Desbotar alegria. escrita por Apaixonada sama


Capítulo 1
Des/bo/tar;


Notas iniciais do capítulo

Alerta, contém suicídio.
Igualmente postada no Spiritfanfics e Wattpad.



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 A casa não era mais a mesma coisa para ela.

 Os coloridos móveis e paredes adornadas com tons leves, pareciam forçar o esconderijo de uma grande melancolia que havia dentro de si. O sorriso caloroso e duradouro, talvez escondesse uma grande mágoa.

Mas o que havia?

Mas... O que havia ali?

Donuts preparados com intenso carinho e coisas saborosas não lhe davam mais o sabor de prazer em sua boca. Era apenas como um aperitivo qualquer, que poderia encontrar em qualquer esquina próxima à sua casa. A avenida repleta de flores e a estrada colorida pareciam aos poucos retornar ao preto e branco.

Se aquela moça era um arco-íris pós-chuva, deva-se dizer de passagem que suas tonalidades estão se esvaindo. As crianças que retornavam de suas devidas escolas, questionavam entre si, apenas uma pergunta:

“Cadê a moça do cabelo bonito?”.

O rapaz que estava enamorado da presença da gentil menina, se tornou assustado e preocupado. Simplesmente, não havia mais sinal dela. Nenhuma notícia.

Era como se... Ela tivesse sumido do mapa; Apagado sua existência.

Os padeiros, confeiteiros e as pizzarias se sentiam como se algo estivessem lhe faltando, igualmente. A bela moça, frequentava diariamente e diversas vezes aqueles lugares e as redondezas dali. Não era apenas como uma “cliente que deixou de frequentar”, era estranhamente pior.

O cachorro também se sentia diferente. Não havia aquele cheiro familiar para ser seguido até a porta de casa e depois ser e bondosamente despedido com um: “Eu não posso ficar com você, me desculpe...”, e mesmo sem entender a frase dela, seguia o caminho de volta e aguardava pelo “amanhã”.

A primavera era mais semelhante ao outono, sem a sua presença. Flores e pequenas plantinhas murchavam facilmente, não sentiam mais aquele contágio para florescerem iguais faziam antes de a conhecerem. Muito menos, depois de a terem conhecido.

Levando a alegria embora, deixando apressadamente para trás, um grande caminho de angústia inusitada e misantropia. Eu sempre vi sua silhueta de costas, partindo em pequenos saltos até chegar em casa, após guiar os pequenos educando.

Já vi seu rosto.

Mas, segundo o rapaz enamorado: Aquela moça é a mais linda das lindas. É como um anjo que ousou tocar a Terra e realizar, sem pressão alguma, seu grande objetivo. E se fôssemos de falar assim, temo em dizer que ela já havia finalizado tudo...

E ando pelas ruas de sua casa, esperando com que eu pudesse encontrar, novamente aquela estranha alegria que você levou embora. Como uma abelha leva o pólen da flor embora, deixando esta para morrer, foi o que você fez comigo.

Não consigo te reconhecer; Por isso, lhe trato novamente como a estranha moça que encontrei por acaso em um ponto de ônibus, carregando aqueles livros tão clichês, que chegavam a fazer parte de você.

Não pude lhe dizer tantas coisas, mas aconteceu o mesmo de sempre: Vi suas costas, complementadas pelo cabelo teimoso que caía também em seus olhos cor de amor, que choramingavam baixinhas sentenças de que tudo ficaria bem.

Queria lhe dizer novamente um ‘eu te amo’, mas ao adentrar o beco e encontrar você de costas, parecia grande coincidência. E em ausência de boas palavras, observo-te, dolorosamente apontar uma arma para a própria cabeça.

Ressoou-se o som no ar. E tu partiste para sempre, carregando consigo a grande exaltação que eu sempre tive.


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