Estávamos navegando em direção ao Reino da Água, ainda não tinha sinais da Marinha Real. Sasuke tinha negócios a tratar com o Rei daquele reino, logo Naruto e eu aproveitaremos a chance para sair do Reino do Fogo.

O dia ainda não tinha amanhecido, mas estava a observar o horizonte. Tinha pego esse costume desde que cheguei aqui, há dois dias. Depois do duelo com Karin, a ruiva, fiquei a treinar no porão do navio.

Lá tinha alguns homens presos, reconheci alguns como procurados do Reino do Fogo. Talvez Sasuke tenha os capturado para entregar a Yahiko? Não, Sasuke não gosta do Rei.

Deduzi por ter sido o pai dele a ocupar o lugar de seus pais.

Quando Yahiko subiu ao trono, três anos atrás, decidi usá-lo para minha vingança. Ele era jovem, pouco sábio, uma marionete perfeita. Pena que Naruto apareceu contra ele, tornando anos de conquista em nada.

“Está se tornando hábito te encontrar aqui”, Sasuke comentou se escorando no parapeito. “Como a ruiva está?”, lhe perguntei. “Melhor”, respondeu observando o mar.

“Essa é uma das coisas em que amo ser pirata”, comentou. O olhei sem entender e ele deu um leve sorriso. “Não se sente livre ao observar o horizonte daqui?”, perguntou e eu acenti. Ele estava certo afinal.

“Capitão! A Marinha Real está vindo ao nosso encontro!”, um pirata apareceu gritando. “Então eles finalmente chegaram”, sorriu ao dizer.

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Todos os piratas estavam prontos para o ataque. Sasuke, Naruto, Suigetsu e eu estávamos a estibordo do navio, observando os três navios corsários do Rei se aproximar.

“Odeio lutar no mar”, Naruto resmungou. “Tsc, se você não irritasse o Rei, ainda lutaria em terra firme”, rebati. “Naruto, se precisar se esconder junto com Karin, fique a vontade”, Sasuke zombou.

Suigetsu riu e começou a zombar de Naruto. Observei os três navios e deduzi que Gaara e Sasori estavam no navio do meio. “Quero atacar aquele”, apontei. “Por quê?”, Sasuke perguntou usando a luneta para observar o navio indicado.

“Eu vou junto, Suigetsu ataca o da esquerda e Naruto o da direita. Vou dividir a tripulação em três”, disse saindo para fazer o que tinha dito.

“Por que ele que manda?”, Naruto disse emburrado. “Desculpa General, mas ele é o Capitão”, disse risonha. “Achei que você não recebia ordens”, Naruto pontuou.

“E em que momento ele me deu uma ordem?”, comentei saindo dali para me preparar para a luta contra os dois ruivos.

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O navio que eu irei atacar estava parado a uma distância segura, enquanto os outros dois atacava e eram atacados pelo de Sasuke. Sasuke e um terço de sua tripulação me seguiam em direção ao navio em que Gaara e Sasori estão.

Mergulhando até o navio, não fomos percebidos. Subimos a bordo e os marinheiros estão parados observando o ataque. Eles nos esperavam, pude perceber.

Vi os dois ruivos na proa cercados de marinheiros. Indiquei para Sasuke o Gaara, e disse que ele era meu, o moreno concordou e fomos ao ataque.

Gaara ao me ver, veio em minha direção. Fui matando os que estavam em meu caminho, até ficar de frente com o ruivo. “Achei que odiava piratas”, falou observando a tripulação de Sasuke.

“Odeio, mas o Capitão é um amigo”, expliquei. Ele suspirou e rodou sua espada na mão, entrando em posição de luta. Mesmo sabendo seus ataques, minha chance de vitória estava em cinquenta por cento. Eu teria que contar com minha persuasão.

“Serão seus amigos a causa da sua ruína, Sakura”, disse calmo. Logo, um movimento rápido pela esquerda com sua espada quase me acertou, mas desviei no último segundo. Ataquei com minha nova espada, sendo bloqueada por ele.

Os ataques seguiram assim, um bloqueando ao outro, nenhum acerto. Em um momento, percebi um marinheiro querer me atacar pela esquerda. Então, me agachei para lhe dar uma rasteira, me levantei rapidamente para usá-lo de escudo no ataque seguinte do ruivo.

O duelo de espadas continuou. Um momento, ele cortou minha coxa. Em outro, cortei seu braço. Ele conseguiu tirar-me a espada, então chutei seu antebraço para tirar-lhe a sua.

Nos afastamos ofegantes, nenhum dos lados cedia. “Até quando pretende ser o cachorro do Rei, Gaara?”, lhe perguntei sem tirar o sarcasmo da voz. “Até eu destruir aquele desgraçado!”, me respondeu com toda sua frieza.

“E se eu der outra solução? Sem precisar do Rei”, sugeri com um sorriso mínimo no canto da boca. Ele riu, se endireitando. “Como?”, me perguntou interessado, assim como o planejado.

Indiquei Sasuke em sua luta contra Sasori. O moreno tinha uma força incrível, ele era tão implacável quanto Gaara. Seus movimentos precisos e rápidos, com uma pitada de selvageria, competia bravamente com os movimentos precisos e calculados de Sasori.

“Sasuke Uchiha”, disse suavemente. Observei o momento em que Gaara arregalou os olhos levemente, dando um riso irônico. “Pretende usar o antigo Príncipe?”, me perguntou sem tirar o sorriso debochado nos lábios.

Dei de ombros, usar é uma palavra muito forte. Sasuke disse que antes de fingir minha morte, era para eu ter-lhe pedido ajuda, não? Pois bem, eu quero a ajuda dele agora.

“Sasuke é um guerreiro nato, também tendo seu poder de liderança. Sua força, diria que supera a sua”, comentei pegando minha espada. “E seus contatos por todo o oceano e as terras que o abrigam, seria de boa serventia em nossos planos”, sorri ao terminar.

De fato, montei o plano perfeito. Nem mesmo Yahiko era tão útil, como Sasuke pode ser. “Estou contigo”, murmurou decidido, cortando a palma da mão com sua espada. Repeti o mesmo processo dele, apertando sua mão em seguida.

Este era nosso contrato. Nada mais importante para um assassino, que o derramamento de sangue. O sangue nos tinha um significado diferenciado, por isso, quando fazemos um acordo, tal ato é nossa assinatura.

“Você desconfiou de minha lealdade ao plano, terá que me recompensar”, murmurei matando um marinheiro que vinha até a mim. “Sasori basta?”, perguntou observando o mesmo lutar contra o Uchiha.

Assenti e logo ele foi caminhando até o outro ruivo, matando os marinheiros no caminho, como se não passassem de insetos. O segui, vendo o ruivo se aproximar por trás do mesmo. Vi Sasuke encarar Gaara friamente e o segurei quando o mesmo foi o atacar.

“O que está fazendo?”, Sasori gritou encarando Gaara com ódio. Logo, Gaara usou sua espada decapitando Sasori. Sasuke nos olhou sem entender a situação e eu o soltei. “Sasuke, este é Gaara, um amigo”, apresentei o ruivo a ele.

“O que isso significa?”, o moreno perguntou sério. “Significa que Gaara finalmente se tocou que estava do lado errado do tabuleiro”, sorri ao dizer.

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Nos dividimos novamente, Sasuke mandou o restante da tripulação que estava conosco ir ajudar Suigetsu a proteger o navio. E então, eu, ele e Gaara fomos auxiliar Naruto em seu ataque ao outro navio Corsário.

Quando estávamos subindo a corda, um pirata tentou cortar a mesma. Porém, Sasuke o puxou, o derrubando ao mar.

Subimos a bordo, não parando para observar o caos que se encontrava lá. Somente seguimos atacando os marinheiros reais.

“Sakura”, ouvi Sasuke me chamando. “Não saia de perto de mim”, ordenou assim que o encarei. Ele não me deu tempo para responder, pois saiu andando, lutando com que aparecesse.

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A gargalhada alta quase me contagiava com a alegria, se não fosse Gaara, certeza que eu estaria rindo das histórias de Suigetsu.

“Sinceramente, eu não faço idéia do por que a Sakura não contou essa história para vocês!”, comentou Gaara rindo. Para minha não alegria, Sasuke e Naruto também não estavam gostando nada de ouvir o que Gaara dizia.

O ruivo contava sobre uma de nossas missões juntos, onde eu tive que me disfarçar de uma serva e ele um soldado. “É sério, o ódio de Sakura quando era obrigada a obedecer às ordens daquele Senhor Feudal era quase palpável”, disse para então explodir em gargalhadas junto dos piratas.

Levantei-me dali, ignorando quando o ruivo perguntou onde eu ia. Sinceramente, eu queria quebrar a cara do dele. Tsc, só porque eu odeio receber ordens e aquele Senhor Feudal abusava delas, ele fica rindo do meu ódio.

Encostei-me no parapeito, observando a imensidão negra por onde navegamos. “Rum?”, virei-me para Naruto que estendia uma garrafa com a bebida. Estendi meu copo de ouro, um dos objetos roubados de Sasuke, tendo o mesmo sendo cheio por Naruto.

Encarei os dois a minha frente e sorri. Uma nostalgia me abateu ao olhar para ambos, lado a lado, me olhando com as caras emburradas.

“Não gostei daquele ruivo”, Naruto logo disse. “Concordo”, Sasuke se pronunciou. Ambos se encostaram no parapeito ao meu lado. “Gaara, às vezes, é um saco”, murmurei bebendo um pouco do rum.

Logo me lembrei de uma coisa que eu ouvi uma vez e virei-me animada para Sasuke. “Quero ouvir uma canção de pirata!”, exclamei animada para ele. Sasuke deu um sorriso de lado e disse: “Não gosta de piratas, mas sim de suas cantigas?”.

Revirei os olhos e pedi por favor, tendo meu pedido atendido. Naruto murmurou um: “Você cedeu muito rápido, como sempre Teme”.

“Atenção seus inúteis!”, Sasuke gritou sendo prontamente observado. “Nossos convidados desejam um pouco de música”, disse com um sorriso debochado ao apontar para Naruto e eu.

“Sejam bons anfitriões e lhes dêem uma boa música!”, ordenou sendo respondido com um brado alegre dos piratas. Eu ri ao observar ele correrem pegar alguns instrumentos e começarem a tocar e cantar, sem perder a euforia.

“Bem-vindos ao meu navio, Pérola Negra”, disse sem perder o sorriso debochado para Naruto e eu. “É uma honra, Capitão”, Naruto fez uma reverência para logo em seguida sair para cantar com os piratas.

“Ainda odeia os piratas?”, Sasuke perguntou analisando meu sorriso, que ainda não tinha sido desfeito. “Todos menos os seus, Capitão”, lhe respondi piscando.

Yohohoho, yohohoho

Yohohoho, yohohoho

Yohohoho, yohohoho

Yohohoho, yohohoho

Comecei a cantarolar baixinho a letra da música. “Binks no Sake é a preferida deles”, contou-me. O observei com o olhar pleno, a postura relaxada e o sorriso mínimo nos lábios; então me lembrei do que Karin me falou.

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Entrei no quarto da ruiva para ver seu estado, a encontrando acordada. “É você”, comentou um pouco desapontada. “Esperava o Sasuke?”, perguntei deduzindo que ela gosta dele.

“Não, esperava o Suigetsu”, murmurou chateada. Então, é do Imediato que ela gosta? ”O que faz aqui?”, perguntou-me curiosa. Ela não estava irritada por ter perdido a luta?

“Vim lhe ver”, disse sentando-me na cadeira de madeira que estava encostada de frente para a cama. Ela continha faixas pelo tronco e pulso, mas não parecia tão afetada pela dor.

Ficamos um tempo em silêncio, até ela o quebrar com um suspiro. Percebi seu morder de lábios, ela estava apreensiva.

“Você o destruiu”, disse ao criar coragem. Franzi o cenho e depois percebi de quem ela falava. “Quando o conheci, ele estava sedento por vingança. Era como se tivesse caído em um abismo, e não conseguia sair”, contou-me.

Meu coração se apertou ao ouví-la. “Ele descobriu quem a ‘matou’, e passou todos estes anos conquistando poder para poder vingá-la”, me olhou profundamente. Ela me culpava, e eu nada podia dizer para defender-me. “Um dia, em meio a uma bebedeira, ele me contou que você foi o primeiro amor dele e seria o último”, antes que eu pudesse entrar em choque, o Imediato abriu a porta.

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“Sasuke”, chamei-o. Ele prontamente me olhou, mas não era como se só olhasse, era um olhar profundo, como se ele quisesse gravar em sua mente a imagem. “Sim?”, perguntou-me sereno.

“Eu adoro esta música”, sorri ao dizer-lhe. Ele assentiu, virando a cabeça para o lado ao contrário do meu. Como seus cabelos taparam-me a visão, não consegui ver sua expressão.

Gaara veio até nós, trazendo uma garrafa de vinho, e se encostou do meu lado, onde Naruto estava. “O Rei fez um cartaz de procurado para você”, disse risonho. “Acho que você não é mais a favorita dele”, comentou me estendendo o papel com minha pintura.

“Eles erraram no tamanho da minha testa, por que sempre erram no tamanho dela?”, suspirei entediada. Gaara riu e tomou um pouco da bebida. “Deixe-me ver”, pegou o papel da minha mão.

Ele encarou a gravura e depois me observou. Repetiu o processo três vezes até eu me irritar e sair dali. Ouvi sua risada ao longe, mas ignorei. Fui em direção as cabines, por algum motivo, não quis mais ficar ali.

Talvez era a apreensão por seguir com meu plano. Há oito anos atrás, eu não quis envolver Naruto nem Sasuke na minha vingança. Agora, parecia que eu ia arrastá-los ao matadouro.

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Sasuke acendeu a vela de seus aposentos, apesar do cheiro de bebida, ele não parecia bêbado. Ele estreitou os olhos ao me ver, mas não disse nada.

Retirou sua longa capa, sua espada e seu cinto. Depois, sentou na cama, retirando seus sapatos.

“Então?”, perguntou ao terminar. Senti meu coração apertado. Isto era estranho, eu estou nervosa? Por estar sozinha em um quarto com ele ou por manipulá-lo? Creio que seja os dois.

Suspirei pesadamente antes de o responder: “Disse que eu deveria ter o procurado, que você me ajudaria…”.