Escolhas escrita por Luigi Castellões


Capítulo 2
Capítulo 2. Um novo olhar


Notas iniciais do capítulo

Oiii ♥
Depois de muito tempo sem postar, venho avisar que fui roubado e perdi os capítulos 4, 5 e 6, por isso não poderei prometer continuidade da fic.
Entretanto, estarei postando os capítulos 2 e 3 para manter a memória.
Boa leitura rs.



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Um grupo de amigos animados caminhava junto a mim e minhas amigas até o parque. Ficava perto da escola, então era inevitável que nos vissem sair de lá. O estranho era perceber que, onde quer que fossem os amigos de Tray, o resto dos estudantes estava lá observando para comentar.

Pensei comigo mesma o quanto as coisas mudavam. Nessas horas, a poucos meses atrás, estaria estudando alguma matéria ou pesquisando sobre faculdades do meu interesse no Google.

Poppy tornou-se amiga da galera mais descolada do colégio e estava levando eu e Harley junto com ela. Logo nós, as nerds esquisitas do colégio. Era muito estranho.

Ficamos bons minutos jogando conversa fora, Harley falando por ela e por mim, que mantinha o silêncio por ser tímida demais. Estávamos todos sentados numa roda no meio do gramado, debaixo duma sombra de árvore.

— Acho que vou fumar um pouco, você vem Tray? — Convidou Jackson totalmente indiferente sobre o rolê. Não aparentava muito conforto diante nossa presença.

Troquei alguns olhares com o loiro, que pareceu tentar dar atenção tanto ao amigo quanto a mim.

— Daqui alguns minutos eu vou. — Respondeu Tray a Jackson, que ergueu os ombros como resposta e saiu andando. — Quer dar uma volta, princesa?

Demorei alguns segundos até raciocinar que ele estava realmente me chamando de princesa. Aquela cena simplesmente nunca passou pela minha cabeça, muito menos com ele e tão rápido assim. Somente assenti com a cabeça, ele pegou em minha mão e fomos caminhar.

— Me fala de você, Abby. O que gosta de fazer?

— Exercícios... — Falei tão rápido que nem percebi o quão nerd aquilo soava, mas sinceramente era o que eu estava pensando. Gostava muito de solucionar questões matemáticas. — Físicos, claro! Adoro academia. — Tentei corrigir e ele pareceu cair direitinho na minha mentira. Ufa!

— Também adoro academia! — Ele exclamou animado. — Você faz mais aeróbica ou musculação?

— Uh... musculação. — Não fazia ideia do que estava falando.

— Porra, quer dizer que tu pega pesado mesmo!

— Claro, quem não?! — Estava tão aflita com minhas palavras e em como elas afetariam aquele “relacionamento” que mal prestei atenção no caminho que estávamos fazendo.

Olhei em volta e estávamos no estacionamento escondido da escola, era bem nos fundos do edifício e raramente as pessoas iam para lá. Os poucos iam com objetivo de se drogar ou transar, o que na minha opinião era completamente sem noção.

— Vem, entra no carro.

— Pra quê?

— Só entra, gatinha. Vamos ficar um pouco a sós.

Após ele quase implorar para que ficássemos sozinhos no carro, eu cedi, sentando no banco do carona e ele ao volante. Tivemos pouca troca, mas foi o suficiente para que em pouco tempo estivéssemos nos beijando.

No começo estava tudo incrivelmente bem, parecia como em meus sonhos. Estava beijando o garoto mais lindo da escola, ele me chamando de nomes bonitos e eu cada vez mais vermelha e apaixonada.

Entretanto, Tray de vez em quando tentava botar as mãos onde não deveria, em minhas partes íntimas sendo mais específica. Neguei, mas ele continuou. Neguei mais, porém de nada adiantou. Ele ia cada vez mais fundo naquilo.

Até o momento em que parei de beija-lo e o empurrei, ficando longe dele no carro.

— Que foi, linda? Gosta de uma coisa selvagem? — Perguntou todo bobo, parecendo muito excitado com aquilo.

— Não Tray, não tá na hora disso. — Me impus.

— Ué, achei que tu queria transar comigo. Foi por isso que te trouxe aqui e fiquei te elogiando, oras. — E foi nesse exato momento que comecei a entender melhor as coisas, estava sendo a maior trouxa do mundo e não havia me ligado nisso.

— Vai se ferrar, Trace, eu vou embora. — Avisei, me retirando do carro e caminhando para longe depois.

Tudo estava extremamente péssimo para mim, só queria esconder meu rosto nos livros e nunca mais voltar à realidade. Era doloroso ser tratada como um objeto, ainda mais pela pessoa que você sempre teve um sentimento. Me senti usada, descartada e largada.

Um dos piores sentimentos que já senti em toda a minha vida.

Sentei num banco qualquer próximo à praça, deixando tudo aquilo que me afligia sair em forma de lágrimas e soluços chorosos. Aquele momento era meu e somente meu, só queria xingar o filho da puta que me iludiu e em tão pouco tempo me fez pensar na possibilidade de ter algo realmente sério.

— Desgraçado! — Soltei.

— Só descobriu isso agora?

— Vai embora daqui, eu quero ficar sozinha!

— Tem certeza? — Perguntou uma voz masculina, que curiosamente aparentava preocupação de verdade.

Não teci mais nenhum comentário, então logo vi um rapaz se sentar em meu lado no banco. Ele ergueu a mão com um cigarro, o qual eu neguei. Nesse momento, eu já havia notado que era Jackson Keller (provavelmente se preparando para me sacanear ou algo do tipo) que se sentava ao meu lado.

— Tu não devia ter cedido tão rápido assim pro Tray, ele não faz muito o tipo romântico. — Ele realmente parecia querer me ajudar, mesmo sem jeito. — Eu e Poppy, por exemplo, ficamos, transamos e hoje somos só amigos. Não temos mais absolutamente nada. É normal pra nós transar e fingir que nada aconteceu, mas acredito que pra você seja diferente.

— Por que está se preocupando com isso? — Perguntei ainda chorosa.

— Jamais deixaria uma garota apaixonada por um amigo meu chorando por uma burrada que ele fez, é injusto.

Jackson começou a falar aos montes para mim, tentando me reanimar de alguma forma. Nisso, eu apenas tentei concentrar em minha respiração, pois era algo que me ajudava em momentos como aquele.

— Não fiquei mal por ele só querer transar comigo, e sim por não ter deixado claro desde o começo, então me iludi logo e criei várias expectativas.

— Tu não vai conseguir mudar as pessoas. Não sei teu nome, mas se o Tray quis assim, é porque o momento dele é esse. — Explicou Jackson quase didaticamente e apagou o cigarro num cinzeiro próximo.

Sem saber muito o que fazer, o moreno somente me abraçou, enquanto eu mantinha as mesmas lágrimas em minha face e o mesmo semblante de decepção. Chorei em seu ombro, ele acariciando minha cabeça com objetivo de me deixar calma, sem muito resultado.

Era um péssimo dia para ser eu.

— Obrigada, tá? — Agradeci após me acalmar, enquanto pegava minhas coisas e levantava do banco.

Os olhos azuis eram surpresos, Jackson sinceramente parecia se preocupar e isso era a última coisa que eu imaginaria dele. Por ser mulherengo e popular, meus julgamentos antes de conhece-lo eram dos piores possíveis.

— Que nada, estou sempre aqui para o que precisar. Como é seu nome?

— Abigail, mas pode chamar de Abby.

— Jackson. — Ele disse se levantando. — Foi um prazer te conhecer. — E me abraçou novamente.

— O prazer é todo meu.

Os dias seguintes foram recheados por monotonia e ausência praticamente total de Poppy. Ela parecia entretida demais com os novos amigos e tanto eu quanto Harley tratamos de respeita-la nesse aspecto.

Andávamos com diversão nos rostos após pegar alguns livros na biblioteca da escola, realmente gostávamos de aprender coisas novas e apenas nós duas nos entendíamos quanto isso.

— Vamos começar por...

— Exatas! — Respondi animada, logo recebendo um semblante inconformado de Harley, que preferia Humanas.

— Tudo bem hoje?

— Sim, me encontra lá em casa três e meia.

Nos despedimos e seguimos uma para cada lado.

Apesar de ter me decepcionado com Trace, tentei ignorar aquele fato e superar, pois já tinha tristezas muito maiores na vida para me preocupar. Ao menos não estava mais pensando nele 24 horas por dia, sentia que estava superando cada vez mais meu antigo affair com o loiro e voltando a estudar frequentemente.

— Ei, Abby! — Ouvi um sussurro chamar e tentei procurar de onde vinha. — Tu mesma, aqui na escada!

Quando olhei à escada de emergência, notei sua porta entreaberta com um Jackson Keller misterioso e aventureiro ali. O que diabos esse menino queria comigo, afinal?

— Vem! — E fui.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!
Se comentarem, posso pensar em voltar com a fic *emoji com dentinhos*
Beijo ♥



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