O ioiô da joaninha tocou enquanto ela se deslocava pela cidade, então ela decidiu parar em um prédio para atender o objeto que também funcionava como comunicador.

Estava cada vez mais exausta, tinha passado na casa de quase todos os seus colegas para tentar repassar os Miraculous restantes, no entanto, todos estavam sem voz – graças à Silencer – ou sumidos. A cidade estava um caos total depois da falsa akumatização de Ladybug e da falsa morte de Chat Noir.

— Ladybug? – era Rena Rouge em uma chamada de vídeo, mas antes que alguma das duas pudesse falar algo, Chat Noir entrou na chamada e menos de um segundo depois Queen Bee também apareceu.

— Ladybug? – os dois loiros disseram ao mesmo tempo.

— O que foi?

— Bom, eu liguei para avisar que eu e Carapace estamos com Chat Noir. Inclusive, ele já alimentou o kwami e estamos todos prontos, apenas esperando as ordens.

— E eu procurei a Volpina nos arredores da Torre, mas infelizmente não a encontrei.

— Já eu quis ouvir o doce som da sua voz! – disse o gato, fazendo Marinette bater a mão na testa.

— E eu acabei de chegar porque me senti excluído. – Carapace falou assim que entrou na chamada, estava do lado de Alya e Adrien, mas queria participar pelo seu comunicador também.

— Enfim, o que faremos agora, my lady?

— Vamos nos encontrar, precisamos conversar.

***

Queen Bee foi a última a chegar no ponto de encontro que Ladybug tinha marcado. Chegando apenas alguns segundos depois que Chat Noir, Rena Rouge e Carapace.

— O que aconteceu com o Gorizilla?

— Nós meio que derrotamos ele, mas descobrimos que ele não estava akumatizado, ele apenas se desfez no meio da briga.

— Uma ilusão da Volpina? – Queen Bee questionou.

— Pode ser. – Ladybug refletiu – Mas tem algo a mais, já que além da Volpina, temos outro akumatizado roubando as vozes das pessoas de Paris. – disse com um semblante triste, pois era de Luka que estava falando.

— Dois ao mesmo tempo?

— Sim. O que significa que...

— Hawk Moth conseguiu aumentar os seus poderes de alguma forma. – Chat Noir completou a frase – Felizmente sabemos aonde ele está, porém vamos precisar da ajuda de vocês para entrar. – Ladybug encarou o loiro.

— Posso falar com você rapidinho? – Adrien assentiu e Marinette o conduziu para o lado, um pouco afastado dos outros três heróis – Você tem certeza de que quer fazer isso? – sussurrou – Porque se não quiser eu vou entender. Nós podemos dar um jeito e...

— Não, eu quero. Quero acabar com isso de uma vez por todas. – já não aguentava mais as mentiras do pai. Precisava colocar um ponto final nessa história o quanto antes. E se Gabriel ainda não tinha percebido o quão mal ele fazia à população, então Adrien teria que impedir ele.

— Certo, precisamos de um plano! – Ladybug se voltou para a equipe – O problema é que ainda tenho comigo os Miraculous da cobra e do dragão. Não consegui entregar para quem eu queria e não dá tempo de devolver ao Mestre.

— O que vão fazer com eles? Não podemos correr os risco que eles caiam em mãos erradas! – Queen Bee exclamou, pois embora tenha sido mais ou menos isso que aconteceu com ela, agora era uma pessoa diferente. Entretanto, não poderiam arriscar em um momento como esse.

Marinette parou e pensou por alguns segundos. Logo, lembrou da conversa que teve com Mestre Fu e Mullo quando pegou seu Miraculous secundário.

— Espera! Acho que sei o que fazer com eles. – encarou Adrien – Descobri que é possível fazer uma fusão de Miraculous, então... Dois de nós poderiam usar eles junto com o que já está.

— Eu sinceramente sugiro que sejam vocês, já que têm mais prática nisso do que nós!

— É, se precisar a gente pode usar. – Carapace se manifestou, completando a colocação inteligente de Alya – Mas vocês são os mais indicados.

— O que você acha? – a azulada questionou o gato, que sorriu de lado e estendeu a mão.

— Que vamos conseguir. – ela sorriu também.

— Qual você quer?

— Escolha você, my lady.

— Não sei qual é qual, então vou deixar na mão da sorte. – estendeu para ele o que estava em sua mão direita – Esse é o seu e esse outro é meu.

— Certo, vamos ver se eu serei o primeiro gato-dragão ou o primeiro gato-cobra. – abriu a caixa e de um círculo brilhante verde saiu um kwami com características de cobra.

— Olá, eu sou o Sass e habito o Miraculous da cobra.

— E aí? – Adrien riu, cumprimentando o kwami.

— Bom, então pra mim sobrou o dragão. – Marinette abriu a caixa, liberando o kwami vermelho.

— Olá, eu sou Longg, o kwami do Miraculous do dragão.

— Oi Sass e Longg. – a azulada começou – Nós somos Ladybug, Chat Noir, Rena Rouge, Carapace e Queen Bee. Como podem ver, muitos Miraculous para poucos kwamis.

— Isso quer dizer o que eu acho que quer dizer? – Longg questionou e Sass riu.

— Eu acho que sim, meu amigo. Vão fundir os Miraculous? – Ladybug assentiu – Certo, sabem como fazer isso?

— Na verdade não. – Chat Noir admitiu – E se você puder resumir, seria ótimo. Estamos meio que sem tempo.

— Vocês podem fundir os Miraculous se transformando com eles ao mesmo tempo, ou no caso de vocês, é só colocar o outro e se transformar. – disse Longg.

— Além de vocês terem os poderes dos dois Miraculous, eles serão ampliados. – Sass explicou – O tempo de uso deles também é maior.

— Certo. Mais alguma coisa? – depois de uma rápida conversa sobre o que cada Miraculous fazia e de como se transformar, os heróis colocaram as joias. No caso de Adrien, um bracelete e de Marinette, a gargantilha.

— Sass, bring it on!

— Longg, fire up!

***

— Sabe, eu nunca tive muita calma. – disse olhando para Nathalie, a akumatizada que estava lhe possibilitando mandar mais de um akuma por vez. Seu catalisador. – Sempre fui com muita sede ao pote e fazia os outros fazerem o meu trabalho. Mas sabem o que dizem, não é? Se você quer algo bem feito, faça você mesmo.

— O que quer dizer com isso, Feather Moth? – Catalyst questionou o vilão, que deu um sorriso e virou de frente para a grande janela redonda.

— Que guerreiros cansados dificilmente vencem uma batalha complicada. Tudo que estou fazendo é parte de um plano maior. Minha última tentativa. – tirou uma pena do leque que ficava em suas costas – Dessa vez eu terei calma, mas não quer dizer que vou facilitar. Vou ter os Miraculous da Ladybug e do Chat Noir custe o que custar! – fechou a mão ao redor da pena branca, Catalyst se aproximou e tocou a mão dele e a pena agora negra, se multiplicou em várias. Logo, Gabriel as soprou pela janela – Vão, e encontrem as almas desesperadas para meu exército de sentimonstros!

***

Ladybug girou sua espada concedida pelo Miraculous do dragão fundido com o da joaninha, enquanto Adrien encarava a lira.

Os cinco heróis estavam reunidos agora próximos à Torre Eiffel, discutindo a situação.

— Meu poder agora é a criação e a climatização.

— E o meu é a destruição e a hipnotização. Não combinam tanto, mas é o que temos para o momento. – guardou a lira no cinto e colocou o bastão nas costas, que era onde ficava agora.

Marinette também colocou a espada nas costas e segurou o ioiô na mão.

— Vocês estão incríveis! – Rena Rouge falou com os olhos brilhando e a azulada riu.

— Precisamos de um novo nome. – disse o loiro. – Eu serei o Snake Noir e você será a Dragonbug!

— Tudo bem, então. – ela riu – Certo, precisamos ir atrás de Hawk Moth e...

— Dragonbug?

— Sim, Carapace? – Nino apontou para algo atrás dela, então os heróis se viraram, dando de cara inúmeros monstros nunca visto antes por eles. Provavelmente não era akumatizados, já que literalmente eram monstros.

Basicamente eram criaturas grandes representando animais, mas de um jeito fantasioso.

— Será que eles são uma ilusão da Volpina?

— Poderia ser. – Marinette admitiu – Mas não sei se os poderes dela poderiam criar um exército. – disse sem tirar os olhos das criaturas.

— O-O que vamos f-fazer? – Chloé se encolheu.

— O que nós sabemos... – Dragonbug guardou o ioiô e puxou a espada – Lutar. – Snake Noir pegou o bastão, Rena Rouge a sua flauta, Carapace o escudo e Queen Bee o pião.

— Acha que vamos conseguir? Eles são muitos! – por mais determinado que estivesse, Adrien também estava verdadeiramente preocupado.

— Sinceramente, eu não sei. A única coisa que eu sei é que Paris conta com nós e precisamos defende-la. – encarou seus companheiros – Vamos fazer isso juntos, certo? – o semblante dos heróis foi se tornando determinado conforme iam assimilando as palavras da líder. – Então se preparem, prevejo que teremos um dia longo! – dito isso, Marinette correu na direção da torre seguida pelos cinco.

Os monstros finalmente notaram a presença dos heróis e vieram na direção deles.

— Nossa prioridade momentânea é contenção! – Dragonbug gritou – Ainda precisamos achar Hawk Moth e acabar diretamente com a fonte disso tudo!

— Entendido. – Carapace jogou seu escudo na direção do mostro. O objeto bateu e voltou, então ele o segurou novamente, girou seu corpo e pulou, acertando o escudo no mostro que se desfez em poeira com a pancada forte.

Enquanto isso, Rena Rouge e Queen Bee acertavam as criaturas com golpes sincronizados. Chloé puxou um deles com seu pião e Alya acertou o mesmo com a flauta, transformando ele em poeira também.

Dragonbug usava sua espada pra desviar os golpes dos monstros. A garota correu na direção de um que simbolizava um pássaro e voava por cima deles. Ela atirou seu ioiô, o envolveu e usou ele para ser puxada contra o pássaro. Em seguida, cravou sua espada no peito do mostro que se desfez. Antes que ela caísse, jogou seu ioiô na Torre Eiffel e conseguiu pousar no chão em segurança.

O grupo se reuniu de costas uns para os outros, enquanto se defendiam doa ataques. Marinette sabia que eles estavam bem, mas não sabia se duraria muito tempo. Ela particularmente estava esgotava, embora planejasse continuar lutando até cair.

— Eles são muitos! – Snake Noir gritou, girando o corpo e acertando seu bastão com força em um dos monstros que logo se desfez.

— Precisamos ir até Hawk Moth! – a azulada disse entredentes.

De repente, os monstros pararam de lutar, deixando os heróis confusos. Logo, as criaturas seguiram na direção da Torre Eiffel e pararam de costas para ela e de frente para os cinco.

— Na verdade, eu acho que não vamos precisar ir até ele.

Rena Rouge apontou para o monumento, aonde estava Hawk Moth parado, com as mãos escoradas em seu cetro. No entanto, sua roupa estava diferente. Possuía fortes tons azulados, penas e detalhes roxos chamativos.

— Ele fundiu o seu Miraculous com o do pavão. – Marinette e Adrien trocaram olhares. O garoto deu de ombros incrédulo, não sabia que o seu pai possuía os dois.

— Se ele fez isso...

— Deve estar muito mais poderoso do que imaginávamos.