Alan escrita por Lady Zanão


Capítulo 2
Alan e sua viagem a terra dos fracotes.


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura S2



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Quando cheguei na sala de literatura, era quase que permitido soltar um suspiro de alívio. Tinha fugido da pirâmide alimentar dos corredores do colégio Santa Callida.
Quando sentei no meu lugar de sempre, tipo uns 4 anos no mesmo lugar - sim eu sou um rapaz conservador - olhei para o lado, era lá a onde a Brenda sentava, mesmo eu não gostando dela a gente sempre sentava um do lado do outro, em teoria eu sempre achei que era para competir quem mais fazia cara feia, ou xingava baixinho, mas agora que ela sumiu... Quero dizer morreu, era meio estranho estar ali, e do meu lado direito estar vazio, sem sinal das suas caretas intimidadoras.
Eu voltei a tona quando notei que tinham batido com a mão de uma forma intimidadora na minha mesa, olhei para frente e lá estava ela, a Lívia parecia mais bonita a cada minuto, ela me olhou com aqueles olhinhos puxados, sim a Lívia era coreana, ela me deu um sorriso tímido, e disse.
— Sabe Alan, você é um cara legal... O que você acha da gente se encontrar depois da aula?
— Cla..ro claro que sim, aonde ?
— Hummmm o que você acha de ser perto do meu armário, sabe perto do armário do zelador, lá e um lugar tranquilo.
— Es...tá está bem eu vou.
Ela deu um sorriso tímido, e se sentou.
Peraí o que tinha acontecido? A Lívia tinha mesmo me pedido para ficar com ela???
Com um sorriso de pura maldade a Sra. Andreia entrou na sala. Ela começou a recolher os trabalhos, quando chegou perto de mim eu juro que eu vi um sorriso de desdém passando pelo seu rosto. Eu não parava de pensar na Lívia, bem a minha frente com seus olhinhos puxadinhos e seu doce aroma de framboesa, a aula andou em passos longos. Quando a aula acabou a Sra. Andréia me chamou na sua mesa, ótimo! Ela deveria estar querendo estragar meu encontro com a Lívia só pode!?
— Oi Alana, opa quero dizer Alan.
Eu sou o tipo fracassado que até os professores zoam.
— Oi falha de San Andreas.
Ela me olhou com um conhecido carinho, bem a nossa relação não se decifrava na palavra carinho, mas sim, em uma espécie de “lealdade” a gente se provocava, mas a provocação ficava na sala.
— Pelo jeito pelo menos em geografia você vai bem, eu estava lendo seus texto, e achei bem interessante os palavrões e o sarcasmo, mas agora sério? Você acha tudo isso dá professora Dafine?
— Não eu não escrevi isso, espera ai que texto é esse?
Quando eu olhei eu tinha entregado uma das minhas tantas tentativas de textos mais “autênticos “.
— Não, não... Não. Esse texto é o errado.
Eu peguei rápido o texto das mãos dela, e entreguei o certo.
Passei meus dois dedos como um comprimento pela minhas testa e comecei a sair da sala, até que quando eu cheguei na porta, olhei para o lado e como um carro descontrolado a Cecília, o Harry e a Charlotte passaram correndo, a Cecília parecia estar com um espada cinza com um toque roxinho... Esperai !? Uma espada!
Olhei para trás e vi a Sra. Andreia com os olhos arregalados.
Nisso senti um vácuo como se um caminhão tivesse passado atrás de mim.
Quando me virei só consegui ver um vulto virando em uma curva fechada à minha direita.
— Mas que P#rra é essa!?
— Mas que linguajar é esse!
Eu dei um pulo, eu não tinha visto a Sra. Andréia do meu lado.
— Como que você chegou aqui!? O'Que era aquilo!?
— Aquilo o que? Eu não vi nada- ela colocou uma mão sobre a minha testa – você está com febre?
Quando ela abaixou as mãos, eu consegui ver uma certa inquietação nas pontas de seus dedos.
— Não eu estou bem, vocês são um bando de loucos, eu tenho um encontro agora. Eu vou indo.
— Encontro? Você?
Ela soltou uma gargalhada como se fosse algo realmente cômico.
— Hoje eu vou ser o Fiona da minha Shrek.
Sim eu iria ser a Fiona, francamente quem não quer ser uma princesa ogra? Se toda garota tem seu sonho de garotinha, esse era o meu sonho de garotinho.
— Garoto você é estranho.
Eu andei em passos longos, era nesses momentos que depois de concluir que eu parecia uma girafa atrapalhada, eu gostava das minhas grandes pernas.
Quando cheguei perto do armário do zelador, vi um bilhete, estava escrito com a letra da Lívia.
“entre docinho “
Abri a porta, estava estranhamente escuro, até que eu escutei a doce voz da Lívia.
— Estou aqui.
— Eu andei até o final do armário do zelador.
Até que algumas vassouras começaram a se mexer e de lá saíram o Josh, e mais uma plateia de umas 6 pessoas, até que um garoto me deu um susto me empurrando, eu dei um grito, um tanto constrangedor, as vezes gritar mais fino que uma menina e vergonhoso. Com o pulo e o grito que eu dei eu acabei dado um soco no Josh, nem fez ele se mexer mas já foi um motivo para ele tentar me dar um soco, quando sua mão estava quase batendo no meu rosto, eu me abaixei e nisso o soco foi na Lívia que estava do meu lado, as coisas ficaram confusas a Lívia começou a ficar vermelha e a gritar, o Josh tentava pedir desculpas, algumas das pessoas que estavam naquele maldito armário apertado riam, outros gritavam estava tudo escuro, eu sentia raiva tristeza e principalmente vergonha, mas a única coisa que eu consegui fazer foi sair correndo do armário, eu corri até a minha casa, eu acho que erra esse o motivo de eu ter nascido com pernas longas, já que eu não poderia lutar em minhas brigas, eu pelo menos poderia fugir delas.
Quando finalmente cheguei em casa, eu não subi para meu quarto, nem fui na casa do Ben, nem fiquei espionando a família da Brenda pelo buraco do muro branco de madeira. Eu comecei a correr perto do lago, o ar lá era limpo, esfriava todos esses sentimentos, bagunçados. Quando eu escutei uma voz baixa, e suave como o vento, caindo como uma bigorna na minha cabeça.
— Alan o idiota.
A voz era cheia de ironia, mas uma ironia familiar.
Eu parei por um tempinho e olhei para a ponte que se seguia a uma casa de distância da minha casa também conhecida como Alandia.
Eu cheguei mais perto da minha casa, era como se uma brisa de vento estivesse pousado sobre a minha cabeça, eu parei na frente do portão da minha casa, mas estranhamente eu tinha a sensação que eu deveria ir até o portão do lado, no caso a casa Brendalandia amaldiçoada, eu andei até lá, droga eu já achava que eu era louco, bem agora eu tenho certeza, já estou vendo eu de que algumas semana imitando um porquinho no meio do barro, não seria uma má ideia na verdade.
Eu parei bem na frente do portão, ok pronto, cabeça agora nós vamos voltar para lá. Eu apontei o dedo igual aquela imagem do tio Sam, voltando. Até que eu dei um chute em alguma coisa, me abaixei e peguei um anel, ele era de ouro, tinha desenhos de rosas e uma caveira, nada muito estrambólico, em parte eu gostei por que me lembrava a marca da banda Guns N' Roses, estranhamente o vento como se fosse uma explosão de calmaria, novamente ficou imperceptível. Estranho.
Resolvi voltar para casa, quando cheguei à porta da frente já estava aberta, a minha mãe já deve ter chegado pensei, e eu definitivamente não queira contar do meu maravilhoso primeiro dia de aula, e lá vamos nós, modo espião ligado. Andei nas pontas dos pés até o meu quarto, quando cheguei a única coisa eu fiz foi cair de cara nos meus travesseiros, ok, talvez eles não fossem tão macios como em minha mente, talvez eu tivesse quebrado o meu perfeito nariz depois de um dia cheio de ameaças a ele.
Eu fiquei deitado lá, pensando em resumidamente, nada. Até que escutei novamente, alguém me xingando.
— Babaca, cara de peixe morto.
Se a Brenda não estivesse morta, eu até diria que ela estava lá pessoalmente me xingando. E por que não estaria? Me levantei rápido, rápido até demais para minha visão, mente e raciocínio funcionarem perfeitamente, e vi a porta do meu banheiro fechando em um movimento meio lendo e mesmo assim rápido de mais para ser normal.
Gritei na mesma hora.
— Jesus Cristo! Se for o demônio afasta de mim!
Mas apenas o gato da minha vizinha saiu de lá, às vezes eu entendia aquela bola de pelo ambulante, viver com uma mulher tão paranoica quando se solta pelos por toda parte deve ser um tanto angustiante.
O gato passou por mim, como se eu fosse o humano de estimação dele e se deitou na janela, ele me olhava de cima para baixo, droga de gato poderoso e autoconfiante.
Minha mãe bateu na minha porta.
— Alan, eu não vi você chegar, está tudo bem?
— Não, qual é o número mesmo da funerária? Eu quero que sirvam chocolate meio amargo no meu enterro, á e não esqueça de lembrar o Ben que ele tem que ir de Power Ranger rosa.
Eu escutei uma risada leve atrás da porta.
Fazer a minha mãe rir era uma das coisas que eu mais tinha satisfação de fazer, puxei essa característica do meu pai.
— Tome um banho e desça, Alan.


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Notas finais do capítulo

bye :3