Amora escrita por Cor das palavras


Capítulo 5
Capítulo 4




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— Espera. Nunca ouvi falar de ter acontecido algum movimento, o governo de Kringsland é tão rígido com a população. - Apontei.

— Exatamente. Com um governo tão rígido, seria péssimo para a imagem dos governantes tal desacato. 

— Como conseguiram esconder isso de toda Laurásia e Gondwana?

— Todos que tem acesso a essa informação chegaram a seus cargos com mérito, e sabem suas obrigações de confidencialidade. Continuando, quando houveram esses movimentos rebeldes, as amazonas juntamente com o governo kring conseguiram contê-los, e assim estabelecer uma trégua. - Eu escutava tudo com atenção. Estava chocada com o modo que conseguem manipular a população. - Ficamos anos sem receber noticias negativas sobre eles, porém, há pouco tempo ficamos sabendo que os rebeldes passaram anos se fortalecendo, e conseguiram tomar o poder da capital. 

— As amazonas não fizeram nada? 

— As amazonas sempre fazem alguma coisa, não importa as circunstâncias. Acontece que, o kampklub, que é como os rebeldes se auto-denominam, tiveram anos para se fortalecer. Eu não tenho informações concretas, mas mais da metade das amazonas foram mortas ou feitas de prisioneiras.

— Certo. O kampklub tomou o poder. Como isso está relacionado com os negócios de vocês? 

— Eles estão em guerra cívil. - Meu pai continuou. - Por mais que existissem pessoas que não estavam satisfeitas com o autoritarismo do governo, existiam também aquelas famílias mais conservadoras, que apoiavam a forma como eles mantinham o país na linha. A nação foi divida em dois lados. Aqueles que apoiam o novo governo, e os que desejam que a politica anterior volte. O problema é que o kampklup quer importar o triplo da pólvora. Temos informações que eles tem comercializado armamentos também com Kraftland. Se permitirmos que eles tenham acesso a tal quantidade de armas, seu poder de fogo poderia acabaria com toda a população que é contra. 

— E não é só isso. - Abner completou. - Tememos que, com todos esses recursos eles possam se voltar contra países vizinhos. 

— Qual politica eles implementam? - Perguntei. 

— Eles governam por leis decretadas, e se dizem implementadores do sistema de castas extinto. 

— Como?! - Perguntei chocada. Ninguém sequer ousava comentar sobre o antigo sistema de castas que regia toda Pandeia. Essa mesma politica que foi responsável por sua separação.

Muito tempo atrás o mundo não era dividido em países, era um só território que pertencia a todos. A Pangeia. Todos viviam em muita harmonia, e paz, se respeitavam e olhavam uns aos outros sem discriminações. Tudo correu bem, até que uma fatídica eleição levou ao poder um homem insensível, frio e cruel. Yves.

Durante as campanhas eleitorais prometiam para todos o céu e a terra, se mostrava confiável e não corrupto. Mero engano. Assim que assumiu o poder implementou o sistema de castas, uma política que visava a discriminação social e separação dos seres humanos em relação a quantidade de bens que possuíam. Pessoas de diferentes castas não podiam sequer se olhar nas ruas, pois isso representava vergonha para as castas mais altas, afinal, eles estavam se relacionando com castas inferiores.
Depois de 100 anos, com o governo sendo passado de geração em geração começaram a surgir revoltas e grupos rebeldes. Em uma manifestação organizada pelo grupo mais extremista do momento, Amadeu, o homem que detinha o trono, filho de Yves, foi morto. O governo, desesperado com as proporções que todo o movimento vinha tomando, em um ato de desespero levaram ao trono o filho mais velho de Amadeu, Sancho. Com apenas 12 anos não estava preparado para governar um mundo em chamas, constituído de súditos insatisfeitos. Em um ato de insensatez, sem consultar a opinião dos seus tutores, colocou todo o exército de todo o território para combater a oposição. Em menor número, mas com melhores arma a Pangeia entrou em uma verdadeira guerra civil. Inventores da época investiram em armamentos pesados. 

Um dia, quando ambos os lados estavam esgotados, os rebeldes resolveram dar um fim em todo o conflito disparando todos os canhões ao mesmo tempo, apontados para o céu. Quando todas as bolas de canhão atingiram o chãos, o impacto foi tanto que causo uma fratura na crosta terrestre. Todos, assustados com o barulho e a sequência de terremotos que acontecem ininterruptamente durante meses. Após alguns anos, toda terra havia sido dividida, os territórios sendo separados por oceanos. 
A tragédia foi grande demais, com perdas incomparáveis. A família real ficou confinada em Craftland. Assim que os territórios pararam de se mover e foi espalhada a notícia que já era seguro transitar normalmente pelas cidades em ruínas a reconstrução foi iniciada. Toda a população estava completamente devastada, todos sem nenhum indício de oferecer o perdão ao pequeno rei. Porém, com todas as movimentações terrestres, Sancho ainda não estava em perigo. A área de Craftland que ele se localizava era pouco habitada e poucos reconheciam o rosto do antigo governante. Colocaram um preço alto sobre a cabeça do pequeno rei, oferecendo vingança e dinheiro a quem o encontrasse. Resumidamente, essa é a história desastrosa que separou geograficamente e afetivamente um povo antes tão unido.

— Não sabemos ainda como ele planeja colocar em prática, visto que é de conhecimento geral quão destrutiva essa politica pode ser. - Abner comentou.

— Tudo bem, mas... Ouvi sobre um acordo, contrato com alguém...O que vocês estão pondo em jogo? - Perguntei.

— A única alternativa que encontramos, juntamente com com o governo kring foi de tentar estabelecer aliados. - Meu pai se fez presente.

— Aliados? Para uma guerra?

— Para uma possível guerra. - Respondeu.

— Ainda não entendi por que o tratado. - Reclamei. Meu pai inspirou profundamente.

— O tratado é para garantir que caso o conflito não consiga ser controlado todas as armas e exércitos de Fortid sejam para auxilio somente das outras nações, excluindo qualquer indivíduo kring. 

— Como?! Um segundo, deixe-me ver se eu entendi. Vocês estão assinando um acordo para trair Kringsland?

— Amora! - Exclamou minha minha mãe - Não é uma traição. Tudo indica que vai haver uma grande guerra. Em tempos assim demos nos prevenir e pensar no que é melhor para o nosso povo. 

— Da última vez que chequei vocês não tinham linhagem real e nem poder para a tomada de  decisões diplomáticas. - Argumentei, olhando para cada rosto presente na sala.

— Não temos linhagem real mas somos os produtores bélicos da nação, e em decisões diplomáticas não pacíficas, os guerreiros, ou seja, nós que entendemos de guerras, estratégias e todas as facetas dos conflitos, somos colocados a frente da situação, com o real monarca tendo peso de voto menor que o nosso.


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Notas finais do capítulo

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