Confiança escrita por Isa Caan


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

Olha eu aqui novamente! Bom, não vejo que essa One Shot se encaixe na "nā luʻi o ka makua (os desafios do pai)" então resolvi postar separado.

Nessa fanfic, já faz pouco mais de 5 meses que Freddie chegou na ilha.

Aproveite a leitura!



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— Já vou! – A campainha tocou freneticamente novamente – EU JÁ DISSE QUE JÁ VOU! – Steve gritou da cozinha, ele colocou a salada de frutas na frente do menino – Eu já volto, amor, espera só um pouquinho – Steve caminhou rápido até a porta e atendeu, era Dóris

— Mãe? O que você está fazendo aqui?

— Vim ver o meu neto – Steve saiu da frente da porta e ela entrou com um pacote na mão

— Seu neto? Quem te contou? Porque ninguém consegue contatá-la há anos – Houve um silêncio – Você já sabia, não é? – Dóris concordou – Não fez questão de me contar, não é? Ok, já me acostumei— Ele fez uma pausa – Eu estou terminando o café da manhã do Freddie, preciso voltar pra cozinha – Steve seguiu para onde o menino estava, e Dóris fez o mesmo

— Freddie, o que eu te disse sobre comer com a mão? – Steve disse olhando pro menino, que logo pegou a colher e sorriu, ele colocou pão na torradeira e se virou pra mãe

— Você mudou muita coisa na casa – Dóris disse após observar câmeras de segurança e alguns objetos faltando

— A casa precisa estar segura, ele precisa estar em segurança

— Hum – Dóris se aproximou do garoto – Oi Freddie, como você está?

— Bem – O menino disse sem olhar pra Dóris

— Filho, essa é a Dóris, sua avó, pode dizer oi? – Steve colocou a torrada na frente dele e o menino começou a comer

— Oi – Ele disse recuado, sem olhar pra Dóris

— Você gosta do Havaí?

— Gosto – Steve observou o jeito diferente que o menino tratava Dóris, e isso era estranho, porque ele reagiu bem com todos os que Steve apresentou

— Tá tudo bem, filho? Você está sentindo algo? – Steve disse se aproximando da cadeira, o menino ia responder mas foi interrompido pelo telefone tocando. Ele tinha um caso – Amor, o papai precisa ir, ok? Tenho que ir trabalhar, você precisa ficar com a sua avó, porque a Marie só chega depois, tá bom? – Steve tirou o menino da cadeira e o colocou no chão

— Eu não quero ela— Freddie disse olhando pra Dóris e em seguida Steve

— Filho, tá tudo bem, é seguro

— Não é!! – Ele disse e tentou subir no colo de Steve – Papai, eu não quero ficar com ela

— Freddie, querido, tá tudo bem, deixa o seu pai ir trabalhar – Dóris disse se aproximando mais

— Não, sai de perto de mim – Freddie desistiu do colo e se escondeu atrás do pai e chorou

— Ei, bebê, está tudo bem. Venha aqui – Steve pegou o menino no colo

— Papai, eu não quero ficar com ela – Disse entre soluços

— Quer conversar? – Steve perguntou olhando pro filho que assentiu com a cabeça – Espera aqui – Falou pra Dóris.

Steve pegou um copo de água antes de sair. Ele o sentou em uma das cadeiras da praia e se abaixou na frente do filho

— Toma um pouco de água, amigo. Tenta se acalmar um pouco – Steve entregou a água pro menino

— Tá bom – O menino tomou a água com calma e entregou o copo pra Steve

— Melhor? – Steve perguntou e Freddie assentiu – Filho, você pode dizer o que está acontecendo?

— Eu não gosto dela, ela é mau

— Pode contar pro papai o porquê?

— Ela me deixou com medo

— Agora?

— Não, quando eu morava na casa da mamãe

— Você pode me contar? Você consegue?

— Papai, ela deixou o homem me levar

— O que? Como assim?

7 meses atrás

 

— Freddie, venha aqui – Catherine chamou o menino, que rapidamente apareceu na sala – Essa é a sua avó, ela é a mãe de seu pai. Diga oi

— Oi – Freddie disse tímido – Você falou com o papai? Ele vem me ver?

— Ei querido, olha, eu falei com o seu pai, mas ele está muito ocupado – Dóris disse em pé

— Eu queria ver o meu pai

— Eu trouxe uma coisa pra você, é um presente – Dóris entregou pra ele que rapidamente abriu

— Obrigado – Freddie disse olhando pro balde de soldadinhos verde

— Filho, a mamãe precisa ir, ok? Fique com a vovó, certo?

— Mas mamãe... Você voltou ontem

— É o trabalho da mamãe, filho. Eu te prometo que vou vir o mais rápido possível

— Mas a gente ia na praia

— Podemos ir, Freddie – Dóris disse entrando na conversa

— Eu queria ir com a mamãe

— Sua mãe tem que trabalhar, mas se você quiser, vamos à praia. Não é longe daqui!

— Você pode ir, Freddie, quando eu voltar, prometo que nós vamos

— Você disse isso da última vez – Os olhos do menino se encheram de água

— Não chora, você tem que acostumar com isso. Ninguém ganha tudo o que quer! – Catherine falou com irritação na voz – Estou indo. Tchau, Freddie. – Catherine passou a mão na cabeça do menino – Até mais, Dóris – Catherine saiu pela porta e Freddie subiu as escadas pro quarto dele e Dóris o seguiu

— Freddie? – Ela perguntou após ouvir fungadas

— Sai – O menino levantou o rosto pra falar e logo enterrou no travesseiro de novo

— Ei, olha, o trabalho da sua mãe é isso, ela é boa no que faz, então, sempre vão precisar dela

— Eu nem sei o que ela faz – O menino falou pra Dóris que estava apoiada no batente da porta

— É um trabalho importante

— Fala com meu pai, eu quero ele

— Ele não pode vir, Freddie

— Ele não gosta de mim e a mamãe também não

— Eu tenho certeza que ele te ama, assim como sua mãe – Dóris fez uma pausa – Por que você não se arruma para ir à praia? Vamos, você vai se divertir. Eu vou sair para comprar algumas coisas e então você se veste e pega seus brinquedos

— Não posso ficar sozinho, é perigoso

— Vai dar tudo certo, seja corajoso

  — Mas...

— Não, sem isso! Eu já volto – Dóris deu meia volta e deixou o garoto no quarto, que não se moveu para se organizar.

Quase dez minutos depois que Dóris sair, ele foi surpreendido por um homem mascarado dentro do quarto dele.

— Sai, sai daqui – O menino levantou rápido da cama e correu – Socorro!! Vovó!! – Quando Freddie se aproximou da escada, ele sabia que devia descer com cuidado e devagar, ele não iria conseguir correr ali, foi quando o levaram.

Dias atuais

— Certo, você não fica aqui com ela. Olha, você precisa ir pro trabalho do papai, mas tem que prometer que vai ficar comportado

— Eu te prometo! – O menino sorriu - Posso ficar com o tio Jerry?

— Se ele não estiver ocupado, acho que pode sim

— Vou pegar os lápis de cera e meus brinquedos – O menino foi até o quarto, buscar o necessário e Steve o seguiu para colocar alguma muda de roupa na mochila. Eles voltaram pra sala onde Dóris esperava – Filho, coloque a água e a comida pro Eddie antes de sairmos – O menino foi e Steve olhou pra Dóris

— Onde ele vai?

— Pro meu trabalho

— Ele pode ficar comigo, Steve

— O Freddie me contou – Dóris arregalou os olhos – Nessa casa, trabalhamos apenas com verdades! Nós vamos conversar depois, ouviu? Não desaparece, porque você tem muito pra me explicar! – Steve disse tentando manter a calma, e Dóris assentiu

— Pronto, papai – O menino apareceu na sala novamente

— Muito bom, filho! Agora, vamos – Steve saiu da casa com o filho e pegaram a estrada até a sede da Five-0 – Freddie, ela não vai fazer isso de novo, ok?

Eu sei, você está comigo— Freddie sorriu pra Steve, que viu pelo retrovisor e sorriu também

 

H50~H50~H50~H50~H50~H50~H50

 

— Comece a explicar, estou curioso pra saber o porque você deixou meu filho sozinho e principalmente, que o levassem – Steve falou após chegar em seu escritório depois de concluir o caso e ver Dóris lá

— Era o único jeito de chegar a um nome

— Você está me dizendo que... Usou o Freddie como isca? É isso?

— Eu fiz o necessário, tinha tudo sobre controle

— Dóris, o que você pensou que estava fazendo, hein? Hoje o Freddie tem só 3 anos, ele é uma criança, ele é um pequeno garoto frágil e você teve a coragem de usá-lo como isca? Pra conseguir pegar um cara que você procurava? – Steve disse nervoso

— Abaixa o seu tom comigo, eu sou sua mãe! E tudo o que eu fiz era necessário, e eu repetiria! E a Catherine não se importou!

— Não, não! Minha mãe era uma professora, e ela morreu há quase 30 anos. E você repetiria? A Catherine não se importou? Você só pode estar brincando comigo! É claro que ela não se importou, ela era como você! – Steve continuava alterado, ele tinha certeza que todos estavam ouvindo isso

— Steven, você já parou pra pensar na patente dos pais desse menino? O próprio nome dele é em homenagem a um fuzileiro. Ele tem que crescer desde cedo assim, tem que ter coragem! Você teve que crescer antes do tempo, e é um ótimo homem.

— O meu filho vai ter uma infância normal, ele vai crescer comigo sendo apenas o pai dele, não um maldito SEAL! Ele não vai crescer antes do tempo, ele é uma criança e vai agir como uma, eu não quero errar com ele como você errou comigo, Mary e com o papai. Eu não importo que ele chore, não importo que ele sinta medo, não me importo que ele demonstre seus sentimentos, porque o Freddie é apenas um garoto, um garoto que, mesmo que não era presente, perdeu a mãe, e só por causa disso, conhece o pai pessoalmente. Ele só tem três anos e já passou por muito, e pra mim isso aí já deu. Eu o amo, amo tanto que não sei como expressar, e só do pensamento de colocar propositalmente ele em perigo, me machuca. Eu daria minha vida por ele, não a vida dele pelo meu trabalho! – A voz de Steve estava cheia de raiva, ele tentou, ele jura pra si mesmo que tentou, mas tudo que a Dóris fez era difícil de perdoar

— Eu não errei com vocês! Você não entende não é? Só pensa em você!

— Errou, errou sim. Se não tivesse errado, papai não separaria Mary e eu, o meu pai estaria vivo! Ele adoraria conhecer o Freddie, eu tenho certeza que sim! E por causa de seu egoísmo, isso não vai acontecer!

— Você não acha que está exagerando?

— Não, eu não estou. Você e seus números de desaparecimentos e segredos, me fizeram quase morrer na mão do Wo Fat, que você protegeu! Você ajudou a ele, você o deixou escapar aquela vez! Eu quase morri e você não se importou

— MENTIRA! Eu sabia de tudo, sabia que você dava conta!

— Ah, com certeza é mentira! Ele me torturou mais de uma vez por uma coisa que você fez! E o que a Dóris fez? Nada!! Eu lembro que você teve a coragem de me ligar e dizer que eu não devia ter matado ele! Queria saber, se ele me matasse, você ficaria como? Aposto que não se importaria!

— Você não pode dizer uma coisa dessas! E você é um homem crescido e inteligente, não precisa de minha proteção!

— Realmente não, se eu precisasse eu já estaria morto. Olha, a história não vai se repetir, eu vou criar o meu filho com verdade, amor e afeto, porque é isso que eu acho que tem que ser feito. E se ele precisar, não importa a idade, eu estarei lá com ele. E agora você pode voltar pra qualquer lugar em que você decida ir, não preciso de você, sempre fui só eu, e agora eu tenho o Freddie, vai ser só nós dois, e nada mais importa.

— Eu tenho uma pergunta: Você deixaria sua vida profissional pelo Freddie?

— Eu deixei a Marinha, sai das reservas e me aposentei. Eu não quero correr o risco de ser chamado pra uma missão, eu tenho o que perder se acontecer qualquer coisa

— Você largou a Marinha? Não acredito, Steve! O menino é acostumado com essa história de ter um dos pais longe, ele não se importaria, e superaria isso

— Não acredito que você disse isso

— E a Five-0? Não vai desistir disso não?

— Eu tenho um motivo a mais, além de proteger todos nessa ilha, protejo meu filho! Tiro tudo que é de ruim para que ele possa viver bem e seguro. Mas todo dia que eu chego em casa, não há trabalho, só somos nós dois! Pai e filho!

— Esse menino te mudou. Toma cuidado com essa vulnerabilidade toda! Isso pode te atrapalhar!

— Ele realmente me mudou, ele me mudou pra melhor, ele me fez olhar a vida com outro olhos! Agora, se você não se arrepende, e “faria de novo”, por favor vai e volta pra onde você tava, não me importo, porque eu achei que você tinha mudado, mas eu me enganei

— Entrega isso a ele – Dóris deixou o embrulho de mais cedo em cima da mesa de Steve

— Espera. Você pretendia isso de novo? Fazer o mesmo? É assim que você age? Presenteia com um brinquedo e depois apronta?

Dóris olhou pra Steve saiu da sala sem dizer nada e passou pelo restante da equipe que ainda estava lá, sem cumprimentar ninguém. Steve passou a mão pelos cabelos e respirou fundo, e então, desceu até a sala de Jerry, deixando esquecido o pacote em cima da mesa

— Ei – Steve disse chegando na sala de Jerry e o filho correu até o pai – O tio Jerry deu muito trabalho, amigo? – Steve sorriu

— Papai, olha o desenho que eu fiz pra você – Ele entregou o desenho pra Steve

— Que desenho lindo! Olha, sou eu e você na nossa praia! – O menino sorriu – Obrigado, pequeno! Vou colocá-lo na nossa geladeira assim que chegarmos em casa

— Tenho desenho para todo mundo! Pro Danno, tio Lou, tio Junior, tia Tani e pro tio Adam! O do tio Jerry eu já dei!

— Ah é? Podemos entregar para eles depois, o que acha?

— Eu quero sim!

— Tudo bem! Bom, agora, dê tchau pro tio Jerry para irmos pra casa – Steve disse e o menino correu até Jerry

— Tchau tio, depois eu volto pra gente desenhar mais – O menino abraçou Jerry

— Tchau amigo, vou ficar esperando você! – Jerry sorriu – Aí Steve, tá tudo bem? – Jerry perguntou sabendo da situação

— Sim, agora está – Ele sorriu – Obrigado por olhar ele

— Sempre que precisar, você sabe que eu adoro ficar com ele – Steve sorriu

Steve despediu de Jerry e seguiu com Freddie para fora, eles iriam pra casa agora, eles jantariam, e, Steve iria brincar bastante com o filho e contar uma história pra dormir. Ele não quer errar com essa criança.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por ler até aqui, se ficou muito grande, me desculpem! Até breve!



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