Não é o que você está pensando! escrita por TMfa


Capítulo 1
Capítulo 1




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Ashido, Bakugou, Jirou, Kaminari, Kirishima e Sero estavam ocupando toda a mesa de centro do salão principal. Os sofás estavam livres, mas todos eles estavam sentados no chão, envolta da mesa redonda, jogando cartas desde o jantar.

Jirou estava de fora, assim como Kaminari, esperando a próxima rodada. Bakugou, ao seu lado, disputava em dupla com Kirishima contra Sero e Ashido. Os dois tinham ficado muito próximos depois do festival cultural. Bakugou descobriu que Jirou não era tão idiota quanto pensava e Kyouka até que não se importava em aturar Katsuki. Foi assim que eles se acostumaram a tocar juntos, ouvir música, jogar video game, discutir gostos e brigar por nada.

Depois de quase três meses após o festival, não havia pelo menos uma vez no dia em que os dois não eram vistos conversando sobre qualquer coisa. Nem que fosse por apenas dez minutos.

Kaminari descobriu logo que se quisesse provocar Jirou, tinha que ser longe de Bakugou. Mesmo que a garota punk gostasse de ser a única a punir o loiro elétrico pelas brincadeiras sem graça, Katsuki sempre o castigava de forma bem dolorida. Ao mesmo tempo, Ashido descobriu que não conseguia provocar Bakugou com sequer uma frase porque Kyouka sempre encontrava uma resposta sarcasticamente satisfatória para retrucar em defesa do amigo.

— Oi! Cabelo de Merda! Para de entregar o jogo para a Alien Rosa! - Bakugou repreendeu Kirishima., que estava sentado na sua frente.

Ashido estava prestes a encerrar o jogo e ganhar a partida para ela e Sero graças à desatenção de Kirishima nas suas jogadas para a garota rosa. Bakugou não gostou nada disso.

— Bro, não é culpa minha, Ashido usa tudo que eu jogo contra ela - o ruivo gemeu também não querendo perder.

— É sua sim, você não tá levando essa merda à sério!

— Oh, parece que alguém vai chorar.- Jirou provocou com uma falsa preocupação.

— O que você disse, Orelha? - Katsuki rosnou baixo, virando-se desconfiado para a amiga.

— Você não consegue perder não é? - Kyouka sorriu diabólica enquanto o encarava com o rosto apoiado na mão - Você quer um lencinho para enxugar as lágrimas? - ela provocou fingindo um beicinho de choro.

Bakugou literalmente pulou na garota. Foi muito inesperado até para aqueles que convivem com o loiro explosivo à mais tempo. Mesmo Jirou debatendo-se e gritando para que Katsuki a deixasse em paz, o garoto a imobilizou prendendo seus punhos no chão, acima da cabeça.

— Eu já disse para me soltar! - Jirou ordenou novamente remexendo-se sem sucesso.

— Quem é que tá chorando agora, Orelha? - Katsuki provocou arrogante.

Ao invés de Jirou se irritar ou choramingar por clemência, a garota parou sua tentativa de fuga e o encarou com um sorriso debochado que estava quase sempre em seu rosto.

— Mas o quê? Do que você está rindo, Orelha? - Bakugou estreitou os olhos e apertou um pouco mais os pulsos da garota.

— Bem, não é todo dia que eu consigo derrotar Bakugou Katsuki - Ela declarou com uma voz tão irônica que parecia venenosa.

— Que porra?! É você quem está presa, Orelha!- Katsuki retrucou confuso.

— E por quê? Eu nem levantei a mão para você. Você partiu para violência porque não conseguiu pensar numa resposta melhor, não é? - Kyouka indagou alargando ainda mais o sorriso - Admita, Bakugou. Você perdeu para uma garota.

— Bro, deixa para lá, anda. Ela só estava brincando - Kirishima tentou acalmá-lo, já com as mãos no ombro de Katsuki, sua individualidade ativada por precaução.

Bakugou soltou-a com algumas reclamações e ofensas além de negar com todas as palavras que Jirou não ganhou porra nenhuma. Eles voltaram a jogar e Bakugou conseguiu recuperar a partida quase perdida para Ashido e Sero. Sendo assim,Kaminari e Jirou retomaram seus lugares na mesa.

Assim que os quatro começaram, Ashido se sentiu entediada. Encarando a mesa, ela percebeu que essa era uma oportunidade singular de dar um empurrão nos dois amigos densos que ela tinha. Fazia um tempo que ela queria juntar Kaminari e Jirou, os dois se deram bem desde o início e estavam sempre provocando um ao outro. Se Denki continuasse sendo um idiota, ele acabaria perdendo a chance para Bakugou. Mina não era besta, não, ela viu que os dois estavam se aproximando rápido. Surpreendentemente rápido.

Foi por isso que a garota rosa levantou-se e foi até a cozinha. Voltando, aparentemente não tão discreta quanto pretendia, porque logo todos perguntaram o que ela estava escondendo nas costas, Ashido bateu uma garrafa de vidro na mesa e anunciou triunfante:

— Jogo da garrafa!

Com um sorriso malicioso, ela girou o objeto com força e colocou a mão na cintura.

— Não senhora, eu não quero - Jirou recusou com os olhos arregalados, já recuando para fora da mesa.

— Não, não, não, não! - Ashido rapidamente a impediu - A garrafa está girando, não pode sair agora, em quem parar, vai ter que beijar!

—Nem amarrada, Mina! - Kyouka protestou chicoteando a mão da amiga com o fone.

Enquanto isso, a garrafa havia parado, apontando com a boca em Kirishima e o fundo em Bakugou.

— Vamos, Ashido, se ela não quer, não podemos obrigar - Kirishima interviu em favor de Jirou - Além do mais, você não avisou ninguém, não vale assim, é injusto.

Enquanto Eijiro e Mina discutiam a validade de forçar seus amigos a entrarem um jogo completamente embaraçoso e desnecessário, Kyouka esgueirou-se para atrás de katsuki, então percebeu que o garoto estava engolindo em seco, vermelho do pescoço até as orelhas e encarando Kirishima com a respiração presa.

Inclinando a cabeça para o lado, confusa, Jirou tentou entender o motivo da reação do loiro, até reparar na garrafa.

— Ashido, é só um jogo bobo. Só tire a garrafa e vamos voltar a jogar.

— Nada disso, Kiri! É um desafio. - Ashido argumentou cruzando os braços - E se você fugir, você é covarde.

Um baque forte na mesa assustou a todos e o grupo encarou Bakugou com as mãos espalmadas na mesa. Antes que todos conseguissem processar Katsuki puxou Kirishima pela camisa e bateu os lábios no dele.

O resto do grupo teve tempo suficiente para reiniciar o cérebro depois de ver essa cena muito inesperada, quando Bakugou soltou Kirishima.

— P-pronto! Você fez a porra do desafio, eu cumpri o desafio, - Katsuki berrou apontando para a garrafa - Agora eu vou tirar a porra dessa merda daqui e acabar com essa porra!

Bakugou sumiu tão rápido que Kyouka ainda tinha a boca entreaberta com a surpresa quando Sero explicou que a garrafa tinha caído entre Bakugou e Kirishima.

— Mano, por que as coisas doidas só acontecem quando eu to com vocês - Kaminari soltou prendendo um riso.

— Bakubro sempre se importa tanto com os amigos - Kirishima comentou antes de cair na gargalhada.

— Kirishima, Bakugou acabou de te beijar - Ashido o lembrou já planejando todas as formas de uní-los.

— Sim. E tudo isso para Jirou não ser forçada a brincar - Krishima concordou ainda com um sorriso enquanto passava o braço ao redor de Kyouka.

— Ou ele só queria beijar você - Jirou retrucou empurrando-o levemente.

— Claro que queria. Ashido disse que era um desafio, vocês conhecem o Bakugou, não ia deixar um desafio. - Kirishima encolheu os ombros - Já que ele levou a garrafa, vamos voltar a jogar?

Se Kirishima tivesse prestado mais atenção no rosto de Bakugou segundos antes de toda a cena, Jirou tinha certeza que o ruivo saberia que o desafio não teve nada a ver com o fato de Bakugou tê-lo beijado.

Seja como for, com uma desculpa simples de que ia agradecer ao loiro explosivo por tê-la livrado da estúpidez de Ashido, Kyouka seguiu para o quarto de Katsuki sem nenhuma pressa.

— Ei - Jirou anunciou-se abrindo uma pequena brecha na porta e entrando metade do corpo. Provavelmente a única pessoa além de Kirishima que poderia fazer isso sem morrer instantaneamente.

— O que você quer? - katsuki resmungou sentando-se na cama.

— Kiri disse que você o beijou e levou a garrafa para não me deixar desconfortável, então eu vim agradecer.

— Foda-se - Ele suspirou jogando-se de lado na cama e olhando para o nada.

Kyouka o encarou com os olhos estreitos e a boca torcida, claramente o julgando em sua cabeça. Bakugou ergueu uma sobrancelha ao percebê-la ainda o encarando, sem nenhuma resposta da garota.

— O quê? - Ele latiu rabugento.

— Você gosta do Kirishima, não é? - Jirou perguntou olhando-o de lado.

Bakugou arregalou os olhos e corou furiosamente antes de pular da cama e começar a berrar, estourar e gaguejar ao mesmo tempo.

— Mas que porra, Orelha?! Do que você--Isso é gay! Por que você---Você não sabe de porra nenhuma! Então cala a porra da boca e---.

— Hm - Kyouka exalou sem muita importância e cruzando os braços.

— Por que caralhos--- - Bakugou soltou um grunhido e cruzas os braços, emburrado. Ele suspirou e a olhou com o canto dos olhos, um beicinho irritado nos lábios - Se você contar para alguém, eu mato você.

— Relaxa, eu não sou ashido. - Kyouka meneou a mão e sentou-se na cama - Eu não vou pressionar para que você diga algo que não quer. E essa é sua vida, eu não vou me meter nos seus assuntos. Só vim dizer que você é bem vindo para falar comigo, se quiser. - Ela o encarou com um sorriso leve e a cabeça levemente inclinada - Pode ser um pouco assustador entrar no vale sozinho, não acha?

Bakugou fitou-a com os olhos estreitos por alguns segundos antes de a informação o acertá-lo como um raio na cabeça.

— Eita porra

— É isso, - Jirou suspirou levantando-se e esticando os braços - até mais, Bomberman - Ela despediu-se ao sair do quarto.

 


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