We Love You, Olivia! escrita por Sunny Spring


Capítulo 25
ღ CAPÍTULO 24


Notas iniciais do capítulo

Boa tardee! Muito obrigada TheWolf por favoritar ♥
Obrigada também a todos que comentaram. Espero que gostem. Bjs *.*



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O amor é um mistério sem fim, já que não há nada que o explique.”

— Rabindranath Tagore



Brigas não são muito o meu forte. Nunca foram. A maioria dos meus problemas são resolvidos com o velho diálogo ou simplesmente são ignorados por mim mesma, algo não muito recomendável. Henry também não é de briga, pelo contrário. Ele é a pessoa mais pacífica que eu conheço, até mais que o meu pai. Brownie só se envolveu em uma briga em toda a sua vida - Ele tinha sete anos. Quando um grupo de crianças estavam tirando sarro de um garoto menor e ele tomou partido para ajudar o pobre menino. Henry acabou se metendo numa confusão por causa disso e só não apanhou também por ser o mais alto da turma. Ele tem um senso de justiça que o faz tomar partido pelas dores alheias. No entanto, nunca foi nada como agora. 

Meu amigo tem os passos pesados e está tão sério que eu mal o reconheço. Conforme ele passa, até mesmo um vento se forma. Eu tenho que dar corridinhas pelos corredores para tentar alcançá-lo. Não posso deixar ele fazer nenhuma besteira. Alguns alunos nos observam quando nós passamos, curiosos e ansiando por mais alguma confusão que os tire da monotonia diária. Henry é certeiro. Ele vai direto no grupo de jogadores de hóquei, onde Jaden está, perto dos armários. Jaden está distraído, rindo com seus amigos e nem percebe a nossa presença. Henry o puxa pelo ombro de uma vez só, fazendo-o se virar para ele. 

—Qual é o seu problema? - Henry pergunta furioso, agarrando a gola da camisa de Jaden com brutalidade. Sua cabeça está dois centímetros acima da de Jaden. Os outros jogadores param de falar, apenas observando. Jaden encara Henry no fundo dos olhos. Tem o desdém estampado no rosto. 

— Henry, não faz isso. - Tento acalmá-lo, tensa, mas sou ignorada. Sei que Jaden merece uma boa lição, mas não posso deixar que meu amigo se envolva numa briga contra um jogador de hóquei. Até porque, sei o quão covarde Jaden pode ser. 

—Por que você não mexe com alguém do seu tamanho? - Henry o aperta ainda mais. Jaden empurra suas mãos, irritado, e Henry é obrigado a soltá-lo.

—Não faço ideia do que está falando. - Responde áspero e me lança um olhar desdenhoso, abrindo um sorriso debochado logo em seguida. - O que foi? Está procurando quem revelou a verdade sobre a sua amiguinha? - Debocha. Henry cerra o punho e eu seguro seu braço para que ele não perca o controle. 

— Você se acha muito melhor do que os outros, né? - Henry pergunta, amargo. - Acha que é engraçado humilhar as pessoas e se sente feliz com isso? - Jaden ri, fazendo Henry perder mais ainda a paciência. - Você merecia uma boa surra! - Ao nosso redor, um círculo de alunos começa a nos cercar. Todos cochicham coisas, na expectativa. Isso me deixa ainda mais nervosa.

— Henry, não vale à pena. - Digo baixinho. 

—É melhor ouvir a sua amiga. - Jaden debocha. Henry fica em silêncio por alguns segundos. 

—Quer saber? Não vou sujar minhas mãos com alguém tão desprezível como você. - Jaden trinca o maxilar e um dos jogadores toca o seu ombro como um sinal para que ele não reaja.  - Além do mais, eu aprendi que não é com violência que se resolve as coisas. - Acrescenta, firme. - Mas não pense que vai ficar assim. - Henry abaixa o tom de voz, como uma ameaça. - Vai pagar caro pelo que fez, Jaden. Eu faço questão. - Meu amigo encara Jaden dos pés à cabeça. - Nem que eu tenha que usar toda a fortuna do meu pai para isso. Você vai pegar pelo que fez, Jaden! - Henry simplesmente dá as costas e os alunos abrem espaço para que ele passe. Eu o sigo, quase correndo, deixando todos para trás. 

Brownie tem os passos rápidos e eu mal consigo alcançá-lo. Nós dois deixamos a escola, em silêncio. Caminhamos, desta vez. Com tudo o que aconteceu, perdi minhas últimas aulas. Sinto-me completamente sem rumo. Não consigo parar de pensar no que aconteceu. É assustador demais para mim. Algo que me faz querer desaparecer completamente de tanta vergonha e medo. Estamos quase chegando em casa quando Henry para, de repente, me encarando. 

—Ele te ameaçou antes, não é? - Pergunta baixo, referindo-se a Jaden. Eu hesito antes de responder. Não faz mais sentido mentir. O pior já aconteceu. 

—Sim. 

Henry suspira. 

— Devia ter me contado. - Comenta. Apenas encaro as minhas próprias mãos, sem saber o que fazer. De pensar que tudo isso começou por causa de um colar. Um maldito colar. Algo se agita dentro de mim, como uma raiva repentina.  - Você não vai para casa? - Franze o cenho. 

—Não. - Respondo por fim. - Vou a um lugar antes. 

 

ஐﻬﻬஐ

 

É incrível como a vida de alguém pode virar de ponta à cabeça rapidamente. E como a paz pode escapar pelos seus dedos e desaparecer no vento como simples poeira. Quando acordei pela manhã, achava que teria um dia normal na escola. No entanto, passei de nerd invisível para piada infâme em apenas algumas horas. Além de sentir medo por todas as acusações que recebi, ainda tive que encarar a decepção de Bash. Ainda consigo ver a sua expressão desapontada para mim e isso parte mais ainda o meu coração. Eu não consegui explicar a verdade para ele. Ele simplesmente pensa que eu não gosto dele por nunca ter sido corajosa o suficiente para dizer essas palavras. 

Respiro ofegante enquanto ando em passos apressados. Um misto de sentimentos toma conta de mim. Toco meu pescoço enquanto ando, mais precisamente no causador de meus problemas - o colar. Nada disso teria acontecido se não fosse por ele. Ninguém teria se apaixonado por mim e, por mais que eu continuasse vivendo uma ilusão, estaria bem melhor do que agora. Quando paro na porta de Lucinda, eu mal consigo respirar. Sei que devia ter feito isso antes e que agora nada vai mudar o que já passei, mas, meu interior se revira de raiva. 

Bato na porta de Lucinda várias vezes. Eu não paro de bater, até que a dona da casa abre a porta. Lucinda esboça um breve sorriso, como se já estivesse esperando por mim. Ela faz um sinal para que eu entre. Sua casa está como sempre e o cheiro de chá recém preparado preenche todo o ambiente. Ela faz um sinal para que eu me sente, mas não o faço. 

—Eu já estou farta! Eu não quero mais esse colar estúpido que só me trouxe problemas! - Despejo de uma vez só, arrancando o objeto do meu pescoço. Lucinda senta-se no sofá calmamente e se serve com um pouco de chá como se a minha histeria não a incomodasse nem um pouco. 

—Aceita um pouco de chá? - Oferece, amigável. Cruzo os braços, impaciente. 

— Não, obrigada. Eu só quero a minha vida normal de volta. - Eu quase choro. Lucinda beberica seu chá. 

—Já lhe disse que é um presente. Não pode ser devolvido enquanto a missão não estiver cumprida, minha criança. - Responde pacientemente. - E, não vejo como a roda do amor pode trazer problemas. - Sorri. 

— Não? - Solto uma risada sem humor, perdendo completo o controle dos meus atos. - Pois, eu digo! Por culpa disso, eu tive que começar a sair com o Noah para fazer a droga do ponteiro girar, ao mesmo tempo que eu comecei a gostar do Bash e agora o Bash pensa que eu não gosto dele por estar saindo com o Noah. Todo mundo pensa que eu estava traindo os dois. - Eu mal respiro para falar. Eu nem mais sei o que estou dizendo. Minha garganta aperta e eu controlo a vontade de chorar aqui mesmo. 

Lucinda franze o cenho, confusa. 

—Por que disse que teve que sair com o Noah? - De tudo o que eu falei, essa parece ser a única coisa que Lucinda prestou a atenção. 

—Para fazer o ponteiro da roda do amor girar. - Repito mais baixo. Um vinco se forma em sua testa. 

—Mas eu nunca disse que tinha que sair com o Noah pra isso. 

Arqueio uma sobrancelha, sentando-me no sofá atrás de mim. 

—O que? 

— Eu disse que você tinha que dar uma chance ao amor. Não disse que tinha que sair com o Noah pra isso. - Repete cautelosamente. Pisco rápido, confusa. - Achei que fosse claro para você. Noah nunca foi o seu amor, Liv. 

—Como é? - Sinto-me uma idiota, repetindo as mesma perguntas. O que Lucinda fala não tem sentido algum. 

—Sempre foi o Bash. - Ela diz ainda mais baixo, observando a minha reação. 

—Isso não faz sentido algum! Eu nem gostava dele! - Rebato, incrédula. Ela só pode ter enlouquecido. Lucinda beberica mais chá. 

—Não mesmo? - Arqueia uma sobrancelha. Eu quase prendo a respiração quando algo vem a minha cabeça. Eu já gostei do Bash antes, mas há muito tempo. Isso não tem nada a ver. Ou tem? Lucinda percebe a minha hesitação e sorri. 

—Já gostei dele antes, mas passou. - Dou de ombros. - Eu mal o suportava antes do colar. - Ela solta uma risada pelo nariz, como se tivesse ouvido uma piada. 

— Você realmente deixou de estar apaixonada pelo Bash algum dia? - Sua pergunta é retórica. - Ou simplesmente, se obrigou a esquecê-lo quando descobriu que ele gostava da Rosie? Abriu mão dele por causa de outra pessoa? - Não respondo. - Não é isso que você sempre faz? Abre mão de tudo por seus amigos, esquecendo dos seus próprios sentimentos? - Ela balança a cabeça e deixa a xícara vazia em cima da mesinha. - Então, você simplesmente criou uma falsa aversão pelo Bash, dizendo que ele era irritante, quando na verdade, você só estava com raiva dele por não gostar de você. Mas, como ele poderia saber que você gostava dele se você nunca disse?

Eu engulo seco. Meus olhos ardem e eu luto novamente contra a vontade de chorar. 

— Quem é você? - Sussurro. Lucinda sorri, mas não responde. Respiro fundo, tentando entender tanta informação. - Mas, o ponteiro girou com o Noah. - Afirmo. 

—Tem certeza que foi por causa dele? 

Minha mente parece clarear. É claro que não foi por causa do Noah. Sempre que eu saía com ele, acaba com o Bash no final. Como não me dei conta disso antes? Como eu posso ter sido tão burra? Talvez eu estivesse relutante demais em admitir que estava apaixonada pelo Bash, que não quis perceber que era por causa dele que o ponteiro da roda do amor estava se movendo. Tantas coisas poderiam ter sido evitadas se eu não tivesse sido tão cega. 

Passo uma mão pelo rosto, cética. 

— Não se culpe tanto. - Lucinda diz, amigável. Apenas assinto. De qualquer forma, já é tarde demais. 


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