Vossa majestade escrita por Hamona Wayne


Capítulo 15
Meninas gostam de meninas




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  Mesmo depois da farsa, Draco e eu meio que começamos a ter algum tipo de relacionamento. Não andávamos de mãos dadas e nem fazíamos – tantas – declarações, tínhamos um lance com o olhar. Ficávamos parados por alguns minutos nos encarando, pensando coisas boas um do outro.

— Aposto que fico sem piscar mais tempo que você. – Me desafiou, na mesa

— Feito.

  Parecíamos dois psicopatas tentando matar o outro com o olhar.

— Vocês são tão estranhos.

  Perdemos porque a vaca da Dove não tinha o que fazer. Não deve ter mexido comigo por causa da presença de Draco.

— Escolhe uma carta. – Pedi

— Essa.

— Hum.

— Que foi?

— Vai morrer de diarreia.

— Quê? Ninguém morre de diarreia. Deixa eu ver!

— Não!

  Ele passou a frequentar mais o meu trabalho, e eu, os jogos dele. Adorava o ver voar, pena que não pensava assim do que eu fazia.

— Qual o problema, Draco? – Perguntava, quando enrolava o avental na cintura – Gosto daqui, é divertido.

— Esse lugar não é pra gente como você. – Explicou

— E como seria um lugar pra mim?

— Seria num lugar grande, onde sempre seria respeitada e amada. – Pegou minha mão – Seria tratada como uma rainha que é.

— Isso é fofo e te adoro, mas tenho que voltar pro trabalho.

— Astória! Você é teimosa mesmo, em.

— O que posso fazer? Fui me envolver logo com o chato do Malfoy.

  Mexi no cabelo dele e ele me puxou pela cintura.

— Não quer servir aos outros o resto da vida, não é?

— Sabe, por mim, trabalharia aqui pra sempre. Mas tenho outros planos.

— Que você não vai me contar, não é?

— Não. Senta, vai. Vou pegar seu bolo especial.

— Não ganho nem um beijinho? – Dei um na sua bochecha – Ei!

— Ganhou seu beijinho. Agora vá se sentar.

  Olhei para Daphne e ela ficou me zoando, beijando o ar. Nott viu e mandou ela parar, mais uma das brigas deles.

  Claro que as pessoas falavam, quem não iria notar que Astória Greengrass saía com um ex-comensal da morte? E quer saber de uma coisa? Não estava nem aí. Mesmo que fosse motivo para Dove me zoar.

— Oi, bonequinha de comensal – Odiava esse apelido – quantas pessoas mataram hoje? Usaram sua cara pra assustar elas? – As amigas dela riram – Essa comida ‘tá tão nojenta que pode ter seu nome.

  Podia puxa-la pelo cabelo, bater na mesa com força e joga-la no vidro. A enterraria no quintal da mansão e deixaria que fosse devorada. Foi meu maior sonho durante o sétimo ano.

— Alô? Lesada? – Balancei minha cabeça, despertando do lindo sonho – Traga minha comida, não vou comer essa bosta!

  Na cozinha, vi uma faca bem pontuda.

— Mata ela! Mata ela! – Mandava meu reflexo da sopa ao lado – Mata! Mata! Mata!

  Tampei a panela.

  Enquanto havia pessoas me humilhando por andar com Draco Malfoy, outras me ajudavam.

— Ele é bonitão. – Confessou madame Rosmeta – Só precisa... De um toque.

— Um toque? – Perguntei

— É, não me parece muito seguro.

— Sobre mim?

— Sobre tudo.

— É, ele só pode ‘tá com medo e querer ficar perto de você pra se proteger, coisas assim acontecem. – Falou Daphne – Então você acorda e percebe a burrada que fez.

— Daph, ‘tá tudo bem? – Quis saber

— É, claro. Só toma cuidado, ok?

— Com licença. – Pediu madame Rosmeta antes de partir

— O que foi, maninha? ‘tá assim desde aquela conversa com Susan.

— O que ela te disse?

— Daphne! – Nott sentou ao lado dela, furioso – Acha que sou imbecil? Estava te procurando!

— Não tenho culpa se não venho com mapa.

— Como é que é? Olha como fala comigo, entendeu? Pensa que é quem?

  Algumas pessoas prestavam atenção, Daphne não sabia onde enfiar a cara de tanta vergonha. As coisas ficaram mais difíceis com a entrada de Susan no local. Elas trocaram um olhar de significativo, como eu e Draco sempre fazemos. Nott ficou transtornado. Agarrou minha irmã pela mão e levou embora dali. Susan teve seu coração partido e se sentou numa mesa sozinha.

  Não aguentei, tive que ir atrás. Nott a levou para a floresta onde me machuquei perto do natal, me escondi atrás de uma árvore.

— O que eu disse sobre ela? – Interrogou ele – O quê?

— Ela só é minha amiga.

  Ele deu um tapa tão forte nela que a fez cair no chão.

— Vamos tentar mais uma vez. O QUE EU DISSE SOBRE ELA?

— Q-Que é cadela d-de quem devo m-me a-afastar.

— E por que – agarrou-a pelos ombros com força – me desobedece, em? Por que é tão malcriada?

— Eu n-não fal-lei com ela.

  Jogou ela no chão e lhe deu um chute na barriga.

— Do que adianta não falar com ela se ainda sente algo? – Tirou o cabelo dela da frente de seus olhos – Ah, Daph, não chore. Não chore, parte meu coração.

— V-Você prometeu m-me proteger... M-Mas só m-me m-machuca.

— É porque você precisa ser educada, meu bem. O que posso fazer se seus pais não te educaram direito? E eu não me caso com mulher desnaturada, não! Até você conseguir, vai ser assim, ok? Vem cá.

— N-Não.

Deu outro tapa.  

— Vem, Daphne! Levanta agora!

  Com muita dificuldade, Daphne se levantou e o abraçou.

— Você chega lá, eu acredito em você. Acredito mesmo. Se faço isso, é porque te amo.

  Nunca me senti tão inútil. Como podia ter deixado minha irmã se socializar com esse tipo de gente? Um crápula. Maldito! Cachorro! Como ousou machucar minha maninha?

— Você não disse que a amava? – Bronqueou meu reflexo, no quarto – Que era sua única família?

— Ela é minha família! E você não existe!

— E a sua irmã também, em pouco tempo. Fraca!

  Caí na provocação dela. Tinha que proteger Daphne, ela não podia ser machucada assim. Segui Nott, quando andava sozinho. Queria ataca-lo quando estivesse só. Infelizmente, braços mais fortes me seguraram por trás.

— Me larga, Draco!

  Na mesma hora, Nott lançou um feitiço, destruindo uma árvore em pedaços. Antes que eu pudesse sequer pensar em uma azaração, Draco me pôs em cima de seu ombro e correu até um lugar seguro. Me colocou no chão e me abraçou com força.

— Você ‘tá bem?

— Se eu ‘tô bem?! – O empurrei – Draco, eu queria lutar com ele!

— O quê?! Por quê?

— Ele bate na minha irmã! Na minha irmã, Draco! Sabe como deve ser isso?

— Ok, calma, Ast.

— Calma?! Você pede pra eu ficar calma?! Você não me ouviu? Aquele cara tem que sofrer! Ele tem que sofrer tanto que... Que... Eu quero que ele morra! Eu quero muito que ele morra!

— Astória, para de falar besteira!

— ELE BATEU NA MINHA IRMÃ, SEU IMBECIL! NA MINHA IRMÃ!

— E NÃO VAI ADIANTAR NADA RESOLVER AS COISAS DE CABEÇA QUENTE!

— NÃO QUERO FICAR TRANQUILA! NÃO, QUERO MATAR ELE! EU QUERO QUE ELE SOFRA TANTO QUANTO FAZ A MINHA IRMÃ SOFRER!

— PARA DE FALAR MERDA, ASTÓRIA! SE FIZER ISSO, QUEM VAI SE FERRAR É VOCÊ!

— ENTÃO ME AJUDA! DIZ O QUE EU TENHO QUE FAZER! DIZ!

— E-EU NÃO SEI! MAS ISSO NÃO É A SOLUÇÃO, OK? Olha, por que não denúncia? Seria a coisa mais sensata de se fazer.

— E a menos prazerosa.

— Parece uma maníaca assassina falando.

— Quem se tornou comensal aqui foi você!

  Nunca me odiei tanto. Sabia que Draco foi obrigado, que não teve escolha. Fui eu, para quem revelou todos seus segredos. Não fui a única que usei para feri-lo, entretanto fui a única que consegui. Foi embora e não tive coragem de olhar na cara dele por alguns dias. Não me recordo de estar tão solitária e culpada.

— O que fez Draco ir embora? – Perguntou Daphne, quando eu alisava o cabelo dela em sua cama

  Não queria contar a minha irmã que sabia das agressões, estava planejando um jeito de me livrar de Nott. Já vou logo avisando, não sou maníaca. Eu acho.

— Digamos que forças maiores.

— Tomara que essa força caia em Nott. – Se sentou frustrada – Não sei o que eu tenho! Não consigo me apaixonar por ele, Ast! Achei que fosse o cara ideal pra mim, mas ele não existe.

— Não fica assim, Daph. Existe muitos caras por aí.

— Não, Ast. Não existe nenhum cara pra mim.

  Levei alguns minutos até finalmente entender o que ela quis dizer.

— Porra! Você é lésbica?!

— Cala boca! – Suspirou fundo – Sim, e-eu sou.

— Como? Quando? O quê? Por quê?

— Lembra na festa de comemoração à morte de Dumbledore? – Assenti – Foi quando eu e Nott começamos a conversar, e ele era bem legal, sabe? Me tratava bem, me protegia. Era perfeito. Só que eu nunca fui apaixonada por ele, só tinha um certo carinho.

“Ele até tentou me fazer se apaixonar, mas na real, eu ‘tava me cansando dele. Então pedia pra Susan inventar algo pra que eu fugisse dele. Era divertido, ficávamos juntas a tarde inteira”.

— Então... V-Você se apaixonou por ela?

— Eu não me apaixonei, não. Só acho ela muito bonita, principalmente, quando usa aquele casaco grande dela, sabe? Fica muito fofa! E quando faz o coque despejado, o perfume fica um pouco mais forte. Adoro o perfume dela. E ela é tão esperta, quando lê na aula de Runas-

— Cara, você ‘tá muito apaixonada por ela!

— Você acha?

— Tenho certeza! Seus olhos brilham. É recíproco?

— É. Quando ela foi me procurar no Expresso de Hogwarts, disse que era louca por mim, que não se aguenta mais me ver com ele. Que tinha vontades... Especiais.

— E o que você ‘tá esperando? Se joga, Daph!

— Não posso, o que Nott faria com ela? Já tentei terminar, ele não deixa.

— Daphne, dois namoram quando dois querem. Não pode se prender a esse cara e deixar sua... Garota... Ir. Precisa ter coragem.

— Não tenho forças, Ast. Nott é mais alto e forte do que eu, pode me machucar.

— Então revida com toda força que tiver! Se quiser, falo com ele.

  É, eu estava louca para vê-lo sofrer em minhas mãos.

— Não! Eu... Eu vou pensar.

  Pensar em como evitar esse assunto, Daphne evitava o termino como Draco me evitada. Queria tanto ficar perto dele, nem que fosse pela última vez. Já outras pessoas andavam coladas em mim. Tomava meu café da manhã sozinha quando meu cabelo foi puxado com força.

— Oi, bonequinha de comensal.

  Dove era uma grifinória, o que lhe dava total liberdade de fazer o que quiser. Não era regra, mas todos os sonserinos perderam algum tipo de direito – isso acontece até hoje.

— Oi, Dove.

— Eu vi botas lindas e ‘tô sem grana. Você vai me ajudar, não é, bonequinha de comensal? – Entreguei alguns galeões – Quanta grana, bonequinha de comensal. Desse jeito que eu gosto – Pegou meu suco e jogou na minha roupa – Que pena. – Me puxou pelo cabelo – Isso é pra você aprender com quem está se metendo, sua vadiazinha! Nós somos os vencedores, perdedora! Seu sangue não vale mais nada.

  Não falo que o Lorde das trevas devia ter ganho, mas a vitória de Harry Potter fez pessoas de sua casa, e outras, se acharem superiores à ponto de nos humilhar. Alguns mereciam, outros não.

  Após o banho, passei creme no cabelo e molhei o rosto. Vi meu reflexo e fiz força para não chorar, não podia ser fraca.

— Você precisa de poder, Astória! – Dizia ela – Gostou do tempo com o loiro bonitão? Ótimo. Agora esqueça ele, está bem? Quanto mais você confia nas pessoas, mas se torna fraca! É o que você quer? Passar o resto da sua vida dependendo de ser amado por alguém? Esqueça eles! Já passou da hora de você crescer e honrar a sua família!

Que diferença faz se eu não tinha amigos? Eu não precisava.

— Oi, Astória. – Cumprimentou Francis, na frente do trabalho

  Ok, eu tinha um.

— Oi, Francis.

— Está bonita.

— Ah, obrigada. – Entramos – Você também... É legal.

— Obrigado. Você sempre trabalha, não é?

— Gosto daqui.

— Vejo. É que eu pensei se nós pudemos sair.

— Claro, a gente pode sair depois do meu expediente para Hogwarts.

— Acho que você não entendeu. Quero te levar num lugar legal.

  Pode achar que eu era uma babaca, mas eu não fazia ideia das intenções dele. Como eu disse, era péssima no romance.

— Hogwarts é um lugar legal.

— Falo de um lugar só tenha nós dois, comida, música. Entende?

— Ah. Bom... Já estamos aqui. Eu sempre canto e tem comida. Se sentar sozinho e eu te servir, será só nós dois.

— Por que você sempre se faz de difícil, em, Astória?

— Porque não sou lufana pra ser fácil.

  Em consequência a essa frase, minha filha se tornou uma. Diferente das outras vezes, eu não cantei, não tinha vontade. Draco e Daphne deixavam as coisas bem divertidas. Infelizmente, não tinha nenhum dos dois.

— Você ‘tá bem, Astória? – Perguntou Luna – Sua áurea está tão tristinha.

— Vai melhorar. – Não tinha tanta fé nisso – O que vai pedir?

  Não pude ouvir o que ela disse pois algo absurdo aconteceu. Estava cheia de sangue e mal conseguia andar. Seus olhos estavam inchados e seus lábios, cortados. O cabelo devia ter sido puxado tantas vezes que alguns fios tinham sido separados de sua cabeça. Daphne estava totalmente destruída.

— Daphne!

  Corri imediatamente para ver o que ela tinha. A sentei na cadeira, não parava de chorar. Bebeu um copo de água que madame Rosmeta havia entregado.

— E-Eu t-tentei, A-Ast... E-Eu t-tentei.

— Quem fez isso com você, Daphne? QUEM?

— E-Eu disse pra ele... D-Disse que n-não gostava d-dele. E-Eu...

— Madame Rosmeta, pode ficar com Daphne um pouquinho, por favor?

— Claro.

— N-Não, Ast! A-Ast! E-Ele é p-perigoso!

— Vai ver o que é perigo agora.

  Tirei o avental e saí como um relâmpago. Vi o desgraçado se agarrando com Dove, na floresta. Nem quis usar magia, sairia no braço mesmo. Toquei no ombro dele e o soquei ao se virar, a vagabunda correu na hora. Dei dois ou três, até que agarrou meu pulso e meu deu um tapa.

— Devia ser que nem sua irmã e saber a hora de parar!

  Me deu outro e mais um, analisou bem meu corpo.

— Até que não é de se jogar fora.

  Me imprensou em uma árvore e afundou no meu pescoço. Uma mão entrava por debaixo da calça e a outra segurava meus pulsos. Não sabia como reagir, toda minha coragem sumiu. Lágrimas desciam dos meus olhos.

— Ah, não chore – Pediu – Parece que eu sou mau – Não parei – Eu mandei parar!

  Com as duas mãos, Nott agarrou meu pescoço e me levantou. Não conseguia respirar. Minha audição sumiu e minha visão ficou turva. Não me lembro de muita coisa, só que caí no chão alguns minutos depois e que várias pessoas ficaram a minha volta. O pior de tudo foi ver Draco indo embora sem ao menos olhar para trás.

— Pitel... zinho.

  Então apaguei. Não fiquei tão ruim quanto Daphne, ela, sim, precisava de tratamentos. Me dediquei completamente a ela

— Estou bem, Ast. Não se preocupe. – Pediu, na Ala hospitalar

— É minha maninha, acha que devo? – Alisei seu rostinho machucado – Desculpe, sei que devia ter feito mais.

— ‘tá brincando? Ast, você sempre cuida de mim! Até quando não mereço, você está lá – Segurou na minha mão – Você é a minha pessoa favorita. – Nos abraçamos – Nunca deixe ninguém dizer o contrário, manona.

  E aos meus estudos, claro. Era ano dos N.I.E.Ms e precisava ir muito bem nos exames.

— Por que não me diz logo o que você vai fazer? – Perguntou Daphne impaciente, na mesa da Sonserina, cheia de remendos

— Porque é surpresa.

— Ah, Astória.

  Claro que eu não ia falar que queria me candidatar ao novo ministério, o Ministério de Educação bruxa. Para ser sincera, queria mesmo era ser gerente do Três vassoura, louco, né? Só que a própria madame Rosmeta insistiu para que eu seguisse adiante e buscasse outras áreas. Acontece que ela tinha outros motivos para minha saída, que logo vai entender.

— Diz, por favor! – Implorou Daphne

— Não, você vai saber logo. – Olhei para Nott, que sentava bem longe da gente, seu rosto estava completamente machucado – Ele ainda te perturba?

— Não.

— Não vai denunciar?

— Por enquanto, não.

— Ok.

— Eu vou, está bem? Só preciso de um tempo.

— Tudo bem, acredito em você. Já falou com Susan?

— Já falou com Draco?

— Falaria se aparecesse.

  Desde aquele dia, Draco nunca mais deu as caras em Hogwarts. Já tinha se passado uma semana.

— Por que não escreve?

— É complicado, Daph. Essas coisas, a gente fala pessoalmente. Nem sei se quer me ver, o que eu disse não tem perdão.

— Claro que tem, ele é louco por você. Dênis Creevey disse que ele arrebentou a cara de Nott, que quase o matou. Só foi embora quando viu gente se aproximando.

— Isso não quer dizer que ele goste mais de mim, só que foi humano.

— Você complica tudo, Astória. Parece que não se deixar ser feliz.

— Sabe que as vezes penso isso. Não vamos falar disso, ok? Me fale de você, nervosa pros N.O.Ms desse ano?

— Super. Nem sei o que vou fazer da minha vida.

— Tenho certeza que logo vai saber.

— Você devia ser cantora. Uh, podemos cantar na sua cerimônia de formatura!

— Sem chance.

— Por quê?

— Não quero ser a culpada do troço que McGonagall vai ter.

— Qual é! Só porque virou diretora, não quer dizer que não seja de boas. Imagina se você for fazer um discurso e, de repente, começa a tirar a roupa e-

— Pode parar! Não quero nem mais saber.

— Escuta, tem uma roupa de dança por dentro.

— Roupa de dança?

— É! E você canta, todo mundo vai a loucura. Se quiser, eu canto e danço com você e Su... Vai ser muito legal!

— Anda ouvindo música demais.

— Ah, vai, Astória! Deixa de ser chata!

— Vou pensar no seu caso.

  Não, eu não pensei nem duas vezes e decidi que não ia cantar. Se nem cantava onde mais gostava, por que faria isso na cerimônia? O canto tem que ter sentimento, não conseguia cantar nada além de tristeza – quando conseguia. Iria deixar todos com depressão, isso sim.

  Limpava as privadas do banheiro feminino quando minha cabeça foi empurrada na privada por um salto, que machucou meu pescoço. Fizeram “cuecão” em mim e, ao me tirarem, me deram alguns tapas.

— Isso é pelo o que fez com Nott – Dove pisou na minha barriga com força – Isso é por existir.

  Não gritei, pois sabia que não ajudariam. Com a ajuda de duas amigas, Dove bateu minha cabeça com força no espelho. Fugiram quando o sangue começou a escorrer.

— O que foi que eu disse, Astória? – Reclamou meu reflexo

  Com madame Rosmeta ocupada em suas reuniões de amigos, subi com muita tontura para o quarto que ficava minhas bombas. Minha visão estava turva, mal conseguia ficar em pé direito. Tive que fazer a operaçãozinha sozinha, nem sempre Draco estaria para segurar minha mão. A rainha nem sempre seria salva.

— Você está bem, Astória? – Quis saber Gina, quando estava acompanhada de você e seus amigos, ao me ver com a cabeça enfaixada. 

— Por que não estaria?

— Não está... Cantando. – Explicou Neville um pouco envergonhado – E está com a cabeça enfaixada.

— A cabeça foi um acidente e não tenho motivos para cantar. O que vão querer?

  Não responderam, ou eu que não dei a mínima. Só não conseguia tirar os olhos daquele belo rapaz loiro, de olhos de tempestade e pele incrivelmente branca. Não esperei nem ele dizer ou fazer algo, larguei o bloquinho de notas na mesa e saí pela porta do lado, onde ficava o lixo num pequeno beco.

  Sabia que tinha me seguido, cruzei os braços e fiquei de costas. Não tinha coragem de encara-lo.

— Astória. – Chamou-me com aquela voz que sempre me deixa excitada

— O que você quer? Acha que pode sumir por uma semana, me ignorar por um mês, vim aqui e acreditar que vou pedir desculpas e agradecer por ter me salvado?

— Não – Ele me virou e me puxou pela cintura – Tenho certeza.

— As coisas não como você imagina, Draco. – Me virei de costas para ele – Você nem disse porque sumiu. E-Eu sei que v-vacilei, mas... Isso não se faz!

  Ele me abraçou com mais força e deitou a cabeça no ombro. Como era bom, seu perfume. Seu beijo.

— Estou apaixonado por você, Ast. E não faço ideia de como reagir a isso.

  Arregalei os olhos e me virei imediatamente. O empurrei com força na parede, o puxei pela camisa e o beijei ferozmente. Segundo ele, beijei muito bem para a primeira vez. Eu beijei ele. Não foi ele, fui eu. Draco levou um tempo para se tocar do que estava acontecendo.

  Primeiro, segurou meu rosto, depois, me pegou no colo – como um bebê que era – me encostou na parede e se aprofundou mais. Não me importava dele tocar na minha cintura e deixar marcas no meu pescoço, era um modo de dizer que eu era dele.

— Draco.

— Hum?

— Cuida de mim na Casa dos gritos?

  Me encarou surpreso, dei um sorriso sacana e ele retribuiu. Nem quis andar, ele fez questão de aparatar ali mesmo. Espero que não seja crime perder a virgindade lá, ainda nem era um ponto turístico. Deitou-me naquele sofá velho e foi descendo os beijos. Devagarinho, foi desabotoando minha blusa xadrez. O ajudei a tirar aquela camisa e nossa!

 - Que belo peitoral, dr. Malfoy.

— É? E apenas uma pessoa pode encostar nele.

— Gostaria muito de conhecer essa pessoa.

  Não sei porque, homens ficam mais loucos quando mordemos os lábios. Só que eu queria brincar um pouquinho. O deitei no sofá, ficando por cima, e tirei minha blusa toda de uma vez. Estava com vergonha, por isso tirei o sutiã lentamente. Posso jurar que vi os olhos dele aumentarem ao ver meus seios. Toda vez aumenta, na verdade.

  Beijei ele, com uma mão arranhando um pouco o peitoral até chegar no cinto. Sorri e fui beijando seu pescoço, sua orelha, sua barriga. Já havia aberto a calça, então só fiz tira-la. E como era grande seu

— Astória – O olhei com atenção – Não precisa fazer isso se não estiver à vontade. Tudo bem, posso esperar.

— Pena que eu não posso.

  Toquei. No início, foi estranho, nunca tinha tocado ou chupado um. Mas ver a cara dele de prazer, nossa, aquilo melhorava tudo. Toquei lentamente nele e fiz os famosos movimentos. Assistir Draco gemendo baixinho só me deu mais vontade de aumentar a velocidade. Dei um beijo, outro, lambi e enfiei na boca de uma vez.

— Isso! Isso! Continua, Ast! Continua! Vai fundo! Vai fundo! Nossa! Nossa! Ai, meu Merlin! Caralho! Isso é bom, porra! Isso! Puta merda!

  Não o chupava como chupo de costume – era minha primeira vez – fazia com certa delicadeza. Suas mãos segurando meu rosto e me ajudando em tudo.

  Subi um pouco para ver o rosto dele, ainda o masturbando. Cheguei perto do pescoço dele e deixei minhas marcas. As assanhadas tinham que saber que Draco Malfoy era só meu. Ele abriu os olhos de um jeito faminto e me agarrou.

— Ai, Draco!

  Parecia um urso, sei lá. Me colocou para debaixo dele e me beijou como se não houvesse amanhã. E para que não acabasse aquele momento, desejei que não tivesse o amanhã. Sua mão foi caminhando levemente até meu seio, onde arfei ao sentir seus toques. Explorou cada canto para que sentisse o gosto deles.

— Ah, Draco! Draco! Cacete, isso é tão bom! Puta merda!  

  Queria me fazer pagar pela mesma moeda. Rasgou minha calça sem piedade e enfiou a cara entre minhas pernas. Sua mão pousada em minha coxa desceu devagar. Bastou seu dedo indicador encostar que fiquei louca.

  Depositou o dedo indicador na minha vagina e eu gemi. Ele deve ter gostado bastante porque continuou fazendo. Aumentando a velocidade, até colocou o dedo do meio. Soltou meus seios avermelhados e finalmente chegou onde eu queria. Minha vagina. Draco Malfoy É muito bom com a língua.

  Quase fechei as pernas na primeira chupada, ele se segurou e alisou minhas pernas.

— Draco...

  Enrolei minhas pernas em volta do pescoço dele e passei meus dedos entre seus cabelos. Incrível como há uma hora eu fugia de Draco e depois, o tinha entre minhas pernas. Beijou meus lábios mais uma vez, só que eu não fiquei parada, me sentei em seu colo. Draco soltou meus cabelos e me olhou.

— Devia soltar mais vezes.

  Gostaria de dizer que nossa primeira vez foi fofa e muito romântica, como a sua deve ter sido. Só que isso não rolou com a gente, muito pelo contrário. Nem parecia ser minha primeira vez, ler livros eróticos me ajudou muito – embora seja escrito por meninas de treze anos. Nossa primeira posição foi eu sentada no colo dele.

— Draco – ele olhou para mim, louco para me devorar – Você vai me machucar, não vai?

— Não se preocupe, querida. Vou tentar ser o mais gentil possível.

  Sorri de felicidade. O beijei, mexia em meus cabelos e apalpava minha bunda.

— Olhe pra mim, está bem? – Pediu

  Assenti. Gemi de leve ao sentir o toque do pênis na minha vagina. Fiz uma cara de inocente, piscando os olhos rapidamente. Foi o que deixou ele mais excitado, adentrou devagar. Senti como me partissem ao meio, minha vagina sendo rasgada, agora eu era mulher de verdade.

— Ast, olhe para mim, está bem?

  Assenti. Ele saiu e voltou com um pouco mais de aproximação. Não demorou muito para que estivesse por completo em mim. Gemia sem parar e mordia meu lábio inferior.

— Por que tinha que ser tão gostosa, Ast? Porra!

  Pelos livros que li, apenas as mocinhas gemiam e os heróis as acalmava. Eu nunca fui uma mocinha e Draco não era bem um herói. Os movimentos foram ganhando intensidade, vê-lo suar e berrar por mim é fantástico. Segurei seu rosto, que mantinha os olhos fechados, e o beijei. De hora em hora, beijava/chupava meus seios, meus ombros ou meus lábios.

  Depois Draco ficou por cima, onde enrolei minhas pernas em volta dele. Lambi seu dedo do meio e o indicador para que enfiasse em mim. Não demorou para que voltássemos a nossa tarefa. Arranhei suas costas, beijava meu pescoço. Minhas pernas já estavam bambas quando chegamos ao ápice.

  Respirávamos fundo, ainda tinha os olhos fechados. As gotas de suor dele caíam sobre mim. Alisei sua bochecha com o polegar e lhe dei um selinho. Abriu os olhos e sorriu. Me agarrou pela cintura e me deixou por cima.

— Sabia que é a primeira garota a ouvir meus gemidos?

— Nossa, como sou importante.

— Não faz ideia, rainha.

  Draco me deixou tão exausta que só fui acordar pelas dez horas, com o Sol na minha cara. Esfreguei os olhos e saí do sofá sem que ele acordasse. Beijei seus lábios e fui vestir minha blusa e minha calcinha. Minha calça estava devastada.

— O que você ‘tá fazendo?

  Levei um pequeno susto com a presença dele, não achei que acordaria tão cedo.

— Draco, que susto!

— Medinho de eu te agarrar de novo?

— Ha-ha! – Sentei no sofá – Cadê minha liga? Preciso prender o cabelo.

— Deixa assim – Beijou meu ombro – Fica tão bonita. Só precisa parar de exagerar no creme, parece que lamberam seu cabelo.

  Olhei num espelho quebrado e vi o quanto meu cabelo estava louco, lembrava

— A velha Astória.

— Quê?!

— Com o cabelo natural, você é mais você.

— Como assim? Eu sou eu.

— Ah, sei lá. – Me puxou para sentar em seu colo – Às vezes parece que está se segurando, que está aprisionando a verdadeira.

— Que eu me lembre, você não gostava nem um pouquinho dela.

— Está coberta de razão – Me girou para ele – Eu a amava.

  Me jogou no sofá e ficou por cima de mim.

— Ai, Draco!

    Com a volta dele, as coisas voltaram a dá certo. Ele sempre me fazia rir e me ajudava nos estudos – digamos que Astrologia estava cada vez pior – vai saber como passei nos N.O.Ms. Já Daphne e Susan não saiam do lugar.

— Cu doce, é o que você está fazendo. – Acusou madame Rosmeta – Na minha época, não tinha essa coisa de nervosismo, não. Pegava mesmo!

— Credo, madame Rosmeta! – Me surpreendi

— Quê? Não é errado. E já, já, eu cuido da senhorita, viu?

  Ninguém além de mim e Draco sabia da existência de nós, queríamos ficar um pouco só. Disse para todos que ele foi embora, naquele dia, e que decidimos ser só amigos.

— Ela nem quer falar comigo. – Resmungou minha irmã

— Como você sabe? – Questionou minha chefa – Já tentou?

— Não...

— Então vai fundo, minha filha!

  Daphne abaixou a cabeça e se escondeu em seu mundinho. Sabia porque ela não tinha coragem, o boato que Susan Bulstrode tinha se agarrado com Anne Jones era forte. Aquilo destruiu minha irmã. O que a fazia se reconstruir quando criança, a fez com quinze anos.

  Coloquei um disco na vitrola e cantei um pouco. Não uma música qualquer, Girls like girls (Autora: essa música é bem legal, mas duvido que baixem só pra acompanhar). Ela sorriu triste, peguei suas mãozinhas e a levei para o centro, a fiz dançar. Não giramos como quando éramos crianças, teríamos batido em alguém.

— Pensei que não dançasse mais. – Comentou ela

— Por você, qualquer coisa.

  As pessoas nos olhavam, mas a gente não ligava. Eu estava dançando e cantando com a minha irmãzinha. Tudo bem que era uma música lésbica, as vezes fazemos coisas assim por quem amamos. Nos abraçamos e ela sorriu para mim. Segurei seu rostinho fofo e lhe dei um beijo na testa.

— Eu te amo. E quero que seja feliz, então vá atrás dela.

  Daphne sorriu e me deixou, Susan estava no outro lado da rua com Jones.

— Greengrass! – Chamou seu marido

— Cala boca, garoto!

  Pouco me importava, queria ver o que iria acontecer. Daphne atravessou a rua e chamou por Susan. Bastou ela se virar que Daphne a puxou para um beijo apaixonado. Quase todo mundo parou, inclusive Nott – não fez nada, claro. Não evitei de dá um grito de comemoração.

— AAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHH!

  Se eu já tinha chamado muita atenção, aquilo fez mais.

— MINHA IRMÃ TEM UMA NAMORADA, PORRA!

— O QUÊ?! – Madame Rosmeta se aproximou com pressa – Deixa eu ver!

  Nós duas gritamos como loucas, o dia estava perfeito para mim. Só faltava uma pessoa.

— Aonde pensa que vai?

— Foi mal, madame Rosmeta, preciso desse dia de folga.

  Ela não podia reclamar, todas as saídas à Hogsmeade eram para trabalhar. Precisava curtir meu gato. Draco se encontrava naquela floresta, estudando. Gostava de ir lá porque era silencioso, eu achava aquele lugar medonho.

  Tampei os olhos dele e beijei seu pescoço.

— Ast?

— Oi, meu bem. – Sentei no colo dele – O que um gato desses faz aqui sozinho?

— Esperando a garota dele chegar.

  Não sei quanto as outras pessoas, mas depois da minha primeira, fiquei sempre querendo repetir. Chato foi ter que parar para estudar. Já outras pessoas não tinham o que fazer da vida e vinham me perturbar.

  Tomava um banho quente, lembrando daquelas mãos grossas tocando minha pele nua. Me enrolei na toalha e vesti minha calça e meu sutiã.

— Procurando alguma coisa?

  A vagabunda da Dove segurava minha blusa, perto da janela. Não tinha outra roupa, se ela fizesse algo.

— Me devolve, por favor.

— Por que eu faria isso?

— Por que me trata assim? Não fiz nada a você! Se é por causa do Macloggen-

— Macloggen? Acha que é por causa dele? Ele é completo idiota, só não mais que você – Se aproximou bem perto de mim – Sabe quem foram Julliet e Zac Dove?

— Não faço ideia.

— Meus irmãos, sua cretina – Me empurrou com força – Sabe pra onde foram mandados? Para à Casa de cura.

  Lamento em não poder te dizer o que é.

— E-Eu s-sinto muito.

— Sente? – Dove me empurrou de novo – Você sente mesmo, bonequinha de comensal? Sente a dor deles? Você sente? – A cada fim de frase, era um empurrão – Você não passa de uma vagabunda? – Me deu um tapa – Se não fosse pelo filho da puta do seu tatara-sei-lá-o-quê, nada disso teria acontecido! Nada!

  Por trás de cada bullie, há uma história muito triste. Deixei que ela me estapeasse pois acreditava que ela tinha que pôr essa raiva para fora. Errei, se não acusar o bullie, agressão aos inocentes nunca vão parar.

  Dove rasgou minha blusa e atirou na janela, cuspiu em mim e foi embora. Fiquei deitada naquele chão frio por alguns minutos, ninguém poderia me ajudar. E não queria que ninguém soubesse, seria... Vergonhoso? Ouvi passos se aproximando, não entrou, apenas bateu na porta.

— Astória?

— Francis? – Me levantei – Francis, é você?

— Sou. Vi Dove saindo e você não. Aconteceu alguma coisa?

— Se eu te contar... Me empresta uma camisa?

— O quê?

— Me empresta uma camisa!

— Está bem. – Ele me deu uma — Posso entrar?

— Não!

  Era uma camisa listrada com as cores da nossa casa. Prendi meu cabelo e andamos em silêncio até onde o time sonserino treinava. Draco era capitão e amo ver ele concentrado.

— Então – Francis puxou assunto – Eu te dei minha camisa. O que Dove te fez?

— Você sabe. Francis, quando alguém da nossa família morre, ficamos com a herança. Se alguém da nossa família faz algo ruim, pagamos o preço.

— Não necessariamente.

— Como assim?

— Meus pais não são totalmente preconceituosos. Tipo, viva, mas viva longe de mim, sabe? Meus avós ficaram irritados, ameaçaram cortar o dinheiro.

— O que aconteceu?

— Minha mãe ficou tão famosa como jornalista, que tiveram que reconsiderar. Nem sempre temos que carregar o peso da nossa família, Astória. – Mexeu no meu cabelo – Não se culpe pelo o que fizeram.

  Precisava tanto desabafar que não me importei de reclamar quando mexeu no meu cabelo.

— É difícil com tanta gente machucada, querendo me lembrar. Sabe... Quem fez a Casa de cura? – Assentiu – Como posso não me sentir culpada?

— Simples. Feche os olhos – Fiz – Lembre do seu primeiro nome. Quem foi a primeira pessoa desconhecida que você deixou que te chamasse pelo seu primeiro nome?

— Gina Weasley.

— O que ela é pra você?

— Uma boa e velha amiga.

  Se falar isso pra ela, eu te mato.

— Muito bem. Agora, pra quem você mais gosta de cantar?

— Daphne.

— O que ela é pra você?

— Minha maninha, a quem devo sempre proteger.

— E... – Pegou na minha mão – Quando se sente triste, pensa nela para te proteger? – Neguei – Não?

— Não.

— E quem é, Ast?

— Pitelzinho.

— Quê?

— Quando estou triste, penso nele. Em seus braços fortes me abraçando e-

  De repente, Francis caiu acertado por um balaço. Olhei para os jogadores, que apontam para Draco. Ele mesmo não demonstrava arrependimento.

— O que deu na sua cabeça?! – Briguei, no armário de vassouras

— Ele ia te atacar!

— Me atacar?! Você que foi o doido que fez isso!

— Agora eu sou doido?!

— É sim! Um doidão! Só estávamos conversando!

— É, eu vi como você estava se divertindo com ele!

— Qual problema? Ele é meu amigo!

— E amigos usam a camisa dos outros, Astória?

— Ele me ajudou!

— Em quê? Faltou roupa no seu guarda-roupa? Porque, se for, compro mil blusas pra você!

— Não quero seu dinheiro, quero sua confiança!

— Não acredito nele!

— Se está tão incomodado assim, por que não me dá a sua?

  Não respondeu, tirou a camisa do time e me deu. Odiava como aquele peitoral gostoso fazia minha raiva passar.

— Não vai querer?

— Cala boca, seu gostoso!

  O puxei pela cabeça e beijei seus lábios com vigor. Ele segurou meu rosto, me levantou e mordeu meu pescoço. Rasgou a camisa sem dó e piedade, segurou nos meus seios com força. Os chupou e mordeu eles.

— Ai, Draco!

— A senhorita que se prepare.

  Foi a única preliminar que fizemos, não aguentemos muito. Logo, Draco me comia com estocadas fortes. Amo cantar, mas minha música favorita é ouvir Draco berrar por meu nome.

— Astória! Astória! Ast! Acho que... Isso! Isso!

  Apertava minhas coxas, meus peitos. Mordia o lábio inferior, gemia sem parar. Chegamos ao ápice juntos. Ok, ele foi um minuto depois de mim. Deu mais três estocas, encostou a testa na minha e me abraçou.

— Só vai usar as minhas roupas, está bem?

  Sorri e deitei minha cabeça no ombro dele.

— Voce é tão lindo com ciúmes.

  Aposto que ficou surpreso, não disse nada.


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Notas finais do capítulo

Atenção: embora Daphne Greengrass seja apenas uma personagem fictícia, sua história é real. A cada duas horas, uma mulher é espancada até a morte. Nenhum homem tem o direito sob o corpo e a mente de uma mulher. Se estiver em uma relação assim ou conheça alguém que esteja, não exite em denunciar. Quem ama, não bate!!!



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