Insane escrita por 96l1n3


Capítulo 3
Relações Secretas




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A construção era em sua maior parte em tijolos cinza sem pintura, anteriormente foi utilizada como abrigo para soldados que serviam nas guerras, até que a Igreja conseguiu reivindica-lo no século XV e o transformou primeiro em um hospital para atender tanto os feridos da guerra quanto os moradores locais e posteriormente, para ser mais exato no final do século XVIII, com a crescente onda local de pessoas com necessidades de tratamento psicológicos que ali passou a ser um sanatório, tornando-se referência na região e passou a atender pessoas de todos os lugares do estado.

Era um sanatório igual aos vistos em séries de TV, com uma grande área verde e arborizada onde os pacientes, usando apenas aventais brancos, podiam circular livremente, brincar, fazerem o que sentissem vontade em seu tempo de recreação, sempre sendo acompanhados, seja de perto ou de longe, pelos cuidadores e enfermeiros.

Doutor Hoseok, um homem com seus trinta e dois anos, com formação e pós nas áreas de psiquiatria e psicologia totalmente apaixonado por sua profissão, era alto, sua pele bronzeada combinava com seu cabelo e olhos escuros. Ele se encontrava sentado em um banco de mármore, coberto pela sombra de uma Sakura que ainda não florescera, acompanhava de longe o novo paciente, enquanto o vento contra sua pele bagunçava os fios que já precisavam de um corte. Não podia controlar os arrepios que ora ou outra percorria seu corpo esguio, ocasionados pelas trocas de olhares entre ambos. Pensou em não o abordar novamente, o primeiro contato que tiveram foi muito marcante, e a frase "Eu matei todos eles" ainda ecoavam em sua cabeça todas as vezes que o via.

— Sempre soube que a vida de um psiquiatra era uma moleza, com toda certeza eu escolhi a profissão errada. – O estranho que acabara de chegar sentou–se ao lado do homem fazendo com que desse um pulo com tamanho susto.

— Nunca mais faça isso. – Tentou controlar a voz.

— Desculpe. – Sorriu de canto abaixando a cabeça.

— O que faz aqui? – Seok desviou a atenção de seu paciente para poder observar o homem ao seu lado.

— Vim saber como você estava. – Levantou o olhar e segurou o contato visual com o outro.

— Eu não preciso de uma babá. – Rolou os olhos se pondo de pé.

— Eu não disse que seria uma. – Deu de ombros apoiando as mãos sobre a pedra fria, enquanto declinava a cabeça para trás aproveitando os poucos raios solares que adentravam pelas folhas da árvore. – Eu só queria um pouco de folga de meu trabalho, portanto se perguntarem diga que alguém na clinica estava em perigo e eu precisa investigar, okay?

O que estava em pé mal ouvia as palavras do outro e colocando as mãos no bolso do jaleco deu breves passos em um semicírculo no local, mil pensamentos percorriam por sua cabeça e ele tentava se concentrar, sem muito sucesso, apenas em um.

— O que aconteceu? – O homem ouvindo os passos inquietantes passou a olhar para HoSeok com a cabeça apoiada sobre um dos ombros.

— Não é nada NamJoon...

— Não venha dizer que é nada, consigo perceber que está preocupado. E você sabe que pode me contar tudo.

— Mmm... – Mordia o inferior em exitação. – Certo, eu estava pensando sobre o novo paciente...

— O que diz ter matado os amigos? Os pais dele ainda não o levaram para casa?

— Este mesmo e não, não o levaram. Sabe, eu estava imaginando até onde pode ser verdade o lance desse assassinato que ele – Apontava com a cabeça na direção em que o paciente se encontrava. – diz ter cometido. Analisando seus prontuários eu tive total certeza que era apenas loucura da cabeça dele, mas, e se... E se ele tiver mesmo feito isso? Se ele está falando a verdade e por conta de seus problemas psicológicos deixemos passar um crime?

— Está dizendo que o louco pode não ser louco?

— Estou dizendo que não devemos desacreditar de suas palavras apenas por conta de suas condições. Além do mais, não posso ignorar a sensação ruim que sinto quando estou perto dele.

— E o que pretende fazer?

— Eu vou tentar obter toda a história dele e a investigação em cima das informações que eu conseguir eu deixo com você, se quiser é claro. – Mordiscava a unha do polegar batendo o pé incessantemente sobre uma folha seca fazendo seu estalo ressoar.

NamJoon avaliou o estado do homem a sua frente, sabia que ele não acreditava de fato que o garoto pudesse ser culpado ou ter feito algo, mas a ideia de não investigar o faria como cúmplice ao acobertar um crime, e passar por aquilo novamente o destruiria completamente. Ele não deveria ter voltado ao trabalho tão cedo, Nam perdeu as contas das vezes que tentou o persuadir a ficar um pouco mais em repouso, mas tudo foi em vão e por conta disso faria todo o possível para ajudar da forma que pudesse e no que fosse necessário, jamais o deixaria sozinho. Não novamente.

— Certo, eu designarei uma equipe apenas para trabalhar em cima deste caso, mas ao percebermos que isto é apenas delírio, que eu tenho certeza que é o que irá acontecer, daremos o caso por encerrado e você irá parar de se preocupar com isso. Fechado?

— Então, você está comigo? – O sorriso ia se alargando por seus lábios.

— Estou contigo até o fim do mundo. – Pegou a destra do outro entre a sua e levou até próximo de seus lábios deixando um selar, bem próximo a seus dedos.


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