Dark Memories escrita por Juh11


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Fanfic originalmente publicada para o projeto Shinnichi project do Social Spirit.

Oi gente, aqui estou eu cumprindo mais um desafio do Shinnichi Project! O tema desse mês era o Hina Matsuri, uma celebração do Japão que tem como "objetivo" afastar os maus espiritos e desejar boa saúde e felicidade futura para as crianças. (mais informações na própria pagina do projeto).
Não vou me prolongar aqui porque a fic está bem curtinha, espero que gostem.



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Era 3 de março, e entre todas as coisas que ela esperava para fazer no domingo, ficar na região periférica da cidade Central às margens de um rio, não era a primeira de suas opções. Contudo, acordou lembrando do seu pai contando sobre os costumes antigos de sua avó e como aquela data era importante.

Foi mais difícil do que esperava conseguir encontrar uma boneca e um barco de palha para o ritual, mas tudo era possível na grande e movimentada cidade e Riza acabou encontrando em uma barraca de feira cuja vendedora era uma senhora com mais idade que suas rugas poderiam denunciar.

Fechou os olhos enquanto sentia a textura dos itens em sua mão e sua mente a levou de volta para a década passada, quando ainda era apenas sargento no exército Amestrino e seu cabelo estava bem mais curto, uma tentativa de conseguir ganhar respeito dos seus colegas homens que sempre repetiam que o exército não era lugar de mulher. Por fim, conseguiu o respeito deles, mas não pelo corte de cabelo, e sim se formando como a primeira de sua turma na academia militar e sendo a primeira mulher a fazer o treinamento de atiradores.

Porém, isso lhe custou caro.

Ajoelhada na grama, Riza prendeu a respiração por um momento ao lembrar do peso do rifle em seus braços e o aperto no peito toda vez que sentia o solavanco da arma, indicando que esta havia sido disparada. Uma bala, um tiro, uma vida. Não havia outra possibilidade, os olhos de falcão nunca erravam.

“A melhor atiradora do exército não pode ficar fora da guerra.”, ela se lembra com clareza da voz do coronel Grumman após Roy, à época graduado como major, tentar protegê-la, pedindo para que ela não fosse para a Guerra de Ishval.

Era esse o preço que ela pagava por ser teimosa e querer ser respeitada.

Uma lágrima escorreu pelo rosto da loira enquanto revivia os momentos seguintes como se fosse o presente. Ela ainda conseguia sentir o cheiro da poeira misturada com sangue no ar. Conseguia visualizar corpos jogados no chão. Homens, mulheres, crianças e idosos, a guerra não perdoava ninguém.

Respirou fundo e finalmente criou coragem para posicionar a boneca no barco de palha e a embarcação na água. A viu seguir a correnteza, esperando, talvez de forma milagrosa, sentir o coração um pouco mais leve. Nada aconteceu. Supostamente, aquele barco e aquela boneca deveriam arrastar seus pecados rio abaixo, todavia, Riza carregava pecados demais para serem levados de uma só vez.


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