Os Vingadores - Entre Herois e Aliens escrita por Lia Araujo


Capítulo 17
Investigação Pessoal




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Passei um tempo conversando com eles.

— Vou terminar o almoço e logo voltamos - A Sra West falou se levantando

— Vou por a mala no quarto - falei, me levantei, mas parei a olhando - Tem um quarto pra mim? Se não tiver, tudo bem, procurou outro...

— Claro que tem, mantive o seu quarto e o do Victor - ela respondeu sorrindo - Sempre tive esperanças de que voltariam novamente.

— Eu vou com você - Fernando falou e assenti.

Subimos a escada, Fernando me ajudou com a mala, fui para o meu antigo quarto e o Fernando foi para o dele, coloquei a mala sobre a cama e desfiz, peguei o envelope pardo que continha os arquivos da minha família, respirei fundo abri a aba do envelope e logo escutei o barulho de alguém batendo a porta do meu quarto.

Coloquei o envelope de baixo do colchão e abri a porta.

— Oi Tasha, a mamãe pediu pra avisar que o almoço está pronto - Fernando falou e assenti sorrindo

— Podemos ir? - perguntei olhando-o

— Claro - ele respondeu e descemos juntos a escada - Você mudou.

— O tempo passou, mudar não foi uma opção - respondi em tom de piada e ele riu - Você também mudou, está mais bonito e não parece mais o garoto ingênuo que era.

— Acho que todos tivemos que mudar - ele falou dando de ombros e assenti

Chegamos a sala de jantar, sentamos e almoçamos, passamos a tarde juntos conversando sobre como as coisas estavam depois que fomos embora, era fim de tarde, quando a senhora West foi para a cozinha preparar o jantar, permaneci na sala assistindo um programa qualquer que passava na TV, foi então que ouvimos a porta ser aberta, olhamos na direção e vimos o senhor West entrar.

Fiquei sentada olhando-o, assim que seus olhos pousaram em mim ele ficou imóvel, não acreditando que eu estava ali. Me levantei olhando-o.

— Oi pai - falei e me aproximei

— Natasha? - ele perguntou em um sussurro

— Quanto tempo - falei o abraçando-o

O abraço dele foi diferente dos que recebi do Fernando e da senhora West, o dele era receoso, parecia preocupado, inseguro.

— Eu havia dito que a veríamos novamente - A senhora West falou se aproximando

— O Victor está aqui? - ele perguntou surpreso

— Não, apenas eu - falei sorrindo - Estou tão feliz em vê-lo.

— Eu também, Natasha - ele e nos afastamos - Vou me arrumar para o jantar.

— O que aconteceu com o papai? - perguntei olhando a senhora West depois que ele subiu a escada

— Tenho certeza que ele não esperava te ver em casa - ela respondeu me olhando - Não se preocupe, querida.

— Está bem - respondi olhando-a e sorri levemente - Vou me arrumar para o jantar.

— Está bem, querida - ela respondeu sorrindo - Nos vemos daqui a pouco.

Voltei para o meu quarto, fechei a porta, peguei o envelope em baixo do colchão e me sentei na cama lendo os arquivos.

"Os verdadeiros nomes deles são Nathan (antes de se juntar a SHIELD se chamava Felipe) e Sasha Barton. Eles eram espiões da SHIELD, a organização rival a KGB, eles tiveram dois filhos, mas por nascerem na Rússia o verdadeiro nome de batismo não foi encontrado, a missão deles era retardar o avanço da corrida armamentista e o progresso da KGB.

Quando a verdadeira identidade deles foi revelada foi enviado um grupo de ataque. Estavam se preparando para invadirem a casa, no momento em que um carro chegou, minutos depois o Nathan saiu com o filho e o homem que depois foi identificado como Dimitri Vanko, dono de um antiquário localizado oito quadras de distancia da residencia dos Barton, sem antecedentes criminais, sem nenhum vínculo com a família. Na semana seguinte após ao ataque o Dimitri foi interrogado, ele os levou até o local onde o Nathan foi deixado, uma casa do outro lado da cidade, depois disso ele foi dispensado.

Sasha Barton morreu com dois tiros e seu corpo foi queimado na casa, Nathan e o filho conseguiram fugir do país sem deixar rastros e a filha dos espiões ficou sobre a tutela da família West. Durante dois anos, a garota ficou sob observação de agentes da KGB, que acompanharam seu desenvolvimento e avaliaram seu potencial para se tornar uma agente da KGB.

Após o torneio regional para selecionar os melhores lutadores, Natasha se destacou por sua determinação e inteligência durante as etapas, mesmo quando a desvantagem era grande, mostrou-se capaz de passar por cima dos seus sentimentos para ser a melhor e foi recrutada para ser treinada pela KGB.

Os cinco anos de preparação, ela se mostrou ser a melhor entre as mulheres e já está entre as pré selecionadas e a mais qualificada para o projeto Viúva Negra, para fazer a agente atingir os níveis máximos de capacitação que o ser humano alcançar em força, velocidade e raciocínio."

Os demais dados eram relatório detalhados sobre meu desempenho no decorrer dos anos. Após ler o dossiê não contive um sorriso, meu pai e meu irmão estavam vivos, apenas precisaria encontra-los. E agora sabia o nome do agente que liderou aquele ataque e disparou na minha mãe, o atual braço direito do Ivan Petrovick, o agente Armaturov, só preciso de um plano para fazer esse desgraçado pagar pelo que fez.

Ouvi passos se aproximando, escondi os relatórios de baixo do travesseiro e me fui em direção ao guarda roupa, fingindo procurar uma roupa mais apropriada para o jantar, bateram na porta do meu quarto.

— Pode entrar - falei mexendo nas roupas

— Natasha? - ouvi a voz do senhor West e me virei para olha-lo

— Sim, pai - perguntei olhando-o

— O que está fazendo? - ele perguntou me olhando

— Vim começar a me arrumar pro jantar - respondi normalmente

— Você e o Victor jamais poderiam voltar - ele falou sério - Passaram -se anos e nunca tivemos contato e de uma hora para outra você aparece aqui.

— Mas, pai... - comecei a falar e ele me interrompeu

— Você não me engana, Natasha - ele falou firme e me calei recuando levemente - O que está fazendo aqui?

— Estou em missão - respondi calmamente e ele puxou a arma apontando pra mim

— Não vou permitir que machuque minha família - ele falou frio

— Essa não é a minha missão - falei sem me abalar - Estou aqui pra fazer uma investigação.

— O que quer? - ele perguntou sem abaixar a arma

— Vim para juntar mais informações sobre um homem, chamado Dimitri Vanko - respondi olhando-o - Ele é suspeito de ajudar inimigos do governo a fugirem do país.

— Porque vim a nossa casa? - ele perguntou me olhando

— Precisava se um disfarce, o que seria melhor do que estar na casa das pessoas que já tenho ligação? - perguntei olhando-o e ele abaixou a arma

— Me desculpe, achei que... - ele começou a falar

— Tudo bem, só estava protegendo a sua família - falei dando as costas a ele

— Natasha, eu... - ele iniciou, mas interrompi

— Eu já entendi. Eu não sou parte da família - falei olhando-o - Havia esquecido disso.

— Não foi isso que eu quis dizer - ele falou se aproximando e me afastei dele

— Não precisa se explicar. Agora se puder me dar licença, senhor West, preciso trocar de roupa pro jantar - falei abrindo a porta do quarto

— Natasha... - ele se aproximou e desviei o rosto para não olha-lo

— Por favor, senhor West - falei sem olha-lo, ele passou pela porta cabisbaixo - Serei o mais breve possível para não causar mais nenhum transtorno ao senhor ou a sua família

Fechei a porta antes que ele dissesse mais alguma coisa. Me aproximei da cama e me sentei suspirando rapidamente, foi por pouco, não posso vacilar, muito menos demorar aqui, tenho seis dias pra cumprir minha missão e descobrir o que eu puder sobre o Dimitri.

Peguei os papéis para guarda-los em um lugar mais seguro, me troquei e desci para a sala de jantar, ajudei a senhora West a por a mesa, não demorou muito para que Fernando e o pai chegassem. O jantar seguiu normalmente, mas evitei fazer contato visual com o senhor West.

— Está tudo bem, querida? - a senhora West perguntou me olhando

— Estou bem, mãe - respondi olhando-a e sorri levemente - Só estava pensando.

— Em quê? - Fernando perguntou

— Se teriam algum objeto antigo que precisasse de restauração - falei simplesmente

— Temos alguns, coisas que estão na minha família desde a minha bisavó - a senhora West comentou

— Se importa se eu os levar para restaurar? - perguntei olhando-a

— Não, querida - ela respondeu com sinceridade e sorriu - Eles realmente estão precisando.

— Ouvi falar muito bem do trabalho de um homem - falei sorrindo - Amanhã eu levo.

— Tudo bem - ela sorriu novamente

Terminamos o jantar, ajudei a limpar a cozinha como fazia na época que morava naquela casa.

— Acho que já vou dormir - falei guardando o pano de prato

— Tudo bem, minha filha - A senhora West falou me abraçando - Boa noite, Natasha.

— Boa noite, mãe - disse e segui em direção ao meu quarto

Assim que entrei, tranquei a porta e praticamente me joguei na cama. Muita coisa para apenas um dia, saber a verdade sobre quem eram meus pais, o senhor West desconfiando da minha aparição, ainda tenho que encontrar o Dimitri e saber o que eu puder sobre o envolvimento dele com meus pais. Meu tempo está acabando, estou em uma corrida contra o relógio um fracasso e ponho a perder tudo pelo que lutei nos últimos anos.

Na Manhã Seguinte

Acordei cedo, fiz minha higiene matinal, tomei banho e me arrumei para o café. Eu era a única acordada, fui para a cozinha e comecei a preparar o café da manhã, quando estava quase terminando vi a senhora West se aproximar.

— Bom dia, mãe - disse e voltei ao preparo

— Bom dia, querida - ela respondeu olhando o que tinha feito - Não precisava se incomodar.

— Não foi incômodo algum - respondi começando a por a mesa - É o mínimo que posso fazer.

— Bom dia! - Fernando falou descendo a escada

— Bom dia, meu filho - a senhora West falou sorrindo - Vou acordar o seu pai, já volto.

— Bom dia, Nando - falei terminando de arrumar a mesa

— Bom dia, Tasha - ele falou se sentando

— Planos pra hoje? - perguntei enquanto nos servíamos

— Vou fazer o teste pra participar do time de luta da escola hoje a tarde - ele respondeu

— Ainda continua praticando? - perguntei normalmente

— Sim, depois que foram embora e meu ombro se recuperou, voltei aos treinos - ele respondeu começando a comer

A conversa continuou leve e tranquila, depois de alguns minutos a senhora e o senhor West desceram e foram para a sala de jantar, continuamos a refeição como se fossemos a família perfeita.

— Como a Natasha fez o café, a louça é minha - a senhora West falou se levantando

— Mas, mãe... - comecei a falar e ela me interrompeu

— Sem mas, Natasha - ela falou firme

— Sim, senhora - falei simplesmente e ela sorriu

— Ótimo - ela começou a se afastar e a chamei

— Mãe? - ela se virou me olhando - Posso levar uma das peças pra reformar hoje de manhã?

— Claro - ela respondeu me olhando - Tem uma caixinha de madeira na estante da sala, pertenceu a minha bisavó.

— Terei cuidado com ela - disse me levantando

— Vamos, vou deixar o Fernando na escola e posso te levar - o senhor West falou me olhando

— Obrigada - falei olhando-o - Só irei pegar uma bolsa e já volto.

Ele simplesmente assentiu enquanto eu me levantava, fui para o meu quarto peguei uma bolsa para por a caixa de madeira e desci, peguei a caixa e fomos para o carro do senhor West. Ele levou o Fernando para a escola e assim que ficamos sozinhos o senhor West falou

— Depois da nossa conversa ontem, fiz algumas ligações - ele falou e continuei olhando para frente - Consegui o endereço do antiquário do Dimitri Vanko. Espero que isso ajude.

— Eu já tenho o endereço, senhor West - disse sem olha-lo

— Entendo, só queria... - ele começou, mas o interrompi 

— Queria ter certeza se o que eu falava era verdade - disse e ele suspirou pesadamente

— Eu apenas queria te ajudar - ele falou olhando para frente e permanecemos em silêncio pelo resto do trajeto

Ele parou em frente ao antiquário e abri a porta.

— Natasha - ele me chamou me impedindo de sair do carro - Eu sinto muito por ontem a noite

— Não se preocupe, tenta esquecer isso - falei e sai do carro, seguindo em direção ao antiquário

Assim que entrei me dirigi para o balcão, ouvi o carro do senhor West se afastando e um homem se aproximou de mim.

— Bom dia, em que posso ajudar? - ele perguntou sorrindo

— Bom dia, estou procurando o Dimitri Vanko - falei sorrindo - Trouxe essa caixinha para restaurar e soube que ele é o melhor da cidade.

— Me sinto lisonjeado - ele falou confirmando o que suspeitava - Posso ver a peça?

— Claro - falei tirando a caixa da bolsa e a colocando no balcão

— É uma peça muito bonita - ele falou observando com cuidado 

— Dá pra restaurar? - perguntei fingindo inocência 

— Sim, vai ser um processo simples - ele falou sorrindo - Está com sorte, não tenho nenhum trabalho para hoje, fica pronto em duas horas.

— Algum problema se eu aguardar? - perguntei simplesmente

— Nenhum - ele falou levando a caixa para a mesa no canto - Vai ser apenas um polimento e um retoque de tinta nos desenhos

— Tudo bem - falei me apoiando no balcão observando-o trabalhar

— Como soube do meu trabalho? - ele perguntou preparando as ferramentas de trabalho

— Você conhece meu pai - disse normalmente

— Deve ser, muitas pessoas passam pelo meu antiquário -  ele disse começando a trabalhar - Quem é seu pai?

— Adam Romanoff - respondi simplesmente

— Sinto muito, mas não lembro do seu pai - ele respondeu começando a polir a tampa da caixinha

— Talvez o conheça como Nathan ou Felipe Barton - falei e ele pareceu congelar no lugar - Afinal você o ajudou a fugir do país.

O homem que paralisou por alguns segundo no lugar se levantou e veio devagar na minha direção, seu olhar mostrava o espanto que tal revelação havia causado nele.

— Natalia? - ele perguntou, esse deveria ser o nome de batismo que a KGB não havia descoberto sobre mim - Você estava viva todo esse tempo.

— Precisamos conversar, senhor Vanko - falei olhando-o


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