Avengers 2 - Era de Ultron escrita por Pandora Ventrue Black


Capítulo 4
Memórias




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Todos nós nos dirigimos para o navio no meio do lago sem água. Nos dividimos em três grupos e dessa vez Banner ficou na nave, “para evitar maiores danos”. O que quase me fez dar uma gargalhada, pois eu também poderia gerar o maior estrago, principalmente agora que mal conseguia conter o meu poder.

Entro pela parte de cima, eu e Natasha. Andávamos pelos corredores metálicos do navio. Tudo parecia um grande labirinto e se não tomássemos cuidado acabaríamos nos perdendo.

— Seu cabelo está mais branco... – comenta baixinho a ruiva

— Gosto mais dele assim! – minto

— Espero que não nos cause problemas...

— Óbvio que não! É só questão de estilo... -minto novamente

Voltamos a andar em silêncio e logo estávamos no ponto certo. Como essa ruiva sente perigo à mil léguas de distância! Nada passava despercebido por Natasha e eu sabia que ela suspeitava que algo estava estranho comigo. “Isso pode ser um problema”, penso.

Podia ver Steve, Thor e Stark de um lado e Ultron e o que assumo que seja Pietro e Wanda Maximoff de outro.

— Ah, Júnior! Você vai partir o coração do papai... – fala Tony

Bufo, se tinha uma coisa que Stark sabia fazer é ser inconvincente!

— Se for necessário. - diz Ultron

— Ninguém tem quer partir nada! – fala Thor segurando seu martelo com força, eu podia ver os nós dos seus dedos ficarem brancos.

— Obviamente, você nunca fez um omelete – retruca Ultron

— Tirou as palavras da minha boca! – fala Tony

— Ele é engraçado! – fala um dos gêmeos Maximoff – Sr. Stark, que tal? Sente-se confortável? Como nos velhos tempos...

Pietro olha para as bombas no fundo do navio. Não importa para onde o menino ande, Wanda sempre estava perto o suficiente para cuidar dele, e vice-versa.

Natasha me contara sobre eles. Também foram expostos à radiação do cetro, algo semelhante à mim. Suspiro. “Jovens demais, coitados...”, penso. Eles pareciam eu e Sam, só que a diferença de idades deles era menor. Acho que Wanda deveria ter um pouco mais de 18 anos de idade e Pietro chegava perto de 24.O menino é apenas dois anos mais novo que eu.

Eu sou nove anos mais nova que meu irmão e se não fosse por isso, eu não sabia como teríamos sobrevivido. Os orfanatos são cruéis e passei muito tempo neles antes de Samuel conseguir me tirar de lá.

Quando nossos pais morreram eu tinha 5 anos e Samual, 14. Fomos direto para o orfanato. Não tínhamos parentes vivos, nossa família se resumia a mim, meu irmão e meus pais e quando eles faleceram era apenas eu e Sam contra o mundo.

Nos quatro anos após a morte de meus pais, Sam e eu passávamos de casa em casa, não conseguimos nos adaptar às novas famílias (ou elas que não se adaptaram a nós? Acho que nunca saberei!). No ano em que meu irmão completou 18 anos ele foi obrigado a sair do orfanato, já que por lei ele não poderia ficar pois já tinha idade para se virar sozinho.

Durante a manhã de seu décimo oitavo ano de vida ele me explicou seu plano. Esperaríamos a madrugada e ele me tiraria daquele lugar. Naquela época não sabíamos o que iríamos fazer depois do orfanato, mas graças a Samuel nós sobrevivemos.

Consegui sair do orfanato e Samuel conseguiu um emprego em um restaurante que eu não me recordo o nome, só sei que o dono nos dava o jantar sem retirar do salário de meu irmão. Carlos, um senhor de idade dono do restaurante, ciente do nosso estado (dormíamos em abrigos, nunca podíamos passar mais de 6 dias neles e sempre tínhamos que mudar) nos deixou morar em sua casa sob uma condição: “Os dois vão estudar e o mais velho vai trabalhar!”, dizia ele.

Enquanto vivíamos com Carlos, eu estudava numa escola próxima a sua casa e ajudava sua esposa, Serena, com os afazeres domésticos. Já Samuel conseguira entrar na faculdade e de noite trabalhava no restaurante.

Acho que foram os anos mais felizes da minha vida. Quando eu tinha 14 anos Serena morreu, era uma senhora de idade, porém era ativa e disposta a tudo, mas morrera de gripe. Foi num piscar de olhos que nós a perdemos.

Quando Samuel tinha 29 anos ele já trabalhava para SHIELD e eu estava estudando para passar no exame. Quando recebi o resultado de aceitação, Carlos teve um ataque cardíaco e morrera antes de eu chegar em casa para contar a notícia.

Lembro muito bem do dia do enterro dos dois. Foi numa tempestade e eu fiquei em casa, sem entender o porquê da Morte ser tão próxima de mim.

Saio dos meus devaneios ao ouvir um disparo. A luta começara e os robôs de Ultron voavam em todas as direções. Saco as duas pistolas e atiro no que estava mais perto de mim, ele cai no chão emitindo um som metálico estridente. Saio correndo, procurando um lugar mais alto para conseguir uma mira melhor.

Subo em uma escada em espiral aleatória e sinto algo me jogar contra a parede. Minhas costas queimam e fico sem ar. Olho ao redor desnorteada, não sabia o que havia me atingido.

Levanto-me com dificuldade e normalizo a respiração. Continuo a andar e sou abordada por outro robô. Por conta de sua aproximação repentina não consigo me proteger e a criatura metálica soca-me o rosto.

Avanço em sua direção, forçando sua cabeça a bater na parede, entretanto a carcaça de metal escapa e me derruba no chão. Pego minha pistola e miro em sua cabeça, a bala atravessa o crânio metálico bem no meio. Ele cai em cima de mim.

O robô era pesado e com muita dificuldade eu consigo sair de cima dele. Vejo Pietro passando perto de mim e tento acertar um tiro em sua coxa (apenas para desnorteá-lo, não matá-lo). Olho para luta, não conseguia ver Natasha nem Steve, o que me deixa muitíssimo preocupada mas...

Minha visão escurece e de repente me encontro na sala que mais temia. A sala branca refletia a luz do cubo, do maldito Tesseract. Meu corpo estava preso a uma fria mesa de metal e sabia muito bem que estava nua.

Lágrimas sem fim escorrem pelo meu rosto. “Me tirem daqui!”, era o que eu queria gritar, mas os cientistas amordaçaram-me.

— Fase 1, cobaia 3. Iniciar contagem – sai pela caixa de som a frase mais temida por mim

3...

2...

1...

Dor aguda e extrema. Os raios atingem a minha pele, fazendo-a queimar, nunca soube ao certo quão profunda foram as queimaduras pois o cubo acabou me dando grandes poderes de cura.

Choro um choro descontrolado e inconsolável. Eu ia e vinha, acordava e apagava mas a dor não passava. Depois de muitos desmaios eu finalmente apago de vez.

Memórias e mais memórias preenchiam o meu campo de visão. Era quase impossível discernir o real do que se passava na minha cabeça.

Podia me ver na sala de luta, nocauteado todos os meus colegas de classe, me via na sala de experimentação, onde os cientistas formulavam novos métodos de tortura para usarem contra mim e podia me ver na enfermaria, acordando e sentindo meu corpos dolorido e ardendo.

“O que está acontecendo?!”

“Por que estou passando por tudo isso de novo!”

“O que foi que eu fiz para merecer isso!”

“Perdão Deus! Se você puder me ouvir, me tira daqui!”

Minha mente gritava, esperneava e chorava. Me sentia fraca, quase sem vida. Tudo isso era demais. A dor era demais, a pressão era demais! Tudo constante de doloroso!

Queria gritar e bater em algo mas não consegui me mexer, eu apenas assistia a tudo aquilo de camarote...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham! ^~^



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