Home Alone escrita por gashka


Capítulo 2
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoal! Eu vou experimentar postar imagens como esta aí de baixo. É um teste, mas se vocês gostarem e quiserem, eu posso trazer de outros personagens nos próximos capítulos; me digam o que acham. E boa leitura!



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Eu estava prestes a discar o número de Alice quando o celular em minha mão tocou.

— Como é que você faz isso? — Perguntei me sentindo realmente perturbada. Do outro lado da linha, Alice riu.

— Você precisava falar comigo, não é? Eu sabia!

— Mas como?

— Eu já te disse, é um dom. Mas, anda, para de enrolar e diz logo. Descobrir o que você tem pra me dizer já está um pouco além das minhas habilidades.

— Primeira coisa. Você acredita em destino?

Do outro lado da linha, silêncio. Depois de alguns segundos provavelmente achando que eu tinha enlouquecido, minha melhor amiga finalmente falou outra vez.

— Eu não acredito que as coisas são tão fixas assim. Eu acredito no poder das pessoas de fazerem escolhas e que são essas escolhas que vão moldando as situações. Mas onde você quer chegar?

— É melhor começar com o mais importante, então. Eu preciso de um lugar pra dormir esta noite, você pode me abrigar?

— Claro, mi casa es su casa. Você sabe disso. O que houve? Você e o James brigaram?

Eu ri, nervosa, sabendo que Alice era só a primeira pessoa para quem eu teria que contar o que aconteceu.

— Eu flagrei o James na cama com outra mulher.

— O QUÊ? — Alice gritou do outro lado da linha. — Eu vou matar aquele desgraçado.

Eu até sorri com a imagem da minha melhor amiga de um metro e meio, que não gostava de matar insetos por pena, tentando agredir o meu ex-namorado. Ex-namorado. Era a primeira vez que eu pensava naquele termo e talvez fosse um sinal de que eu não estava lidando tão mal com aquela situação, afinal de contas.

— Eu meio que não quero mais saber dele nem vivo, nem morto, Allie. Sabe qual foi a primeira coisa que ele me disse quando eu o flagrei? “Bella? O que você tá fazendo aqui?”. Babaca.

— Argh, eu sabia que tinha algum motivo pra eu nunca ter gostado do James. Como é que você tá?

— Melhor do que imaginei, na verdade. Minha maior preocupação agora é encontrar um lugar pra ficar, mas foi por isso que eu perguntei se você acreditava em destino… No caminho pra minha aula, eu encontrei, num dos murais de panfletos, um anúncio de um quarto num apartamento que parece ser perfeito.

— Até o preço? — Alice perguntou, sabendo que o meu salário de professora num curso de escrita criativa não era o maior do mundo ainda.

— Sim, até o preço. — Respondi. — Como são mais três pessoas no apartamento, as despesas divididas ficam baratas. Mas aí que tá a questão… As outras três pessoas no apartamento são todas homens.

Pela segunda vez naquela ligação, Alice gritou.

— VOCÊ TÁ DOIDA? Você vai morar com um monte de homens?!

— São universitários também, Allie. E eu não sei se vou mesmo morar com eles, mas sinceramente espero que sim. Já liguei pro número do anúncio e falei com um dos rapazes; agendei uma visita pra amanhã. Como é sábado, todos os três vão estar lá pra gente se conhecer e eles me mostrarem o apartamento.

— Você pode ficar aqui comigo quanto tempo quiser.

— E você sabe que eu te amo e adoro passar tempo com você, mas também sabe que seu apartamento fica muito longe da minha universidade e que só tem um quarto.

— Tá. Então amanhã eu vou com você nessa visita e você só fica com o quarto se eu aprovar tudo.

Concordei com ela, conhecendo a minha amiga o suficiente para saber que era inútil tentar discutir.

Finalizamos a conversa por telefone, afinal teríamos a noite toda para conversar, falar mal do James, para assistir a comédias românticas e para eu fazer piadas autodepreciativas sobre ter sido traída.

A noite superou as expectativas graças à pizza enorme que Alice pediu; e por muito pouco, com isso, não fui convencida a ficar na casa dela. Era muito fácil me comprar com pizza.

Na manhã seguinte, acordei animada para conhecer o lugar que poderia ser o meu novo lar por algum tempo. Alice ainda parecia me achar maluca e reprovar aquela ideia, e justamente por isso não abriu mão de me acompanhar até o apartamento.

***

— É aqui? — Alice perguntou quando estacionei no meio-fio em frente a um edifício grande, antigo, mas bonito. — Ele não é meio… chique?

— Viu só? Eu disse que era um lugar ótimo.

Eu e a minha companhia desconfiada entramos no prédio e, após sermos anunciadas pelo porteiro simpático, subimos de elevador até o sétimo andar.

— Eu pareço apresentável? — Perguntei a Alice antes de tocar a campainha e recebi como resposta um olhar de desgosto para meu jeans e blusa de flanela. Minha melhor amiga trabalhava como assistente para a editora chefe de uma conceituada revista de moda. A chefe dela era, sem exageros, uma espécie de Miranda Priestly de O Diabo Veste Prada. Por sorte, Allie amava o que fazia, então tudo funcionava bem.

No primeiro toque da campainha, a porta se abriu. À nossa frente, um rapaz alto – alto, não, enorme – nos recepcionou com um sorriso entre covinhas.

— Olá! Qual de vocês é a Bella? — Eu reconheci a voz da ligação no dia anterior. Eu tinha dito a ele que não gostava de ser chamada pelo meu nome completo e fiquei contente que ele guardou a informação.

— A com menos senso de moda. — Alice respondeu à pergunta dele. Ele encarou nossas roupas realmente confuso, por um momento, e eu ri. — Uma dica: eu estou vestindo Gucci. — Alice o ajudou.

Depois de também rir sonoramente, ele se virou para mim e me cumprimentou apropriadamente. — Eu sou o Emmett, Bella. Nós conversamos por telefone ontem.

— Oi, Emmett. Essa aqui é a Alice, minha melhor amiga que ficou com medo de vocês serem criminosos e quis me acompanhar pra aparentemente ser uma vítima também.

— Nenhum arrependimento. — Ela disse, nos fazendo rir outra vez.

— Acho que você vai ficar feliz em saber que esse não é o caso, Alice. Nós somos só universitários precisando de alguém pra dividir as despesas mesmo. Entrem, venham conhecer o apartamento.

Eu fiquei um pouco chocada com a primeira visão do lugar. O senso comum me fez esperar que um apartamento administrado por três homens fosse no mínimo bagunçado, mas, ao contrário disso, eu estava frente a uma sala da qual eu facilmente encontraria uma foto no Pinterest, armazenada em alguma pasta intitulada “decorações minimalistas”.

Levei alguns segundos, após a surpresa agradável, para registrar todos os elementos do cômodo. As janelas eram de vidro e se estendiam do chão ao teto, clareando o apartamento com muita luz natural. Um sofá grande estava disposto em frente a uma televisão e, próximo a eles, uma estante de livros tomava uma parede inteira. Nada era exatamente chique, mas pareciam ter sido cuidadosamente escolhidos para estarem ali e harmonizavam muito bem.

Então, ao contrário do resto dos móveis “não-chiques”, colocado bem no meio da sala estava um piano grande, preto e lindo. Também uma mesa de xadrez que, sozinha, devia custar o aluguel de um ano inteiro na casa que eu morava com o James. E sentado numa das cadeiras da mesa de xadrez, ele estava tão imóvel, com o olhar fixo num livro em suas mãos, que eu tinha demorado a notá-lo ali.

Ele era lindo como tudo naquele apartamento, aparentemente. Era um rapaz mais baixo que Emmett, muito menos musculoso. Os cabelos meio ruivos, meio castanhos, estavam bagunçados e ele vestia uma calça cáqui e blusa xadrez que combinava com a minha. Quando ele levantou olhar do livro, me pegou encarando-o e, para meu espanto, me encarou de volta com um olhar zangado.

— Ah. — Emmett disse atrás de mim. — Esse aí é o Edward, mas vocês podem simplesmente ignorar a presença dele porque ele está num momento de birra.

Foi a vez de Emmett receber o olhar feio de Edward que, quando nos olhou de volta, tentou suavizar a expressão negativa – sem muito sucesso, diga-se de passagem – e deu um leve aceno com a cabeça em nossa direção antes de voltar à leitura.

— Vocês duas vão conhecer o Jasper, ele não é tão simpático quanto eu, mas é mais agradável que o Edward. — Emmett caçoou, sendo ignorado pelo colega de apartamento. — Mas enquanto ele não chega, eu vou mostrar o lugar a vocês.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham aproveitado o capítulo, eu me diverti escrevendo!
Não esqueçam de comentar se querem que eu continue postando imagens no início dos capítulos. Beijos, até o próximo!



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