Return to Paradise escrita por Lily


Capítulo 11
11. A Dream Come True




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/774830/chapter/11

"A Dream Come True"

I

No início, Hyde não estava muito afim de jogar aquele jogo. Ele deveria ter percebido desde o momento em que Donna apareceu com aquele sorriso sabichão no rosto que ele estava ferrado. Jackie também não parecia muito feliz com o jogo, talvez porque ela não fosse o centro das atenções ou talvez porque isso estragasse seus planos de contar a todos sobre eles.

As perguntas que Brooke estava fazendo não eram as piores do mundo, mas o forçaram a revelar coisas que ele nunca diria em voz alta por vontade própria. Ele podia muito bem mentir sobre certos pontos, mas sabia que Jackie e sua boca grande o desmentiria. Mas naquele momento o jogo havia virado e não era mais apenas sobre ele, Hyde se levantou do sofá se aproximando da escada onde se sentou ao lado de Jackie, ninguém pareceu notar seus movimentos já que todos tinham os olhos fixos em Frederico, o possível filho de Lauren. Fez e Michael tinham uma prece silenciosa que constituía em repetir milhões de vezes “que não seja meu”, Forman tinha um sorriso no rosto que podia ser visto há quilômetros de distância, já Kitty e Red pareciam preste a ter um colapso.

—Hey Jackie, acorde. Lauren está preste a se ferrar. - ele sussurrou baixinho cutucando a barriga dela. Hyde tinha esquecido que uma Jackie grávida era um Jackie dorminhoca.

Sua esposa piscou lentamente abrindo seus olhos para ele, Hyde deu um meio sorriso e se voltou para a cena que se desenrolava à sua frente. Lauren estava branca como papel e Eric parecia preste a cantar em comemoração ao fora que sua irmã estava tomando.

—Lauren, esse garoto é seu filho? - Kitty indagou. Hyde olhou para mãe adotiva notando que ela estava tremendo, ele subitamente se levantou e olhou para Eric para ver se ele também notou o que ele havia visto. Então os dois caminharam até a sra. Forman, mas antes que pudessem se aproximar dela, Kitty desabou nos braços de Red.

—Mãe! - as três vozes gritaram na mesma intensidade. Mas foi Hyde quem ajudou Red a colocar Kitty desmaiada no sofá.

—Olha o que vocês fizeram seus panacas! - Red grunhiu preocupado com a esposa.

—Nós? A culpa toda é de Lauren. Foi ela quem abandonou o bebê! - Eric acusou, mas Red apenas revirou os olhos e se desfez com a mão.

—Steven me ajude a levá-la para cima. - Red pediu sem olhar para nenhum dos panacas na sala. Hyde assentiu e com a ajuda de Eric ajeitou a pequena Kitty Forman em seus braços. - Continuaremos essa conversa amanhã quando todos estiverem mais calmos.

Hyde seguiu para o segundo andar com Red em seus calcanhares. Ele levou Kitty direto para seu quarto e com cuidado a deitou na cama. Ele passou alguns segundos olhando para sua mãe adotiva, então se voltou para Red que suspirava entristecido.

—Ela vai ter uma boa explicação para isso. - Hyde disse sabendo que o desapontamento de Red era todo direcionado a Lauren e suas falhas escolhas. - Vou mandar todo mundo para casa.

—Você é um bom garoto, Steven. - Red murmurou se desviar o olhar da esposa. Hyde deu um tapinha no ombro dele antes de sair do quarto. Ele mal a porta quando a pequena mulher parou a sua frente.

—Como está a sra. Forman? - Jackie indagou com aqueles grande olhos preocupados.

—Ainda inconsciente. E o garoto?

—Fred ainda está na sala, Lauren se trancou no banheiro e Donna está tentando tirá-la de lá.

—Não acho que Lauren sairá tão cedo de lá. O garoto tem algum lugar para ficar?

—Acho que não. - Jackie disse depois de pensar por alguns segundos.

—Ok. Ele pode ficar no quarto de Eric e amanhã quando tudo estiver mais calmo ele e Lauren conversam.

—Mas não é você que está no quarto de Eric?

—Vou para um hotel. - ele disse dando de ombros. - O garoto merece um boa noite de sono depois do desastre e antes da catástrofe de amanhã.

—Você poderia ficar comigo no hotel. - Jackie sugeriu passando os braços ao redor da cintura dele. Hyde sorriu minimamente antes de beijá-la.

—Isso é um boa ideia, mas acho que tenho uma melhor. - ele afirmou se desvencilhando dos braços dela. - Você pega minhas mala no quarto? Tenho que expulsar os idiotas da casa.

Jackie assentiu e se afastou indo para o antigo quarto de Eric. Hyde desceu a escada até a sala, seus amigos ainda estavam ao redor do recém chegado.

—Red está com Kitty e ela provavelmente só despertará amanhã, então ele me mandou expulsar todos da casa. - Hyde anunciou parando ao lado Fez.

—Até eu? - Frederico indagou.

—Não, você vai dormir no quarto de Eric.

—E você vai dormir aonde? Mamãe queimou seu catre por ter medo dele estar investido de piolhos. - Eric disse ainda sorrindo, o drama familiar de Lauren parecia satisfazê-lo mais do que qualquer coisa. Hyde revirou os olhos e esticou o braço para socar o irmão. - Aí!

—Eu vou para um hotel, Forman. - ele falou. - Diga para sra. Forman que eu volto amanhã para o café. Não posso perder a encenação de Lauren.

Eric assentiu e voltou o olhar para seu pseudo-sobrinho. A sala caiu em um silêncio mórbido. Era óbvio o nervosismo entre todos, o que era apenas para ser uma noite de jogos havia se tornado uma nova sessão de drama familiar.

—Fez, você quer uma carona para casa? - Brooke indagou já pegando o casaco.

—Sim. Caroline já deve estar preocupada com com a minha demora.

—Jackie? - Kelso se virou para procurá-la, mas parou quando não a achou.

—Eu a levo para o hotel, já fica no caminho para mim. - Hyde disse e os Kelso assentiram. Ele observou seus amigos saírem pela porta da frente ainda em silêncio. Jackie desceu a escada parecendo lutar contra o sono, Hyde rapidamente seguiu até ela e pegou a mala. - Forman, se precisar de mim, ligue. O número do meu celular está na geladeira.

—Não, aquele é o número do leiteiro e você não tem celular.

—Não, aquele é o meu número e eu pedi para sra. Forman mentir para você porque se você soubesse que eu tinha um celular, você não pararia de me ligar.

—Oh! Como você ousa dizer que eu faria algo assim, eu sou… Boa ideia. Que bom que você me conhece.

Hyde revirou os olhos e sorriu para o irmão. Antes de caminhar em direção a porta, ele então a abriu e esperou Jackie passar na frente.

—Vejo vocês amanhã. - ele disse a Eric e Fred.

—Até.

Hyde fechou a porta e pegou as chaves no bolso, Jackie caminhou até o carro dele e esperou pacientemente na porta. Hyde deu a volta até o lado do motorista e destravou o carro. Jackie entrou e rapidamente afivelou o cinto.

Ele tirou o carro do acostamento e dirigiu calmamente, porém,  ao invés de seguir para a direita, ele dobrou a esquerda.

—Steven, para onde estamos indo? - Jackie indagou com as sobrancelhas arqueadas.

—Logo você vai saber. - ele murmurou, demorou alguns segundos até que ele estaciona-se na frente da casa. Não levava mais do que dois minutos para ir da casa dos Forman até ali. Hyde imaginou a cara de Red quando soubesse que eles estavam tão perto.

—Steven?

—Venha. Tenho algo para lhe mostrar. - Hyde abriu a porta e saiu. Ele esperou até ouvir a batida da porta de Jackie para poder seguir em frente.

Hyde não pode deixar de ficar surpreso ao notar que Jackie não estava falando nada, ela apenas se aproximou dele e envolveu seu braços. O clima estava frio, por isso ela se aconchegou mais perto dele.

—Por que estamos aqui, Steven? Sei que você ainda gosta de fazer coisas ilegais, mas acho que invadir casa na sua idade já não é algo divertido. - Jackie falou olhando de um lado para outro. Hyde se agachou e levantou o tapete pegando a chave reserva. - Por que você tem uma chave?

—Porque todo dono tem que ter a chave de sua casa. - ele disse e observou o rosto de Jackie sair de confuso para surpreso e então emocionado.

—Você quer dizer que…

Hyde estendeu a chave para ela. Jackie piscou confusa, ela demorou alguns segundos para reagir e pegar a chave da mão dele. Hyde observou a esposa colocar a chave na fechadura e girá-la. Lentamente a porta se abriu revelando o breu que estava a casa.

Hyde tateou a parede até encontrar o interruptor, as luzes então se acenderam iluminando a sala de estar.

—Oh meu Deus, Steven! - Jackie jogou os braços ao redor do pescoço dele. Hyde a segurou contra si sentindo, sua forma pequena se encaixava perfeitamente contra ele. - Eu te amo. Eu te amo tanto. - ela sussurrou com a voz embargada. - Obrigada, amor.

—Tudo por você, boneca. - ele afirmou. Jackie se afastou dele sorrindo. - Que tal pular o tour pela casa e ir direto para o quarto?

—Seria ótimo, mas você tem que pelo menos cumprir a tradição de me carregar até o quarto. - ela disse enfiando o dedo indicador contra o peitoral dele.

—Ok. Como desejar, boneca. - Hyde sorriu abertamente fazendo Jackie franzir a testa, ele então a pegou pelas pernas e a jogou sob seus ombros.

—Steven! - Jackie gritou em meio a uma risada. Hyde riu e seguiu rumo a escada para o segundo andar.

“-Eu odeio isso. Eu definitivamente odeio isso. - Margot resmungou enquanto jogava os saltos que usava no chão. - As mulheres têm que usar isso porque a ditadura da beleza disse que somente assim sermos atraentes.

Hyde virou mudou de canal e aumentou o volume da TV para evitar a conversa. Mas Margot não era tão insistente quanto Jackie, ela o respeitava quando ele não queria conversar.

—Então, eu tenho um encontro amanhã. - ela disse se sentando ao lado dele. - Provavelmente não é nada, mas seria de bom grado pararmos de fazer sexo enquanto eu estiver com esse cara.

—Aposto duas semanas. - ele murmurou indiferente. Margot revirou os olhos.

—Esse cara parece ser legal, o nome dele é Nicolas e ele trabalha como bombeiro. E já que eu estou tendo um encontro, talvez você pudesse ter um também.

—Neh! Eu estou bem.

—Vamos lá, Hyde. Eu sei que você quer sair com alguém e se divertir. Sei que debaixo dessa crosta de vagabundo você tem um coração ansiando por um novo amor… ou uma noção chance. Em? Que tal tentar novamente? Jaqueline atualmente está solteira.

—Por que diabos você sempre volta para ela? Eu e Jackie já não temos mais nada. - ele afirmou soando sério. Mas Margot apenas revirou os olhos.

—Eu conheço a história de vocês e posso afirmar que você tem tudo demais, para não ter nada. Você sabe que o relacionamento Jaqueline terminou por sua causa e tanto quanto ela sabe que você só ficou em New York por ela. Vocês ainda se amam e mesmo que insistam em dizer que não, eu sei que sim.

—Eu não a amo. Já passamos desta fase.

—Sério? E se eu dizer que eu vi Jaqueline com alguém, o que você falaria?

—Isso é legal. - ele disse ativando seu modo zen. Margot bufou.

—Hyde! É óbvio que você ainda gosta dela. É para Jaqueline que você corre quando está assustado ou feliz, ela é a primeira pessoa com quem você fala quando algo de interessante ou surpreendente acontece em seu trabalho. É a ela que você recorre quando sente vontade de beber. Dylan terminou com ela porque sabia que não podia competir com você e eu estou tentando acabar com isso que acontece entre nós, porque sinto que estamos deixando muita coisa passar. Você está perdendo a chance de ficar com a mulher de sua vida. Vamos lá, Hyde. Jaqueline te conhece melhor do que ninguém e você a conhece com a palma de sua mão. Vocês são dois idiotas orgulhosos. Você estará fazendo um bem para a sociedade a tirando de circulação.

—Margot me faz um favor. - ele pediu.

—Claro.

—Cala a sua matraca.”

 

II

Jackie abriu lentamente os olhos tentando se acostumar com a luminosidade do quarto. A mão de Steven descansava sobre seu abdômen enquanto suas pernas se enrolavam contra as dele. Jackie olhou ao redor por um segundo tentando captar o que não havia prestado atenção na noite anterior. Havia uma porta no quarto que levava ao banheiro e outra porta francesa que ela tinha certeza que era o closet. As paredes estavam pintadas em um cinza claro e o chão era de madeira de lei, havia uma poltrona rosa clara perto da janela e dois criado-mudos em cada lado da cama.

Jackie deslizou do aperto de Steven para fora da cama. Ela então esperou alguns segundos até ele se acalmar e voltar a dormir para poder pegar a blusa dele que estava jogada no chão e sair silenciosamente do quarto.

A casa era um pouco maior do que a dos Forman, tinham quatro portas no andar de cima, incluindo a porta do quarto deles. Jackie abriu a primeira a sua direita e encontrou o banheiro, então caminhou até a segunda e encontrou um quarto vazio, seu pensamento logo se iluminou ao imaginar que aquele lugar seria perfeito para o quarto do bebê, ela poderia pintar as paredes de amarelo ou colocar um papel de parede com desenhos infantis, um berço branco e um móbile de ursinhos. Jackie sorriu animada antes de fechar a porta e seguir para o último quarto, porém parou na frente da porta sentindo o estômago revirar.

Havia uma pequena placa em que o nome Daniel estava escrito de maneira infantil cercado do que pareciam ser desenhos de planetas. Jackie empurrou a porta e entrou no quarto, havia uma cama simples de madeira encostada na parede que tinha um papel decorativo que lembrava o espaço, também tinha uma estante com brinquedos e um armário ainda vazio, um mesinha com cadeiras perto da janela e um baú que servia de assento. Jackie olhou ao redor absorvendo cada mínimo detalhes, mas então seus olhos se fixaram nos porta-retratos em cima da estante.

Havia três fotos, uma de Daniel com Margot em casa, Jackie deduziu já que os dois estavam de pijama. Uma de Steven com Daniel, o garoto estava sujo de sorvete e o sorriso de Steven revelava um pequeno prazer secreto com aquele momento. E a última era de Steven, Danny e ela. Jackie se lembrava daquela foto, havia sido tirada pelo menos um anos antes no dia do seu aniversário, eles tinham saído para comer pizza enquanto Margot estava no trabalho, Danny havia dito que aquele era o melhor dia da vida dele, mas Jackie apenas tinha rido e beijado a bochecha dele. Ela esticou a mão e pegou o porta-retrato, as lágrimas começaram a se formar em seus olhos ao lembrar de quão burra ela havia sido nos últimos meses.

—Jackie? - a voz de Steven fez com que ela balançasse a cabeça e volta-se ao mundo real. Jackie rapidamente devolveu a foto e saiu do quarto encontrando o marido com a cabeça enfiada no quarto vazio.

—Stevie, eu já tenho super ideias de como melhorar esse lugar. Já consigo imaginar o quarto do bebê e temos repintar o nosso quarto. - ela disse enquanto caminhava até ele. Steven cruzou os braços, Jackie aproveitou para se apoiar contra ele.

—Você não gostou da minha escolha?

—Não. Cinza é “blé”. É a cor mais chata que existe.

—E bege?

—Ok. A segunda cor mais chata.

Steven riu e descruzou os braços cercando a cintura dela.

—Mas o que achou da casa? - ele indagou, em seus olhos Jackie podia ver um certo receio. Ele havia feito aquilo por ela, comprado uma casa e tentado decorá-la. Ela se lembrava de todas as vezes que eles haviam discutido sobre voltar para Point Place, talvez fosse a única coisa em que eles estavam de acordo.

—Eu amei, Steven. É melhor do que qualquer coisa que eu podia querer. - ela assegurou e então o beijou.

As mãos dele a seguravam com força como se em algum momento ele temesse que ela se fosse. Jackie tentou demonstrar naquele beijo tudo o que não estava conseguindo dizer em palavras, ela tentou dizer que não iria partir, nunca mais.

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Return to Paradise" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.