Momentos Com Gally escrita por Miss Oakenshield


Capítulo 4
Traz ele de volta


Notas iniciais do capítulo

Gente, deu a louca em mim e acabei escrevendo issona madrugada e precisava postar, também fiz a parte 2, mas primeiro preciso saber se vcs gostaram p eu continuar.
Já aviso que essa parte não é muito momento Gally, mas eu precisava escrever essa cena, na parte 2 temos mais Gally.



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Tiros. Fogo. Explosões.

Tudo ao mesmo tempo e perto demais de nós pro meu gosto.

Pelo que parece o grupo de revolução que Gally participa tinha mais em mente do que só destruir o C.R.U.E.L., agora eles estavam acabando com toda a cidade e nós estávamos no meio dessa guerra.

Pra nossa sorte, Brenda tinha arrumado um jeito de nos salvar, só tínhamos que tentar chegar lá inteiros. Newt é o que estava tendo mais dificuldades. Thomas e eu estávamos o ajudando a andar.

— Só me deixem... – disse ele com o pouco de força que tinha

— Para com isso Newt. – eu disse

Antes que pudéssemos atravessar a rua um carro veio voando e pegando fogo, quando caiu no chão e explodiu. Gally que estava na frente parou a tempo e fez com que recuássemos e ficássemos abaixados por segurança.

Thomas e eu colocamos Newt apoiado em uma estrutura de ferro, esperamos uma oportunidade para passarmos. Acima de nós um daqueles aviões do C.R.U.E.L. passou, só podia ser nossa carona.

— Ok, são eles. Nós temos que ir. – disse Thomas

Thomas já estava pronto para levantar Newt.

— Vão sem mim. – disse Newt – Vocês deviam...

Ele não conseguiu terminar, teve outro ataque de tosse.

— Newtie... – disse acariciando seu cabelo

— Minho... você tem que ir na frente, pegar o soro, e voltar pra nós o mais rápido que puder. – disse Thomas

— O que? – perguntei confusa com a ideia dele

Ele me ignorou e continuou olhando para Minho.

— Minho...vai.

— Ele está certo. – disse Gally – Eu posso dar cobertura.

Gally já foi se preparando, Newt pegou a mão de Minho.

— Obrigado. – disse ele – Obrigado Minho.

— Ei, aguenta firme, tá bem?

— Você também tem que ir Kathy... – disse meu irmão

— O que?! Não, Newt vou ficar com você! Posso te ajudar, eu...

— VOCÊ TEM QUE IR!

Dessa vez ele gritou. Fiquei assustada, ele nunca perdia o controle. Nem quando estávamos no labirinto, nunca o vi gritar com ninguém.

— Por favor, Kathy...

— Não quero te deixar...

— Você tem que ir... pra ficar segura.

— Eu não me importo com minha segurança... só quero ficar perto de você...

— Vai Kit Kat... por favor...

Todas as vezes que eu queria fazer algo quando estávamos na clareira, nunca deixava ninguém me dizer se eu podia ou não fazer aquilo. Eu sempre conseguia convencer Gally, Newt e até Alby a me deixar fazer o que queria, mas dessa vez... não consegui...

— Aguenta firme, tá bom? Eu vou voltar com o soro... vou correr o que nunca corri na vida, vou voltar pra você e tudo vai ficar bem...

Eu estava insegura, e essas palavras eram pra convencer tanto Newt quanto a mim mesma. Peguei a mão dele, com a outra eu segurei seu rosto e beijei sua testa. Logo em seguida encostei nossas testas, uma lágrima escapou.

— Eu te amo Newtie, te amo muito... – sussurrei

— Eu também te amo Kit Kat... não se esqueça...

Me afastei dele, abracei Thomas e sussurrei em sua orelha.

— Cuida dele... por favor...

Thomas assentiu, eu levantei e com uma última olhada para os dois, comecei a correr com Gally e Minho.

Eu traria aquele soro de qualquer jeito.

 

 

 

 

Quando eu estava na clareira eu nunca ficava parada por mais de 1 minuto, sempre alguém estava precisando da minha ajuda. Mesmo que eu não fosse uma corredora, estava sempre me movimentando de algum modo.

Agora, eu corria como nunca fiz antes. Nem quando fui ao labirinto com George tinha corrido daquele jeito. Várias vezes ouvia Gally gritando para que eu tomasse mais cuidado, que eu esperasse por eles, mas eu não conseguia processar a informação.

Na minha mente só tinham duas coisas, pegar o soro e salvar meu irmão.

Eu fui a primeira a chegar, não sabia quantas pessoas estavam lá, nem sabia quem estava segurando o pequeno frasco de soro, na minha visão só tinha aquele vidrinho azul.

— Me dá o soro!

Nem percebi se gritei, só sei que me aproximei da tal pessoa, peguei o frasco e sem nem parar 1 segundo para pegar fôlego comecei a correr de novo.

Acabei esbarrando ou em Gally ou em Minho, talvez tenha sido Gally, já que ele gritou:

— Katherine! Você vai morrer!

Não posso deixar Newt morrer.

Esse era o pensamento que se repetia na minha cabeça. Estava tão focada na minha missão que nada ao meu redor me tirava a atenção. Meu olhar estava fixo na minha frente, fixo no meu objetivo, salvar meu irmão.

— Katherine!

Não soube dizer quem me chamava, parecia a voz do Caçarola, mas eu não tinha visto ele... tinha?

Estou chegando Newtie... estou chegando...

— Katherine!

Senti meu braço queimar. O que tinha acontecido?

Nada importava pra mim.

Por favor, Newtie... por favor... estou chegando...

Eu cheguei...

Mas... foi tarde demais...

Newt estava no chão, Thomas ao seu lado chorando...

Meu irmão tinha uma faca cravada no peito.

— Thomas...

Não sei se falei em voz alto, se sussurrei ou se foi só meu pensamento, mas Thomas acabou se virando pra mim, e mesmo com todas as provas na minha frente, só agora eu tinha certeza do que tinha acontecido.

Newt estava morto... e Thomas era o culpado.

Derrubei o frasco no chão, lágrimas já jorravam dos meus olhos, minhas pernas tremiam, seja pela corrida ou pelo nervoso da cena eu estava sem ar.

Não consegui me manter em pé, cai de joelhos e comecei a me aproximar deles.

Quando estava perto o suficiente, tentei levar minha mão até Newt e tocá-lo, mas não consegui, encarei Thomas.

— O que você fez? – perguntei com a voz estranha, seja de cansaço ou de choro – O QUE VOCÊ FEZ?! – dessa vez eu gritei

Thomas não me respondeu. Ele se afastou, como se estivesse com medo.

— A culpa é sua! Você matou ele! Matou meu irmão! – eu acusava

Vi Thomas se afastar mais, pegar um revólver do chão e se levantar. Fiquei com medo do que ele faria, mas ele só me encarou, pediu desculpas e foi embora.

Quando eu já não podia mais vê-lo, olhei de novo para Newt e dessa vez consegui tocá-lo.

Toquei seu rosto, que estava frio. Toquei seu peito, onde a faca estava cravada, já não se mexia.

Pra você pode parecer óbvio, mas eu não conseguia acreditar no que eu estava vendo... eu tinha falado com ele há pouco tempo atrás, e agora ele nunca mais falaria comigo...

— Newtie...

Me aproximei dele, tentando perceber se ele ainda podia respirar, se eu conseguia ouvir algum suspiro... mas nada veio.

Apoiei a testa em seu peito e deixei que a tristeza tomasse conta de mim.

— NÃO!!! NEWT!!!

Eu gritava e agarrava sua camisa esperando uma reação, mas como previsto, nada aconteceu. Nem percebi quando os outros chegaram, só o fiz quando senti uma mão em minhas costas.

Virei um pouco o rosto sem me afastar de Newt. Era Minho. Seu rosto estava pálido, molhado de lágrimas. Ele olhava para seu amigo no chão.

Olhei para a esquerda e vi Caçarola de joelhos, seu rosto no mesmo estado do de Minho.

— Caçarola... – eu chamei com a voz rouca – Me ajuda...

Não sei se ele me ouviu, mas ele olhou pra mim confuso. Voltei a olhar para Minho.

— Min... me ajuda...

Ele ficou olhando pra mim, esperando que eu especificasse o que eu queria.

— Eu derrubei o soro... deve estar em algum lugar... – olhei em volta, Gally e Brenda também estava lá – Temos que acha-lo, pra salvar o Newt...

Me levantei e andei até onde Gally e Brenda estavam, comecei a olhar cautelosamente no chão pelo soro. O encontrei, mas quando estava voltando para Newt, senti pegarem no meu braço, o mesmo que tinha sentido queimar quando estava correndo.

— Kathy... – era Gally

— Me solta Gally... – tentei soltar meu braço – Tenho que ajudar o Newt...

— Kathy, não adianta mais...

— Claro que adianta! – disse ríspida me soltando – Só tenho que dar isso pra ele e tudo vai ficar bem...

Fui até Newt e lhe apliquei o soro, esperei com olhos esperançosos, mas nada aconteceu. Seus olhos ainda estavam fixos no céu, sem sinal de vida.

— Minho... – o agarrei por seu casaco ficando de frente pra mim – Traz ele de volta, hum? Traz ele de volta pra mim...

— Kathy... – ele segurou minhas mãos me olhando desolado

— Você consegue Minho... você salvou ele uma vez, lembra? Aquela vez no labirinto... você conseguiu, então... traz ele de volta... por favor...

— Ele se foi Kathy... – disse passando a mão no meu rosto

— Não! Ele vai voltar! Ele tem que voltar... – virei o corpo – Gally...

Ele se aproximou de nós, agachou ao meu lado e colocou a mão em minhas costas.

— Gally, aquelas pessoas conseguiram te salvar... podem nos ajudar, não é?

Ele não me disse nada, só continuou acariciando minhas costas e meu rosto.

— Você voltou pra mim Gally, ele tem que voltar também... por favor...

Durante este meu momento de delírio, as minhas lágrimas tinham parado de cair, mas naquele momento que eu estava voltando a razão, elas voltaram.

— Por favor Gally... traz ele de volta pra mim...

Entrelacei meus braços em seu pescoço, ele me abraçou e passava as mãos em minhas costas tentando aliviar minha dor enquanto eu repetia as mesmas coisas que já tinha dito.

Eu chorava, soluçava, acho que até gritava, não estava conseguindo perceber minhas ações. Em algum momento voltei a me agarrar em Newt e tudo que eu conseguia fazer agora era me agarrar a ele e chorar. Me sentei, peguei meu irmão com todo o cuidado e apoiei sua cabeça em meu ombro, fiquei acariciando seu rosto e cabelos.

— Volta pra mim Newtie... por favor... não posso viver sem você... não posso... – eu sussurrava pra ele

— Kathy, temos que ir... – era Gally

— Não posso abandoná-lo aqui... não posso... por favor... – eu supliquei

— Eu carrego ele, tá bem? Vamos leva-lo, mas temos que sair daqui agora.

Eu concordei, deixei que ele pegasse Newt no colo. Não me lembro muito do que aconteceu no caminho, só sei que chegamos à nossa carona. Eu me sentei em um canto com Newt no meu colo.

Não vi mais nada depois daquilo, não percebi se voltamos para pegar Thomas, se já estávamos longe daquela cidade, se estávamos chegando, se estavam dormindo. Não percebi mais nada. Eu só tinha olhos para meu irmão, meu querido irmãozinho que sofreu tanto para acabar assim, e que eu nunca mais teria chance de ouvir a voz, seus conselhos, suas piadas... nunca mais.

O C.R.U.E.L. tirou muitas coisas de mim, me tirou minha infância, tirou meus amigos que eram como minha família, torturou meu amigo, acabou com a única casa que já consegui me lembrar que tive, roubou o tempo que eu poderia ter passado com Gally e agora... perdi meu irmão.

Meu coração não estava em pedaços... eu já tinha perdido muitas partes dele, e agora com a morte de Newt, eu me sentia morta também.


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Notas finais do capítulo

Comentei o q acharam e se querem a parte 2



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