Cruzamento escrita por Anny Taisho


Capítulo 6
O culpado de cabelo laranja




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Cap. VI – O culpado de cabelo laranja

Rapidamente uma ambulância chegou e a Kuchiki foi levada para o Hospital mais próximo. Ichigo foi logo atrás com seu carro depois de ter recolhido o que tinha se espatifado no chão. Era o que faltava para seu dia ficar perfeito, atropelar uma pessoa!

Isso daria uma dor de cabeça dos infernos, boletim de ocorrência, delegacia... E toda aquela coisa!

No que estava pensando? Tinha atropelado uma pessoa estava ali preocupado com ele, tinha que pensar primeiro na moça, ou maluca, já que não pode ser muito normal alguém se usa uma touquinha de Champy, será que tinha sido sério?

Ela era tão pequena, parecia uma boneca...

Perdido em seus pensamentos, o arquiteto não notou que já estava na frente do hospital, parou o carro e foi diretamente para a emergência. A moça havia sido levada para HUTO, hospital de urgências de Tókio, uma referência quando se falava em casos gravíssimos.

A recepção era ampla e toda em tons claros, o que passava uma tranqüilidade muito grande para os que ali entravam, e isso fazia certo sentido, afinal, quem estava ali não precisava de uma decoração que lhe deixasse ainda mais aturdido do que já estava.

Assim que entrou, viu mais ao fundo uma mulher que estava sentada com os cotovelos sobre as coxas e as mãos cobrindo o rosto, parecia chorar. Ao seu lado, havia uma moça que tentava acalmá-la, sem sucesso.

O ruivo ficou ali parado alguns segundos, devia ser horrível trabalhar num ambiente tão cercado de morte e tragédia.

- Desculpe, posso ajudá-lo? – uma moça que vestia um uniforme rosa-claro e tinha uma face serena –

- Hum... Pode sim, eu quero saber de uma moça que deu entrada aqui por causa de um atropelamento, não deve fazer nem meia hora.

- Oh sim... Me acompanhe. – a mulher seguiu para o balcão de atendimento, dando a volta nele para poder entrar e sentar-se a frente de um computador – Entrou uma moça aqui a menos de meia hora... Está sendo atendida no momento, mas não temos nenhuma identificação, o senhor a conhece?

- Não, não... Mas fui eu que a atropelei...

- Bem, então não saia daqui, por favor. A polícia foi acionada e logo estará aqui para averiguar o que aconteceu... No local não havia nada pessoal, um celular... Ou uma carteira? Uma bolsa talvez?

- Oh sim... Eu recolhi algumas coisas, deve ter uma carteira no meio. Um minuto, vou buscar.

- Não aconselho o senhor a sair daqui...

- Não se preocupe, se quisesse fugir não teria vindo até o hospital.

A moça pareceu um pouco constrangida, mas não podia negar que a cor dos cabelos do rapaz passava uma imagem de encrenqueiro, mas se ele estava ali, não havia motivos para preocupar com uma fuga.

- Desculpe... Eu só...

- Não precisa explicar, não me importa, só espere aqui. Já volto com alguma identificação.

 

 

Na residência da família Kuchiki em Seireitei, Renji estava aflito, novamente falando com Rukia a ligação fora interrompida de maneira brusca. E ela não atendia ao telefone. Será que alguma coisa tinha acontecido?

O ruivo caminhava de um lado para o outro no jardim da casa, por que raios ela não atendia o celular? Se ela estivesse fazendo alguma com aquele coelho idiota iria ouvir mesmo!

Mas era estranho, ele sentia que alguma coisa tivesse acontecido. Aquele barulho parecia de uma freada brusca e não podia ser do carro dela, já que ela estava andando quando falava com ele.

Mas o pior era não poder falar nada a Byakuya, não queria preocupá-lo a toa. Sabia que apesar de seu jeito frio ele amava muito a irmã adotiva, era o que sobrou da esposa, da vida feliz que tivera com ela.

Devido a grande diferença de idade, o casal Kuchiki havia tomado mais o papel de pais do que de irmãos mais velhos da pequena e mesmo após a morte de Hisana, o moreno prosseguira com os cuidados, apesar da maior distância.

- Vamos, Chibi! Atende essa porcaria e me fala que estava fazendo alguma coisa idiota! Vamos, vamos!!

Só podia ser brincadeira, acabaria por fazer um buraco no chão devido ao nervosismo. Mas o momento era de manter o controle.

 

 

No hospital, a polícia chegara e apurara a versão dos fatos, segundo a visão de Ichigo. Esse que recebeu uma multa por falar ao celular enquanto dirigia.

Mas isso não era o pior, os policiais pareciam crer que tinha mais coisa na história, talvez imaginassem que ele fosse de uma gangue e estivesse num racha... Idiotas!

Ainda bem que muito rapidamente a mulher acordou e pôde ser apurada a sua versão dos fatos. Ela não quis um boletim de ocorrência, graças a Kami, e também não havia se ferido muito.

Estava com uma perna quebrada e alguns arranhões, pelo que havia sabido, não tinha tido a oportunidade de vê-la ainda. Mas agora sabia quem era: Kuchiki Rukia. Aquele nome lhe era familiar, mas no calor do momento não conseguia recordar de onde.

Além de seus devaneios, seu telefone tocava freneticamente.

[ - ICHIGO! ICHIGO, MEU FILHO? VOCÊ ESTÁ BEM? ESTÁ FERIDO? MACHUCADO? A BEIRA DA MORTE?

- CALA BOCA, VELHO! EU TÔ ÓTIMO... EU ATROPELEI E NÃO AO CONTRARIO! AGORA DÁ PARA ME DEIXAR RESOLVER AS COISAS POR AQUI!?

[ - Filho ingrato! Eu aqui preocupado e você com toda essa falta de educação! Mas e a criança, está bem?

- Não era uma criança, só uma maluca que gosta daquele coelho ridículo... E ela está bem, o maior dano foi uma perna quebrada.

[ - Que bom! E ai? Quando vem para cá?

- Assim que algum parente aparecer, o celular dela se espatifou e eu não consegui um número para ligar... Mas ela já está acordada e deve fazer isso!

[ - Tudo bem! Mas venha logo! Esteja aqui, pelo menos, para o jantar!

- Yare, yare... Eu vou tentar! Ja ne!

O ruivo desligou o telefone e se virou para a secretária, ela parecia querer falar alguma coisa. A moça tinha traços finos, possuía cabelos pretos e curtos, muito bonita.

- A senhorita Kuchiki já pode recebê-lo, siga em frente, o último quarto do corredor.

- Certo!

Quarto? Ela não tinha sido levada para a enfermaria? Não era muito comum uma pessoa comum ser levada para um quarto assim do nada...

Kuchiki... Kuchiki... Esse sobrenome não lhe era estranho. Talvez tivesse visto no jornal, então deveria ser de uma família importante, o que explicava a mudança repentina para um quarto particular.

O corredor era bem longo, mas não foi difícil achar o quarto. Era o número 207 e ali havia muito silêncio e poucos pessoas por perto. Tratamento especial demais...

Toc toc.

- Entra. – uma voz veio de dentro do cômodo –

- Yo...

Ichigo entrou no quarto, esse que não era muito grande, mas bem arejado. As paredes eram brancas e havia uma janela que estava aberta com uma cortina que balançava a vontade do vento. Havia uma mesinha ao lado da cama e do outro um suporte para soro que estava sendo usado.

O lugar tinha também uma pequena poltrona e o ruivo avistou uma portinha que imaginou ser o banheiro. Sobre a cama, havia uma mulher de cabelos pretos e curtos, olhos grandes e azuis e muitos arranhões superficiais, esses que estavam cobertos por curativos brancos.

A perna direita estava pendurada num suporte e estava engessada até perto do joelho. Era uma mulher pequenina, por isso a confusão com uma criança.

- Quem é você?

- Kurosaki Ichigo.

- O cara que me atropelou? – ela ergueu uma das sobrancelhas –

- É... – o ruivo levou uma das mãos a nuca – Mas a coisa não é bem assim, eu não tinha te visto... E...

- Não importa, não precisa se explicar. Os policiais me falaram que você estava no telefone, mas eu também estava e acabou que nossas negligências acabaram nisso! – ela apontou para o gesso –

- De qualquer jeito, desculpe... Você acabou machucada... Já ligou para algum parente? Eu não consegui religar seu celular.

- Eu vou ligar agora, e obrigada por recolher minhas coisas e trazer meu carro. Agora se quiser ir, eu não me importo.

- Vou esperar alguém chegar, não se preocupe comigo, é o mínimo que posso fazer. Ainda tenho que fechar a conta do hospital.

- Não é necessário, e eu recomendo que vê embora.

- Você está me mandando embora? – Ichigo parecia levemente chocado com o comportamento da moça –

- Olha, Kurosaki-san... – ela virou o tronco para ele – Eu realmente fico grata por ter sido tão honesto e arcado com suas responsabilidades, mas garanto que se meu irmão te pegar aqui, isso não vai acabar aqui... Ele vai querer o boletim de ocorrência, investigação minuciosa e se isso não der nada ele vai arranjar um motivo para te processar! Vai te dar dor de cabeça e vai ME dar dor de cabeça.

- Não precisa de tanta formalidade e, na minha opinião, se seu irmão chegar aqui e te pegar sozinha, ai sim vai querer me processar!

- Você não conhece o Byakuya-nii-sama! Te garanto que só olhar esse seu cabelinho laranja ele vai cair matando!

- O que tem meu cabelo a ver com a história? Eu arquei com toda a minha responsabilidade, a cor do meu cabelo não importa.

- Meu nii-sama é um caso a parte, faça esse favor para você! Vá embora!

- Eu não vou discutir isso com você, mas vou embora. – o ruivo caminhou até a mesinha e pegando o bloquinho rosa anotou algumas coisas – Aqui tem o meu nome, celular e número da minha construtora! Qualquer problema, me liga!

- Certo! Mas não acho que será necessário...

- Só mais uma coisa... Qual é sua com esse coelho?

- É melhor você ir embora mesmo, se for falar mal do Champy!

- Yare, yare... Só queria saber!

Ichigo sai do quarto com um nome na cabeça: Byakuya Kuchiki. Agora sim ele se lembrava de onde conhecia o nome, a empresa de segurança privada Kuchiki, sem falar que esse era o nome do homem que deu a chance que transformou a carreira de Isshin.

Então aquela era a princesa da família. Parecia mais uma boneca do que uma mulher adulta, muito geniosa e com o nariz em pé demais. Como se ele tivesse medo de qualquer chatinho com o nariz no topo do Everest.

Aquela ali devia ser mais mimada do que qualquer pessoa naquela cidade. Criada numa redoma de vidro. Seu mundo deveria se restringir a compras e eventos sociais.

 

 

Renji estava a beira de uma crise de nervos e como se já não bastasse, Byakuya queria saber do paradeiro de Retsu que até as duas da tarde não tinha dado o ar da graça.

Claramente que também havia perguntado por Rukia, mas algo lhe dizia, seu sexto sentido masculino, que ele parecia mais incomodado do que deveria com a demora da mulher.

E como se Kami-sama tivesse dó dele, seu telefone finalmente tocara.

- Renji?

[ - Rukia???

- Eu mesma, será que você...

[ - Sua nanica maluca, onde você está? Por que não me atendeu? De onde está ligando? Não conheci o número!! Queria me matar??

- Cala boca, Renji! Eu estava tentando explicar quando você começou com seu “piti”!

[ - Desculpe se estou preocupado com você, Rukia! – ele usou um tom de voz irônico que irritou a Kuchiki –

- Argh! Cala boca!! Deixe eu falar! – antes que ele pudesse replicar, Rukia recomeçou a falar – Eu fui atropelada e estou no hospital. Meu celular virou história, por isso não te atendi, fora que fiquei inconsciente um tempo... Será que dá para vir me buscar?

[ - VOCÊ FOI O QUE?? ESTÁ AONDE? INCONSIENTE? QUEM FOI O DESAVISADO??

- Para de gritar, seu maluco! Eu fui atropelada, mas estou bem... E o cara que me atropelou não teve mais culpa do que eu, já dispensei a polícia e ele.

[ - O que?? Você liberou o desgraçado que te atropelou? Sua louca! Mas em que hospital você está?

- HUTO! E vem logo, eu não agüento mais ficar aqui com esse povo puxando meu saco!

[ - O que eu falo para o seu irmão? Ele já não está com um humor muito bom porque a Retsu-san ainda não apareceu!

- Sei lá! Só não conta nada ainda, eu quero falar com ele, ou isso vai virar um caso de tribunal!

[ - Você só me traz problemas, Rukia! Espere ai, chego o mais rápido que conseguir!

- Garanto que não vou a lugar nenhum!

Renji desligou o celular bruscamente o jogando dentro do bolso da calça. Estava rezando para não achar Byakuya no caminho até o carro, o que menos precisava era ele fazendo perguntas que ele não estava a fim de responder.

O quintal da “pequena” residência era gigante, totalmente gramado com algumas árvores de Cereja colocadas em lugares estratégicos, sem dizer nas demais plantas ornamentais que estavam ali para dar mais graça ao lugar.

Enquanto atravessava verticalmente o caminho de pedras, um atalho para a garagem e com quem ele não topa?

Plim plim plim!!!

Se vocês disseram Byakuya Kuchiki com uma cara de amigo nenhum, acertaram!!

- Onde vai, Renji?

- Buscar a Rukia.

- Ela já não estava a caminho?

- Aconteceu um pequeno acidente, ela pediu para ir buscá-la.

- Acidente? Que tipo de acidente? Ela está ferida?

- Parece que está bem, não me deu muitos detalhes... Eu ligo quando tiver mais informações!

- Ótimo! Era o que eu precisava...

- Retsu-san não atendeu o telefone?

- Não. Mas isso não importa agora, ela ainda deve estar ocupada... Eu vou com você!

- Melhor não, Kuchiki-dono pode estranhar e achar que alguma coisa grave aconteceu. Pode deixar que eu trago Rukia em segurança.

Antes de qualquer resposta o ruivo saiu andando, o que menos precisava era dirigir com aquele cara no seu encalço. Byakuya não era uma companhia muito agradável quando de mau-humor.

Às vezes, se perguntava como Retsu o aturava sempre, aquela mulher tinha uma paciência de Jó. E Rukia, devido a convivência e ao gênio ruim não ficava muito atrás.

 

 

Retsu terminava de pentear os cabelos a frente de um grande espelho. Estava no banheiro da casa de Juushiro, um grande banheiro branco todo em mármore, com iluminação ajustável. Aquela casa não havia mudando muito do tempo em que era casada.

Quando saiu, avistou Juushiro sentado na mesa que ficava na varanda do quarto, com uma xícara que imaginou ser de café nas mãos. Ele olhava para o jardim e não parecia ter notado que ela tinha saído do banheiro.

- Juushirou. - O homem olhou para trás com expressão serena e sorriu –

- Não quer comer? Está tudo muito bom.

- Eu tenho mesmo que ir.

- Tudo bem, vou te levar. Um minuto.

O homem de cabelos brancos adentrou o quarto e caminhou até o guarda-roupa a procura de um suéter para poder vestir sobre a camisa branca.

O lugar era todo muito arejado e amplo, com poucos móveis, tudo de muito bom gosto. Uma cama grande com dossel, duas poltronas, uma mesa com espelho na parede e um vaso, um tapete e uma cortina na porta que dava para a varanda. Cores claras e sóbrias.

Lembrava uma casa de praia, apesar de estarem quase no centro do país. Talvez fosse porque era o lugar que ele usava para se cuidar quando a saúde reclamava. Precisava de paz e nada que ajudasse na proliferação de ácaros... A tuberculose de Juushirou era crônica.

- Vai tirar folga para ficar aqui com nossa filha? – perguntou Juushirou enquanto abria a porta do carro -

- Creio que sim, não é sempre que ela vem nos visitar.

- Serão dias agradáveis.

O casal entrou no carro e tomou o caminho para a residência dos Kuchiki.

Continua...

 

 Oie amoressssssssss, akui está mais um cap, apesar de muitos de vcs não terem comentado!! Mas okay, eu vou relevar isso, mas em troca gostaria que vcs lessem minhas novas ones de Bleach... Tipo, uma é KisukeXYoruichi e a outra Shunsi X Nanao, não são casai comuns, mas saõ muito bons tambem!! E se não gostarem deles, comtem para algum amigo que gosta!! Kiss kiss

Comenrem em!!

 


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