Dois dias depois do ocorrido

Segui Kushina para dentro da casa com algumas sacolas de compras nas mãos, não eram pesadas, mas mesmo assim ela não deixou eu carregá-las por muito tempo.

— Como está sua irmã? — ela me perguntou indo para a cozinha.

— Feliz da vida, ela adora o tio Hizashi. - Ajudo a retirar os produtos da sacola. — Eu não vou me cansar de agradecer pelo que fizeram conosco, eu tenho uma dívida enorme com vocês.

— Que já está sendo paga. - Kushina aponta para a minha barriga com um sorriso doce nos lábios.— Eu sempre quis ter netos, o quanto antes melhor.

— Mesmo sendo novas responsabilidades e talvez um empecilho na vida do seu filho? - Hinata pergunta se sentando em uma das cadeiras.

— Não gosto quando diz essas coisas, pra começar Hina, uma criança é uma benção, é um presente dos Deuses, você não faz ideia de como nossa vida mudou para melhor com a presença dos meus filhos. E olha que na época não tivemos o apoio de ninguém, mas mesmo assim soubemos lidar de uma maneira proveitosa da situação. Foi difícil ? Se eu dissesse que não estaria mentindo. Mas são essas dificuldades que tornam o sabor da conquista mais doce.

— Entendo.

— Nunca mais diga que meu neto é um empecilho para meu filho. Você verá que ele será a chave do sucesso para vocês.

— Tomara dona Kushina. - Sorrio para a minha sogra. — Naruto manteve algum contato com vocês?

— Ele ligou ontem, me fez várias perguntas. Me perguntou da padaria , de como está Tsunade, de você … - A atenção da ruiva estava sobre os legumes, ela não percebeu que a Hinata tinha saudades do Uzumaki.

— Ele desconfia de algo?

— Ele ainda está com aquela sensação estranha, mas eu disse que você ficaria alguns dias aqui em casa e ele não se aguentou, parece que vou ter que emprestar meu celular para você. - Brinca.

— Eu aceito se a senhora não se importar.

— Besteira. O que você planeja agora para o seu futuro? - Ela murmurou de costas para mim, colocando água na panela.

— Eu fui aceita em duas faculdades, ainda não decidi qual, mas acho que vou fazer Psicologia em Toronto.

— Toronto ? - A chaleira cai deixando Hinata assustada, sorte que a água não estava quente. — Menina de jeito nenhum, onde já se viu criar os meus netinhos longe de mim? Você por acaso que me matar de decepção? Além dos meus netos não vou ver meu filho. Não faça isso comigo Hinata , isso não se faz com uma mãe.

— Posso dar uma pensada melhor, dona Kushina.

— Por favor querida, não me obrigue a gastar o dinheiro da aposentadoria visitando minha família do outro lado do mundo, eu gosto tanto de você.  Ela sacudiu a cabeça só de imaginar a hipótese de ficar longe da família.

—  Vou pensar a respeito da faculdade e levar em conta o seu pedido, mas o que eu quero é estudar logo e trabalhar. Preciso começar a economizar para suprir as necessidades do meu brotinho. - Acaricio a barriga sem nenhuma saliência evidente.

—  Você já pensou em algum nome?

—  Não , acho que não seria certo fazer isso longe do Naruto.

— Verdade, mas se precisar de ajuda eu to aqui.

     Duas horas depois, eu estava deitada na cama pensando nos últimos acontecimentos. Agora eu dormia com a porta do quarto destrancada e sem aquela sensação ruim de que a qualquer momento meu pai poderia invadir meu quarto e me ameaçar. Hanabi está segura com meu tio e eu sei que ele cuidará bem dela até que o juiz decida qual será nosso destino.

Logo eu me tornaria maior de idade então eu seria responsável pelos meus atos, mas a Hana ainda tinha 16 anos e só de imaginar que ela poderá voltar meu coração se aperta.