Era mais uma noite sozinha. Era mais uma noite que se via sozinha. E isso parecia nunca mudar. Nunca querer mudar. Ou seria ela que nunca queria mudar o seu coração? Mas faria o que se seu coração nunca a obedecia!?

Não havia como esquecer que, Uchiha Sasuke, já lhe dera mais de mil foras em sua vida. Ou será que era mais do que mil? Isso não importa. Mas morrer de amores por aquele Uchiha, realmente, era e sempre iria ser muito torturante. Mas não conseguia parar de pensar nele, mesmo que seu amor nunca tenha sido correspondido. “E nunca será.”

  Novamente estava chorando. Lágrimas de arrependimento. Sim. Estava arrependida por ter sido tão tola, a pensar que Sasuke iria amá-la conforme os anos se passaram. Tantos anos de convivência entre eles e nunca conseguiu tirar da boca de Sasuke que ele a amava. Tentou acreditou que conseguiria, e agora estava aí, magoada, arrependida, sozinha.

A garota de cabelos róseos saiu de sua casa, indo na direção da floresta. Sorrateiramente passava por entre as casas e ruas de Konoha, para não ser seguida e principalmente para não ser vista. Já fazia tempo que sentia uma presença a mais por ali, porém nunca prestara muita atenção, não estava tão preocupada. Afinal, o que importava se a atacassem?

Queria era morrer mesmo. Estava deprimida e sozinha. E desde quando uma pessoa, em seu estado, iria prestar atenção nesses detalhes? Afastada de todos da vila, começou a olhar em volta, caminhando devagar, com o olhar perdido, repousou sobre uma pedra, a qual estava a alguns metros a sua frente. Andou até ela e sentou-se. Novamente sozinha. Mas porque aquela sensação de estar sendo vigiada lhe vinha à mente?

“Passei muito tempo sozinha... Só pode... Devo estar imaginando coisas.”

Alguém estava aproximando-se, porém a jovem estava absorta em pensamentos, que nem ao menos viu a silhueta de um homem alto, muito perto de si.

“Daqui a pouco vou começar a imaginar algum homem lindo vindo em minha direção...”

Suspirou. Fechou os olhos por alguns segundos, e ao abri-los deparou-se com a pessoa que menos imaginaria estar ali.

“Okay. Devo estar sonhando. Ou quem sabe seja alguma alucinação...”

Fitaram-se por um longo tempo, até que o homem a sua frente, dono de olhos cor ônix e cabelos negros, cortou o silêncio:

— O que faz fora da vila garota?

Sakura continuou a fita-lo, nem sequer se mexeu. O outro ficou em silêncio, novamente. Vendo que não obteria resposta, sentou-se ao lado da jovem, que o seguiu com o olhar.

“O que ele está fazendo aqui? ... Porque eu não o ataco? Foi ele que acabou com meus sonhos de ter o Sasuke comigo...” – Sakura olha de esgoela para o lado, onde deveria estar o homem que lhe dirigiu a palavra. “Onde ele esta?”

Sem entender muito o ocorrido, Sakura ficara mais atenta, olhou em sua volta, discretamente, mas não encontrou ninguém. “Okay. Devo estar delirando mesmo...”

Levantou-se e caminhou para fora da floresta, indo em direção a vila. Novamente a mesma sensação de minutos atrás veio à tona. Virou-se rapidamente e a sensação fora embora tão rápido como veio. “É melhor voltar para casa, tomar um bom chocolate quente, relaxar no banho e ir para a cama...”

E assim o fez. Foi apressadamente para casa, ao chegar preparou seu chocolate quente e sentou-se no sofá da sala, ficou fitando longos minutos uma foto onde ela, Naruto e Sasuke estavam abraçados. “O Naruto não mudou nada comparando essa foto com a que tiramos a mais de três anos atrás... Sempre querendo ser o centro das atenções... Eu talvez tenha mudado em algo, acho que deixei de ser tão ingênua. Já o Sasuke... Ai, ai... Sasuke... Mesmo jeito sério, mesmo olhar gélido... Ele não mudou, e nem vai mudar...”

Desanimada, colocou a xícara na pia e subiu as escadas para o seu quarto. Estava na metade destas, quando alguém bate na porta fortemente e continuamente. Intrigada, desceu a passos lentos. Ao abrir deu de cara com Shizune, esta estava ofegante.

— Sakura-chan... Rápido! Precisamos de você no hospital agora. Sasuke está gravemente ferido!

— NANI!?