Os Vingadores - Entre Herois e Aliens escrita por Lia Araujo
Passei um tempo conversando com eles.
— Vou terminar o almoço e logo voltamos - A Sra West falou se levantando
— Vou por a mala no quarto - falei, me levantei, mas parei a olhando - Tem um quarto pra mim? Se não tiver, tudo bem, procurou outro...
— Claro que tem, mantive o seu quarto e o do Victor - ela respondeu sorrindo - Sempre tive esperanças de que voltariam novamente.
— Eu vou com você - Fernando falou e assenti.
Subimos a escada, Fernando me ajudou com a mala, fui para o meu antigo quarto e o Fernando foi para o dele, coloquei a mala sobre a cama e desfiz, peguei o envelope pardo que continha os arquivos da minha família, respirei fundo abri a aba do envelope e logo escutei o barulho de alguém batendo a porta do meu quarto.
Coloquei o envelope de baixo do colchão e abri a porta.
— Oi Tasha, a mamãe pediu pra avisar que o almoço está pronto - Fernando falou e assenti sorrindo
— Podemos ir? - perguntei olhando-o
— Claro - ele respondeu e descemos juntos a escada - Você mudou.
— O tempo passou, mudar não foi uma opção - respondi em tom de piada e ele riu - Você também mudou, está mais bonito e não parece mais o garoto ingênuo que era.
— Acho que todos tivemos que mudar - ele falou dando de ombros e assenti
Chegamos a sala de jantar, sentamos e almoçamos, passamos a tarde juntos conversando sobre como as coisas estavam depois que fomos embora, era fim de tarde, quando a senhora West foi para a cozinha preparar o jantar, permaneci na sala assistindo um programa qualquer que passava na TV, foi então que ouvimos a porta ser aberta, olhamos na direção e vimos o senhor West entrar.
Fiquei sentada olhando-o, assim que seus olhos pousaram em mim ele ficou imóvel, não acreditando que eu estava ali. Me levantei olhando-o.
— Oi pai - falei e me aproximei
— Natasha? - ele perguntou em um sussurro
— Quanto tempo - falei o abraçando-o
O abraço dele foi diferente dos que recebi do Fernando e da senhora West, o dele era receoso, parecia preocupado, inseguro.
— Eu havia dito que a veríamos novamente - A senhora West falou se aproximando
— O Victor está aqui? - ele perguntou surpreso
— Não, apenas eu - falei sorrindo - Estou tão feliz em vê-lo.
— Eu também, Natasha - ele e nos afastamos - Vou me arrumar para o jantar.
— O que aconteceu com o papai? - perguntei olhando a senhora West depois que ele subiu a escada
— Tenho certeza que ele não esperava te ver em casa - ela respondeu me olhando - Não se preocupe, querida.
— Está bem - respondi olhando-a e sorri levemente - Vou me arrumar para o jantar.
— Está bem, querida - ela respondeu sorrindo - Nos vemos daqui a pouco.
Voltei para o meu quarto, fechei a porta, peguei o envelope em baixo do colchão e me sentei na cama lendo os arquivos.
"Os verdadeiros nomes deles são Nathan (antes de se juntar a SHIELD se chamava Felipe) e Sasha Barton. Eles eram espiões da SHIELD, a organização rival a KGB, eles tiveram dois filhos, mas por nascerem na Rússia o verdadeiro nome de batismo não foi encontrado, a missão deles era retardar o avanço da corrida armamentista e o progresso da KGB.
Quando a verdadeira identidade deles foi revelada foi enviado um grupo de ataque. Estavam se preparando para invadirem a casa, no momento em que um carro chegou, minutos depois o Nathan saiu com o filho e o homem que depois foi identificado como Dimitri Vanko, dono de um antiquário localizado oito quadras de distancia da residencia dos Barton, sem antecedentes criminais, sem nenhum vínculo com a família. Na semana seguinte após ao ataque o Dimitri foi interrogado, ele os levou até o local onde o Nathan foi deixado, uma casa do outro lado da cidade, depois disso ele foi dispensado.
Sasha Barton morreu com dois tiros e seu corpo foi queimado na casa, Nathan e o filho conseguiram fugir do país sem deixar rastros e a filha dos espiões ficou sobre a tutela da família West. Durante dois anos, a garota ficou sob observação de agentes da KGB, que acompanharam seu desenvolvimento e avaliaram seu potencial para se tornar uma agente da KGB.
Após o torneio regional para selecionar os melhores lutadores, Natasha se destacou por sua determinação e inteligência durante as etapas, mesmo quando a desvantagem era grande, mostrou-se capaz de passar por cima dos seus sentimentos para ser a melhor e foi recrutada para ser treinada pela KGB.
Os cinco anos de preparação, ela se mostrou ser a melhor entre as mulheres e já está entre as pré selecionadas e a mais qualificada para o projeto Viúva Negra, para fazer a agente atingir os níveis máximos de capacitação que o ser humano alcançar em força, velocidade e raciocínio."
Os demais dados eram relatório detalhados sobre meu desempenho no decorrer dos anos. Após ler o dossiê não contive um sorriso, meu pai e meu irmão estavam vivos, apenas precisaria encontra-los. E agora sabia o nome do agente que liderou aquele ataque e disparou na minha mãe, o atual braço direito do Ivan Petrovick, o agente Armaturov, só preciso de um plano para fazer esse desgraçado pagar pelo que fez.
Ouvi passos se aproximando, escondi os relatórios de baixo do travesseiro e me fui em direção ao guarda roupa, fingindo procurar uma roupa mais apropriada para o jantar, bateram na porta do meu quarto.
— Pode entrar - falei mexendo nas roupas
— Natasha? - ouvi a voz do senhor West e me virei para olha-lo
— Sim, pai - perguntei olhando-o
— O que está fazendo? - ele perguntou me olhando
— Vim começar a me arrumar pro jantar - respondi normalmente
— Você e o Victor jamais poderiam voltar - ele falou sério - Passaram -se anos e nunca tivemos contato e de uma hora para outra você aparece aqui.
— Mas, pai... - comecei a falar e ele me interrompeu
— Você não me engana, Natasha - ele falou firme e me calei recuando levemente - O que está fazendo aqui?
— Estou em missão - respondi calmamente e ele puxou a arma apontando pra mim
— Não vou permitir que machuque minha família - ele falou frio
— Essa não é a minha missão - falei sem me abalar - Estou aqui pra fazer uma investigação.
— O que quer? - ele perguntou sem abaixar a arma
— Vim para juntar mais informações sobre um homem, chamado Dimitri Vanko - respondi olhando-o - Ele é suspeito de ajudar inimigos do governo a fugirem do país.
— Porque vim a nossa casa? - ele perguntou me olhando
— Precisava se um disfarce, o que seria melhor do que estar na casa das pessoas que já tenho ligação? - perguntei olhando-o e ele abaixou a arma
— Me desculpe, achei que... - ele começou a falar
— Tudo bem, só estava protegendo a sua família - falei dando as costas a ele
— Natasha, eu... - ele iniciou, mas interrompi
— Eu já entendi. Eu não sou parte da família - falei olhando-o - Havia esquecido disso.
— Não foi isso que eu quis dizer - ele falou se aproximando e me afastei dele
— Não precisa se explicar. Agora se puder me dar licença, senhor West, preciso trocar de roupa pro jantar - falei abrindo a porta do quarto
— Natasha... - ele se aproximou e desviei o rosto para não olha-lo
— Por favor, senhor West - falei sem olha-lo, ele passou pela porta cabisbaixo - Serei o mais breve possível para não causar mais nenhum transtorno ao senhor ou a sua família
Fechei a porta antes que ele dissesse mais alguma coisa. Me aproximei da cama e me sentei suspirando rapidamente, foi por pouco, não posso vacilar, muito menos demorar aqui, tenho seis dias pra cumprir minha missão e descobrir o que eu puder sobre o Dimitri.
Peguei os papéis para guarda-los em um lugar mais seguro, me troquei e desci para a sala de jantar, ajudei a senhora West a por a mesa, não demorou muito para que Fernando e o pai chegassem. O jantar seguiu normalmente, mas evitei fazer contato visual com o senhor West.
— Está tudo bem, querida? - a senhora West perguntou me olhando
— Estou bem, mãe - respondi olhando-a e sorri levemente - Só estava pensando.
— Em quê? - Fernando perguntou
— Se teriam algum objeto antigo que precisasse de restauração - falei simplesmente
— Temos alguns, coisas que estão na minha família desde a minha bisavó - a senhora West comentou
— Se importa se eu os levar para restaurar? - perguntei olhando-a
— Não, querida - ela respondeu com sinceridade e sorriu - Eles realmente estão precisando.
— Ouvi falar muito bem do trabalho de um homem - falei sorrindo - Amanhã eu levo.
— Tudo bem - ela sorriu novamente
Terminamos o jantar, ajudei a limpar a cozinha como fazia na época que morava naquela casa.
— Acho que já vou dormir - falei guardando o pano de prato
— Tudo bem, minha filha - A senhora West falou me abraçando - Boa noite, Natasha.
— Boa noite, mãe - disse e segui em direção ao meu quarto
Assim que entrei, tranquei a porta e praticamente me joguei na cama. Muita coisa para apenas um dia, saber a verdade sobre quem eram meus pais, o senhor West desconfiando da minha aparição, ainda tenho que encontrar o Dimitri e saber o que eu puder sobre o envolvimento dele com meus pais. Meu tempo está acabando, estou em uma corrida contra o relógio um fracasso e ponho a perder tudo pelo que lutei nos últimos anos.
Na Manhã Seguinte
Acordei cedo, fiz minha higiene matinal, tomei banho e me arrumei para o café. Eu era a única acordada, fui para a cozinha e comecei a preparar o café da manhã, quando estava quase terminando vi a senhora West se aproximar.
— Bom dia, mãe - disse e voltei ao preparo
— Bom dia, querida - ela respondeu olhando o que tinha feito - Não precisava se incomodar.
— Não foi incômodo algum - respondi começando a por a mesa - É o mínimo que posso fazer.
— Bom dia! - Fernando falou descendo a escada
— Bom dia, meu filho - a senhora West falou sorrindo - Vou acordar o seu pai, já volto.
— Bom dia, Nando - falei terminando de arrumar a mesa
— Bom dia, Tasha - ele falou se sentando
— Planos pra hoje? - perguntei enquanto nos servíamos
— Vou fazer o teste pra participar do time de luta da escola hoje a tarde - ele respondeu
— Ainda continua praticando? - perguntei normalmente
— Sim, depois que foram embora e meu ombro se recuperou, voltei aos treinos - ele respondeu começando a comer
A conversa continuou leve e tranquila, depois de alguns minutos a senhora e o senhor West desceram e foram para a sala de jantar, continuamos a refeição como se fossemos a família perfeita.
— Como a Natasha fez o café, a louça é minha - a senhora West falou se levantando
— Mas, mãe... - comecei a falar e ela me interrompeu
— Sem mas, Natasha - ela falou firme
— Sim, senhora - falei simplesmente e ela sorriu
— Ótimo - ela começou a se afastar e a chamei
— Mãe? - ela se virou me olhando - Posso levar uma das peças pra reformar hoje de manhã?
— Claro - ela respondeu me olhando - Tem uma caixinha de madeira na estante da sala, pertenceu a minha bisavó.
— Terei cuidado com ela - disse me levantando
— Vamos, vou deixar o Fernando na escola e posso te levar - o senhor West falou me olhando
— Obrigada - falei olhando-o - Só irei pegar uma bolsa e já volto.
Ele simplesmente assentiu enquanto eu me levantava, fui para o meu quarto peguei uma bolsa para por a caixa de madeira e desci, peguei a caixa e fomos para o carro do senhor West. Ele levou o Fernando para a escola e assim que ficamos sozinhos o senhor West falou
— Depois da nossa conversa ontem, fiz algumas ligações - ele falou e continuei olhando para frente - Consegui o endereço do antiquário do Dimitri Vanko. Espero que isso ajude.
— Eu já tenho o endereço, senhor West - disse sem olha-lo
— Entendo, só queria... - ele começou, mas o interrompi
— Queria ter certeza se o que eu falava era verdade - disse e ele suspirou pesadamente
— Eu apenas queria te ajudar - ele falou olhando para frente e permanecemos em silêncio pelo resto do trajeto
Ele parou em frente ao antiquário e abri a porta.
— Natasha - ele me chamou me impedindo de sair do carro - Eu sinto muito por ontem a noite
— Não se preocupe, tenta esquecer isso - falei e sai do carro, seguindo em direção ao antiquário
Assim que entrei me dirigi para o balcão, ouvi o carro do senhor West se afastando e um homem se aproximou de mim.
— Bom dia, em que posso ajudar? - ele perguntou sorrindo
— Bom dia, estou procurando o Dimitri Vanko - falei sorrindo - Trouxe essa caixinha para restaurar e soube que ele é o melhor da cidade.
— Me sinto lisonjeado - ele falou confirmando o que suspeitava - Posso ver a peça?
— Claro - falei tirando a caixa da bolsa e a colocando no balcão
— É uma peça muito bonita - ele falou observando com cuidado
— Dá pra restaurar? - perguntei fingindo inocência
— Sim, vai ser um processo simples - ele falou sorrindo - Está com sorte, não tenho nenhum trabalho para hoje, fica pronto em duas horas.
— Algum problema se eu aguardar? - perguntei simplesmente
— Nenhum - ele falou levando a caixa para a mesa no canto - Vai ser apenas um polimento e um retoque de tinta nos desenhos
— Tudo bem - falei me apoiando no balcão observando-o trabalhar
— Como soube do meu trabalho? - ele perguntou preparando as ferramentas de trabalho
— Você conhece meu pai - disse normalmente
— Deve ser, muitas pessoas passam pelo meu antiquário - ele disse começando a trabalhar - Quem é seu pai?
— Adam Romanoff - respondi simplesmente
— Sinto muito, mas não lembro do seu pai - ele respondeu começando a polir a tampa da caixinha
— Talvez o conheça como Nathan ou Felipe Barton - falei e ele pareceu congelar no lugar - Afinal você o ajudou a fugir do país.
O homem que paralisou por alguns segundo no lugar se levantou e veio devagar na minha direção, seu olhar mostrava o espanto que tal revelação havia causado nele.
— Natalia? - ele perguntou, esse deveria ser o nome de batismo que a KGB não havia descoberto sobre mim - Você estava viva todo esse tempo.
— Precisamos conversar, senhor Vanko - falei olhando-o
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