Sobre amizades e desencontros, um guia por Bakugou escrita por Lillac


Capítulo 2
Ele estava, é claro, errado


Notas iniciais do capítulo

não sei quantos capítulos vão ser com eles crianças, mas provavelmente não mais que 5
espero que gostem :)



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Katsuki chegou a pensar que os seus infortúnios encontros com a menina irritante haviam, enfim, terminado. Eles podiam ser vizinhos, e seus pais poderiam ser corações-moles que faziam questão de serem amigos com todos na vizinhança, mas ele mesmo não tinha nenhuma obrigação de continuar tolerando Camie os seus insuportáveis pirulitos. Além disso, com Camie constantemente ocupada nas aulas de balé e caligrafia, ela mal ficava em casa. Não havia por que se preocupar.

Ele estava, claro, errado.

O reencontro aconteceu algumas semanas depois, na sorveteria do bairro. Deku estava tagarelando de novo sobre All Might — fatos e curiosidades que Katsuki já havia lido muito antes dele, obrigado — quando ela entrou, ainda vestida com o uniforme do balé e uma mochila claramente estufada com o tutu (porque ele conseguia ver a borda de seda saindo pelo zíper). Ela marchou até o balcão e fez o pedido enquanto Katsuki se esforçava para não reclamar em voz alta.

Para o seu completo horror, Camie fez o caminho até ele, com uma abelha voltando para a colmeia, de forma certeira, com a sua casquinha em uma mão. Após uma pequena reverência e um “e aí” animado, ela se espremeu ente ele o garoto do lado, ignorando os empurrões que Katsuki lhe deu com o ombro.

— Então — ela contou, como se eles houvessem deixado um assunto pendendo em alguma conversa casual dois minutos atrás — mamãe quer que eu te convide para o meu aniversário.

Os meninos o olharam com olhos arregalados. Eles ainda não estavam na idade de ficarem animados para festas de menina. Do contrário, todos o observaram meio deslocados, como se Katsuki os houvesse traído de alguma forma.

— Eu não quero ir para a droga do seu aniversário.

— Você fala isso para a sua mãe, então — ela informou, e deslizou para fora do banco com a mesma facilidade que havia feito para entrar.

Obviamente, quando ela foi embora, os meninos começaram a murmurar e fazer gracinhas — menos o desgraçado do Deku, claro, que ficou vermelho e gaguejou coisas que ele nunca conseguia compreender.

A festa de aniversário de Camie parecia menos com uma festa de criança e mais com uma reunião de todas as crianças em um raio de duzentos metros. Haviam os seus colegas de classe, e então suas amigas da aula de caligrafia japonesa, as meninas e meninos do balé, e então haviam também as outras garotas do bairro. Katsuki, que fora obrigado pela mãe a comparecer, havia apenas jogado o presente na caixa na entrada e se escondido em um canto, tomando refrigerante e fuzilando as outras crianças com o olhar. Camie ia de um grupo para o outro, oscilando entre conversas e risadas, e, vez ou outra, olhava na direção dele a acena — e Katsuki se controlava para não fazer um gesto feio.

Quando o final da festa chegou, todos cantaram parabéns e se revezaram para tirar foto com a aniversariante. Para sua surpresa, Camie saiu correndo detrás do bolo e o puxou pelo braço, sem espaço para protestos. Enlaçando o dela na dobra do cotovelo dele, Camie sorriu aberto para a câmera, enquanto Katsuki desviava o olhar, emburrando.

Quando Mitsuko chegou para lhe buscar, Camie balançou uma mão acima da cabeça e gritou:

— Até amanhã!


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Notas finais do capítulo

espero que tenham gostado, comentários são apreciados. até a próxima



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