Yu-Gi-Oh! Crisis escrita por Hideki4500


Capítulo 2
Uma Breve Visita ao Passado


Notas iniciais do capítulo

Sem ter o q falar.



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Tyler finalmente tirava o disco de duelo após voltar pro dormitório, colocou-o em baixo do beliche, já não tinha mais sono o suficiente pra voltar a dormir mas ainda assim se deixava largar sobre a cama de baixo que ocupava, Ryuuji já havia subido para a parte de cima do beliche, eles chegaram na academia já fazia um ano, já eram amigos antes disso, mesmo assim esse laço só foi ficar realmente forte quando começaram a dividir o quarto, agora sentiam-se como se fossem irmãos um do outro.

— Achei que você fosse querer ver o duelo dela. - Ryuuji sabia o que Tyler sentia por Akemi e por isso sempre tentava conseguir desculpas para reunir os dois no mesmo lugar.

— Não, de qualquer forma eu já sei o resultado.

— É vidente agora?

Ryuuji colocou parte de seu corpo pra fora da cama para poder ver Tyler na parte de baixo, o mesmo se sentou quando percebeu o que o amigo fazia.

— Ela é inteligente, duela bem, vai cair em Rá com certeza.

— Oh, está elogiando ela.

— Não é nada disso que você está pensando, de qualquer forma ela me odeia.

— Nem parece que você liga.

— É por que realmente não ligo, agora se puder me dar licença, eu vou aproveitar que ja estou acordado e vou arranjar algo pra comer.

O loiro se levantou da cama lentamente e então deixou o quarto, Ryuuji agora estava sozinho e pensativo, Tyler não era do tipo que mostrava o que sentia, na verdade, poucas vezes o viu mudar de expressão ou de tom de voz, não conseguia pensar em um motivo pra isso, ele não tinha problemas com os pais, era inteligente, seu unico problema era a incapacidade de duelar com garotas, "Não importa, se algo o incomoda ele vai me dizer na hora que preferir.", foi a conclusão que chegou até voltar a pensar que Tyler nunca confidenciou nada com ele, o loiro e Akemi já foram muito amigos e agora se tratavam com frieza, "O que eu faço? Desse jeito fica difícil ser amigo dos dois.", o rapaz então desceu do beliche e saiu também.

O sol de fim de tarde aquecia a face de um garoto loiro sentado em um banco de praça, usava o uniforme de uma escola de ensino fundamental, estava quase dormindo, sempre que matava aula ele ficava naquele banco apesar de que dessa vez era diferente, naquele dia em especial ele simplesmente fugiu da escola depois de uma discussão com Akemi, ter catorze anos é dificil, no dia anterior havia sido desafiado para um duelo no porto por uns tipos mal encarados, a garota não queria que ele fosse e por isso brigaram, o que ele deveria fazer? Seu pai sempre dizia que não deveria fugir dos duelos e não era agora que ele começaria a fraquejar.

Em outra parte da cidade, um casal dividia a sala de estar, enquanto se distraiam com seus próprios meios de entretenimento, a mulher de cabelos loiros mantinha-se recostada no marido enquanto usava o notebook, com as pernas pra cima do sofá, ele, tambem loiro, olhava um deck de cartas sorridente, eram em sua maioria presentes de seu melhor amigo, ficaram assim durante um tempo antes de serem interrompidos pelo telefone celular que vibrava na mesinha de centro. A mulher suspirou antes de fechar o computador e se ajeitar no sofá, pegou o aparelho, na tela aparecia o nome de Akemi Muto, uma das amigas de seu filho, atendeu.

— Alo?

— Oi, dona Mai? Eu estou ligando pra saber se o Tyler foi pra casa.

— Ele não está na escola?

— Ele estava, mas nós discutimos e ele saiu irritado, o Ryuuji foi atrás dele mas achei melhor perguntar se ele tinha ido pra aí.

— Tudo bem, obrigada por avisar.

Quando desligou o telefone ela percebeu que o marido a observava, ela se levantou indo para a estante onde ficava a televisão, pegou as chaves do carro e em seguida passou direto pelo sofá indo em direção a porta da casa.

— Vamos Joey.

— Vamos a onde?

— Procurar nosso filho, onde mais?


Já havia escurecido quando Tyler chegou no porto, o disco de duelo em seu braço esquerdo havia pertencido ao seu pai, foi o mesmo que ele usou durante a Batalha da Cidade há vinte anos, era ultrapassado mas ainda fazia bem o serviço, não sabia onde estavam seus desafiantes mas era guiado pelos sons de escapamento de moto, a pequena gangue estava reunida próxima a alguns contêineres que provavelmente seriam carregados em um navio no dia seguinte.

— Então o pirralho veio, e vejam só, que bela expressão de raiva. - O lider da gangue encarava diretamente os olhos de Tyler, os seus subordinados riam.

— Quando isso acabar você vai lamentar muito.

— Calma lá campeão, isso tudo é por aquilo de mais cedo? Eu só queria passar um tempo com sua amiginha gostosa, talvez ela até gostasse.

— CALA A BOCA. - O grito de Tyler ecoou pela escuridão daquela parte do porto, os motoqueiros pararam de rir. - Pega o seu deck, vamos duelar.

— Então vamos fazer uma aposta.

— Uma aposta?

— Claro, qual a graça de duelar por nada? Se eu vencer, ela vai passar uma noite comigo, quem sabe até dar um pouco de atenção pros meus amigos, se você vencer, nós deixamos vocês em paz e ela nunca mais vai saber da gente de novo, feito?

— Espera... Isso é... - Era uma aposta estúpida na opinião do garoto.

— Feito?

— Tudo bem, então vamos duelar.

Akemi começou a procurar por Tyler logo depois que saiu da escola, ele havia dito que duelaria mas nunca chegou a mencionar onde, discutiram antes disso, talvez se ela tivesse dito aos pais dele desde o inicio não teriam chegado a tanto e ele não estaria sumido agora, Ryuuji a encontrou depois de um tempo, ele parecia cansado, provavelmente correu o tempo todo enquanto procurava.

— Encontrou ele?

— Não... - Disse o garoto. - Falou com a mãe dele? Ele estava em casa?

Ela balançou a cabeça negativamente.

— Entendo, bem, nós vamos acha-lo.

— E se aqueles caras tiverem ferido ele?

— Eles queriam duelar, não ach... - Acabou sendo interrompido pelo som de uma freada brusca, um carro cinza que ambos conheciam bem parara bem próximo a eles.

O vidro desceu revelando a mãe de Tyler, Mai, como motorista, ela tinha um semblante preocupado.

— Encontraram? - A resposta negativa dos adolescentes acabou arrancando um suspiro da mulher.- Entrem pela porta de trás.

Pelo menos duas horas haviam se passado desde o começo do duelo, ambos não se entregavam fácil mas Tyler estava confiante de que sairia vitorioso, usava o antigo deck de seu pai assim como o disco de duelo, ainda tinha 1300 pontos de vida, seu adversário tinha 900, não seria difícil agora.

— Vá Dragão Rastejante (1,600 atk/ 1,400 def), destrua o Dragão Bebê. - O ataque era bem sucedido, Tyler agora tinha também 900 pontos de vida, eles estavam empatados, a jogada porem terminava ali, Tyler não tinha só o Dragão Bebê no campo, havia também o Masaki, Espadachim Lendário (1,100 atk/1,100 def) equipado com a Espada Lendaria que aumentava 300 de Atk e Def, enquanto que seu oponente possuia apenas um monstro em campo. - Termino minha vez.

— Pois bem, compro. - Ao ver a carta que pegou o rapaz loiro começava a rir, realmente, não tinha como perder.

— Do que está rindo?

— Acabei de sacar a carta que vai desempatar esse duelo. - Ele exibia então a carta magica de Polimerização. - se prepare, eu ativo a Polimerização para fundir Masaki, o Herói do Leste do meu campo e o Manipulador das Chamas em minha mão para criar o Guerreiro da Espada da Chama Dourada (1,800 atk/ 1,600 def).

— 1,800 de ataque? Não fará muita diferença, ainda terei tempo de sacar algo pra aumentar a força do meu dragão uma vez que monstros fusão não podem atacar no turno em que foram invocados.

— Não pense que minha vez terminou, eu ativo ainda a carta magica Salamandra que aumenta o poder do meu guerreiro em 700, agora ele possui 2,500 pontos de ataque

— O QUE?

— E ativo também a carta mágica Ataque Rápido, que me permitirá atacar nessa rodada, agora vá e destrua o Dragão dele. - As chamas da espada formavam então uma enorme serpente de fogo que avançou contra o Dragão destruindo-o. Como uma luva, exatos 900 pontos de dano, Tyler acabara de vencer. - Parece que eu venci.

— Maldição, segurem ele. - dois dos capangas imibilizavam o garoto, o lider deles então desceu da moto caminhando em direção a eles. - Eu não ligo para aquela piranha fica com ela pra você, posso arranjar cem delas se eu quiser, mas eu nunca vou me esquecer dessa humilhação.

Os sons de socos ecoaram durante varios minutos naquele porto.

Quando o carro de Mai parou e eles decidiram que era melhor se separarem para procurar, Akemi achou que deveria checar a praça novamente uma vez que Tyler adorava aquele lugar, encontrou-o então, sentado, chorando, por causa da escuridão não havia visto de longe e só percebeu quando se aproximou que ele estava sujo, suas roupas rasgadas e haviam hematomas e sangue no seu rosto.

— Tyler você está bem?

— Vai embora... Eu vou ficar legal...

— Não posso ir sabendo que você está desse jeito. - Ela ia colocar a mão em seu ombro, ele a afastou com raiva. - Qual é o seu problema?

— NÃO IMPORTA PRA VOCÊ.

— Não importa? Muito bem, pode não importar mas você é meu amigo.

— EU TE ODEIO... - Akemi deu alguns passos para trás com aquelas palavras, ele percebeu um pouco tarde demais. - Akemi eu não queria dizer isso.

— Não, você queria sim, tudo bem, eu vou ir embora, não tenho que desperdiçar minha amizade com alguém egoista como você, tchau Tyler Valentine-Wheeler.

Tyler já um pouco mais velho terminou de comer seu sanduíche, havia se passado meia hora desde que deixou Ryuuji no dormitório, aquele banco onde se sentara pra comer era igual ao banco de praça daquele dia.

O sol batia em suas costas fazendo a sombra a sua frente ficar comprida, ele amassou o papel do lanche e o guardou no bolso da calça enquanto encarava o chão, aquilo já fazia três anos desde que aconteceu, havia esquecido completamente até esse dia.

— Lembrei de algo que eu não queria.

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