Eterno Amor escrita por Chrys Monroe


Capítulo 4
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Estou de volta com mais um ♡

Boa leitura!!



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Passei a andar de um lado para o outro no corredor, nervoso, sem saber que atitude tomar para salvar a vida da mulher que amo. 

— Que frio... - Bella reclamou jogando a bolsa no sofá e o maldito a ouviu, saindo do quarto rapidamente e se escondendo no corredor atrás de uma estante, enquanto minha mulher subia as escadas e ia até nosso quarto, sem notar presença alguma, o que é perfeitamente normal já que sempre foi muito distraída. 

Isabella começou a se despir, tirando o casaco, a blusa e nojento, o bandido aproveitou que a porta do quarto estava entreaberta para olha-la com desejo.  

Preciso fazer alguma coisa imediatamente... 

Ao olhar para os lados notei que Bob estava na estante.  

— O que faço, Bob? - Perguntei e logo notei que Bob estava me olhando nos olhos - Está me vendo Bob? - Sorri ao perceber que ele está mesmo me vendo. 

Será que todos os animais podem ver espíritos ou só o Bob? 

Mas esse não é o momento de pensar nisso, pois acabo de ter uma ótima ideia para salvar Isabella. 

Me aproximei bastante do gato e dei um grito altíssimo no ouvido dele que se assustou miando alto, no mesmo momento em que o bandido estava passando por ele para voltar para a estante e com isso, Bob acabou arranhando o rosto do desgraçado. 

— Gato filho da mãe! - O assassino xingou saindo correndo para fora do apartamento, bem na hora em que Bella saiu do quarto por conta do barulho. 

— Que foi Bob? - A morena perguntou pegando nosso bichinho no colo e fazendo carinho nele. 

Sabendo que ambos já estavam seguros, aproveitei que o safado deixou a porta aberta e enfim saí de casa, seguindo-o pela cidade pois preciso saber logo quem é esse cara e o que ele realmente quer com a Bella. 

O segui até a estação de trem da cidade, vendo-o entrar em uma das cabines, mas quando fui entrar também tomei um soco tão forte de alguém que caí nos trilhos do trem e um dos vidros da janela se quebraram. 

— O que foi isso? - Indaguei tonto vendo um homem vir na minha direção, atravessando o trem e mostrando assim, que era tão fantasma quanto eu ou até mais, já que diferentemente dele não consigo atravessar nada. 

— Esse trem é meu, rapa daqui seu babaca! - O cara falou entrando no trem que logo deu partida, passando por cima de mim.  

Ainda bem que não estou vivo ou estaria em pedaçinhos agora, se bem que de certa forma já estou. 

É, continuo confuso com minha nova condição. 

— Que droga! - Resmunguei levantando e indo embora da estação. 

Por culpa daquele fantasma imbecil perdi o assassino de vista e agora pra encontra-lo em uma cidade enorme como essa não vai ser fácil. 

[...]

Caminhando pela cidade cheia de pessoas, começei a me sentir triste. 

Dia desses eu era uma destas pessoas que andava a passos largos a fim de resolver alguma coisa, de passear, se  alimentar, viver. Uma pena que nunca dei valor a esses pequenos momentos que parecem tão  triviais, mas hoje me fazem muita, mas muita falta. 

Mas na rua não havia somente pessoas vivas. 

Conforme caminhava vi alguns fantasmas também, gente atravessando postes e paredes com a maior naturalidade. Queria tanto conseguir atravessar também, com certeza deve haver algum truque para eles conseguirem fazer isso, só pode. 

Será que o outro lado da vida é só isso mesmo? Andar para lá e para cá, ver as injustiças acontecendo com os vivos e não poder fazer absolutamente nada para ajuda-los?  

E aquela luz que vi logo após tomar aquele tiro? 

O que tinha naquele clarão tão forte?

São tantas perguntas, mas nenhuma resposta ao menos neste momento.

[...]

Andando pela calçada, vi um lugar bem esquisito. 

— "Casa da mãe da paz. Venha reencontrar e se comunicar com seus defuntos mais queridos aqui a preço de banana. 100 dólares a cada 15 minutos! " - Li em voz alta o que estava escrito na placa do local - O que será que tem aqui? - Curioso, entrei na tal casa que era pequena e bastante simplória. 

Ao que parece, isso aqui é uma espécie de centro espírita. 

Mas diferentemente de outros, neste pra falar com mortos tem que pagar. 

Tem uma fila enorme de pessoas com lençinhos nas mãos, chorando emocionadas e conversando entre si sobre a possibilidade de reencontrarem seus parentes mortos, mesmo que por alguns minutos. Também tinha duas recepcionistas organizando a fila e avisando a todos que logo serão atendidos. Sorri abertamente ao constatar que esse lugar é perfeito para eu tentar ajudar a minha Bella, mesmo sabendo que ela não acredita nem um pouco nesse negócio de se comunicar com espíritos. 

Eu também não acreditava até... Me tornar um deles. 

Pelo menos não precisarei enfrentar fila alguma para me comunicar com essa mulher aí, nem pagar os olhos da cara pra isso. 

Depois de observar as pessoas, entrei na sala seguinte onde estava a tal mãe da paz. 

Era uma mulher muito bonita na casa dos quarenta anos, cabelos longos e escuros, sentada em uma mesa redonda com um globo roxo brilhoso, muitas cartas de tarô e estava de olhos fechados, parecendo que estava meditando ou algo similar. 

— E então? Está sentindo a presença do meu marido, senhora Esme? - Uma cliente perguntou à ela, enquanto limpava as bochechas molhadas com um lençinho rosa. 

— Estou sim. - A mãe da paz respondeu - Ele está em pé do seu lado direito. 

— Sério? Que emoção! - A mulher exclamou sorrindo - Haroldo, está aqui querido?

Ué, mas não tem ninguém do lado da cliente não. 

Essa mulher está mentindo só pra ganhar dinheiro da cliente, que absurdo! 

— Ele disse que está muito feliz em te ver, mas que é uma pena que você tenha ficado uma baranga com o passar do tempo. Onde já se viu não combinar o cinto com a bolsa e os sapatos? E esse cabelo todo desgrenhado?! São frases dele, não minhas viu?! - Deixou claro, arrancando umas risadas minhas.  

— Haroldo está tão desbocado. - A cliente corou sem graça - O que mais ele te disse?

— Antes... - Mãe da paz estendeu a mão - Mais alguns dólares, por favor. 

— Claro! - A pobre coitada abriu a carteira e deu um dinheiro para ela.

— Falar com Haroldo vale tão pouco assim? - A charlatã a provocou olhando para as notas com desdém. 

Que cara de pau! 

— Claro que não! - A mulher deu praticamente todo o dinheiro da carteira para a falsa mãe de santo - Está bom assim?

— Melhorou! - A espertinha sorriu - Continuando... - Voltou a fechar os olhos - Ele disse que te ama e que é pra você seguir em frente e ser feliz com o primeiro homem que aparecer, se é que mais alguém ainda vai te querer nesta vida. Mas se não der nessa, quem sabe na próxima não é mesmo?

— Só isso? Nada mais? 

— Ele disse que está cansado e... Opa, foi embora agorinha já pois tem reunião importante com outros espíritos. - Abriu os olhos. - Volte sempre querida! - Deu um sorriso amarelo. 

— Argh... - A mulher levantou, deu as costas e foi embora fustrada com a droga de consulta que havia tido. 

— Me dei bem de novo! - Esme falou sorrindo enquanto observava o dinheiro que ganhou na base da safadeza. 

— Que feio! A senhora não tem vergonha de ficar enganando esses pobre coitados, não? - Falei indignado com a atitude dela, mas tomei um susto ao vê-la olhar para os lados parecendo totalmente apavorada. 

— Quem está aí? - Perguntou guardando o dinheiro no decote que aliás, era enorme. 

— Está me ouvindo? - Indaguei confuso me aproximando dela. 

— Credo! O que está acontecendo comigo? - Mãe da paz cobriu o rosto com as mãos - Só posso estar ficando maluca!! 

— Não, a senhora não está maluca! Não tô entendendo nada, pensei que você não pudesse se comunicar com espíritos!! - Arqueei a sobrancelha. 

— Vo... cê é um espírito? - Esme arregalou os olhos, mais apavorada ainda. 

— Sou! 

— Eu não posso me comunicar com espíritos, quem sabia fazer isso era minha avó e mãe! Mas eu e minhas irmãs, que são minhas assistentes lá fora, nunca conseguimos.

— E por quê enganam essas pessoas todas?

— Pra ganhar a vida, oras. 

— Que jeito mais desonesto de ganhar a vida, hein?

— Tem ideia do quanto é difícil arrumar emprego com essa crise econômica que assola o país, rapaz? Cada um se vira como pode! - Deu de ombros - Onde você está agora? 

— Atrás da senhora. - Ela começou a tremer. 

— E o que quer comigo? 

— Nada demais, apenas que procure a minha namorada e mande um recado meu pra ela.  

— Qual é cara?! Tenho um monte de coisa pra fazer, muito cliente pra atender hoje ainda. 

— A senhora quis dizer enganar, não é? 

— Dá na mesma! - Deu de ombros novamente - Agora dê licença que preciso ganhar meu dinheirinho. E faça o favor de não me incomodar nunca mais. 

— Nem pensar, preciso da sua ajuda e não irei embora enquanto não conseguir. - Bati o pé, vendo a morena revirar os olhos. 

[...]

Eu disse que não ia embora e foi o que fiz. 

Enchi o saco de Esme durante o resto do dia. Estressada por minha causa, ela nem conseguiu atender mais ninguém e foi para sua casa, comigo atrás é claro. A charlatã mora em um prédio simples de um dos bairros mais pobres da cidade. 

Onde será que ela enfia toda grana que rouba?  

— Esme, preciso que telefone pra minha namorada, ela está correndo perigo de vida! 

— Não acredito que me seguiu até minha casa, que fantasma insistente! - Reclamou sentando-se na cama - Quer que eu faça o quê? Ligue pra garota e diga que ela está correndo perigo? Acha mesmo que ela vai acreditar em mim? 

— Não sei, mas preciso que tente pelo menos, Esme. Olha... Meu nome é Edward Cullen e fui assassinado há alguns dias, mas hoje o cara que atirou em mim apareceu na casa da Isabella Swan, minha namorada, e ficou revirando o lugar. Ao que parece, está procurando alguma coisa e tenho medo que em uma dessas procuras, Bella o flagre e acabe... A senhora sabe! 

— Por quê não vai pedir ajuda a outra mãe de santo?

— Porque a senhora é a única que conheço! 

— Argh... Okay. - Pegou o telefone nas mãos - Qual o número dela?  

Dei os números para ela que discou, colocando no viva-voz para que também pudesse acompanhar a ligação.  

Após alguns toques, Isabella atendeu. 

 

Ligação On:

 

— Alô?

— É a Isabella? - Esme questionou. 

— Sim, sou eu. Quem é?

— Ótimo! Meu nome é Esme e sou médium das boas mesmos. Vim trazer um recado do seu namorado, Edward, que bateu as botas recentemente. Ele disse que...

 

Ligação Off

 

— E aí?

— Ela desligou! Sua namorada não acredita em fantasmas não? 

— Nem um pouco, nós dois não acreditavamos aliás. E agora?

— Agora o quê? Já fiz o que me pediu e lamento que não tenha dado certo, moço. Agora tome seu rumo e me deixe em paz. Esse negócio de se comunicar com espíritos é um horror, quero voltar a ser como antes! 

— Nem pensar, preciso que vá até minha casa falar pessoalmente com a Bella.  

— Está maluco? - Esme riu - Não vou me deslocar até onde Judas perdeu as botas pra falar com sua namorada, mas não vou mesmo. - Negou deitando-se de barriga para cima na cama. 

— Se você não for, irei te assombrar até o fim dos seus dias já que os meus já se acabaram mesmo! - Avisei segurando a gargalhada. 

— Você não teria coragem, Edward... - Fez uma careta. 

— Vai pagar pra ver?

[...]

De madrugada...

 

— UM ELEFANTE INCOMODA MUITA GENTE, UM ELEFANTE INCOMODA, INCOMODA MUITO MAIS...

— Cala a boca, Edward! Quero dormir! - Esme falou tapando a cabeça com o travesseiro. 

A ignorei e prossegui. 

— DOIS ELEFANTES INCOMODAM MUITA GENTE, DOIS ELEFANTES INCOMODAM, INCOMODAM MUITO MAIS... - Cantei. 

— Você não cansa, não?

— Estou morto querida, não sinto mais cansaço, esqueceu? 

[...]

Uma hora depois...

 

— CEM ELEFANTES INCOMODAM MUITA GENTE, CEM ELEFANTES INCOMODAM, INCOMODAM, INCOMODAM MUITO MAIS!

— Ta bom, você venceu! - Esme falou jogando o travesseiro na minha direção, mas como sou fantasma não conseguiu me acertar - Vou amanhã na casa da sua namorada, okay?  

— Ótimo! - Parei de cantar sorrindo feliz por ter enfim, conseguido o que queria. 

[...]

Assim que amanheceu fiquei aguardando na sala enquanto Esme se arrumava no quarto para ir até minha casa. 

— Pronto! - Mãe da paz avisou surgindo na sala já devidamente arrumada - Vamos logo? Quem sabe assim consigo me livrar logo de você! 

— Exatamente, vamos! - Concordei a seguindo para fora do prédio.  

Dei o endereço para Esme e a acompanhei até minha casa que ficava do outro lado da cidade. 

Chegando lá ela interfonou para meu  apartamento mas após se apresentar Bella mais uma vez desligou na cara dela, provavelmente porque deve achar que ela é alguma golpista louca. 

— Fiz a minha parte, mas pelo jeito sua namorada não quer me receber mesmo. - Esme disse dando meia volta para ir embora. 

— Não! Grita o nome dela, moramos no segundo andar, daqui ela vai conseguir te ouvir. 

— Argh... - Esme revirou os olhos - ISABELLA SWAN DO SEGUNDO ANDAR? CADÊ VOCÊ? APARECE NA JANELA, POR FAVOR! - Gritou, mas nada da Bella aparecer. - Desse jeito vou ficar rouca, sabia? 

— Fala pra ela do Bob. - Pedi pois no caminho contei mais sobre minha vida pra ela. 

— ISABELLA SWAN! DONA DE UM GATINHO MUITO FOFO CHAMADO BOB QUE VOCÊ GANHOU DO EDWARD NO ANO PASSADO, APARECE AÍ. RACIOCINA CRIATURA, NÃO TE CONHEÇO... COMO IA SABER DISSO? - Enfim, a morena apareceu. 

— VÁ EMBORA, POR FAVOR. RESPEITE MEU SOFRIMENTO! - Bella gritou da janela olhando para nós. 

Quer dizer, para Esme. 

— Diga pra ela que há dois anos fizemos uma viagem a Paris, que foi a favorita dela. Conhecemos juntos os melhores pontos turísticos da cidade. - Aconselhei 

— VOCÊ E EDWARD VIAJARAM PARA PARIS DOIS ANOS ATRÁS, FOI SUA VIAGEM FAVORITA ÁLIAS. - Bella arregalou os olhos. 

Acho que desta vez ficou ao menos  balançada. 

— Diga a ela que a camiseta que está usando era minha. Era uma que usei na adolescência, mas como não cabia mais em mim dei para ela no começinho do nosso namoro. - Falei sorrindo ao ver como Bella estava lindissíma com minha roupa. 

E pensar que nunca mais vou poder toca-la... É a pior coisa de não poder mais viver. 

— ELE DISSE QUE ESSA CAMISA QUE VOCÊ ESTÁ USANDO PERTENCIA A ELE. QUE TE DEU NO COMEÇO DO NAMORO, DEPOIS QUE PAROU DE SERVIR NELE. - Bella então fechou a janela e sumiu - Ela foi embora? Sua namorada é muito cabeça dura! 

— É mesmo! Não sei mais o que fazer pra ela nos ouvir. - Desabafei sentindo a fustração bater forte dentro de mim. 

— Pois eu sei! Vou embora agora porque preciso trabalhar e nem ouse me seguir porque já estou de saco cheio de você, seu fantasma folgad... - Nos calamos quando nos deparamos com Bella saindo do prédio e caminhando na nossa direção - É ela! - Esme sorriu. 

— É ela sim. - Sorri de volta. 

— Aceito conversar com a senhora. - Bella disse com os olhos cheios de lágrimas, muito emocionada com a situação, assim como eu. 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado *-*

Comentem, favoritem, recomendem!!!



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