MKULTRA escrita por Júlio Oliveira


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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05 de julho de 2019

Cercada pelo vazio, uma pequena casa se erguia no meio do nada. Longe da cidade ou de qualquer outra movimentação urbana, a estrutura de madeira parecia um oásis no meio da aridez que havia em volta. Não era luxuosa, mas certamente dava um pequeno descanso para a vista.

— Tem como ser mais estereotipado que isso? — a jornalista disse enquanto conduzia seu carro. Estava há algumas horas naquela viagem, mas finalmente poderia fazer a entrevista que tanto ansiava. — Terei que desligar. Até breve.

Carro parado, celular desligado. Elizabeth desceu do veículo e, suando por causa da alta temperatura, caminhou lentamente até a porta de entrada. Subiu os envelhecidos degraus de madeira e bateu três vezes. Nenhuma resposta.

— Alguém aí? — ela chamou. — Sou Elizabeth Stark, repórter da NEW. Nós combinamos esta entrevista há algumas semanas, senhor Colbert.

Após alguns segundos de espera, a repórter pôde ouvir os ferrolhos do lado de dentro da porta se mexerem. Aos poucos, ela foi se abrindo e, conforme a luz invadia o lado de dentro da casa, uma figura ia sendo revelada. Com a cabeça marcada por tufos erráticos de cabelo, um homem com a testa cheia de rugas e um olhar desconfiado encarava a moça recém-chegada.

— Colbert? — ela questionou.

— Senhora Stark? — a voz do homem era rouca e fraca, como se não quisesse sair. — Entre, por favor.

Tentando parecer um pouco mais gentil, Colbert abriu o resto da porta e revelou o seu corpo espaçoso e lento. A abertura exposta também permitiu que Elizabeth visse o belo animal que estava ali dentro: um simpático vira-lata de pelos negros sorria com a língua de fora para a jornalista.

— Que garotão mais charmoso — ela disse enquanto adentrava a casa lentamente. — Qual o seu nome, bonitão?

— Adam — Colbert respondeu enquanto via a moça acariciar o seu cachorro. Ele fechou a porta e, caminhando vagarosamente, foi em direção da cozinha. — Pode sentar-se, senhora. Vou pegar um chá.

— Pode me chamar de Elizabeth mesmo — ela explicou enquanto observava a sala a sua frente.

O lugar era uma bagunça: o sofá deveria ter uns trinta anos sem qualquer tipo de limpeza, enquanto as cadeiras de madeira não pareciam muito confiáveis. Havia um relógio na parede, mas os ponteiros não se mexiam, enquanto a pequena TV do outro lado não passava nada além de estática. O único indício de beleza residia num pequeno móvel no canto da sala, que contava com a fotografia de uma mulher jovem de cabelos dourados. Notava-se ainda uma pequena caixa deixada no chão com algumas cobertas, possivelmente sendo utilizada como o espaço de descanso de Adam.

— O lugar é simples — Colbert falava da cozinha enquanto buscava o chá —, mas espero que não se incomode tanto.

— Nem um pouco, senhor — Elizabeth disfarçava um pouco do nojo que sentia.

Não tardou para que o homem reaparecesse. Ele trazia apenas uma xícara de chá sem pires. Sentando-se numa das cadeiras de madeira, estendeu os braços e entregou a xícara à jornalista.

— O senhor não irá tomar? — ela questionou.

— Ah, só tenho uma xícara — ele respondeu de maneira quase jocosa. — Não costumo receber visitas.

“Ah...”, algumas palavras quase saíram da boca da jornalista como resposta, mas ela manteve-se quieta. Olhou um pouco mais ao redor antes de tomar o primeiro gole do chá que, supreendentemente, contava com um bom sabor. Era delicado, doce e profundo ao mesmo tempo, algo que ela não esperaria diante do estado do local. Após esvaziar a xícara, Elizabeth retirou de sua bolsa um bloquinho e uma caneta.

— Bem, acho que já tomei muito do seu tempo — ela brincou. — Podemos começar?

— Mas é claro. É para isso que você está aqui, não é? — Colbert soltou um sorriso amigável.

Ainda com um pouco de angústia no coração, Elizabeth folheou algumas páginas do bloquinho antes de iniciar sua sessão de perguntas. “Tenho que fazer isso direito”, ela pensava repetidamente. No entanto, ela sabia que ficar calada não seria uma opção. Deveria começar de uma forma ou outra. E foi isso que fez.

— Stephen Colbert — falou o nome do entrevistado em voz alta. — Um belo nome, hein? Cinquenta e cinco anos, nascido na capital e formado em Engenharia da Computação pela universidade da sua cidade natal, correto?

— Corretíssimo — ele atestou com um riso discreto.

— Lá pelos anos oitenta você era responsável por uma espécie de jornal universitário, não é? Um jornal sobre teorias da conspiração e coisas do tipo?

— Sim — Colbert olhou para baixo, como se quisesse negar ou se envergonhasse daquilo. — Mais uma decisão idiota feita por um jovem. Não é exatamente uma novidade, é?

— O que você costumava escrever? — Elizabeth estava pronta para escrever as respostas do entrevistado.

— Eu escrevia sobre testes secretos do governo, sobre a área 51, sobre o projeto MKULTRA e outras besteiras que não passam de conspiração estúpida feita por alguns bobos. Eu já lhe disse que eu era um adolescente idiota? — Stephen soltou uma risada estúpida.

— Mas o que você tem a dizer sobre sua ausência durante quase um mês das aulas da faculdade? Há boatos que de que você foi sequestrado ou mesmo uma vítima dos testes do governo, o que comprovaria suas teses. O que tem a dizer sobre isso?

O homem começou a tossir intensamente. Em poucos segundos, sua cabeça já estava vermelha e sua mente se inflamava com aquelas ideias um tanto quanto incômodas. Elizabeth fez menção de se levantar para ajudá-lo, mas ele ergueu a mão em sinal de calma. Após alguns momentos, ele já estava recomposto.

— Peço desculpas — a voz dele parecia ainda mais vazia e sem vida. — A idade já está me pegando com força, infelizmente.

— Precisa de alguma ajuda? — Stark mostrou-se solícita diante daquela situação. — Quer um pouco de água?

— Não, não. Eu estou bem. Qual sua pergunta mesmo?

— Eu perguntei sobre o seu sumiço durante o período de aulas. Foi em 1986, durante o mês de agosto.

— Ah, sim — Colbert agora coçava o olho e parecia um pouco menos interessado na entrevista como um todo. — Eu ia para essas festas estranhas cheias de gente esquisita, sabe? A verdade é que acabei ficando louco no ácido. Sabe o que é isso, não sabe? LSD. Então eu passei um tempo longe, pois nem mesmo conseguia compreender quem eu era ou onde eu estava. Um jovem idiota e drogado. E sofri ainda um acidente nessa época. Que idiota eu era.

Stephen ergueu sua camisa branca e mostrou uma terrível cicatriz que marcava quase toda a sua barriga. Elizabeth fez um esforço para não ter nenhuma reação mais forte. Passando algumas páginas do bloquinho, olhou para os olhos do homem antes de continuar.

 

17 de agosto de 1986

Despertando dos mais estranhos sonhos, um jovem Stephen Colbert se via dentro de uma banheira cheia de água e gelo. O jovem olhou ao redor e viu que estava em um banheiro imundo: havia sangue espalhado pelo chão e toalhas jogadas por toda parte. O lixo estava abarrotado de papéis nada higiênicos e água transbordava de forma nojenta do sanitário. Ainda assim, a preocupação maior era sobre seu próprio corpo. Erguendo-se com dificuldade, Colbert tentava se lembrar de suas últimas ações. No entanto, algo em sua mente parecia obscuro. Para piorar, o jovem teve que enfrentar novas informações impactantes: ao se levantar da banheira, viu que contava com uma terrível cicatriz que passava por quase toda sua barriga. Gritou desesperado e quase caiu, mas segurou-se nas paredes. Respirando fundo, colocou a perna para fora da banheira e, ao encostar no chão úmido e sujo do banheiro, sentiu nojo. Ainda assim, o medo e falta de compreensão da situação eram maiores.

Tendo saído daquele terrível espaço, Stephen caminhou até o que seria a sala de estar. Estava, afinal, num apartamento. Como fora parar ali? Não saberia dizer. Mas deveria haver alguma pista ali. Vasculhou por todos os lados, mas tudo que encontrou foi um lugar em ruínas. As mesas estavam viradas, só havia comida podre na geladeira e, para piorar, os poucos papéis que encontrou no quarto estavam molhados a ponto de se tornaram ilegíveis. Respirando fundo para não entrar em desespero, o jovem decidiu olhar pela janela para, quem sabe, identificar em que lugar estava, ou ao menos a cidade.

Com a cabeça do lado de fora, o que viu não era nem um pouco reconhecível: não havia nenhum prédio no campo de visão. Tudo que ele enxergava era um horizonte infinito de casas iguais, além de ruas que se cruzavam formando uma espécie de tabuleiro de xadrez. “Isso não é a capital”, ele pensou antes de correr para o que seria a saída daquele maldito apartamento. Mas não era tão fácil. Olhando para baixo, viu que estava desnudo e que certamente chamaria muita atenção naquela condição. Voltou para o quarto e, em desespero, fez do armário em pedaços, mas não encontrou nada que pudesse vestir. “Não pode ficar pior que isso”. Podia sim. Colbert ouviu o som de sirenes policiais e, voltando olhar para a janela, viu que carros da polícia cercavam o seu prédio.

— Meu Deus! — ele não conseguiu se conter. — Pensa, Colbert, pensa!

Não pensou. Cercado pelo medo e motivado pela falta de autocontrole, partiu em disparada para a saída do apartamento. Do lado de fora, viu-se em um corredor marcado por várias portas iguais a que ele acabara de abrir. Ignorou todas e partiu para as escadas. Desceu um, dois, três, quatro lances. Parecia não ter fim, até que finalmente encontrou a saída. No entanto, os raios de sol que encontraram seu rosto também revelaram os agentes da justiça o esperando do lado de fora. Com as armas apontadas, os policiais olhavam para o nu, amedrontado e ensandecido Stephen Colbert.

— Parado! — um dos policiais gritou. — Vire de costas e se ajoelhe lentamente. Mãos atrás da cabeça!

Sem opção, Stephen seguiu as ordens do homem. Virou-se e começou a dobrar seus joelhos. No entanto, ouviu quatro disparos e, assustado, escondeu o rosto entre as mãos. Queria chorar, mas seus olhos pareciam não querer cooperar, ao mesmo tempo em que suas mãos tremiam em intensidade alarmante. No entanto, o som que se seguiu surpreendeu – e agradou – os seus ouvidos.

— Stephen! — era uma voz feminina conhecida pelo jovem. — Vem! Temos que dar o fora daqui.

Virando-se lentamente, Colbert se deparou com uma cena violenta: quatro policiais mortos diante dele. No entanto, algo lhe dava alívio: atrás de todo aquele antro de morte, uma garota de cabelos dourados o aguardava.

— Alyssa?! — ele disse com grande surpresa enquanto observava a garota que segurava uma pistola. — O que... que... meu Deus!

— Vem! — ela ordenou. — Eu te explico no carro.

Seguindo as ordens da garota, o jovem correu em desespero. Alyssa então adentrou em um dos carros deixados pelos policiais. Stephen apareceu logo em seguida.

— Meu Deus! Como... você... — Colbert mal conseguia ligar as palavras. — Eu pensei que eles tivessem te pegado.

— Eles chegaram perto — Alyssa ligou o carro e acelerou fundo. Apresentava grande pressa. — Mas eu fui mais rápida. Mas afinal, como você veio parar nessa confusão?

— Eu... eu... — o garoto teve que dar uma pausa para respirar. Olhou ao redor e viu que, por mais estranha que fosse a cidade, ele não estava sendo mais perseguido, afinal. — Eu pensei que tivessem te pego, Alyssa. Por causa dos meus artigos. Eu juro que vi um deles naquela festa. Os desgraçados estão sequestrando pessoas e fazendo experimentos. Céus, devem ter feito algo comigo, não sei. Eu estou com uma cicatriz enorme e não me lembro de nada. Como você escapou, afinal?

— Alguém lá de dentro traiu o movimento — ela explicou. — Digamos que nem todos concordam com experimentos em civis para descobrir a eficácia de drogas e outros métodos de tortura.

— Graças a Deus — Colbert respirou aliviado enquanto encostava sua cabeça no porta-luvas do carro. — Céus, o que a gente vai fazer agora?

— Vamos fugir — Alyssa parecia confiante, até que seus olhos se encontraram com algo inesperado. — Ah, não!

O carro já estava próximo da saída da cidade quando a garota teve aquela desgraçada visão. Pouco espaço a frente, uma fileira de carros do governo vigiavam os veículos que por ali passavam.

— Não, não, não — Stephen começou a entrar em desespero. — Eles vão me pegar, Alyssa. Vão terminar o que começaram!

— Respira, garoto — ela demonstrou uma estranha mistura de calma e assertividade. — Só finge que está bêbado ou coisa do tipo.

Ainda que não confiasse naquele estúpido plano, Colbert respirou fundo e tentou manter a calma. Alyssa manteve uma baixa velocidade no carro até finalmente se encontrar com os agentes do governo. Ao parar o veículo, ela viu um homem de terno se aproximar de seu carro. Stephen seguia o homem com os olhos, até que uma escuridão o envolveu. Em um segundo de distração, o garoto teve sua cabeça envolta de um saco preto. Alguém muito forte o segurava e, logo em seguida, o jovem ouviu um disparo. Sendo puxado para fora do carro e jogado contra o chão, ele gritava de medo.

— Não! — ele tentava se livrar de todas as maneiras daquela situação, mas mãos fortes o seguravam. — Alyssa! Alyssa!

Vendo que gritar não adiantaria, Colbert pôs-se a chorar. Com o silêncio, pôde ouvir passos se aproximarem e, quando menos esperava, o saco preto foi retirado da sua cabeça. Ainda deitado, o garoto nu viu a sua frente um homem alto, careca e com um porte atlético. Trajava uma camisa lilás e tinha os olhos claros, olhos que ele jamais esqueceria.

— Boa tarde, Stephen Colbert — a voz dele era envolta de dor e seriedade. — Eu me chamo Elijah Grü e sou diretor da divisão de interrogatórios da Agência. Você deve entender do que eu estou falando.

Mudo pela raiva, tudo que o garoto queria fazer era gritar. Haviam matado Alyssa, a garota que ele tanto lutara para salvar, e agora estavam tripudiando de seus esforços. A conspiração era, afinal, real. Ainda assim, Elijah prosseguiu:

— Devo dizer que adorei os seus artigos. O uso de drogas é realmente eficaz para induzir indivíduos a determinados comportamentos e visões, mas elas costumam ser temporárias ou mudar o seu estado a um ponto que pode levantar suspeitas. E sabe qual é a coisa que eu mais odeio? Suspeitas — o homem agora se sentava no chão e parecia um pouco menos formal em seu tom. — Existem ainda aqueles que apelam para torturas físicas a fim de conseguir informações. Ora, você mesmo sofreu uma. As marcas ficam para sempre, ainda que você não se lembre graças ao uso de algumas drogas. No entanto, eu sempre quis algo melhor. Algo que eliminasse as suspeitas e as marcas, sejam físicas ou psicológicas, ao menos em parte. Quero algo que faça você continuar se comportando como um humano comum e ordinário, entende?

— Me mate! Me mate logo! — Stephen Colbert encontrou forças para gritar. — Acabe logo com isso!

— Não, garoto — Grü deu um leve soco no ar. — Matar é uma medida ultrapassada, entende? Mas eu descobri que existe uma droga mais forte que qualquer outra. Uma droga capaz de entorpecer até a mais poderosa das mentes, ao mesmo tempo em que não chame a atenção de outros teóricos da conspiração. Quer saber qual é? É a verdade.

Colbert não entendeu bem. Apesar do desespero, ainda havia alguma sede pelo conhecimento. Com uma expressão de desentendimento, o garoto viu o seu algoz fazer um gesto para alguém que estava do outro lado do carro. Foi então que o garoto entrou em prantos mais uma vez. Caminhando com toda a calma do mundo, lá estava Alyssa mais uma vez.

— Colbert — ela disse o nome com um certo pesar na voz. — Isso é necessário.

A mente do garoto já estava em chamas, mas Elijah continuou com sua longa exposição do que a seria a “verdade”:

— Você vê? A verdade é que você estava certo. Nós estamos em todo lugar, fazemos experimentos com civis e continuamos ocultos da maioria. Ainda assim, nossos olhos não encontram limites, Stephen. A grande verdade é: você viverá sempre perdido em um espiral de forças maiores do que você mesmo pode compreender. E você não pode fazer nada contra isso. Vá lá e grite para o mundo como a Agência opera. Quem vai acreditar? Não adianta. Nós vencemos — o homem sem cabelos deu um sorriso de quase compaixão. — Mas eu tenho uma proposta para você: agora que já tomou sua dose de verdade, que tal viver uma mentira? Quer dizer, você não pode lidar com os fatos, isso é óbvio. Eu recomendo que você termine seu curso, consiga um dinheiro e compre uma terra longe de tudo. Diga que sofreu um acidente, fale dos dias de sua adolescência louca. Esqueça essa cidade cenográfica que construímos só para desesperados como você. E assim, quem sabe, você poderá viver sua vida dentro da normalidade. Seja mais uma peça do tabuleiro, e tudo estará sob controle. Afinal de contas, tudo sempre esteve sob controle.

05 de julho de 2019

— E quem é essa garota? — Elizabeth questionou olhando para o retrato bem conservado que havia sobre o móvel.

— Ah, uma paixão antiga — o velho Colbert respondeu. — Coisa do passado.

— E por onde ela anda?

— Nos separamos. Não soube mais nada sobre a moça — ele respondeu com assertividade.

E, tendo ouvido tudo que precisava, Elizabeth Stark encerrou a entrevista e se despediu de Stephen Colbert. Voltando para o carro, a jornalista pegou o seu celular e fez mais uma ligação.

— Tudo como previsto — ela disse de maneira soturna. — O Elijah continua certo sobre aquela história da “verdade”.


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Notas finais do capítulo

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