Três semanas depois... Sim, três semanas! A três semanas meus pais estão em cima de mim como dois loucos, eu até entendo o porquê, mas por favor. Sou uma menina, de 17 anos, passando pela puberdade e prestes a começar o último semestre do ano mais importante da minha vida escolar, enquanto eles, são dois adultos de 30 anos que parecem duas corujas.

—Maidy meu amor... Você sabe que precisa ir! Isso pode te ajudar e muito na sua vida.- Dizia minha mãe, passando a mão no meu cabelo, enquanto eu reviro os olhos

—Mais respeito com a sua mãe, mocinha.- Meu pai brada, um nó se prende a minha garganta, já estávamos ali a quase meia hora, o grande local a minha frente me dava calafrios, meus pais me olhavam fixamente, esperando a resposta, mas, eu não sabia qual dar.

—Não podemos remarcar? Sabe, para quando eu estiver mais disposta.-Tento, sabia que a essa altura do campeonato, minha vida quem estava em jogo.

—Maidy! Já chega, desça do carro e vá junto a sua mãe para essa consulta agora!- Meu pai bate no volante, pela primeira vez na minha vida, eu via meu pai alterando o tom de voz comigo, me repreendendo

—P-Pai...- Tento, mas acabo desistindo, saio do carro com a visão voltada para meus pés, sentia o olhar do mais velho sobre mim, mas apenas segui minha mãe até uma sala, ela tentou falar comigo, dizendo que meu pai estava nervoso, que não era minha culpa. Mas... Eu sabia que era, afinal, aquilo era a minha vida, e meu pai sempre deixou claro que se importava comigo em um nível absurdo, ele sempre diz que eu e minha mãe somos sua única família. E eu o amo por sempre me apoiar, mesmo nos meus momentos de puro drama. Após duas horas, saímos daquele lugar branco, meu pai me pedia desculpas e tentava me alegrar, mas, eu ainda me sentia culpada, os resultados de todos os exames que eu tinha feito chegariam na semana que vem e, como combinado, ficariam comigo, para que se alguma coisa acontecesse, eu tivesse uma "declaração"

Descemos do carro, pode notar meu pai me analisar de cima a baixo, mas dei um sorriso e fui abraça-lo

—Desculpe, girrasol...- Sorri com o apelido, não era o melhor, nem o mais fofo, mas era especial.- Eu passei dos limites...

—Tudo bem, pai. Quem errou fui eu, sei que não devo deixar meu nervosismo atrapalhar minha vida, além de que, esses exames são importantes para a minha saúde, não devo brincar com isso!- Sorrio de forma acolhedora enquanto ele retribui e me aperta ainda mais no abraços, logo, nos soltamos para irmos ajudar minha ame na cozinha, fui um momento bem fofo, coloquei uma das nossas músicas favoritas e meu pai dançou a mesma com a minha mãe, simplesmente adorava quando os dois se mostravam pombinhos apaixonados

—Beijos não! Ainda estou aqui.- Digo, fazendo uma cara de nojo, minha mãe ri e aperta meu nariz

—Ok, minha linda ruiva.- Ela se apoia na bancada-Que tal se você chamar suas amigas para virem aqui algum dia? Seria muito legal- Ela propõem, acabo aceitando, afinal, estava devendo uma "noite das garotas" para as meninas.

—Certo. Vou ir chamar elas agora mesmo, espera aí ein.-Corri para o meu quarto pegar meu celular, me jogando na cama, mandando a mensagem no grupo que tínhamos, percebo que tinha duas ligações perdidas de Chris, ele havia pedo meu número para fazer um trabalho, já que ele devia nota do antigo semestre. Faço uma careta e mando uma figurinha para o mesmo, desço para jantar e fico na sala vendo TV com meus pais, eu sentia falta desses momentos fofos que tínhamos em conjunto.

—Vou ir ler e dormi!-Digo, deixando os "pombinhos" a sós, sorrio subindo as escadas e voltando a atenção ao grupo das meninas, começamos uma votação de quem era o "crush" mais bonito que todas tinham em comum, e, é claro, que Noah Urrea do grupo do Now United acabou ganhando, por insistência da Paty, minha e da Dani, mais por minha e da Dani, Luisa defendeu que o Josh, do mesmo grupo, era mais bonito, mas a maioria vence. Rindo das nossas besteiras, acabamos mudando para "crushes" que tínhamos por perto, ou seja, que conversávamos o dia todo, e Paty acabou revelando que tinha um Crush em um dos professores novatos que tinha nos dado aula semana passada, arregalei os olhos quando li aquilo, Luisa confessou ter uma queda por Chris, essa a qual eu já sabia e apoiava, enquanto Dani dizia ser final ao Urrea e seus vários outros maridos, acabo rindo e quando chega minha vez, apenas digo que só amo personagens de histórias. Após meia hora conversando, todas resolveram dormir, prometendo vir aqui na sexta, ou seja, amanhã. Fecho os olhos e sinto meu celular vibrar ao meu lado, abro apenas um olho mesmo e vejo que era Chris, ele pedia para que eu o ajudasse a ter uma chance com Luisa, já que a mesma se fazia de difícil para ele, acabei rindo alto demais, respondendo que a mesma não estava nem um pouco afim, apenas para provocar o mesmo, mas acabo voltando atrás e dizendo que daria o recado a mesma, que com toda certeza, iria ficar feliz e saltitante o resto do dia.

Resolvo vasculhar o blog da minha escola, que por incrível que pareça, tinha coisas bem legais como: as postagens do grupo de teatro que estava a procura de uma vocalista para um concerto, o grupo de desenho que precisava de um editor para uma história, salvei esse é claro, e de uma pessoa anônima tentado fazer uma petição para que a escola melhorasse o atendimento aos alunos, afinal, as pedagogas não ajudavam em nada com os problemas que tínhamos em relação a algum professor, resolvo assinar e mandar no grupo para que as meninas vissem também 

"Vi isso e achei interessante, se quiser ajuda com a parte escrita para o depoimento, pode me chamar no E-mail." 

Mandei e desliguei o celular, finalmente me rendendo ao mundo dos sonhos, onde sonhei com uma pessoa muito linda. 

Eu estava em uma sala de aula, essa pessoa estava desenhando na lousa, algo como um motim de alunos.

—Se formos pegos, minha reputação vai pro lixo!- Repreendo o mesmo, mas sem mover um músculo para para-lo

—Oh... Que pena, amor. Mas, eu irei dar um jeito de deixá-la intacta por minhas ações e as suas como minha cúmplice- Deu um sorriso de lado, e eu tive que rir, sentia meu coração bater mais rápido e meu rosto ficar quente, mas ignoro 

—Enquanto a sua iria ficar ainda mais cheia, não é?- Provoco, vendo a pessoa vir até mim e me prender no lugar, ergo o nariz, fazendo-me de durona

—Esse é o meu charme, raio de sol...-Ele sorri