Outbreak escrita por snowzzrra


Capítulo 2
Volume 1 - Ato 2


Notas iniciais do capítulo

Mudei o estilo da escrita.



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—--- Emma ----

  Eu vi todo aquele sangue, restos de cérebro e outras coisas que eu nem sei nomear agora e não consegui sentir nada, como?
 
  Me proibi de pensar muito naquilo tentando me justificar.
 
  Observei então aquele salão que antes era considerado um dos mais bonitos na cidade agora em ruínas, sangue e corpos de coisas que eu nem sei descrever direito sem sentir vontade de vomitar espalhadas por ai e o cheiro que impregnava aquele local que sempre teve uma boa manutenção apenas confirmava a sensação de morte que aquele lugar passava.
 
  Decidi explorar então a Ala Leste, começando pelo banheiro eu não encontrei nada que podia me interessar, e só teria uma coisa que poderia me interessar na situação. Ouço então passos pelo corredor ao lado dos banheiros e decido verificar, apenas para encontrar os restos do que antes era um dos membros da SRU, ele não me notou então eu deixei passar porque simplesmente não conseguiria atirar em um dos amigos do meu irmão.
 
  O banheiro estava tão ruim quanto qualquer outra parte do departamento, algumas privadas estavam com tanto sangue que mal dava para notar alguns dedos no meio de tudo.
 
  Saio então dos banheiros e viro até a porta a minha esquerda, infelizmente trancada. Já que o primeiro andar não tinha nada que podia me ajudar, eu decidi subir e ir até as salas das estátuas com a esperança de finalmente algo acontecer.
 
  E como eu não podia ter mais sorte, algo realmente aconteceu, eu ouço um monstro se aproximar de mim com passos pesados e intimidadores, mas o que era pior era a sua aparência completamente deformada e com mais carne do que o seu corpo poderia originalmente ter.
 
  O medo então repentinamente toma conta de todas as partes do meu corpo e eu não consigo fazer nada a não ser observar aquela criatura na minha frente com pavor, meu coração estava acelerado e a respiração falhando, apenas consegui agir quando ele se aproximou o suficiente e eu perceber que teria que desviar ou morreria.
 
  Eu pulo para a esquerda e atiro quando caio no chão, apenas irritando mais a criatura fazendo ela se aproximar de mim com ainda mais velocidade e me puxar pela perna e me fazer parar no outro lado da sala, com as mãos tremulas eu disparo alguns tiros que atingem o monstro em cheio, mas ainda não era efetivo.
 
  Vejo então o corpo de um policial a minha esquerda e desvio por muito pouco de outro ataque daquele monstro que poderia facilmente me esmagar, alcançando o corpo eu consigo uma granada de fragmentação.
 
  O monstro então solta um grito que conseguiu atingir até o fundo da minha alma, eu senti a morte na mesma sala que eu, já pensando em todos os resultados daquela luta eu faço uma última tentativa desesperada: Corro até o monstro para tentar botar a granada em sua boca mas ele me pega pela minha cintura e me joga na parede da sala, tirando todo o ar dos meus pulmões. Eu sabia que deveria lutar, então utilizando o pouco que restava de força em mim eu tirei o pino da granada e joguei em direção ao monstro, o que fez ele ser arremessado para fora da parede e causar um buraco no chão do estacionamento.

—- Eu quero ver voltar dessa, cuzão.
 
  Digo enquanto me levanto e recupero o folego, antes de outro monstro me agarrar e me virar em direção a ele, sendo diferente de qualquer outro que eu já via visto, ele tinha uma espécie de bola de pus no pescoço dele que pulsava e me enojava completamente, eu então rapidamente atirei naquela bola de pus, mas ela explodiu e todo o liquido que havia ali dentro acabou parando em mim. Não deu cinco segundos e eu sentia a minha garganta fechando e os meus pulmões doendo insuportavelmente, eu então me joguei no chão e comecei a tentar respirar o máximo possível mas sem conseguir ar o suficiente eu começo a apagar.
 
—--- Peter ----

  Estranhando a coincidência, eu subo as escadas e não precisei caminhar muito para retornar até a sala de controle e abrir a próxima porta que me leva até um corredor que se divide em três outras portas, a do meio estava aberta mas a da esquerda e direita estavam trancadas e com diferentes cores, laranja e azul claro respectivamente.
 
  Abro então a porta do meio e caminho por um corredor relativamente longo até encontrar um painel de controle e uma janela que me da visão para o que parecia ser o incinerador, eu então ligo o guindaste e vejo que tem um contêiner preso a ele, pressionando um pouco mais a visão eu vejo que tem um corpo de um funcionário lá.
 
  Começo a improvisar nos controles e entendo apenas o básico para bater o contêiner na janela na minha frente, tudo estava indo bem até que o teto quebra e dele sai um monstro idêntico ao anterior, ele me vê na janela e se joga no contêiner e o arremessa na minha direção. Por pouco eu me abaixo e o contêiner passa por cima da minha cabeça, eu pulo nele e pego a chave do corpo do funcionário que agora transformando em monstro também estava tentando me matar, aquele mesmo que havia arremessado o contêiner em mim então escala a janela e entra no corredor que eu estava, agora cercado eu vejo uma grade de ventilação quebrada por conta do que foi arremessado e atravesso ela.

—--- Elizabeth ----
 
  DOIS DIAS ATRÁS
  Eu observava o corredor branco e muito iluminado em que estava, engatilho a minha submetralhadora e passo as instruções.
 
—- Iremos invadir assim que o sinal for dado, quando entrarmos as nossas ordens são de resgatar as amostras SEM deixar elas se espalharem ou as quebrar, entenderam? Caso alguém aqui fique infectado vocês tem ordens de finalizar a vida do mesmo, nem que seja eu.

  Digo encarando os agentes que iriam me acompanhar, assim que ouço o alvo dentro da sala, eu abro a porta com as armas apontadas para o cientista em minha frente.
 
—- Joseph Warner, você está preso em nome do governo federal dos Estados Unidos da América, não tente nada engraçado e você sairá daqui com todos os dentes.
—- Merda, você ainda está viva? Parece que nem o meu vírus foi o suficiente, enfim, agora eu vou dar um jeito em vocês.
—- Não faça nada Joseph, você vai se arrepender se fizer.

  Ele me encara e da uma risada, antes de discretamente apertar um botão que faz dardos serem lançados na nossa direção, mas já que eu estava na frente não fui atingida, infelizmente todos os outros agentes foram.
 
—- Comandante? O que é isso?

  Meus agentes começam a perguntar antes de caírem de joelhos gritando de dor.
 
—- Que merda você fez Warner?
—- Atire na ferida, execute os feridos.

  Joseph Warner diz enquanto entra na sala ao lado desviando dos meus tiros, mas percebo que meus agentes estavam sofrendo mutações quase que instantâneas, entendo que não há como curar eles e corro enquanto ainda tenho tempo.

—--- Emma ----
  PRESENTE
 
  Acordo com a minha visão turva, mas eu já conseguia respirar normalmente, olho no meu relógio e percebo que duas horas se passaram, vejo então pelo buraco que o monstro passou para cair e vejo que o número de criaturas havia aumentado muito, preocupada eu ativo meu rádio.
 
—- Peter? Você ta ai?
—- Ah, Emma, má hora.
—- Então você ta vivo, já é algo.
—- Você ta bem?
—- Não muito, acabei de acordar.
—- Acordar? Olha, esquece, eu prefiro nem perguntar o que foi que aconteceu, mas não é nada de muito grave né?
—- Longa história, mas não foi nada de muito grave não, fica tranquilo.
—- Olha, Emma, agora eu não to muito disposto pra falar então a gente pode conversar depois?
—- Claro, eu vou tar aqui.

  Ouço barulhos de tiros e metal se batendo no chão, antes do rádio desligar. Saio da sala das estatuas e me viro para a sala da SRU na minha direita, mas percebo que tem alguém que não seja um monstro no escritório do chefe.
 
—- Escuta aqui, quem ficou pra trás nessa cidade de merda enquanto vocês tão curtindo todo o amor popular ai sou eu, entende? Eu quero a porra do resgate!
—- É MEIO DIFICIL? MEIO DIFICIL? Mesmo depois de tudo que eu fiz por essa empresa, é meio difícil! 
—- Se eu não conseguir meu resgate antes que toda essa cidade vá a merda, podem apostar que eu vou voltar, se é uma ameaça? Considere um aviso, adeus.

  Ele estava falando com alguém no rádio, ele então sai do escritório e vai embora da sala da SRU visivelmente irritado.
  Eu entro no escritório e começo a investigar tudo na mesa, encontrando em uma das gavetas uma submetralhadora e alguns carregadores, eu sorrio com o que vejo e já guardo a pistola no coldre que eu havia pegado anteriormente.
  Investigando mais acho alguns relatórios do meu irmão, e não consigo evitar de me lembrar.

  CINCO ANOS ATRÁS

  Era por volta do meio-dia, eu e o Mason estávamos na varanda, era provavelmente um dos dias que ele tentou me ensinar violão mas acabou se distraindo nas próprias musicas. 
  Como toda criança de dez anos que admira o irmão mais velho, eu achava que tocar violão do jeito que ele tocava era uma bruxaria de nível alto.
 
—- Essa musica aqui eu aprendi com uma amiga minha.
—- Eu gostei.
—- Sério mesmo? Pensei que você não gostava de violão.
—- Eu gosto! Sério!
—- To só te perturbando, já tá com fome?
—- Não muito, mas essa sua amiga é do seu trabalho?
—- É, ela é, como você sabia?
—- Eu ouço você falando no telefone com ela as vezes, o que você faz no trabalho?

  Mason então me encara pensando no que falar, e desvia o rosto em direção a algumas garrafas que estavam do outro lado da varanda.
 
—- Meu trabalho é proteger as pessoas, como você.
—- E por que você usa isso?

  Eu digo enquanto aponto para o revolver no coldre dele.
 
—- Porque tem algumas pessoas que as vezes fazem besteira, sabe?
—- E você faz essas pessoas pararem de fazer besteira?
—- É, é bem isso.
—- Que legal!
—- Agora vem, você tem que almoçar.

  PRESENTE

  Eu não sei muito bem por que lembrei disso, mas eu gosto muito dessas lembranças, mas ele do nada começou a agir estranho e nunca me contou por que, mas eu ouvia ele discutindo sobre monstros no telefone, agora eu sei de qual tipo de monstro ele falava sobre.
 
  Ainda pensando nisso, eu abro outra gaveta e acho uma chave roxa e a levo junto comigo. Voltando para o salão principal eu ouço a mesma voz do homem de antes.
 
—- Ei, você! Também foi infectada?
—- Não, você?
—- Também não, meu Deus, uma jovem no meio disso tudo.
—- Ainda tentando sobreviver.

  Eu digo enquanto ele parece que me reconhece, e saca uma pistola.
 
—- Tem alguma chance de você ser irmã do Mason Fox?
—- Sou.

  Tento manter a calma enquanto a pistola está apontada para mim, ele da uma risada e continua dizendo.
 
—- Sabe, eu não gosto muito do seu irmão, e eu acho que ele ficaria bem irritado se algo acontecesse com você.
—- Você não vai fazer nada comigo.

  Ainda assustada, caminho lentamente até o corredor da Ala Leste, e quando estou perto o suficiente começo a correr e ele vem atrás.
 
  Ouço a pressa dele para me alcançar, mas eu corro até a Sala dos Funcionários, destranco com a chave roxa e quando eu entro, tranco novamente para ele não entrar.
 
—- Abre! Abre essa porta! Abre a porra da porta!

  Ele grita enquanto soca a porta, mas eventualmente para.
 
—- Emma? É você mesmo?

  Um homem se esforça em tentar terminar a frase e eu me viro até ele, rapidamente o reconheço e me aproximo dele.
 
—- Cooper, o que foi que aconteceu contigo?

  Vejo que em sua barriga tem uma marca de mordida e ele parecia estar sangrando faz um tempo.
 
—- Escuta bem, eu não tenho muito tempo, eu vi o que acontece com as pessoas que são mordidas por essas coisas.
—- O que? Mordidas?
—- É, evite isso a todo custo, todo mundo que é mordido vira um desses também.
—- Cacete, Cooper, você tem que sobreviver!
—- Pra mim já foi garota, sai daqui viva e vai atrás do Mason, mas antes eu preciso te pedir uma coisa.
—- O que?
—- Eu preciso que você bote um fim em mim, eu não quero virar uma coisa daquelas.
—- Não, eu não vou matar a porra do Chefe de Policia.
—- Isso importa agora? Durante todo esse caos? Eu sei que é pedir muito mas por favor, por favor.

  O chefe de policia, já nos seus cinquenta anos, fala no meio das tosses e da respiração acelerada.
 
—- Eu não consigo fazer isso, eu não consigo.

  Eu me levanto e entrego a minha pistola para ele.
 
  Percebo que ele já esperava algo assim, mas no fundo queria que eu tivesse conseguido, ele então pede obrigado e da o último tiro.
 
  Ouvindo aquele barulho eu paraliso, acabei de dar a arma para um homem acabar com a própria vida, eu precisava falar com o Peter.
 
—- Peter? Você ta bem?

  Eu repito umas três vezes, mas sem resposta, isso e o que havia acabado de acontecer começou a me assustar.
 
—- Peter! Responde!

  Falo mas já esperando pelo pior, eu corro até o buraco que foi mencionado nos primeiros documentos e caio nos esgotos.

—--- Peter ----

  30 minutos antes
  Depois de rastejar pela ventilação eu consegui voltar até a sala de controle, e percebo que a porta do meio que eu havia entrado anteriormente estava destruída. Sabendo que havia obtido a chave laranja, eu dessa vez entro na porta da esquerda e começo a andar pelos corredores escuros dos esgotos.
 
  O cheiro parecia que estava piorando enquanto eu andava em direção a sala na minha frente, mas ao chegar eu vejo que é a estação de tratamento de água.
 
  Ao chegar no meio da sala eu ouço um barulho muito familiar, era novamente aquele monstro de antes, quando eu me viro eu recebo um soco e sou arremessado por alguns metros, quando abro meus olhos novamente o monstro está correndo na minha direção. 


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Notas finais do capítulo

Pelo menos esse volume eu termino.
Tô aberto pra feedback.



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