The Battle Frontier escrita por Allphox


Capítulo 9
S1EP08 - Scarlett's secret and a new plan




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— E desde quando isso acontece? – Leon falou olhando curioso pra mim.

— Umas três semanas mais ou menos. – Tirei o gorro da cabeça, já sem curativo.

— Que esquisito. – Leon coçou o queixo e apoiou-se na mochila de Scarlett. – Eu já vi pokémons indo atrás de treinadores, mas nunca para atacá-los.

— Nem eu. – Scarlett falou sem olhar pra nós. – E olha que eu já vi um bando de coisas bem esquisitas.

— Do tipo? – Olhei pra ela entortando as sobrancelhas, que não se virou.

— Assim como você e Leon já devem ter visto coisas esquisitas aí eu também vi, não preciso ficar me estendendo nesse assunto. – E acariciou as orelhas de Gliscor.

— Ahn... – Leon olhou para mim. – Está tudo bem aqui?

— Está. – Eu olhei para Scarlett sério. Ela ainda não olhava para trás.


Nesse momento eu percebi uma pequena tatuagem na parte de trás das costas de Scarlett, que era coberta pela alça do vestido e apareceu muito rapidamente quando um vento mudou o cabelo dela de lugar. Estremeci. Leon começou a falar algo de brigas enquanto ele vivia no circo e eu não dei atenção.


— Scarlett... – Parei do lado dela. Leon veio junto e sentou entre as orelhas de Gliscor. – O Mega Market é pra lá. – Apontei para Oeste, estávamos indo para o Norte.

— Ah... – Ela olhou para mim sorridente. – Perdão. – Deu uma leve batida na orelha direita do Pokémon. – Por ali, amigo.


Gliscor tomou a direção do Oeste. O Sol estava se pondo. Voamos por cerca de 3 horas e ele parecia estar bem, mas quis testar Scarlett de novo.


— Ele não está voando tem muito tempo? – Encarei-a.

— Sim, mas ele consegue. Um Gliscor adulto consegue voar por até 12 horas ininterruptas. – Ela fechou a boca ao perceber que falou demais.

— Entendi... – Me afastei e sentei no chão. As coisas começavam a fazer sentido.

— Vamos dormir aonde? Ou vamos passar a noite voando? – Leon falou voltando a ficar perto de mim. – Qualquer coisa que não envolva eu dormir em uma jaula está ótimo. – Ele mexeu as orelhas.

— Você dormia em uma jaula? – Scarlett mostrou-se perplexa. – Que horror! Nenhum Pokémon deveria pertencer a alguém assim. Já fui contra as pokébolas uma época, sabia?

— Nossa, que legal. – Leon falou desanimado.

— Leon falou uma coisa séria. – Eu disse. – Onde vamos dormir?

— Acho melhor ser perto de um rio. – Ela se equilibrou pra procurar um. – Ali tem um. – Apontou para uma grande mancha azul. Ao lado havia uma rodovia com alguns veículos passando. - Gliscor, desça.


O grande morcego desceu rodopiando e paramos em uma área aberta com quatro árvores semelhantes em formato de C que convergiam no rio. Haviam algumas pedras aqui e ali. O Sol já havia ido embora e estava tudo escuro. Assim que desci, saquei a pokébola de Infernape e a de Sceptile.


— Sceptile, galhos. Infernape, fogo. Vá com ele ajudá-lo. – Os dois saíram de suas pokébolas e correram para um conjunto de ávores densas em silêncio.

— Obrigada, amigo. – Ela recolheu o morcego de volta na pokébola. – Descanse.

— Vem cá, não é perigoso dormir assim no meio do nada com aqueles três por aí? – Leon disse.

— Não acho que seja, visto que encontramos eles hoje e não nos seguiram. – Scarlett opinou concentrada em sua bolsa. – Mas, por via das dúvidas, vamos dormir em turnos. Eu posso ir primeiro, se quiserem.

— Não. – Cortei-a. – Quero ficar primeiro.

— Por quê? – Ela olhou para mim espantada com o meu tom. – Não tem problema, eu...

— Pode deixar, eu quero... – Sceptile e Infernape voltaram rápido. O grande Pokémon verde jogou os gravetos no chão e Infernape bufou algumas chamas. Rapidamente tínhamos uma fogueira. – Obrigado ao dois. Aliás, vamos acender a fogueira, comer e apagá-la. Não está frio então não precisamos de algo brilhando no meio da floresta para nos acharem.

— Mas Jake... – Ela tirou o chapéu.

— Scarlett, depois discutimos isso. – Olhei para Leon e tive uma ideia. – Que tal nos conhecermos melhor, aproveitando que temos um novo integrante no grupo?

— Ah, ou. – Leon esbravejou. – Eu lá sou obrigado a fazer isso?

— Poxa, Leon. – Scarlett pareceu chateada, porém, subitamente mudou de expressão. – Ah, eu esqueci de te capturar. – Ela tirou uma pokébola do braço e lançou em Leon, que brilhou em uma cor vermelha e entrou na pokébola.


Olhei a cena. Enquanto a pokébola se mexia, ela grava o braço que lançou o objeto bem discretamente. Tão discretamente que eu não teria percebido se já não estivesse desconfiado. A pokébola piscou e tremeu um pouco até abriu-se e Leon saiu, irritado.


— Ruiva, uma coisa que eu não sei se ficou clara. – Ele fez uma pausa e pigarreou. – Primeiro, eu disse que ia com vocês, não com você. – Ele jogou-se no chão. – Segundo, a última coisa que eu vou querer na minha vida a partir de agora é ser preso a alguém. Foi mal, mas não vou ser seu Pokémon não. Seu amigo até vai, mas... Não pertenço a ninguém.

— Ah, tudo bem. – Ela ficou envergonhada. Não olhava para mim que a encarava muito seriamente e sentou-se tranquila.

— Bem... – Respirei fundo e tomei coragem. – Vamos nos conhecer melhor?

— Ai, que seja. – Leon falou. – Vamos. Quem começa?

— Que tal você, Scarlett? – Falei.

— Eu? – Ela me encarou sem entender.

— Sim. – Sentei no chão encarando-a sem nem piscar os olhos. – Começa me dizendo porque você não me contou antes o que escondeu de mim.

— Oi? – Ela parecia surpresa. – Eu o quê?

— É isso mesmo, você estava escondendo algo. – Me endireitei. Leon que havia deitado pra encarar o céus sentou-se também. – Agora eu sei o que é.

— Ahn... Você está cansado. Melhor comermos e irmos dormir.  – Ela disse nervosa.

— Estou sim. – Fiz uma pausa. – Porém, quero esclarecer isso. Eu não sei tinha provas suficientes, até agora.

— Isso é maluquice. – Ela mudou o tom de surpresa pra raiva.

— Você tem um interesse por pokémons diferentes, exóticos e esquisitos. – Olhei para Leon. – Sem ofensa.

— Tudo bem, eu escuto isso sempre. – Ele sacudiu as mãos. – Continua que tô gostando dessa história, mal cheguei e já tem polêmica. Fiz bem em fugir.

— Jake, para de besteira. – Ela tentou rir, o rosto corando. Ela abraçou a mochila como nunca havia feito.

— Um Floatzel com Muddy Water. Um Gliscor gigante. Um Ampharos com as esferas em coloração diferente. Uma Kirlia fêmea que tem a possibilidade de evoluir pra Gallade. Seu Heracross é a única exceção. – Encarei-a determinado.

— E o que isso tem a ver? – Ela abraçava a mochila mais e mais.

— Você conhece muito bem sobre batalhas, estratégias e tipos Pokémon. Sabia que o Gliscor podia voar por muito tempo e já nos fez descer pro chão com o pretexto de que ele estava cansado.

— E daí?

— Daí que você sabia que a probabilidade de Scizor, Weavile e Gengar nos acharem no chão era bem maior. – Fiz sinal para Sceptile e Infernape ficarem atrás de mim.

— Jake... – Ela olhou pra eles dois. - O que você está pensando? – Ela estava nervosa. Leon só encarava a cena em silêncio e com os olhos arregalados.

— E aí você sabe muito bem sobre tipos, estratégias e pokémons muito melhor do que a maioria das pessoas e até do que a mim. – Encarei-a e fiquei em pé. Ela estava acuada.

— Eu não estou entendendo aonde você quer chegar. – Ela quase chorava.

— E porque quando você tentou capturar Leon girou a mão que estava com a pokébola depois?

— Eu... Eu... – Ela tremia de nervoso.

— Gente, o que essa menina fez? – Leon falou confuso.

— E eu vi a tatuagem. – Sorri maliciosamente. – Além disso, você nunca me disse de onde veio sendo que eu disse tudo sobre mim pra você.

— Jake, para. – Ela estava nervosa.

— A mochila. – Eu falei nervoso. – O que tem nela? 

— N-nada. – Sua voz estava fraquejando. 

— Me dá. – Estendi a mão. – O que tem aí?

— CHEGA! – Ela gritou. – EU FUI UMA POKÉMON RANGER!


Recuei. Por um lado eu estava aliviado, porque eu desconfiava que era isso mesmo, mas por outro que ela tinha alguma coisa a ver com os 3 pokémons negros que estavam atrás de mim, por outro... Fiquei feliz de ser a primeira opção.


— Isso é sério? – Olhei curioso para Leon que havia feito a pergunta. – Eu crente que você fosse uma stripper ou algo assim, que sem graça. – E deitou-se de novo.

— É sério, seu grosso. – Ela cuspiu as palavras pra ele e depois olhou pra mim acuada. – Eu queria te contar, mas não sabia como.

— Contar que você é uma Pokémon Ranger? – Eu falei sem entender. – Qual o problema nisso? – Infernape e Sceptile sentaram-se e ficaram encarando a cena.

— Não só isso. – Ela soltou a mochila finalmente. – Lembra o dia em que eu te encontrei e te salvei?

— Ah sim. – Brinquei para tentar descontrair o ambiente. – O dia em que você estragou minhas roupas. O que tem esse dia? Ou melhor, noite?

— Eu estava atrás daqueles tinha uma hora mais ou menos antes de você. – Ela limpou uma lágrima que havia descido de seu rosto.

— Estava? – Fiquei confuso. - E por quê não me falou?

— Fiquei com medo de você achar que eu estava junto deles. – Ela abriu a mochila.

— Eu achei até desconfiar que era uma Pokémon Ranger. – Sentei e a olhei em seus olhos. – O R tatuado nas suas costas... – Ela tocou o ponto da tatuagem na hora em que eu falei. – Eu achei que significava Ranger, mas vai que você era uma desertora. Por isso eu mantive Sceptile e Infernape perto de mim do lado de fora das pokébolas.

— Não, não. – Ela balançou as mãos, visivelmente mais calma. – Fiz a tatuagem no dia em que entrei na corporação. Aliás... – Ela tirou um aparelho que eu conseguia bem reconhecer. Um Capture Styler.

— Por quê você não o usa? – Peguei o aparelho que eu reconhecia bem nas mãos. Vermelho com uma base preta e uma antena amarela.

— Ele está desativado. – Ela falou desanimada. – Eu desisti de ser Pokémon Ranger pra ser estilista e fotógrafa.

— É sério? – Eu estava abismado. - E você veio de onde?

— Almia. - Seu olhar ficou vazio, como se estivesse lembrando de muitas coisas doloridas. – Eu fui fazer o curso para ser Pokémon Ranger e era uma das melhores alunas. Com o tempo eu acabei percebendo que não era pra mim. Larguei tudo e vim pra cá. Meus pais eram de lá.

— Agora faz sentido... – Cocei o queixo. – Aquele soco que você me deu e a personalidade sua que as vezes parecia gentil mas as vezes era pior do que a minha. – Tirei os tênis. – Pra quê você fingiu que era uma coisa quando não era?

— Eu não queria passar a impressão de que estava te usando pra chegar aos três. – Ela falou envergonhada.

— Mas Scarlett... – Abri a mochila procurando um pacote de biscoitos. – Não teria porque você fazer isso, se você tivesse me dito no primeiro dia que nos conhecemos que já os conhecia a gente poderia até ter contra atacado.

— É sobre isso que eu queria falar com você. – Ela tirou a câmera do estojo e negou um biscoito que ofereci a ela. – Lembra que eu falei que tirei fotos suas naquele dia?

— Lembro sim. Inclusive, você ainda está me devendo mostrar as fotos.

— Fotos? Que fotos? – Leon levantou-se curioso. – Quero ver também.

— Então, eu olhei as fotos ontem e... – Ela ligou a câmera. – Tem uma coisa interessante pra você ver. – E me estendeu o aparelho. Leon pulou no meu ombro e olhou junto comigo.


Fui passando as fotos uma a uma. De início haviam apenas algumas sombras nas árvores que eram próximas aquelas que eu estava no dia em que Scarlett me encontrou. Uma determinada foto que eu passei mostrou nitidamente os três pokémons negros em linha reta. Passei para a próxima e havia uma figura humana vestindo um terno branco. Leon me cutucou.

— Nossa... – Ele desceu mais e inclinou a cabeça mais perto da tela. – Um cara mais cedo falou comigo e usava um terno branco também, que coincidência.

— O quê? – Scarlett ficou confusa.


Expliquei a história para ela e a mesma ficou pensativa. Pousamos a câmera e nos encaramos.


— Ok. – Ela pôs o chapéu de volta. – Sabíamos que havia alguém por trás disso, mas não tínhamos certeza de quem era. – Uma pequena pausa. – Talvez seja apena uma casualidade, mas podemos ficar mais atentos agora.

— Não prestei atenção nele direito. – Ele fez uma pausa. – Talvez tenha sido só um cara comum, gente. Impossível que tenha sido o mesmo cara.

— É... Talvez... – Scarlett falou. – Não é melhor avisar sua mãe?

— Não. Vamos pensar em alguma coisa. Se ela descobrir aparece aqui em dois minutos e me tranca em casa. – Olhei pra ela de novo. – Mas enfim, continua com a sua história e depois a gente nisso.

— Ahn... – Ela olhou torto pra mim. – Deixa eu ver... – Ela olhou pro céu. – Meus pais morreram e eu herdei a herança deles. Eu tinha dinheiro suficiente pra sair de Almia e vir pra cá seguir meu sonho então pedi dispensa do Esquadrão Ranger e acabei vindo parar em aqui em Sinnoh. Estava querendo lançar um livro com as fotografias feitas por mim quando encontrei aqueles três. Resolvi seguí-los e cá estou eu, contando-lhe tudo.

— Mas e os seus Pokémons? – Leon questionou. – Que eu saiba Pokémon Ranger não tem Pokémons.

— Buizel foi meu primeiro. – Ela falou enquanto guardava a câmera de volta. – Foi esquisito capturar um Pokémon com uma pokébola mas acabei tomando o jeito.

— Por isso você girou o braço quando tentou capturar Leon... – Falei entendendo tudo. – Que curioso.

— É um velho hábito que estou tentando deixar de lado. – Ela disse risonha e bem mais tranquila. – Desculpe ter escondido isso de você.

— Tudo bem. – Pus a mão no ombro dela. – Me promete uma coisa?

— O quê? – Seus olhos se arregalaram.

— Não me esconde mais nada. – Puxei o gorro da cabeça e pus do meu lado. – Mesmo.

— Nada. – Ela estendeu a mão e eu a apertei. Um aperto de mão forte, digno de uma ranger. – Fechado.

— Ai que lindos vocês. – Leon falou e olhou pro gorro. – Vem cá, você olhou o gorro antes de por de volta na cabeça?


Troquei um olhar de pânico com Scarlett. Eu não havia pensado nisso. Peguei o gorro e olhei dentro. Havia uma espécie de aro roxo brilhante que parecia soltar alguma coisa venenosa. Desprendi o aro e o ergui na direção da lua.


— Veneno. – Joguei o aro pra cima e apontei para Infernape. – Flamethrower!

— E como você não passou mal? – Scarlett ficou curiosa.

— Hum... Eu não sei dizer. – Fiz uma pausa. – Eu já caí num esgoto e fui engolido por um Muk, mas...

— É sério isso? – Ela falou espantada.  Leon admirou o arco queimado no chão depois de Infernape ter carbonizado o objeto.

— Sim, por quê?

— Na academia Ranger aprendemos tudo sobre todos os tipos de Pokémon e uma coisa interessante que eu tive na aula de Pokémons do tipo Poison é que o Muk especificamente é um dos dois mais venenosos, equiparando-se a um típico de Unova chamado Garbodor. 

— Garbodor? – Abri minha bolsa e saquei minha pokédex azul de dentro dela. – Me deixa ver aqui.


Meu aparelho era muito limitado por eu nunca ter ido pra Unova então poucos Pokémons de lá eram habilitados e o que Scarlett havia mencionado não constava no banco de dados. Arremessei o aparelho de volta na bolsa e virei-me pra ela.


— Enfim... O que isso tem a ver com a história do Muk que me engoliu?

— Você lembra o que aconteceu com você quando pequeno?

— Sim. – Enfiei o gorro de volta na cabeça conferindo-o mais uma vez.  – Minha mãe me tirou de lá e eu fui parar no hospital. Eu soube que não havia tratamento então tive que esperar o veneno passar e... – Eu havia entendido onde Scarlett queria chegar.

— Não existe antídoto humano para veneno de Pokémon Venenoso. – Ela fez uma pausa. – Nossa, que redundante. Mas enfim, seu corpo tem que filtrar todo o veneno até o fim.

— Eu lembro de algo assim. – Continuei olhando pra ela.

— O legal nisso é que se você sobrevive a alguma coisa dessas acaba ficando imune a qualquer tipo de veneno de Pokémon. Ou seja, um Muk pode te engolir de novo que você simplesmente vai levantar e sair andando tranquilamente como se nada disso tivesse acontecido. – Ela sorriu pra mim.

— Que legal. – Eu falei. – Não sabia disso.

— É. – Ela olhou para as cinzas do aro. – E como você acabou de ver, o veneno do aro não funcionou com você.

— Interessante. – Olhei para frente. – Primeiro três pokémons malucos e agora isso. O negócio está ficando sério. Queria ter uma chance de lutar com os três em um campo onde eu tivesse vantagem e não fosse surpreendido. Tipo uma Triple Battle.

— Vantagem... – Scarlett olhou pra Leon. – É ISSO!

— Oi? – Falamos em uníssono.

— Leon sabe falar.  – Ela falou animada.

— Que novidade. – Ele mostrou a língua pra ela.

— Pokémons podem te entender, não?

Eu e Leon trocamos um olhar travesso.

— Esperamos eles aparecerem... – Eu falei.

— Tentamos arrastá-los pra algum lugar onde uma batalha seja fácil de travar e uma fuga seja rápida e segura... – Scarlett falou.

— E nesse meio tempo eu falo com eles. – Leon completou.

Rimos muito por termos completado a frase. Olhamos a luz da lua e tive uma pequena preocupação.

— Não voamos muito tempo, quer dizer... não o suficiente. – Pus os tênis de volta. – E sinceramente, apesar de não ser uma área perigosa com a rodovia ali do lado, não acho prudente ficar aqui no meio do nada, mesmo que a intenção seja encontrar com eles.

— De acordo. – Scarlett ficou de pé. – Gliscor pode voar por mais algumas horas. Pra onde vamos?

— Mega Market. – Saquei as pokébolas de Sceptile e Infernape. – Vamos voar até lá.

— E o que vende nesse tal Mega Market? – Leon falou.

— Tudo que você possa imaginar. – Sorri pra ele. – Pokédex, Itens de recuperação... Pedras evolutivas. – Olhei pra Scarlett.

— Dawn Stone? – Seus olhos brilharam.

— Dawn Stone. – Sorri de volta. – Aliás, falando em coisas que são vendidas lá... Viajar no Gliscor é uma boa, mas não é tão confortável assim. Vamos comprar uma sela pra ele, ou algo que torne a viagem mais tranquila. De qualquer forma, não tornemos disso um hábito depois que comprarmos isso, devemos andar a pé também, não só pelo exercício, mas também para tentarmos nos comunicar com aqueles três, ok?

— Ok! Gliscor, pra fora! – Ela lançou a pokébola dele pro alto. O grande morcego apareceu. – São quase sete da noite. Quanto tempo até lá?

— Umas três horas, eu acho. – Falei enquanto ajudava-a a subir em Gliscor. – Vamos, Leon.

Olhei para o chão enquanto Leon subia. Chutei um pouco de terra no fogo e rapidamente a fogueira se apagou. Subi em Gliscor e ele levantou voo cortando a noite com nós três conversando animadamente sobre a vida de Scarlett.


... Uma hora depois ...





— Então eles estiveram aqui. – Um homem de voz rouca e terno branco falou. – E não faz muito tempo.


Ele chutou um graveto chamuscado e olhou para Scizor e Weavile.


— Olhem ali. – Ele apontou para o aro. – Ele descobriu o arco que esse incompetente não envenenou direito. – E apontou para Gengar.


Olhou para a esquerda e para a direita. Sacou um Pokétch do bolso e fez uma ligação. Rapidamente foi atendido por uma mulher.


— Ele descobriu o veneno. – Uma pausa. – E se não temos uma boa notícia é porque além de Gengar não ter veneno suficiente pra matá-lo, Skorupi é inútil sem evoluir. – Outra pausa, dessa vez para encarar Scizor e Weavile. – Evolua-o e tire mais veneno. – Um riso maldoso na direção dos dois. – Quero isso em Scizor e Weavile. – E desligou o aparelho.


Guardou o Pokétch no bolso e encarou a Gengar mais uma vez. O Pokémon apesar de ter uma cara de poucos amigos estava acuado.


— Vou te dar mais uma chance depois de mais um fiasco. – E apontou para o céu. – Vá atrás dele sozinho. Você tem 5 dias para me trazê-lo morto, se não... Nem precisa voltar.


Gengar assentiu e soltou uma risada tenebrosa. Desceu em sombras no chão e desapareceu. O homem virou para Scizor e Weavile e disse.


— Hora de sair de cena por enquanto. – E acariciou a cabeça de Weavile. – Gengar falhará, mas isso nos dará tempo e nos ensinará mais sobre como resolvermos isso.


E saiu andando, com os dois Pokémons atrás dele.


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