Emma trabalhava em uma empresa de marketing, era casada com o seu amor da adolescência Jeremy, eles tinham dois filhos. Um menino chamado Damon  e uma menina chamada Tessa.   

A vida era tranquila pois muito já havia se acostumado com sua rotina. Trabalhar, estar sempre com as crianças e o marido ao seu lado.

Era apenas mais um dia comum, deixou as crianças na escola e voltou para casa para descansar um pouco, não tinha dormido bem aquela noite. Ao entrar em casa notou o aviso que dizia "compromisso às 15:00 horas" indicando o médico que havia marcado para aquele dia. Não daria tempo de pegar as crianças na escola.

—Alô mãe já chegou?

—Sim Emma. Aconteceu alguma coisa?

—Não, sai do médico agora. Você pode pegar as crianças na escola pra mim?

—Ta bom filha pode deixar!

—Beijos. 

Nossa 17:00 horas , como a médica demorou. 

Da tempo de pegar o Jeremy no trabalho, vou fazer uma surpresa. 

Entrou no carro e seguiu pela Avenida que dava na empresa aonde o  marido trabalhava. 

Vou esperar na esquina para não atrapalhar o fluxo da rua que estava bem movimentada, mas deveria ser pelo horário. Quando de repente seu celular vibra indicando que havia chegado uma mensagem.

                        "" VOU CHEGAR TARDE. TE AMO""

                                                          BJS J

Na hora em que se preparava para responder uma risada lhe chamou a atenção, um tom que já era mas do que familiar. Ao olhar para a direção da voz viu Jeremy com um grupo de colegas, dois deles ela já conhecia, um era Dominique que já havia ido  em  sua casa assistir a corrida, o outro ela viu apenas duas vezes Renan, ele era reservado quase não falava. Junto também tinha uma mulher, loira de curvas acentuadas, olhos azuis e cabelos longos ondulados. Mas o que realmente chamou a sua atenção não foi a beleza escultural da mulher na sua frente, mas o fato do seu marido estar com o braço envolta da sua cintura, por mais amiga que fosse não parecia somente isso. 

—Não. Me recuso a acreditar que possa ser uma trai... não consigo vinte anos juntos. Analisei toda a situação. O braço permaneceu no mesmo lugar durante todo tempo que estiveram ali, em torno da cintura daquela desconhecida. Alguns minutos mais tarde os rapazes saíram seguindo em direção aos seus carros. Ficou apenas a loira e o Jeramy,  que agora tinha a mulher em seus braços por completo. Ela se inclinou para beija-lo e ele recebeu seus lábios com igual satisfação. Não havia mas dúvidas era evidente. Ambos entraram em um carro e subiram a Avenida, em momento algum Jeremy notou o carro parado na esquina.

—Não acredito como ele pode?!

Com esse pensamento fui dirigindo no automático até a casa da minha mãe.

—Oi filha, já estava começando a ficar preocupada. Aonde você estava?

—Desculpe mãe, acabei me perdendo na hora.

—Quer comer alguma coisa? As crianças já jantaram!

—Não. Estou sem fome. 

 Não queria ficar ali por muito tempo, minha mãe já estava percebendo que alguma coisa estava acontecendo e estava me examinando.

—A mãe vou indo. Obrigada por pegar as crianças.

No caminho pra casa eu ainda não sabia exatamente o que pensar, olhava para as crianças rindo e brincando enquanto andavam e só conseguia pensar como ele pode fazer isso conosco.

—Mamãe podemos ver a Era do Gelo?Mamãe? Mamãe?

— Sim querida pode. ( Tessa saiu pulando com seus lindos cabelos balançando no ar).

Emma se obrigou a se recompor. Após colocar as crianças na cama ela não dormiu, aguardou o marido chegar. Enquanto aguardava mandou uma mensagem.

                                       "" ESPERANDO POR VOCÊ""

                                                                      E

Não obteve resposta.

Já se passava das duas da manhã quando a porta se abriu. Para ver um Jeremy com cara de marido apaixonado e cansado de mais um dia de trabalho. Após ele tomar banho e rejeitar algo para comer foram para o quarto. Ao sentar na cama ele notou duas malas prontas perto do guarda roupas. Com semblante de dúvida.

—Amor de quem são essas malas?

Olhava pra ele imaginando como realmente não o conhecia.

—Suas.

—minhas? Como assim?

—Recebi sua mensagem.

Ele olhava nos meus olhos, como ele conseguia?!

—Sim, mas por que das malas?

—Pergunte aonde eu estava quando recebi sua mensagem?

—Não entendo... O quê?

—Pergunte?

Seu cachorro estava olhando você e aquela vagabunda se agarrando. Ódio, ódio, ódio.

—Aonde você estava quando recebeu a minha mensagem?

—Na esquina da sua empresa, observando você e seus amigos saírem do trabalho, e o mas interessante foi que me recusei a acreditar no que estava diante dos meus olhos.

Você jogando vinte anos das nossas vidas no lixo.

—Quanto tempo?

—O que?

Desespero começou a tomar a face dele.

—Quanto tempo você está me traindo?

O rosto dele ficou indecifrável. De repente a cor fugiu do seu rosto, restando somente a dúvida se realmente acreditava no que estava acontecendo.

—O que você estava fazendo lá, me  seguindo?

Como ele tem a coragem de se fazer de vitima diante de todos os fatos.

—Não, tinha saído do médico e estava indo te buscar, quando cheguei lá sua mensagem tinha acabado de chegar. Quando ia dar a volta com o carro vi você agarrado com uma mulher e não consegui sair do lugar. não acreditei no que estava diate de mim, como você pode?

Parecia que finalmente ele entendera a real situação.

—Espera posso explicar.

—Não, não pode... Porque eu não quero ouvir. Apenas pegue suas coisas e sai.

—Emma vamos conversar por favor?!

—Não tem conversa, não tem mas nada. 

Ele veio em minha direção, mas naquele momento eu só sentia nojo dele. Por toda mentira em que estávamos vivendo até aquele momento.

—Não, não me toque, apenas vai, sai daqui.

Não acredito como ele pode me trair. A palavra ardia na minha garganta quase igual a dor no meu coração. O que falar para as crianças quando perguntarem do pai. Minha cabeça estava tão cheia que poderia sim explodir em milhões de pedaços.

Adormeci entre choro e soluços sabendo que meu dia seria longo.