foi basicamente um flesh do que seria um acidente bem feio, senão fosse a pequena figura que pulou na frente do ônibus e...

 O parou com as próprias mãos.

 Tony engoliu em seco, se sentindo primeiramente confuso com o vídeo, então ele voltou e viu de novo; e de novo, e de novo e de novo, até que ele decidiu que precisava da ajuda de Sexta-Feira para tentar entender o que estava acontecendo.

 Mas nem mesmo sua I.A pode ajudá-lo.

 — Eu não acho que ele seja humano chefe — Sexta-Feira disse, uma observação óbvia, mas que por toda a sua confusão, Tony acabou deixando que passasse despercebido.

 — Como assim? — Ele perguntou, mas então levou um segundo para que ele entendesse o que de fato estava acontecendo.

 Não tinha como esse vigilante ser humano porque nenhum humano conseguiria parar um ônibus com as mãos.

 — A força do impacto é forte demais para ser parado por um humano normal. Talvez o Capitão Rogers fosse capaz de fazer isso, mais ainda assim iria causar uma certa quantidade de danos. Então eu suponho que o Homem-Aranha seja um mutante ou aprimorado

 Um vigilante aprimorado era bem pior do que um vigilante normal.

 Tony engoliu em seco, se lembrando de Wanda e Pietro, da Hidra e de todo o caos com Ultron que pareceu acontecer a uma era atrás e não apenas dois anos. Ele imaginou qual era a motivação desse Homem-Aranha, imaginou o que o levou a ser um vigilante e quais eram, exatamente, os seus poderes.

 Super força com certeza já estava na lista.

  É óbvio que a qualidade da câmera não ajudou, porque aparentemente as pessoas em Nova York ainda estavam usando uma Tekpix e isso deixou Tony irritado. Será que ninguém tinha um celular com uma câmera boa? Ele tentou procurar por outra gravação e dessa vez teve um pouco mais de sorte, por assim dizer.

 Era mais nítida e mostrava uma figura pendurada por uma espécie de corda, se balançando rapidamente por uma rua movimentada enquanto derrubava um cara com uma bicicleta. Uma mochila caiu no chão e pilhas de dinheiro se espalharam pela calçada.

 Tony precisou pausar a imagem, porque a gravação era rápida demais para ele pegar na primeira olhada. Com a ajuda de Sexta-Feira, ele conseguiu uma imagem um pouco mais clara.

  A primeira realização que o atingiu foi que esse tal de “Homem-Aranha” não tinha nada de “Homem”.

 Era claramente a porra de uma criança, parecendo pequeno demais em suas grandes roupas.

 A máscara era ridiculamente larga e os óculos estavam ali como se tivessem sido costurados às pressas, as linhas da costura eram claras e se sobressaiam do resto. Ele usava uma jaqueta preta, nenhum pouco confortável e que prendia sob os ombros; a calça jeans estava suja e rasgada.

 Ele não podia ter mais de 17 anos.

 Tony deixou seus ombros caírem e soltou um suspiro. Não existia um porquê de ter medo ou sequer receio do Homem-Aranha agora que ele estava olhando mais de perto; era apenas uma criança, que não sabia dos danos que a vida de um “herói” trazia. Ele apenas tinha habilidade e estava usando elas para alguma coisa.

 Mas toda pessoa tem uma história por trás. Com ele não pode ser diferente.

 Tony tentou lembrar de alguma coisa relacionada a aranhas. Qualquer coisa, seja da Hidra ou da S.H.I.L.D — um experimento talvez, algo que tentasse copiar o soro do supersoldado —, mas nada veio em mente. Esse garoto não se encaixava com a S.H.I.L.D, além do mais, Fury não iria deixar algo assim de lado.

 Esse garoto já estaria sobre um treinamento intensivo se esse fosse o caso.

 Mas ao mesmo tempo, o Homem-Aranha não parecia ser a cara da Hidra. Ele certamente não estaria salvando pessoas de assaltos se fosse da Hidra.

 Mas então... da onde ele vinha? Como ele conseguiu essas habilidades?

 Tony não precisava olhar duas vezes para saber que a super força não era a única habilidade do Homem-Aranha. Ele parecia ser ágil, com os movimentos leves e precisos. Com certeza um bom lutador.

 E falando nisso, no que diabos ele estava se segundo? Era fino e parecia como uma teia de aranha, mas resistente o bastante para segurar uma criança e impedir que ela se espatifasse no chão.

 Tony franziu os lábios, se perguntando com o que aquelas teias eram feitas, já que claramente elas não estavam incluídas nos poderes do garoto.

 Então um pensamento veio até ele e Tony arregalou os olhos. Peter fazia os atiradores, então talvez — apenas talvez — ele soubesse como aquela coisa era feita. Talvez ele tivesse criado aquilo sozinho.

  Tony não sabia se era uma boa ideia confrontar Peter sobre isso, em parte porque era algo pessoal e ele sabia que, quando chegasse a hora, seu filho iria se abrir livremente sobre isso. Ele não iria precisar ficar insistindo e pressionando o garoto, por mais curioso que ele esteja.

 Peter ainda tinha muito para se acostumar, muito com o que lidar e mesmo com a ajuda de um pai isso ainda pode ser difícil. Ele não precisava que Tony ficasse lhe pressionando sobre coisas assim, tão pequenas e que a qualquer momento ele mesmo, por conta própria, iria se abrir.

 Era apenas questão de tempo e Tony estava se deixando acreditar nisso; por agora.

 — Sexta-Feira, eu quero que você fique de olho em qualquer atualização que possa aparecer sobre o Homem-Aranha e me notifique assim que puder — Ele disse com clareza, talvez um pouco duro demais.

 — Certo chefe  

 Tony fechou os olhos e se reclinou na poltrona, apenas esperando a hora para poder enfim ir pegar Peter.

 ...

 — Eu entrei pro decatlo acadêmico. Mais por insistência da MJ, mas até que foi legal — Peter disse entusiasmado. Ele estava falando sem parar nos últimos minutos, descrevendo com detalhes como foi o seu primeiro dia na escola.

 Tony estava apenas sorrindo, satisfeito em ouvir.

 Ele nunca imaginou que essa fosse a sensação de ouvir uma criança tagarelar sem parar; não era irritante, e por incrível que pareça, ele realmente estava interessado. Peter parecia tão radiante e isso dava mais vida as suas palavras, consequentemente, mais gosto de ouvi-las.

 Ele parecia com uma criança de cinco anos. E Tony simplesmente amava isso.

 Ele amava tudo sobre Peter. Sobre a forma como ele facilmente se entusiasmava com os pequenos detalhes, o jeito que ele parecia sempre disposto a falar e falar por horas, o conhecimento por trás das suas ideias; tudo. Tony não sabe como passou tanto tempo longe dele, e agora não pode simplesmente deixa-lo de lado.

 Não foi uma surpresa quando Tony desviou do caminho da Torre e Peter se calou no mesmo instante. O bilionário sabia que o garoto estava curioso, mas não disse nada. Até que o carro parou no estacionamento lotado de carros, ao lado de um cinema.

 — O que estamos fazendo aqui sr. Stark? — Tony tentou não transparecer a sua decepção ao ouvir o “sr. Stark”. Ele sabia que Peter estava apenas com dificuldades em mudar um velho habito, então ele precisava ser paciente.

 — Eu vi que tinha um filme legal em cartaz. Pensei que talvez você quisesse assistir — Disse, com um pequeno sorriso em seu rosto.

 Tony ouviu quando Peter arfou ao seu lado, não escondendo seu entusiasmo. O garoto era horrível em esconder coisas assim. Sempre que algo legal acontecia, ele borbulhava de entusiasmo. Não durou muito tempo, entretanto.

 — Mas como? — Perguntou. Tony se virou para ele com um sorriso. É claro que ele tinha pensado nisso, mas não era a sua melhor solução.

 Ele estendeu a mão e abriu o porta-luvas, tirando de dentro um gorro e óculos escuros. Ele não perdeu tempo e os colocou. Certificando-se ainda de ajeitar o cachecol. Era o pior disfarce do mundo, mas Tony nunca pensou que um dia iria fazer algo assim apenas para entrar num cinema.

 Afinal, eles tinham um cinema próprio na Torre.

 — Como estou? — Perguntou, abrindo os braços para enfatizar mais o que realmente queria dizer.

 Peter hesitou, analisando o perfil do pai com cautela. Por fim, franziu as sobrancelhas e soltou uma pequena risada.

 — Parece um assaltante — Disse, deixando claro em sua voz a brincadeira intencional

 — Por enquanto serve — Tony lhe deu um sorriso, abaixando os braços. Ele tirou as chaves da ignição e fez um movimento para o lado de fora com a cabeça. — Vamos

 Não precisou de mais palavras, logo os dois estavam do lado de fora, com a neve caindo ao redor deles.


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Notas finais do capítulo

Curto se comparado aos demais, mas igualmente importante. Eu sei que muitos estão ansioso para ver o Homem de Ferro e o Homem-Aranha juntos, mas detesto em avisar que, se essa fic estivesse no AO3, ela teria a Tag "slow burn". Então vocês vão ter que ter paciência!

Desculpa por qualquer erro, em revisei, mas isso sempre passa despercebido!

Comente e diga o que achou!

~~ See Ya Later



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