Aliens em Parnamirim escrita por Helen


Capítulo 1
Capítulo Único -- Gui, Ruan e Felipe.


Notas iniciais do capítulo

Notas: Às vezes, no jeito nordestino de se falar, trocamos o “s” e o “v” por “r”. Como a intenção aqui é expressar essas peculiaridades da minha região, de vez em quando isso vai aparecer no texto.

Vocabulário:
Galado, boy, homi = mano/cara
Grear = rir debochando



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Ninguém nunca vai acreditar nisso. Mas vou escrever porque quero deixar registrado. E também, nós três 'tamos com medo de morrer. Se nós morrermos, alguém vai poder ler isso e saber o que aconteceu.

Eu me chamo Guilherme. Meus amigos me chamam de Gui, e quando digo meus amigos estou falando de Ruan e Felipe. Esses boy são pau. A gente já foi em muitos rolê junto, já que a gente mora no mesmo bairro, a Cohabinal. Nunca soube de onde veio esse nome. Troço esquisito, né não? Enfim, já ‘tô fugindo do foco. Ramo lá. Do começo.

Tem uma fábrica de Coca-Cola abandonada aqui do lado de uma das ruas principais da Cohabinal. Desde que eu me entendo por gente ela ‘tá aí, sem utilidade nenhuma, mas mesmo assim tinha sempre um vigia na entrada. Eu nunca tinha entendido aquilo, ‘tá ligado? Por que danado os cara vigiava um negócio daquele, todo desmantelado? Foi aí que eu decidi investigar. Chamei foi Ruan e Felipe e os galado toparam comigo de pular o muro de lá de madrugada. Aí beleza. Meia-noite e or boy tarra tudo lá em frente de casa. A gente combinou de deixar os celulares carregando o dia todo pra não faltar luz, e aí fomo pra lá.

Pular o muro nem foi tão difícil. Tem um ponto de ônibus lá no finalzinho da rua, daí a gente subiu nos bancos e pulou. Homi, o lugar que a gente ‘tava era bem pertinho dos mato do terreno, daí quando Ruan subiu no muro bateu um vento não sei di onde, que fez ele cair de susto no chão. Eu e Felipe se greou demais, boy. Aí Ruan, tentando fingir que nada tinha acontecido, começou a reclamar que nóis tarra fazendo barulho. Enfim, tenho que deixar isso registrado aqui pra todo mundo lembrar disso (Ruan te amo s2).

Daí né, a gente fomo pra investigação. O terreno era muito maior do que eu imaginava. A gente teve que atravessar um pátio lá que tinha, até chegar na frente da fábrica. Aí, nãm pô, que isso, quando chegamo lá Felipe já ‘tava cansado. Bicho sedentário da mulesta. Tivemo que esperar ele descansar pra entrar lá dentro. Aí pronto, quando ele ‘tava bem, nóis entramo na fábrica e ligamos as lanternas. Pra deixar claro, não tinha nada ali dento. A gente já ia desistir quando Ruan viu uma luz esquisita vindo de uma sala. Daí, né, fomo ver o que tinha lá dentro. Porque né, a gente sabe o ditado: o que é um peido pra quem ‘tá cagado?

Beleza. Entramo na sala. Pra que, né? Foi só ladeira abaixo a partir daí. Ruan tomou um pau de um bicho, e quando eu e Felipe tentamo correr, os bicho pegou a gente. Tu acredita que tinha um laboratório ali dento? Tinha uma arruma de alien, de bicho feio dento duns vidro. Levaram a gente pro cara que comandava o lugar, e ele era feio visse. Mas não era um feio normal não. Era um feio feio mesmo. Mais feio que Ruan e Felipe juntos, boy. (amo vcs s2s2)

Aí ele disse pa gente: “Ah moleques intrometidos, agora que vocês sabem do laboratório eu vou ter que matar vocês”. Bom, não foi exatamente isso, porque ele falava aquelas língua alienígena, tipo inglês, então eu acho que foi isso que ele disse, porque depois de falar os bicho pegaro a gente e tentaram botar numa maca lá. Sei lá o que era aquilo, homi. Aí Ruan deu a louca ali dentro, dizendo que não queria morrer que não sei o que não sei o que mais lá, e começou a se debater, ‘tá ligado. Findou que ele deu um soco num maluco lá, aí o maluco caiu em cima de um vidro, aí o troço quebrou e começou a pegar fogo, ‘tá ligado. Aí todo mundo entrou em pânico ali dentro, e eu e Felipe aproveitamo e saímo correndo. Ruan ficou lá um tempinho, mar depois saiu também. Nós três saímos que nem uns doido pelo meio da rua, gritando igual uns doido no meio da noite, e aí se escondemos na minha casa.

No outro dia, boy, quando a gente foi pra escola, ‘tavam demolindo a fábrica. Tivemos foi medo de passar por perto, mas depois de uns dias tudo voltou ao normal. Ou, pelo menos, é o que a gente acha, né. ‘Tô escrevendo isso justamente por causa desse medo. Nunca se sabe quando vão se ver de novo aliens em Parnamirim.


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