Mundos Colidindo escrita por Erin Noble Dracula


Capítulo 5
Baile




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P.O.V. IO.

Nunca estive num baile. Mas, decidi que era uma boa ideia usar o meu vestido. E fiz um penteado clássico, um coque brigitte é assim que chamam.

—Prontinho.

Quando cheguei todos os rostos viraram-se para me encarar.

P.O.V. Alec.

Ela estava linda naquele vestido roxo com aquele colar e aquela coroa prateada toda rebuscada, cheia de arames.

A cabeleireira havia feito um belo trabalho. Sim, a Jane tem uma cabeleireira particular e temos gente que faz nossos uniformes sob medida.

O vestido era de um tecido que nunca vi e o metal do colar também brilhava demais para ser da Terra. O vestido roxo delineava bem as belas curvas do corpo de IO. Era longo, com uma manga só. Era como uma toga.

O silêncio sepulcral do salão fazia o barulho produzido pelos saltos do sapatos dela ser ensurdecedor. Ela estava de batom, mesmo á distância pude sentir o cheiro de morango, ver a textura molhada e cada partícula daquela substância. Os olhos delineados de preto como olhos de gato. Como a maquiagem da Rainha Cleópatra.

Enquanto descia as escadas, sua mão esquerda deslizava suavemente pelo corre-mão, a postura impecável, o sorriso radiante.

Ela pegou uma taça de champanhe das bandejas.

—Obrigado.

Ouvi-a dizer ao garçom.

—Vai ficar ai só babando ou vai convidar a garota pra dançar? Vai lá mané.

Quem disse isso? Se chutaram Jane, acertaram.

E eu fui. 

—Oi. Será que Vossa Alteza Real, me concederia a honra desta dança?

—Oh, mas não está tocando música. Tem esse ruído.

Havia uma orquestra tocando valsa. E ela chamava de ruído. Tive que rir.

—É música. É valsa.

—Oh! E o que nós fazemos?

—Dançamos.

—Mas, como?

—Com sua licença.

Peguei na mão dela primeiro e depois na cintura.

—O que está fazendo?

—Valsando.

Tive que ensiná-la e ela continuava contando e pisando no meu pé. Não que me incomodasse, ela era leve como uma pluma e eu não sentia dor.

—Oh, pelo amor do Criador, pare. As coisas estão começando a girar e isso inclui o meu estômago.

—Você comeu?

—Comer o que? Não tem comida, não tem banquete.

E os garçons passando ao redor dela com bandejas de canapés.

—Aqui, experimente isto.

Ela sentiu o cheiro primeiro e depois comeu. Mastigou bem devagar.

—É meio pastoso, mas é bom. É muito bom.

IO pegou um monte de canapés e comeu. Ela comeu como uma condenada.

—Não me julgue. Estou com fome já a algum tempo e não sabia que isso era comida.

—Bom, então acho melhor alimentarmos você.

Havia um banquete, peixe, frango, porco, carne de caça. E ela comeu tudo aquilo com a mão. A mão e uma faca.

—O que foi?

Perguntou com franca curiosidade.

O jeito dela comer era... medieval. Era exatamente como os nobres comiam seus banquetes na Idade Média.

—IO, onde aprendeu a comer assim?

—Pesquisei sobre bailes no banco de dados. Vídeos, séries de vídeos. Mesas enormes cheias de comida como esta. Mas, as pessoas deviam estar pulando e rodopiando, mas não estão. Minha pesquisa nada revelou sobre valsas.

Ela deve ter trombado com os bailes da Idade Média.

—Isso eram os bailes na Idade Média, IO.

—Bom, as roupas das pessoas nos vídeos pareciam com esta que está usando. Convidou-me para caçoar de mim?! Porque, tudo o que fez até o momento foi rir de mim?!

—Você é muito... autêntica.

—Pare de... Morgs.

—Vou parar de...

—Morgs!

Berrou me jogando no chão pouco antes de um disparo passar raspando pela minha orelha.

Ela fez as munições das armas deles explodirem matando-os. Os que sobraram dispararam contra ela que facilmente se desviava. Sumindo em meio ao ar e os esfaqueando. Quando a briga violenta acabou, o coque dela havia despencado, seu vestido fora rasgado e então... ela mirou em Aro.

—Você. Isso foi coisa sua! Você planejou isto! Deu aos Morganianos a minha localização, você orquestrou isto. Para que eu tivesse que lutar e você pudesse dizer a seus vassalos que sou seu novo... troféu!

—Minha querida, está...

—Basta! Ouço seus pensamentos. Mesmo durante o confronto, captei seus pensamentos. Meu vestido, a única coisa que me havia sobrado, a única lembrança que eu tinha... de minha mãe. O último presente que ela me deu... se foi. Está destruído. Graças ao senhor. Então, não ouse chamar-me de querida. Não me verá neste Castelo, nunca mais.

Ela saiu do salão de cabeça erguida, mas chegando ao quarto que lhe foi designado ela desabou. Era um choro compulsivo.

P.O.V. IO.

Não posso crer que fizeram isto á mim. Que tipo de criatura consegue ser tão... baixa, tão cruel? Sua Majestade, o Rei Aro tirou algo de mim. Perfeitamente justo que eu tire algo dele também.

Fiz minhas malas e massacrei cada guarda, cada criatura chupadora de sangue que vi em meu caminho para fora daquele lugar abominável.

P.O.V. Alec.

Fui para o quarto dela, mas... estava vazio. E Meu Deus! Ela deixou uma trilha, uma infindável trilha de Guardas mortos. Do lado de fora do Castelo, estava queimado na parede como se tivesse sido marcado á ferro.

Sua Majestade, Rei Aro. Você destruiu a última lembrança de minha família e agora destruí a sua.

A cabeça de Sulplícia estava colocada numa estaca. Bem nos portões do Castelo de São Marcus.

—Ai Meu Deus!

—O que foi que... Puta Merda!

Quando Aro viu a cabeça de Sulplícia na estaca ficou primeiro em choque. Negação e depois... ira. Tudo isso numa fração de segundo.

—Nunca mexa com uma Princesa alienígena e seu vestido.

P.O.V. IO.

Uma Princesa guerreira deitada numa cama imunda, num motel de quinta chorando abraçada á um vestido roxo que foi reduzido á trapos. É. Sou eu neste momento. Não queria ter que fazer Back Up deste momento, porém não podia esquecer, não podia perder mais nada. Porque tudo o que havia me restado era a dor.

Pensei que eles realmente se importavam, apesar de saber as intenções do Rei Vampiro. Como fui tola.


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