Shallow escrita por kaumalade


Capítulo 1
Único


Notas iniciais do capítulo

Eu queria escrever alguma coisa com o Ezarel, e eu vi que isso tava lá no fundo dos meus projetos. ENTÃO PORQUE NÃO POSTAR?
AU tirado do Jornal de Plot da Bob Lee meu bb



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Me diga uma coisa, garota 
Você está feliz neste mundo moderno? 
Ou você precisa de mais? 
Existe algo mais que você está procurando?
 

Superfície (Lady Gaga feat. Bradly Cooper) 


Finalmente chegou a hora, estava indo se deitar depois de um dia extremamente cansativo que sugou até a última gota de energia do seu corpo, e a deixou com calos nos pés e feridas nas mãos, um dia que ela rezou para chegar ao fim ou que a sua vida chegasse ao fim. Mas tinha que esperar a hora certa, a hora que encontraria sua outra metade. Era bióloga, e trabalhava onde escolheu viver: Na floresta, enviando suas pesquisas para o mundo exterior. Antes sua vida era feliz, alegre e trabalhava por amor, amava as plantas e animais, amava a terra. Até descobrir que sua alma gêmea tinha morrido. E desejou nunca ter amado nada. 

No começo, ela não deu a mínima de descobrir que tinha uma alma gêmea, não o conhecia, não gostava de ter sua vida predestinada por causa de uma inútil ligação de alma. — Uma ligação tão forte que transcendia o tempo e as realidades. — E, de acordo com fatos científicos, se almas realmente reencarnassem e se ligassem por toda eternidade, seriam em números finitos, e o número de pessoas na terra mínimo. Mas ninguém nunca parou e analisou que nasciam mais crianças do que poderia se contar. E a teoria da alma gêmea iria ser descartada por todos. 

Assim pensava, até acontecer com ela, e com todos a sua volta. A questão não era o número de almas, era que todo mundo tinha alguma e não era um fator científico, e de alguma forma, eles sempre conseguiam se conectar, a ciência não comprava e nunca iria. Tinha que sentir. Eram por sonhos, por visão, por marcas em seu corpo, por pensamento, por sentimentos. 

E doeu, por que mesmo não querendo. Havia se apaixonado, em seus sonhos. 

Era difícil ver todos felizes, e como todos conseguiam se encontrar. Exceto ela. De certa forma era um pensamento egoísta, mas quem nunca desejou ser feliz? 

Olhando o teto de vidro o céu sem lua, não conseguiu encontrar esperanças nem nas estrelas que rodeavam aquele lugar e cintilavam sobre sua cabeça. Escutou seu colega de quarto roncar a seu lado, mas não se incomodou e virou a cabeça para o travesseiro, colocando as suas mãos contra a bochecha, e olhou para a luminária que foi acessa com uma vela. Seu quarto estava todo a caráter ao céu, além de ver tudo o que acontecia com ele. Não usava lençol contra o corpo, estava quente e úmido, o clima tropical, repleto de mosquitos. Mas nem isso a incomodou, não hoje.  

Em um mundo onde todos encontram suas almas gêmeas, ela era considerada diferente por todos, era incomum e extremamente raro que as almas se separassem na mesma realidade ou que depois da morte, a conexão ainda estava lá.  Principalmente a sua que estava morta. Descobriu depois que estava amando-o. 

Lembra como se fosse um dia desses, lembra de não querer mais encontra-lo, e de não querer mais dormir, pois era a única forma de sentir. A dor no seu peito ainda era a mesma do dia, e não saia, era impossível de esquecer.  Seus sonhos foram ficando menores, eram como pequenas cenas que tinha todas as noites, provavelmente estava tão cansada, que passava mais tempo dormindo ao invés de sonhando.

“Você lembra, E-eu estou morto. Você tem que seguir sua vida” sussurrou segurando seu rosto. Como se tivesse caído em água, tomou uma respiração profunda e fechou os olhos, quando abriu novamente, não estava mais dormindo. E sim na sua vida, no presente. Sentou-se n cama, segurando os lençóis, e sentiu as lágrimas escorrerem pelo seu rosto, mesmo que tentasse soluçar, não adiantava, o peso ainda estava lá. E ela estava afundando ainda mais, no seu próprio oceano de choro e tristeza. 

Não queria, mas estava vivendo exatamente isso. Nem mesmo os momentos felizes que tiveram se conhecendo ajudava a se levantar e a se sentir bem com sua existência, sabendo que não poderia trocar de lugar com ele. Ainda olhando para luminária, sentiu seus olhos lacrimejarem, e o nó se formar na sua garganta, o dia todo, todos os dias acontecia a mesma coisa, mas depois de um tempo ficou indiferente a ponto de querer ficar sozinha e deixa-se chorar. E finalmente dormiu. 

Não queria abrir os olhos, não queria vê-lo e depois acordar para saber que ele não estava aqui com ela, que ele não existe nessa realidade, que eles não podem ser felizes juntos, completos e cheios de amor. Uma respiração trêmula saiu de seus lábios quando uma mão acariciou seus cabelos, e desmanchou os nós de seu cabelo, um braço em volta de sua cintura, e um peito “respirando”. 

Depois de um tempo, ele resolveu perguntar. — Não vai abrir os olhos? Temos pouco tempo.

— Não quero ver você, eu odeio você. - Ele riu suavemente beijando sua têmpora, antes de acariciar seu rosto. Seu lábio inferior tremeu, como se ameaçasse chorar. 

— Me desculpe. 

— Eu não te perdoou por morrer, Ezarel - Ela finalmente abriu os olhos, observando um par de olhos verdes, e cabelos azuis em sua frente. Um sorriso triste, sobrancelhas franzidas. Levantou as duas mãos para segurar seu rosto, e passar o polegar em sua mandíbula. Memorizando cada extensão de seu rosto, cada sinal, sarda e marca que poderia encontrar. Malvida não gostou da expressão em seu rosto. — Por favor, sorria, eu não aguento mais chorar. 

— Eu quero você seja feliz. - Disse franco. A mulher negou com a cabeça segurando a roupa branca e simples que ele usava. Mesmo que se tocassem, e o contato não fosse físico, mas era espiritual, suas almas sentiam, estavam interligadas, mas nunca foi o bastante. Elas queriam se fundir. 

— Eu te odeio por isso. 

— Me odiar por querer vê-la feliz? 

— Você está aqui, é a minha felicidade. Eu não posso ser feliz sem você. 

Ezarel ficou calado olhando para seu rosto, era a mesma cara que ele amou no passado, os mesmos cabelos, os mesmos olhos roxos com olheiras fundas, e pele escura que tocou tanto, cada parte que pertencia a ele. Por mais que fosse sua alma gêmea, odiava vê-la assim. 

— Eu nunca vou me separar de você. - Sussurrou. Ele era dela, e ela era dele. — Mas eu quero que seja egoísta, dessa vez, você vai viver sua vida, sem mim. — Encostando seus narizes, e fechando os olhos por um momento, a abraçou apertado, sentindo-a tremer, os punhos se fecharam em sua camisa e ele sentia as lágrimas impregnarem sua camisa, molharem como faziam todas as noites. 

— N-não posso aceitar esse pedido. - Murmurou em seu peito. E seus ombros ficaram tensos quando sentiu ele se levantar. Olhando para cima, suspirou olhando finalmente para o ambiente em que estavam. — O que vai fazer? 

— Pode pelo menos dançar esses últimos segundos comigo? - observou seus pés descalços antes de concordar e se levantar com ele. Colocou uma das mãos em seu ombro, e depois segurou a outra, entrelaçando os dedos, ficando o mais próximo possível. Escutou sua risada e seu próprio sorriso se formar quando ficou por cima de seus pés e sentiu o leve balançar de seus corpos. Sentia que estava perto de acordar, e não iria perder um contato com ele, nem por um segundo. O vento acariciou seus corpos, fazendo se sentir como se estivesse flutuando,

A única parte de seu dia, onde conseguia se acalmar, que se sentia completa e poderia finalmente descansar sua mente, seus pensamentos. Era quando estavam assim, em silêncio, ela em seus braços, seu porto seguro, seu lar. Porém, ela não gostava de silêncio, não gostava de chorar, e não gostava de saber que ia acordar. Ezarel apertou suavemente a mão em sua cintura, e a fez olhar para cima.  

O sol ou a luz do lugar onde estavam, faziam as plantas brilharem e nuvens de glitter se formarem a seu redor, as nuvens deixar o ambiente rosado, como se o amor estivesse cantando para eles. Mas quem garantia que não estavam? Parecia uma sinfonia para eles, sem escutar nenhuma nota musical.

E pela primeira vez no dia, ela estava feliz. 

— O Amor é estranho, não? - Sussurrou retoricamente, mas ela olhou para seu rosto.  

— Hum? 

— Você diz que me odeia, diz que não quer mais me ver. E eu concordo, seria mais feliz e melhor para você nunca ter me conhecido. - O azulado tirou a mão de sua cintura. O pomo de Adão em sua garganta subiu e desceu, como se estivesse engolindo a seco. — Eu queria, mesmo. Talvez foi um erro.  

Com convicção, ela negou com a cabeça. Seus pensamentos estavam em ordem, e ela sabia o que dizer, e no que pensar. Ezarel continuou com um sorriso. — Você queria que eu dissesse isso, mas não. Mas eu te amo, e o amor, ele nunca erra. E mesmo que demore, eu não poderia querer outra pessoa.  

As mãos agora em seu rosto, respirou fundo. O ar de seus pulmões limpando sua mente. A morena abriu a boca, e as palavras lhe faltaram, como se estivessem presas em sua cordas vocais.— Eu te amo, e você vai ser feliz. E vamos nos reencontrar, mas agora você tem que acordar.  

“Não quero acordar” desejou gritar. Era tarde para isso, Malvida abriu os olhos, e observou o céu clarear e se tornar rosa, como no seu sonho, mas não eram mágicos, e nem brilhavam. Não era para ser assim. Sentiu seu corpo boiar na cama, e depois afundar de novo. Seu coração fraquejou, e fechou os olhos quando seu estômago afundou. O peso de seus problemas voltaram.

E mais uma vez, não conseguiu dizer que o amava. Porcaria.

Ezarel estava certo, ela tinha que seguir em frente. Pois ela continuava com ele, e ele com ela. Mesmo que nesse plano seus dedos nunca chegassem a se tocar e nunca poderia passar mais que minutos abraçados, e criar uma família como na sua vida passada, mas agora, com esse novo dia que nasceu, a menina tinha certeza de uma coisa e isso a deixava feliz e forte o suficiente para levantar.

Ficariam juntos para sempre, porque ela era dele, e ele era dela.  


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Notas finais do capítulo

+ isso ta triste e meloso, nem parece q fui eu kkkredo.
+ VISITEM O JORNAL DA BRENDINHA @booble- , de onde eu tirei do enredo: https://www.spiritfanfiction.com/jornais/prompts-aus-10035895
+ Spirit: https://www.spiritfanfiction.com/historia/shallow-15888605/capitulo1

~ Kaumalade



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